7.04.2007

respostas a perguntas inexistentes (7)



Eram cinco a dar as mãos e a correr pelos campos. Depois, como na vida, as velocidades de cada um foram-se alterando. Uns corriam mais depressa, outros mais devagar. Só eu e ela é que nos mantivemos de mãos dadas até ao fim. Estávamos cansados e eu perguntei-lhe se queria deitar-se comigo naquele manto verde que se estendia ao horizonte. Que não, respondeu ela, que ali havia sempre muitos cagalhões caninos. Nunca mais demos as mãos e passámos, também nós, a viver em velocidades diferentes.

13 comentários:

Elora disse...

Bosta de fim para uma história tão gira.

Ivar C disse...

é-me difícil contornar as verdades, elora, mesmo quando elas não aconteceram...

deKruella disse...

olha só se os cagalhões em vez de caninos fossem grandes....:P

Ivar C disse...

grandes quê? grandes ministros?:)

Anónimo disse...

o giro na historia é ter bosta no fim...

Ivar C disse...

lol miguel... como as opiniões podem divergir...

Fatyly disse...

Uma história nostálgica e realmente os cagalhões são uma tristeza!!!!!




Eu há bem pouco tempo apanhei uma tremeda poia com um saco de plástico, vim a casa, embrulhei num papel lindissimo com laço e tudo e fui pôr na caixa do dono do canino que mora aqui bem perto. Agora pelo menos já apanha, mas
mesmo com a placa proibitiva a cães, nem pensam que os vermes ficam lá. Chiça que povo mais badalhoco!!!!

Ivar C disse...

fatyly, também detesto esta coisa de pensarem que os espaços públicos são o wc dos cães... então quando se tem crianças...

Anónimo disse...

Em tão poucas linhas é claramente demonstrado que não é possível ser-se romântico com uma mulher que não é. A solução é só uma: largar-lhe a mão.

Ivar C disse...

yep,bf. isso é verdade... ;)

SkinStorm disse...

Há quem veja campos verdes, há quem veja cagalhões. Não me parece que esta diferença seja motivo para velocidades diferentes. Se calhar as velocidades diferentes sempre estiveram lá, mesmo antes dos cagalhões.

Anónimo disse...

Mais do que velocidades diferentes, acho que os vossos mundos é que são diferentes.
Quem se quer deitar na maciez do manto verde, nem se lembra que a bosta pode estar ali - pensa apenas no azul do céu!
Carla

Ivar C disse...

skinstorm , que poesia tão linda: "Há quem veja campos verdes, há quem veja cagalhões", lol!:)

carla, éramos putos, também... :)