(no café)
Ela - Sinto-me tão sozinha...
Eu - Agora neste momento ou habitualmente?
Ela - Deixa-te de ser estúpido. Sinto-me sempre sozinha...
Eu - Como és casada pensei que podias estar a sentir-te sozinha só hoje, sei lá...
Ela - O problema é precisamente esse, sentir-me sozinha apesar de partilhar a vida com outra pessoa. Se eu estivesse mesmo sozinha não me sentiria tão sozinha, percebes?
Eu - Acho que vou pedir uma cerveja. Queres uma?
Ela - Não, não percebes...
Eu - Perceber até percebo... acho eu.
Ela - Se eu estivesse sozinha sempre tinha a expectativa de poder conhecer alguém novo e dar uma volta de cento e oitenta graus à vida, percebes?
Eu - Então... se o problema é só esse, separas-te e pronto, já está.
Ela - Sim, quero uma cerveja. Pede-me uma das grandes, por favor.
Eu - Um príncipe, pode ser?
Ela - Claro que pode, um príncipe qualquer... mas isso não é assim tão simples.
Eu - Estou a falar da cerveja. O príncipe é um fino mas maior...
Ela - Ah! Pode, pode...