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12.18.2013

ford figo


A Ford pediu imediatamente desculpa por esta publicidade, colocada na net pela agência publicitária JWT Índia, que mostra Sílvio Berlusconi num Ford Figo cheio de mulheres atadas na bagageira. Este anúncio misógino foi, segundo a marca, feito sem a intenção de ser tornado público. A minha pergunta é: "Então estavam só a curtir?"

8.22.2013

nome


A Post-it, pelo menos través desta sua publicidade, parece dar uma estranha importância ao seu produto. Quando um homem leva uma mulher para a cama, escreve-lhe o nome na testa para se lembrar dele quando acordar. Quem teve a ideia de fazer este anúncio, se for homem, nunca foi para a cama com uma mulher. Se tivesse ido, sabia perfeitamente que os homens nunca engatam mulheres. O melhor que lhes pode acontecer é a mulher deixá-los pensar que sim, e isso acontece precisamente quando, uns dias depois, ainda se lembram do nome deles.

6.06.2013

eu sou feliz sendo prostituta


O Ministério da Saúde brasileiro acabou de retirar uma campanha chamada "eu sou feliz sendo prostituta". O objectivo da campanha, idealizada para ser lançada no Dia Internacional das Prostitutas, era incentivar o uso do preservativo. O objectivo era óptimo, a ideia nem por isso.
Partir do princípio que uma prostituta é feliz por usar preservativo equivale a dizer que um servente ou um engenheiro civil é feliz por usar capacete de protecção no trabalho, que um polícia é feliz por andar com uma arma ou que um professor primário é feliz por ter um bocado de giz na mão. Nada disto é verdade.
A campanha tem, no entanto, o condão de nos fazer pensar se somos felizes no trabalho.  Normalmente não somos, porque a forma como trabalhamos, ou melhor, como somos obrigados a trabalhar, está errada. Em empregos que não gostamos, somos normalmente explorados e até desrespeitados. Por isso, usar aquilo que é suposto usarmos no trabalho não chega para nos sentirmos felizes.
Pior ainda, a grande maioria das pessoas que eu conheço que é feliz no trabalho já perdeu a capacidade de ser feliz fora dele, ou seja, perdeu a capacidade de ser feliz na vida. No Amor também.
A campanha é fraquinha, mas começa pelo ponto certo. Quando falamos em organização política, em relações laborais e produtividade, só faz sentido começar pelo objectivo da felicidade. A maior parte de nós é que tem a mania de não o fazer...

1.22.2013

o lugar das mulheres é na cozinha


Este anúncio de 1893 a um produto de limpeza chamado Gold Dust (Pó de Ouro) não deixa margem para dúvidas: o lugar das mulheres é em casa, longe de lugares onde se trabalha a sério, ou seja, longe dos lugares onde os homens trabalham. De forma interessante, admite no entanto que o trabalho doméstico ocupa catorze horas, enquanto o trabalho fora ocupa normalmente oito.
O trabalho doméstico é, de facto, duro. Lembro-me de em criança, quase um século depois deste anúncio ter sido publicado, a realidade em Portugal não ser muito diferente. Apesar do Pó de Ouro ter sido substituído por aspiradores...

12.05.2012

imprudence

tirando a roupa dela, sem o consentimento dela... 190 Cal
A Prudence, uma marca de contraceptivos sexuais do Brasil, foi obrigada a retirar uma publicidade aos seus preservativos onde era suposto fazer humor. A ideia da Dieta do Sexo era que cada um soubesse quantas calorias se perdem durante o acto sexual, mas uma das suas alíneas (logo a segunda) é tirar a roupa dela sem o seu consentimento.
Digamos que a Prudence devia ser mais prudente com a escolha dos seus publicitários, aos quais lhes fugiu a boca para o absurdo. À ideia do abuso sexual soma-se a de que o prazer no coito é todo do género masculino. 
Olhem que não... olhem que não...


11.15.2012

um mundo de palhaços


Que me lembre, usei gravata duas vezes na vida. A primeira foi quando me casei e, entretanto, já estou divorciado. A segunda foi quando fui a um jantar duma grande empresa para a qual ia começar a trabalhar e, entretanto, já estou desempregado.
Nunca me dei bem com gravatas, é verdade, nem sequer com camisas, que são essenciais para poder andar de gravata. Dá tudo demasiado trabalho a passar a ferro e, além do mais, a gravata não serve para nada. Pelo menos era o que eu pensava, até ver este anúncio dos anos 70 da Van Heusen.
Afinal, as gravatas servem para mostrar às mulheres que este mundo é dos homens (show her it's a man's world) e que elas se devem ajoelhar perante eles mesmo quando lhes levam o pequeno-almoço à cama.
Às vezes a publicidade não pensa nem um bocadinho nos efeitos que pode ter, e tem de facto, na sociedade. Este é um caso gritante, até porque a gravata da Van Heusen é tão foleirona que podia ser usada por um palhaço de circo, com calças curtas, sapatos grandes e nariz vermelho. Ninguém estranharia e, nesse caso, poderíamos dizer que este é um mundo de palhaços. Talvez seja verdade.

8.21.2012

chuva

Encontrei este anúncio quando pesquisava, na internet, a história duma das marcas mais emblemáticas de sempre para quem gosta de equipamento de fotografia e cinema vintage: a Bell & Howell. Em 1959, ano da revolução cubana, a Sabrina apresentava assim o novo projector de slides desta marca americana. Sinceramente, a esta distância temporal, não estou a ver quem é a Sabrina, mas percebo imediatamente a sua escolha para esta publicidade muito pouco subtil. É que os projectores de diapositivos não devem apanhar chuva. Só pode ser por isso...

7.05.2012

entremos dentro desta rapariga


Estava a olhar para esta publicidade da Reborn To be Alive, uma fundação belga para a promoção da doação de órgãos, que diz que tornarmo-nos doadores será provavelmente a única maneira de entrarmos dentro desta rapariga (becoming a donor is probably your only chance to get inside her).
Há dois erros grosseiros nesta forma de promover uma causa tão nobre quanto a doação de órgãos. O primeiro é que parte do princípio que todos os potenciais doadores querem, de facto, "entrar" desta rapariga. O segundo é que isso implica que esta bonita e jovem mulher tenha um acidente ou uma doença grave.
Ser sexista já é suficientemente mau, sofrer de total insensibilidade relativamente a quem nos rodeia ainda é pior. Ninguém se torna doador de órgãos para satisfazer a sua vida sexual, mas parece que a Reborn To be Alive ainda não percebeu isso.

3.07.2012

boa sorte, Emma

A Emma Barnett, jornalista e editora da versão digital do The Telegraph, ficou chocada quando leu a etiqueta das calças que o namorado tinha deixado atiradas pelo chão do quarto. A etiqueta, para além dos habituais conselhos sobre a temperatura a que devem ser lavadas, e da garantia de que se trata duma peça de vestuário cem por cento de algodão, dizia também para dá-las à mulher porque é o trabalho dela (give it to your woman, it's her job).
Concordo com a Emma em quase tudo. Acho que a frase não tem sentido de humor nenhum que valha a pena. É só o resultado estúpido de alguém tão estúpido quanto a própria ideia. A Madhouse, loja que comercializa estas calças, até já lançou um comunicado a informar que desconhecia a inclusão desta frase nas etiquetas, "feitas por uma empresa subsidiária". Aquilo em que eu também reparei, foi que na sua peça jornalística, a Emma diz que reparou na etiqueta quando pegou nas calças e as lançou firmemente para uma cadeira, e que essa é a sua forma semanal de informar o companheiro que ele tem que arrumar as suas roupas à distância.
Dou o meu caso por concluído. Ela não lhe lava as calças, mas todas as semanas as apanha do chão e arruma numa cadeira lá de casa, à espera que ele perceba a mensagem. Boa sorte, Emma.

1.20.2012

mamas e bolas

Em 2011, o Loto Libanês tentava convencer os libaneses a apostar no jogo desta forma, substituindo as mamas duma mulher por duas bolas do respectivo jogo e retirando-lhe parte da cara. Há alguma publicidade machista que, apesar de tudo, tem alguma criatividade. Esta, no entanto, é apenas a demonstração de que quando não há ideia nenhuma para fazer um anúncio publicitário, se cai normalmente na receita do corpo da mulher. Os anúncios às vezes nem chegam a ser machistas. São só estúpidos.

11.29.2011

dores de cabeça

Reza a História que a mulher inventou a enxaqueca para as noites em que não lhe apetece ter sexo. Se não for a História a rezar, vá lá, que é pelo menos um mito doméstico todos concordam. A Emami, uma marca de pastilhas medicinais vai mais longe, e acha que as mulheres também inventaram as dores de cabeça dos homens. Para tal utilizam a sua mais usual forma de persuasão: o grito. Não sou eu que o digo, é a Emami.

10.03.2011

o dedo do meio

Há várias formas de usar o dedo do meio. Para a Upyurs, pelos vistos, fazê-lo significa sempre ser auto-confiante. Pelo menos é o que revela esta publicidade. Por razões que me parecem mais ou menos óbvias, este gesto parece-me ter uma conotação com o género masculino. O verniz para as unhas, tanto quanto sei, é essencialmente usado por mulheres. Aqui está uma marca, portanto, que acha que uma mulher auto-confiante é aquela que adquire hábitos masculinos.
Eu discordo totalmente. O dedo do meio é o argumento de quem não sabe argumentar (e se calhar também aí seja um gesto tendencialmente masculino), de quem não se consegue expressar doutra forma. É a linguagem gestual de quem é mudo na Razão. Por isso mesmo, aliás, é que é fácil encontrá-lo nas claques de futebol. Não me parece que uma mulher que usa verniz nas unhas tenha que ser assim. Mas pronto, isso sou eu.

9.07.2011

esta preta foi de boa para melhor

A nova publicidade da cerveja moçambicana Laurentina Preta está a causar celeuma naquele país africano. Uma garrafa em forma de mulher, com o símbolo da cerveja na genitália, é apresentada ao lado da frase: "esta preta foi de boa para melhor".
É verdade que o consumo de álcool está culturalmente ligado a uma certa masculinidade, e recordo-me de há poucos anos a cerveja Tagus, em Portugal, ter feito uma publicidade quase tão estúpida quanto esta, em que se afirmava como uma cerveja para heterossexuais. Chamava-se Orgulho Hetero.
A estupidez da Tagus não foi apenas partir do princípio que só os heterossexuais é que bebem cerveja. Foi também não perceber que ser heterossexual não significa ser estúpido. A estupidez da Laurentina não é apenas partir do princípio que só os homens é que bebem cerveja. É não perceber que ser homem não significa ser estúpido.

7.01.2011

um cigarro e um doce

Esta publicidade da Lucky Strike, que deve ser dos anos 40 do século passado, dizia às mulheres que para terem um corpo esbelto deviam fumar um cigarro em vez de comerem um doce. Apesar da mensagem estar ligada a um dos grandes erros da primeira metade do século XX, que foi pensar-se que fumar fazia muito bem à saúde, lembrei-me de mulheres da minha geração quando vi esta publicidade. É que tive muitas amigas fumadoras que, na sua juventude, se recusaram a tentar deixar de fumar precisamente porque tinham medo de engordar. Pior ainda, tive uma namorada que começou a fumar precisamente por achar que assim ia emagrecer, mas que depois de cada cigarro comia sempre um ou dois caramelos de frutas para tirar o sabor do cigarro.


2.24.2011

o homem como um cão

A Voodoo publicitou assim, penso que em 2009, a sua lingerie de Inverno. A mensagem, penso eu que mais ou menos clara, é que uma mulher que use roupa interior Voodoo consegue trazer os homens pela trela como se fossem cães.
Esta publicidade criou uma celeuma enorme em diversos países, sempre por causa do desrespeito que alegadamente demonstra pelo género masculino. A Voodoo, na altura, respondeu que a publicidade tem o hábito de desrespeitar o género feminino e que isto não era mais do que um equilibrar da balança.
Pessoalmente não acho a imagem ofensiva, talvez porque a vejo apenas pelo seu lado humorístico, e de certeza porque eu já me senti como aqueles homens da imagem, atrelado e a salivar. No entanto, a resposta da marca deita tudo a perder. Os géneros devem ser iguais no respeito e não no desrespeito. Isso é incontornável.

2.18.2011

engordem, diziam eles...


Em 1969 era assim. Uma empresa fazia publicidade nas revistas aos seus produtos nutritivos para ajudar as mulheres magras a engordar (e já agora, os homens também). Isto para aquelas que queriam ser populares, porque as demasiado magrinhas não o eram. Tenho uma ou duas amigas que, se vissem isto, de certeza que reagiriam com uma cara de espanto e um "oh! que horror". Eu, por mim, acho que em 1969 o mundo era melhor. Mas isso sou eu...

1.21.2011

anti-rugas

A Diadermine promove um dos seus cremes anti-rugas mostrando quatro fotografias espaçadas no tempo. Nessas fotografias ele, que não usa o creme, envelheceu. Ela, que usa o creme, não envelheceu. Alguém explique à Diadermine, ou melhor, às suas clientes, que combater as rugas não é a mesma coisa que combater a idade ou tempo. As rugas podem combater-se com um creme, o tempo combate-se tentando ser-se feliz. E como ele passa e passa mesmo, é bom que não se confunda uma coisa com a outra.

12.20.2010

salvem as baleias


A PeTA (People for the Ethical Treatment of Animals) lançou em 2005 uma campanha para que as pessoas se tornassem vegetarianas, ou seja, se comesse menos animais. "Salvem as baleias", dizia um cartaz exibindo parcialmente uma mulher gorda de biquíni. A campanha tentava assim convencer que a carne engorda e que quem engorda se passa a parecer com uma baleia.
Não é fácil ser gordo, mas é ainda menos fácil ser uma mulher gorda. Acho muito bem que se adopte uma política para ajudar as pessoas a ter uma vida mais saudável e sei que isso passa também por ter um peso adequado. O que não percebo é como é que uma associação tão empenhada em defender animais, seja ao mesmo tempo tão facilmente agressiva para com pessoas.

11.10.2010

vai de comboio


"Desde que o meu marido vai de comboio, o meu amante tem mais tempo para me dedicar", é o que diz um cartaz da ala flamenga de um sindicato belga de ferroviários com a fotografia duma mulher em trajes menores, a propósito da falta de pontualidade dos comboios belgas. A ala francófona não gostou e diz que o cartaz é machista.
Não sei se o cartaz é machista ou não, mas sei que em Portugal os amantes devem ter todos muito tempo para as mulheres cujos maridos andam de comboio. Eu até proponho à CP que, pelo menos para os passageiros que usam o Vouguinha, faça uma publicidade a dizer: "Desde que o meu marido foi de Vouginha,nunca mais o vi".
ver no Sol

9.21.2010

lista de natal. epá! as gajas não tinham dinheiro?

Nos anos 50 as mulheres tinham o trabalho facilitado para o Natal. As listas de prendas já vinham publicadas em revistas e elas só tinham que escolher, chorar um bocadinho, e o marido comprava. Claro que a lista era só coisas úteis para elas poderem diverti... hum... hum... ter a vida doméstica facilitada. Pois...

Esposas, vejam este anúncio cuidadosamente. Façam um círculo à volta dos itens que querem para o Natal. Mostrem-no aos vossos maridos. Se ele não for ao armazém imediatamente chorem um pouco. Não muito. Só um pouco. Ele vai, ele vai.
Maridos, vejam este anúncio cuidadosamente. Escolham o que as vossa mulheres querem e vão comprar. Antes que elas comecem a chorar.