O JMO quer saber quais foram os últimos cinco livros que eu li. Aqui estão, com passagens e tudo. Nenhum tem a ver com mulheres.
1] Como Nunca se Esquecer de Baixar a Tampa da Sanita, de Walter Klism, 2007
Os primeiros três divórcios da minha vida foram por causa de tampas de sanita. Quando elas iam à casa de banho e se punham aos gritos, eu já sabia o que era: tinha-me esquecido de baixar a tampa da sanita. Foi por isso que, a partir do meu quarto casamento, procurei estratégias para que tal nunca mais me acontecesse. Hoje, posso-vos garantir, o meu décimo segundo casamento já vai em duas semanas e ainda não me esqueci uma única vez de baixar aquela merda. Foi para evitar que se casassem tantas vezes que escrevi este livro.
2] Como Perceber se a Mulher quer Realmente Comer as Entradas Quando se Vai a um Restaurante, vol.III , de Jack Hall, 2004
A primeira vez ela limitou-se a abanar a cabeça em forma de negação. Eu mandei as entradas de camarão para trás, pois estava teso que nem um carapau e já sabia que ia pagar a conta com o cartão VISA. Mandei vir o vinho e ela disse que aquele tinto devia ficar bem com o camarão. Tremi logo. Jantámos um prato de peixe, um de carne, duas sobremesas cada um e no fim perguntei-lhe se tinha gostado. Ela disse que sim e abraçou-me. Depois disse que só tinha faltado camarão.
3] O suicídio Não é Solução, de Ingmar Blood, 2001
Ele tentou matar-se quando ela lhe perguntou se ele a considerava o amor da vida dele ou apenas um objecto sexual. Sabia que, qualquer que fosse a resposta dada, os próximos dias iam ser um inferno. Atirou-se do quinto andar mas não morreu. A queda foi amortecida por um automóvel que ia a passar cheio de romenos lá dentro e com um colchão em cima. Esteve em coma, no hospital, seis meses. Quando acordou pela primeira vez, ela lá estava, cândida e bonita como sempre. “Não me chegaste a responder se eu sou o teu amor ou apenas um objecto sexual”- disse.
4] Contornando Silêncios no Casamento, de George Prostat, 2005
Quando ela não fala durante mais de cinco segundos consideramos um silêncio. Há silêncios de vários níveis, consoante a duração e a cara dela. O silêncio mais temível é o silêncio de nível oito, que é aquele em que ela pega, por engano, na nossa camisola preferida, e limpa o chão da casa de banho com ela.
5] Escolhendo a Prenda de Aniversário, de Eduard Gift, 2005
Ela vai sempre dizer que gostou muito, no momento em que desembrulha a prenda. Não ligue. Apenas duas semanas depois, mais ou menos, é que é possível o leitor perceber se ela realmente gostou da prenda ou não. Normalmente, mas isso varia de mulher para mulher, o primeiro sinal de que ela não gostou, é a sua garrafa de uísque preferida, aquela que andava a guardar há anos para quando o seu clube de futebol preferido fosse campeão, aparecer todos os fins de tarde mesmo na beirinha da mesa de jantar. Ela está, nitidamente, à espera que a parta sem querer.