2.26.2013

jantar inesperado

Foi dos encontros mais esquisitos que já tive com uma mulher. Não por causa dela, note-se, mas sim por causa dum amigo meu que estava apaixonadíssimo por ela. Eu nem sequer a conhecia pessoalmente. Apenas tinha ouvido falar bastante dela, através dele.
No trabalho, sempre que fazíamos o mesmo turno, ele não falava doutra coisa. Era a Dora para aqui, a Dora para ali. Enfim, não se calava com a Dora. O problema é que esse amigo meu era bastante tímido e não tinha a coragem de dar o primeiro passo. Eram os dois frequentadores do mesmo ginásio e ele até já ficava à espera que ela chegasse, para poder entrar, de forma disfarçada, mais ou menos ao mesmo tempo. Depois tentava correr numa passadeira perto dela, frequentar as mesmas aulas de exercícios que ela, etc, mas nunca lhe dirigia a palavra. Fora isso, passava o tempo todo do trabalho a falar-me dela.
Um dia lá acabou por ter coragem, penso que por ela lhe ter sorrido timidamente, e aproximou-se para a convidar a jantar fora. Só que na hora da verdade enfraqueceu e acabou por lhe dizer qualquer coisa do género: "tenho um amigo que não conheces, mas que me pediu para te perguntar se aceitas ir jantar com ele". E foi assim que acabei, num sábado ao fim da tarde, num restaurante do Porto à espera duma mulher que nunca tinha visto na vida.
Cheguei primeiro e fui bebendo uma cerveja na mesa reservada para nós. O plano improvisado era, depois do jantar, conseguir levá-la a um bar na Ribeira onde ele estaria. Quando ela se aproximou e me perguntou se eu era eu, admito que senti uma choque na espinha. Era realmente bonita e atraente. Além disso, tinha uma voz que parecia um violino sempre afinado. Tinha os cabelos relativamente curtos e loiros, uns olhos verdes do tamanho do mundo e os lábios ligeiramente sobressaídos. Sentou-se e começou a falar abertamente comigo, com um à vontade espontâneo e sedutor, enquanto eu me encolhia cada vez mais na cadeira e me refugiava nos copos que ia bebendo. 
Para além de uma beleza rara, era também capaz de falar de tudo e mais alguma coisa, mesmo daquilo que admitia não conhecer muito bem. Para mim, isso era apaixonante. Acabei por ser um ouvinte durante toda a noite e por esquecer completamente o meu amigo que, entretanto, era suposto estar à minha espera no bar. Não foi uma atitude consciente. Apenas fiquei como que hipnotizado e, quando dei por mim, estava com ela noutro numa discoteca qualquer, penso que em Leça da Palmeira. Só me lembrei dele quando, já a noite ia longa, ela me perguntou por ele. 

- Então não chamas o Daniel para vir cá ter? - perguntou.
- Posso chamar... - respondi, já sem saber o que fazer.
- É claro que eu não acredito que o jantar era para ser contigo. Ele é que é um tímido e um trapalhão. Até pensei que vocês tinham um esquema para ele se encontrar comigo depois do jantar...

Acabei por lhe confessar que me tinha esquecido totalmente do meu amigo e que, àquela hora, provavelmente ele estava com vontade de me matar num bar da Ribeira. Peguei no telefone e reparei que tinha uma chamada dele não atendida. Depois telefonei-lhe insistentemente e ele não atendeu. Acabei por desistir e sentir-me um bocado mal com tudo aquilo.
A Dora reparou que eu estava alterado, foi buscar duas cervejas e sentou-se ao meu lado, como que à espera que eu lhe contasse o meu problema. Contei-lhe tudo, incluindo que não sabia como é que ia enfrentar o meu amigo dois dias depois, no trabalho, e dizer-lhe simplesmente: "desculpa lá! esqueci-me completamente de ti no outro dia porque a miúda era mesmo gira e eu perdi a capacidade de raciocínio".

- Não faz mal! - disse ela - A mim tiraste-me duma situação que podia ser embaraçosa, porque eu não gosto dele. Aliás, nem dele nem de ti. Só aceitei jantar para me divertir à vossa custa um bocadinho. Para te ser sincera, eu nem sequer me apaixono por homens. Só por mulheres.

Tive um ataque de riso. Ela também. Nesses tempos acabou por ser uma das minhas melhores amigas, e eu acabei por contar tudo ao Daniel, que no princípio amuou durante algum tempo, mas depois acabou por esquecer o assunto.

2.22.2013

conversa 1995

Ela - Precisei chegar aos quarenta para deixar de ter problemas com homens.
Eu - Maturidade?
Ela - Solidão. Com esta idade já ninguém me quer...
Eu - Lá vem essa história da carochinha...
Ela - Da carochinha?
Eu - Sim. Falas como se só as mulheres envelhecessem.
Ela - Os homens envelhecem no corpo, mas na mentalidade não. Tens razão... também é uma questão de maturidade.

2.20.2013

cartuchos

Existe alguma incompatibilidade entre o céu e a estrada. No céu, que parece pintado do mesmo tom de azul até à linha do horizonte, não há uma única nuvem; a Nacional 109, por outro lado, está repleta de automóveis. É como se lá em cima houvesse mais espaço para respirar do que cá em baixo, pensa Irina enquanto o taxista desliga a ignição dum Mercedes Benz 240. Ela percebe que o motor do automóvel adormeceu, mas não quer entrar em conversa com o condutor até que a música chegue ao fim. Está a passar Be My Babe, dos Ronettes, e ela ouve cada nota com os olhos postos lá em cima, na vida.
Depois a música chega ao fim.

- Não creio que o trânsito retome a marcha tão cedo! - diz o taxista que, pelos vistos, também estava à espera que a música acabasse.

Irina continua sem vontade de falar. Contempla o interior do automóvel, provavelmente construído nos anos sessenta, passando os olhos pelos luxuosos estofos de pele que ainda reluzem como novos. Depois olha para o painel de instrumentos e repara que não conhece o sistema de reprodução de som que agora já está a tocar Walking In The Rain.

- Que é isso que estou a ouvir? - Pergunta.
- Ronettes.
- Estou a perguntar pelo aparelho.
- É um leitor de cartuchos. O primeiro que veio para Portugal, logo em 1964, ano em que foram fabricados os primeiros... - o taxista é, nitidamente, alguém muito orgulhoso do seu próprio carro.
- Bonito! - Ela gostava de ter alguma coisa para dizer, mas a verdade é que não lhe surge nada.

Ouvem-se algumas buzinas desesperadas. Em alguns automóveis, os passageiros e condutores já abriram as portas para poderem esticar as pernas. Um pouco mais à frente, a uns três carros de intervalo, uma mulher abriu uma melancia e distribui pedaços por uma série de crianças. Mesmo ao lado, um homem de barba e óculos escuros devora cigarros que vai mordendo nervosamente. Irina pergunta-se quantas pessoas daquela enorme fila de automóveis já terão reparado no céu azul. Talvez nenhuma, responde em silêncio.
Nunca tinha falado com um taxista antes. Para além de serem raras as vezes em que entra num táxi, nunca lhe deu para dar confiança aos condutores, dada a sua primeira experiência uns anos antes. Um homem de meia idade e com um cheiro a suor azedo tentou levá-la para um hotel. Não forçou nada fisicamente, mas a parte verbal foi suficiente para a deixar desgastada. No entanto, este parece-lhe diferente. É mais velho, mas não é bem por isso. Alguém que tem um carro daqueles tão cuidado e que ainda ouve música em cartuchos não pode ser má pessoa. 

- Está com muita pressa? - Pergunta ele.
- Nem sei...

Na verdade, ela não sabe mesmo que pressa tem. É Domingo, zangou-se com o marido, saiu de casa e apanhou um táxi que ia a passar. Pediu para ir para o primeiro sítio que se lembrou, nos subúrbios da cidade, e agora está ali presa no trânsito, provavelmente por causa dum acidente qualquer. Foram uma série de impulsos sucessivos que a levaram a estar ali agora, mas sente-se recompensada por ter aprendido o que é um cartucho e ter experimentado a audição de um, ainda por cima num automóvel daqueles. Por impulso também, decide confiar pela primeira vez num taxista e conta-lhe a história.
Repara agora que ele tem um pescoço razoavelmente gordo, que começa a pingar algumas gotas de suor. Os seus olhares trocam-se pela primeira vez, mas através do velho espelho retrovisor.

- Se não está com pressa para ir a lado nenhum, só tem duas alternativas - afirma ele.
- Quais?
- Ou passa grande parte da tarde aqui comigo a ouvir música dos anos sessenta, ou sai e volta para trás a pé. No segundo caso, só lhe cobro a viagem até aqui.

Existe alguma incompatibilidade entre o céu e a estrada. O céu parece fresco e vigilante; o alcatrão quente da estrada, por seu lado, parece derreter a cada passo duma mulher que caminha entre centenas de automóveis parados. Ela não sabem bem porquê, mas cada vez que avista um Peugeot 405 branco examina com atenção a face do condutor. Pode ser o seu companheiro.

2.14.2013

conversa 1994

Ela - O que é compraste à tua namorada no Dia dos Namorados?
Eu - Um automóvel descapotável de dois lugares.
Ela - A sério?!
Eu - Não, claro que não. Na verdade não comprei nada. Eu não ligo nada a este dia. Ligo mais ao dia em que a conheci...
Ela - Não me venhas com essa conversa de que este é só um dia comercial e blá blá blá...
Eu - Para mim é mesmo só isso.
Ela - És pouco romântico.
Eu - Talvez. E tu compraste o quê, ao teu marido?
Ela - Nada.
Eu - Nada?!
Ela - Ele já não é meu namorado. É meu marido. Faz toda a diferença.

2.13.2013

conversa 1993

(ao telefone)

Ela - Só para te dizer que não podemos tomar café. Estou com uma gripe fortíssima. Hoje até já me sinto melhor, mas tenho medo de te contagiar...
Eu - Okay. Obrigado por avisares.
Ela - Okay?!
Eu - Sim. Nesse caso o café fica desmarcado, não é?
Ela - Estou fechada em casa, de molho, há uma semana. Apetece-me tanto sair...
Eu - Então e o contágio?
Ela - Eu levo um lenço para pôr à frente da boca quando espirrar.
Eu - Então sempre queres tomar café?
Ela - Sim.

2.10.2013

O que se pode fazer com a vagina?

(enviaram-me isto pela net)

2.08.2013

respostas a perguntas inexistentes (246)




Às vezes vou a casa duma amiga minha beber uma caneca de chá. Digo-o assim porque, por mais tempo que passe, é sempre para um chá que ela me convida. Seja de manhã, à tarde ou à noite, telefona-me de vez em quando e pergunta-me se quero ir beber chá. Admito que, não sendo um grande adepto dessa bebida, gosto muito do que ela faz e bebo-a com uma dose acrescentada de prazer. Não sei como é que ela faz, mas sei que para além de mergulhar a saqueta com uma planta qualquer na água a ferver, acrescenta ainda mais alguns ingredientes. Canela é um deles.
Há uns tempos, por qualquer motivo, acabou o assunto entre nós assim que ela me deu uma segunda caneca para beber. Eu tinha acabado de lhe dizer que gostava muito do chá dela, especialmente em noites frias como aquela, e ela tinha-me perguntado se eu queria aprender como é que se fazia.

- Não. - Respondi.

Não se sentiu ofendida. Calou-se, tal como eu, e encostou-se para trás no grande sofá da sala. Fez-se silêncio. Bebi todo aquele líquido saboroso em pequenos e delicados goles, para não fazer barulho. Não sei quanto tempo demorei, mas talvez uns quinze ou vinte minutos. O que eu sei é que foram quinze ou vinte minutos de tranquilidade total. Conseguia ouvir o respirar dela e, penso eu, o meu próprio bater do coração.
Depois, quando a caneca chegou ao fim, lá lhe expliquei porque é que não queria aprender a fazer o chá.

- Mesmo que me ensinasses a fazer este chá e mesmo que o conseguisse fazer da mesma forma, nunca ia ser igual. Já me habituei a bebê-lo aqui na tua casa, e é a estes momentos que eu associo este sabor e este conforto.

Ela sorriu. Percebeu, ou fingiu perceber, o que eu lhe tinha dito. Despedi-me e saí passado pouco tempo. No caminho para casa, de mãos nos bolsos e o casaco apertado até ao queixo para me proteger do frio, fui a pensar em como é confortável ter momentos destes. Pensei que nunca na vida conseguiria explicar a alguém a sua importância, até porque dizer que um dos momentos especiais que se tem na vida é quando se vai beber chá a casa duma amiga, pode parecer bizarro.
Foi nessa noite que decidi voltar a brincar com sons e experimentar fazer umas músicas. Estive até às quatro ou cinco da manhã a trabalhar e, assim que acabei, encontrei a minha amiga online no facebook. Mandei-lhe o mp3 por email e perguntei-lhe se ela conseguia ouvir tudo até ao fim.
Esperei uns minutos. Os cinco minutos e três segundos que a música tem e mais um bocado, sempre a olhar para o espaço em branco onde as letras escritas por ela apareceriam supostamente em qualquer altura. Era como se estivesse a olhar para o futuro e ele não quisesse ser presente.
Depois, por fim, ouvi o sinal de que tinha mensagem nova no facebook.

- É esquisita! - escreveu. - mas eu gostava de saber fazer músicas assim.
- Queres que eu te ensine a trabalhar com o software? - Perguntei.
- Não.

Não me explicou porquê.

USDA no Facebook USDA no Bandcamp

2.06.2013

conversa 1992

(ao telefone)

Ela - Já não te vejo há tanto tempo. Podemos tomar café amanhã à noite?
Eu - Podemos. Por acaso vou estar em Aveiro e sem nada para fazer.
Ela - Que pena. É que eu já tenho um jantar marcado...
Eu - Mas...
Ela - Depois ligo-te. Marcamos para outra altura!

2.04.2013

respostas a perguntas inexistentes (245)

Porque é que se fazem bolos?

Acho que foi ali que fiz os meu primeiros desenhos a sério, nos vidros embaciados da marquise da casa onde cresci. Comecei por fazer simples smiles, com um único círculo à volta de duas pintas a fazer de olhos e um traço a fazer de boca que sorri. Depois disso, lembro-me de chegar a pegar no velho escadote de alumínio que o meu pai usava para trocar lâmpadas, para conseguir chegar aos vidros mais altos. Desenhava paisagens com montes, ruas, casas, árvores, aviões  e nuvens. 
O que aprendi nesses vidros, no entanto, não foi a desenhar. Foi sim a perceber como as coisas da vida podem ser efémeras. Os desenhos ficavam lá apenas algumas horas, às vezes minutos, até as janelas perderem toda a humidade.
Houve um dia em que esperei ansiosamente que a minha mãe chegasse para almoçar, para lhe mostrar o enorme desenho que tinha feito durante toda a manhã. No entanto, a minha obra de arte não chegou até ao meio-dia.
Para compensar a minha tristeza, a minha mãe fez um bolo com uma cobertura de chocolate e deixou-me lamber a taça onde tinha feito a massa. Porque é que se faziam bolos era, aliás,outra coisa que não percebia muito bem. A massa sabia-me muito melhor antes de ir ao forno. Era mais doce e tinha uma textura mais consistente.
Com o tempo, ou melhor, com a idade, acabei por resolver ambas as questões. Por um lado passei a desenhar em papel, normalmente nuns cadernos baratos que comprava numa mercearia ao pé de casa; por outro, já num estado de jovem adulto, aprendi a fazer diversos tipos de bolos e passei a apreciar mais o produto final do que a massa em si.

Para meu desespero, as pilhas do walkman acabaram muito antes do comboio chegar a Lisboa. Para piorar a situação, devido a um acidente qualquer na linha, a composição estava parada muito perto de Pombal há mais de uma hora e não havia maneira de retomar o percurso. Tirei a cassete do aparelho e guardei-a numa velha mochila Monte Campo que, à data, era uma espécie de minha companheira de vida. Dela tirei um caderno de folhas brancas por estrear e uma esferográfica preta, para me ajudar a matar o tempo com desenhos.
Viajava no centro da carruagem dum Intercidades que ia lotado e, por isso, levava um passageiro ao meu lado e dois à minha frente, virados para mim. 
Ao meu lado esquerdo seguia um homem de fato e gravata, provavelmente dedicado a pequenos negócios. Assim sentado, lembro-me que as calças lhe ficavam exageradamente curtas e a gravata vermelha parecia não lhe ser natural, mais ou menos como se alguém tivesse amarrado um pano colorido à volta do galho morto duma árvore. Ia calado e assim continuou toda a viagem.
À minha frente ia uma mulher com o filho. Ela aparentava ter mais uns dez anos do que eu, que tinha pouco mais de vinte na altura, e mostrava sinais de cansaço com o facto do miúdo não parar quieto. Olhei para ela de relance e achei-a bonita, mas com uns traços faciais que lhe tiravam personalidade. Enfim, como se fosse um corpo bonito sem alma. Assim que comecei a desenhar, senti o peso dos olhos dele na minha mão. 

- Mãe! Quero uma caneta e um papel! - Ordenou ele.
- Não tenho. Pára quieto, por favor, que estou a perder  paciência. - Pediu ela.

As janelas do comboio estavam já, nessa altura, totalmente embaciadas, e ele começou a fazer desenhos no vidro. O primeiro de todos foi um smile, tal como aqueles que eu fazia em criança. Parei de desenhar e passei-lhe a minha caneta e o meu caderno para as mãos, explicando-lhe exactamente o meu desespero de criança por os desenhos nos vidros durarem tão pouco. Ele começou a fazer alguns riscos no meu caderno e continuou, mais calmo, a falar comigo.
A mãe, mais aliviada, acabou por entrar na conversa, Primeiro pensei que fosse apenas para me aliviar um pouco da pressão dum miúdo que fazia várias perguntas por minuto. Porque é os vidros embaciam? Porque é que as canetas escrevem? Porque é que o comboio não anda? Porque é que o pai nos abandonou? Foi assim que percebi que ela estava divorciada. 
Quando o comboio começou a andar, finalmente, já éramos amigos. Descobri que eu e ele tínhamos uma coisa em comum. Também ele, criança com sete anos de idade, preferia a massa dos bolos aos bolos propriamente ditos. E assim fez uma última pergunta.

- Porque é que se fazem bolos?

Expliquei-lhe a minha relação com a doçaria. Como é que passei de um estágio ao outro ao nível de bolos domésticos e como é que ele podia fazer um simples e delicioso bolo de chocolate. A mãe convidou-me para ir a casa deles fazer um  bolo desses, para lhe demonstrar porque é que se fazem bolos. E foi assim que conheci a Cristina...

2.01.2013

conversa 1991

(no Toys 'r' Us)

Eu - Boa tarde. Tem fantasias para o Carnaval do Super Mário?
Ela - Do Super Mário acho que já não temos nada. Só do outro...
Eu - O Luigi?! Também serve...
Ela - De qualquer maneira para o seu tamanho não temos nada.
Eu - Hum... é para uma criança de oito anos. Não é para mim.
Ela - Ah! Então procure ali naquelas prateleiras, por favor.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!