12.31.2007

o último dia do ano

lista do que tenho para fazer no último dia do ano:

1] tomar banho na minha banheira
2] cortar o cabelo na barbearia aveirense
3] tomar um café no Bom Gosto
4] tomar banho na minha banheira
5] ver a minha filha na casa da mãe dela
6] comprar bebidas no Pingo Doce
7] dar um jeito à minha casa na minha casa
8] ir para a casa duma amiga minha passar o ano na casa duma amiga minha
9] talvez ir ao riff passar um pouco da noite no riff

e pronto: bom 2009 para todos porque 2008 vai certamente ser uma boa merda, tendo em conta que o Sócrates vai continuar como primeiro ministro!

conversa 484

Ela - O Marilyn Manson... *suspiro*. Se eu não fosse casada...
Eu - Não acredito. Não me digas que gostas do Marilyn Manson...
Ela - É o homem mais bonito, charmoso e interessante que conheço. Não tenhas dúvidas.
Eu - Epá! Estou fodido. Não percebo mesmo nada de mulheres. Ainda por cima tu.
Ela - Ainda por cima eu, porquê?
Eu - Opá... sei lá... parecias-me uma mulher... normal. Até este momento, claro.

pensamentos catatónicos (117)

Conheço uma mulher que, quando está mal disposta ao nível intestinal, gosta de passear na praça da alimentação dum shopping qualquer que tenha muita gente, e perfumar silenciosamente a refeição de todos com a sua má disposição.

12.30.2007

respostas a perguntas inexistentes (20)


Tinha preparado a resposta. Quando ela passasse por mim e dissesse que um rapaz do meu tamanho já não devia andar de baloiço, eu respondia-lhe que estava a tentar ser criança durante o máximo de tempo possível. Eu tinha dezasseis anos e ela mais de trinta. Tinha a certeza que a ia impressionar com a minha resposta e talvez até acabar por sair com ela. Era tão linda.
Depois ela passou e nem me ligou. Nem sequer um curto enquadramento pelo canto do olho me lançou, e eu fiquei a andar de baloiço até ao fim da tarde, enquanto via a paisagem desfocada.

conversa 483

Ela - Olha, como é que te chamas?
Eu - Bagaço.
Ela - Bagaço?! Que nome giro. Olha, deixaste a tua garrafa ali em cima do balcão.
Eu - Pois deixei. Está vazia. Mas obrigado na mesma.
Ela (com soluços) - Daqui parecia-me cheia... És mesmo Bagaço ou estás a inventar?
Eu - Sou mesmo Bagaço mas também estou a inventar.
Ela (com mais soluços) - Já sabes onde vais passar o ano, Bagaço?
Eu - Já.
Ela - Onde?
Eu - Em minha casa.
Ela (com muitos soluços e já a apoiar-se na parede) - Então se calhar ainda nos vemos por lá. Estava a pensar ir também.
Eu - Olha, eu bebi pouco. Não queres que eu te leve a casa? Não pareces muito bem...
Ela (a gritar) - Olha, este chama-se Bagaço e está-me a chamar bêbuda a mim... ou então quer-me violar!
Eu - Não te quero violar mas sim, estás bêbada. Sabes ir para casa?
Ela (a simular que conduzia com as mãos) - Vou já a seguir... e não preciso de homens para nada..

conversa 482

[sábado à noite depois de algumas cervejas]

Ela - Vou-te fazer uma pergunta muito séria. Posso?
Eu - Podes.
Ela - Eu pergunto-te e tu respondes logo sem sequer pensar, ok?
Eu - Ok.
Ela - És o Anticristo?
Eu - Se eu for o anticristo ofereces-me uma cerveja?
Ela - Não. Se fores ofereces-me tu a mim.
Eu - Pois, mas não sou.

couscous site

o couscous prosjekt tem um novo site.

12.29.2007

conversa 481

(na minha casa, enquanto víamos o filme "American Splendor")

Ela - Já tiveste sexo neste sofá?
Eu - Porque é que perguntas isso?
Ela - Não sei. Estava a olhar para ti a ver o filme e fiquei a imaginar-te como serias a ter sexo no sofá.
Eu - Estás a dizer isso porque te apetece saltar-me para cima ou porque queres que eu publique esta conversa no meu blogue?
Ela - Nem uma coisa nem outra, mas podes publicar no teu blogue à vontade.
Eu - Ok, depois de te levar a casa já publico.
Ela - São quase seis da manhã. Vais levar-me a casa?
Eu - Vou. Não queres ir a pé, pois não?

12.28.2007

conversa 480

Ela - Tens que me gravar estes cd's.
Eu - Ena... deixa ver. São mais de trinta.
Ela - Não te preocupes. Pode ser no fim de semana.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (62)



nome: Nega Gizza
origem: Brasil
info: Nem Bronx, nem França, nem Almada ou Matosinhos. O melhor hip hop que se faz no mundo vem mesmo do Brasil e é da Nega Gizza. Esta rapper era capaz de me tirar o sono durante noites seguidas. É bonita e tem um je ne sais quoi qualquer, talvez por ser genuina no que faz, já para não falar daquela voz clara como a água. Este vídeo "prostituta" já está no meu leitor portátil e é dos que vejo mais vezes. Adoro-o.
site oficial: www.negagizza.com.br

12.27.2007

conversa 479

Ela - Já sabes onde é que vais passar o ano?
Eu - Em vários sítios.
Ela - Em vários sítios?
Eu - Sim. Um ano inteiro... não sou capaz de estar sempre no mesmo lugar.
Ela - Estou a falar da passagem de ano, pá.
Eu - Ah! Não, não sei.

Benazir Bhutto

Pervez Musharraf é o exemplo perfeito de como a política externa norte-americana se está perfeitamente nas tintas para aquilo que mais diz defender: a democracia. Tornou-se presidente do Paquistão, comandando em simultâneo as Forças Armadas, após um golpe de estado baseado num historieta que ele próprio inventou, e agora conseguiu assassinar uma das pessoas que, também por ser mulher, era uma das maiores esperanças para aquilo a que chamamos mundo muçulmano, ou seja, para o mundo todo: Benazir Bhutto.
Poucos minutos após a confirmação da sua morte, a sua página em português na wikipedia já estava actualizada.

conversa 478

Ela - Que é isso?
Eu - É um leitor de mp3 e mp4.
Ela - Que é isso, mp4?
Eu - É compressão mpeg de áudio e vídeo.
Ela - Compressão quê?
Eu - Mpeg, quer dizer moving pictures expert group. Existe o mpeg 1 que era a compressão dos vcd, o mpeg 2 que é a compressão dos DVD, o mpeg 3 que só comprime áudio e é daí que vem o nome mp3 e o mpeg 4 que, por exemplo, comprime os filmes que se tiram da net em divx. Assim rapidamente é o que te posso dizer...
Ela - Que seca. És um chato, sempre com essas coisas...
Eu - Mas... tu é que perguntaste...

12.26.2007

desespero

Um norte-americano roubou um avião para impressionar a namorada, segundo uma notícia do Portugal Diário, mas como estava com os copos acabou por incendiar um dos motores e entrar por um campo de soja até o avião parar.
Acredito que este é mais um caso de parcialidade nos meios de comunicação. Na verdade ela deve-lhe ter pedido umas cem vezes seguidas que ele fizesse alguma coisa para lhe provar que a amava. Em desespero tentou matar-se e não conseguiu.

meus caros amigos


Uma amiga deu-me, agora no Natal, este disco em vinil. Por acaso adoro o Chico Buarque e adoro especialmente este disco. Não é a mesma coisa ouvi-lo em mp3, mas como encontrei um link rapidshare para o baixar, dou-vos também eu esta prenda.

crónicas da cidade que sopra | aprende-se a fingir

Amanhã, como habitualmente, é publicada mais uma crónica no Diário de Aveiro.

Aprende-se a fingir. Na política, a mentira deixou de ser uma transgressão e passou ser uma arte, uma maneira sofisticada de comunicar e uma normal estratégia de veridicção, e os sorrisos duns são as lágrimas dos outros. O bem estar das pessoas deixou de ser uma preocupação e, em vez disso, passou a ser um inimigo a eliminar. Em nome duma coisa que se chama economia e que ninguém percebe realmente o que é.

pensamentos catatónicos (116)

A minha filha viu, num supermercado em Oiã (Oliveira do Bairro, Aveiro) onde foi com a mãe, um pai branco a ralhar com o filho porque ele estava a brincar com uma menina preta num dos corredores da loja. Passou a noite a pedir-me para lhe explicar a situação, mas a única explicação que lhe consegui dar foi que há pessoas inteligentes e há pessoas burras. Esse pai era burro.

conversa 477

Eu - Não pude ir porque estava doente.
Ela - Os homens são uns mariquinhas. Não podem ter uma constipação que parece logo que estão a morrer.
Eu - Pois, mas eu tive quarenta de febre.
Ela (em tom de gozo) - Tadinho..

casa de banho

O Tribunal da Relação do Porto confirmou a absolvição de Maria Clementina, a mulher de 63 anos que matou o marido à machadada após 40 anos de maus-tratos. Durante o julgamento soube-se, inclusive, que para ir à casa de banho precisava da autorização do marido.
Concordo com a absolvição, mas é de lembrar que há postos de trabalho em Portugal onde nem sequer se pode pedir autorização para ir à casa de banho.

12.25.2007

acreditar

É tão legítimo acreditar no Pai Natal como em Deus ou nos glutões.

12.24.2007

lingerie

O jn de hoje publica algumas sugestões para presentes de última hora. Se repararem bem a última sugestão é lingerie, um presente que qualquer mulher gosta de receber mas que poucos homens se atrevem a comprar, pois não sabem o tamanho certo ou têm medo de ousar em demasia. O mesmo jornal aconselha ainda os homens a não terem medo de se enganarem nas medidas e arriscarem.
Portanto, suponho que isto quer dizer que as mulheres não se importam de receber umas cuecas um número acima ou um sutiã um número abaixo. Ou não percebo as mulheres ou não percebo o jn...

12.22.2007

conversa 476

Eu - Já percebi que quando uma mulher me diz que é minha amiga é porque não quer nada de íntimo comigo.
Ela - O amizade é mais importante que o amor. É por isso.
Eu - Mais importante?
Ela - A amizade é uma laço supostamente duradouro entre duas pessoas, o amor nem por isso.
Eu - Hum...
Ela - Na nossa idade, claro. Aos vinte é diferente. Neste momento da minha vida já nenhum caso amoroso me pode decepcionar porque já tive todas as decepções possíveis, incluindo a tua. A amizade é diferente, ainda me pode decepcionar.
Eu - Ah!... e eu sou teu amigo?
Ela - Sim... tu és um excelente amigo, o melhor que eu tenho até, mas és um péssimo namorado. Nem sei como é que a tu ex te aturou quinze anos. Deve ser uma mulher do caraças...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

desejos

O "não compreendo as mulheres" deseja a todas as suas leitoras, neste Santo Natal, que não sejam obrigadas a ouvir o Coro de Santo Amaro de Oeiras em circunstância alguma. Pronto, e aos leitores também. Hoje estou um mãos largas...

12.21.2007

conversa 475

Ela - Recebeste o meu sms de feliz natal?
Eu - Recebi três vezes.
Ela - Três vezes?
Eu - Sim, queres ver? (mostro-lhe o meu telemóvel com as mensagens)
Ela - E não me respondeste.
Eu - Não me fizeste pergunta nenhuma.
Ela - Mas quando alguém nos deseja feliz Natal fica bem retribuir.
Eu - Feliz Natal, feliz Natal, feliz Natal, feliz Natal. Pronto, já te desejei quatro vezes. Mais do que tu a mim.
Ela - Oh!

para onde foram todas as mulheres?


A PaddyPowerbingo lançou um cartaz publicitário no metro de Londres que, após várias reclamações dos utentes, foi retirado. O cartaz mostra um homem de camisola levantada e um ar de seca a amamentar um bebé, com a frase "para onde foram todas as mulheres?".
O ar de seca dele, não se percebe bem se é por causa de estar a amamentar a cria ou se é por não saber onde pára a mulher. Na minha opinião, e tendo em conta que ele é inglês, deve-se apenas ao facto de a Inglaterra não ter sido seleccionada para o próximo Europeu de Futebol em 2008. Os ingleses não precisam ficar chocados.

9 comentários à floribella, person of the year 2007



Estive a ler os comentários ao blogue lucianaabreu.net e não sei se hei-de rir ou ficar deprimido. Estou mais inclinado, no entanto, para a segunda hipótese. Desde rapazinhos apaixonados a miúdas cujo maior sonho é ser como a Floribella, passando por pessoas desesperadas a pedir ajuda, há de tudo um pouco. Vejam só isto (os comentários estão copiados tal e qual, com erros e tudo):

1] rapariga gira disse …
linda minha florzita sabes eu sou tua visinha

2] Anónimo disse …
fases o teu papel muito bem.
bjs
ass:liliana

3] Anónimo disse …
ola luciana eu so do rapotacho perto de lisboa pro luso,eu vivo em frança eu vito na noite do ano novo na sic,eu adoro-te,tu ja falaste con u meu primo tiago,ele faz rap,chamese tiago,tu tas mesmo linda, u teu coraçao è d'oro,so kero uma coisa è ir a portugal pre verte otra vez, eu amo-te!!!!! ;)

4] Anónimo disse …
es linda queria que fieses a minhacasa

5] hugovilarinho disse …
estava um dia frio de rachar !jelado,derrepente la ao longe vi, uma rapariga tao linda e bella, eu para mim quem sera?e ela achegando-se lentamente perguntou!quem tu es,eu pasmado olhando para ELA respondi sou o HUGO VILARINHO! donde vives?eu vivo no porto, eu reprezento a floribella!e eu ho!nao me digues!es a tal luciana abreu??sim sou!ja nao te vejo ha muito tempo!
fomos a um bar beber um copo e ficamos amigos! como a luciana so ha uma estimei-na um abraço do teu amigo HUGO VILARINHO!

6]
Anónimo disse …
AAAAAAAAI
ÉS TODA BOA
AMO ESSA PERNAS E ESSE CU RECHONCHUDO...
TENS UMAS MAMAS MUITA BOAS ^^
COMIA-TE TODA LINDA

7] Anónimo disse …
ola menina juliana abreu sou 1grande fã sua ,é 1 mãe desesperada que escreve este mail,a algum tempo atras solicitei 1 credito a cofidis por dificuldades financeiras do qual ja me arrependi entretanto no final de 2006 fiquei desempregada e nao pude continuar a pagar as prestaçoes deste emprestimo que actualmente ja se encontra em contencioso o debito e de 12000 euros e eu nao tenho este dinheiro sou casada tenho 3 filhos e e so o meu marido a ganhar ca para casa e o seu ordenado nao chega para tudo ,a cofidis ameaça penhora de bens,se isso acontecer nao sei o que vai ser da minha vida,sei que mtªgente lhe deve pedir o mesmo e eu nao sou especial mas como me vejo nesta situaçao tenho que tentar tudo para a solucionar(o meu nome e claudia mendes),se me puder ajudar por favor responda a este mail,que deus a abençoe a si e a sua familia,por favor AJUDE-ME!o meu mail e leitemendes1@sapo.pt.

8] Anónimo disse …
es uma bergonha!

E pronto, como agora estamos na era da globalização, faço o meu comentário global, uma espécie de resumo do que a comunidade portuguesa quer dizer à Luciana:
9] Bagaço Amarelo diz...
Luciana, não sou teu visinho mas queria que fieses a minhacasa porque fases um papel muito bem. Podes até falar con u meu primo que faz rap, traser algum dinheiro porque solicitei 1 credito a cofidis que actualmente ja se encontra em contencioso, ou achegar-te a mim lentamente com as tuas mamas que são muita boas. Aaaaaai! Que deus te abençoe mas comia-te toda embora sejas uma bergonha. eu ho!nao me digues!

12.20.2007

2007

1] Se eu trabalhasse no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, mesmo que fosse necessário recorrer à tortura, obrigava os 23 imigrantes que deram à costa algarvia numa embarcação que eu não usava nem para atravessar a minha banheira, a dizer onde é que mantêm preso o Rei D. Sebastião. Se não dissessem, obrigava-os a passar o fim do ano na Madeira.

2] Coimbra vai ser uma das cidades portuguesas onde vale a pena passar o ano, numa cena cool organizada pelo Rodobalho. Eu, por exemplo, se não estiver em Coimbra, recuso-me a passar o ano.

3] A Time escolheu o Putin como a person of the year 2007. O Não Compreendo As Mulheres discorda e amanhã revelerá a sua própria person.

zombie

Estou no terceiro dia consecutivo de febres e mal estar geral. Para além de andar a dar nas drogas como gente grande, estou quase sem voz e a deitar um líquido verde pelo nariz. Também estou com umas olheiras enormes, o cabelo comprido e os lábios secos. Se alguém quiser fazer um filme com um zombie aproveite agora. Basta mandar-me um email...

para acabar de vez com a cultura

Há bocado vinha a conduzir e ouvi, numa rádio qualquer, uma música da Shakira muito bonita. Chama-se "Whenever, Wherever". Para quem gosta de gozar com as letras da música pimba nacional, epá... vejam bem este versos:

Lucky that my lips not only mumble
They spill kisses like a fountain
Lucky that my breasts are small and humble
So you don't confuse them with mountains

ou seja

Sorte que os meus lábios não resmungam
Espalham beijos como uma fonte
Sorte que os meus seios são pequenos e humildes
Assim não os confundes com montanhas

ou seja

A Shakira está contente por ter as mamas pequenas porque assim ninguém as confunde com montanhas. Não compreendo as mulheres...

conversa 474

(pelo telefone)

Ela - Sempre passas aqui hoje?
Eu - Não vai dar para ir aí. Estou mesmo doente e até estou afónico...
Ela - Mas estás a falar comigo.
Eu - Mas não notas nada de estranho na minha voz?
Ela - Sim, mas afónico é sem voz nenhuma. Tu ainda consegues falar qualquer coisa. Podes muito bem cá vir.
Eu - Mas estou doente, percebes? Não estou com vontade de ir aí só para te instalar uns programas no computador.
Ela - Isso é má vontade. Para instalares programas no computador nem precisas falar.

12.19.2007

missão comprida... ou melhor, cumprida



Consegui, mais uma vez, comprar todas as prendas de Natal sem ter uma depressão catatónica e nervosa. Porque sou ecologista consciente, embrulho todas as prendas em papel de jornal. É por isso que ninguém vai receber cuecas brancas...

este post é só para a Carla Bruni

Carla Bruni, não andes com o Sarkozy, pá. Está bem que o gajo é presidente da França e tem mais dinheiro do que eu mas, em abono da verdade, não lhe encontras mais qualidades. Por outro lado há muitas coisas em que eu sou melhor do que ele. Olha, por exemplo: ele tem 53 anos e tu 39. Eu tenho 36 mas os meus amigos dão-me 39, ou seja, estou muito melhor para ti.
Além disso... a sério, quem é o gajo que leva a namorada a passear na EuroDisney? Só um tolo. Cá para mim ele tem um fetiche sexual qualquer e vai-te obrigar a vestir como a Minie enquanto ele se veste de Mickey, e depois vai-te gritar coisas tipo: "anda cá ó rata!". Eu só tenho um pequeno fetiche mas é inofensivo. Visto-me de primeiro-ministro português (é só pôr um fato e fazer um sorriso tipo Manuela Moura Guedes mas com beicinho) e tu tens que me chamar engenheiro durante a cópula. Mais fácil, não? Além disso, durante o sexo, é como se eu fosse um político importante também.
Mais ainda, prometo não te levar a nenhum parque temático desses para crianças. São para crianças, pá. Olha, vens para Portugal e eu levo-te a comer uns tremoços e a beber uns canecos durante um jogo do Beira-Mar. Já pensaste bem? Um estádio de futebol com trinta e cinco mil cadeiras só para nós os dois... onde é que o Sarkozy te arranja isso? Em lado nenhum...
Carlinha, a sério... olha, ainda por cima o gajo é húngaro. Não é um francês puro como o actual presidente da França quer. Qualquer dia é expulso e, aliás, tu também, que nasceste na Itália. Está bem que ele é o presidente da França mas, maluco como é, expulsa-se a ele mesmo e a ti também. Olha, se isso acontecer podes vir para minha casa à vontade. Só não o podes trazer a ele.

conversa 473

Ela (referindo-se a um prato de massa com atum) - Só vais comer isso?
Eu - Só. Assim doente não tenho fome.
Ela - Isso não é nada. A tomar comprimidos devias comer mais e melhor.
Eu - Não me apetece. Se quiseres jantar aqui tenho bacalhau no frigorífico para assar, tenho pescada congelada e dois bifes. Cozinhas é tu que eu não estou com paciência.
Ela - Eu não vou jantar.
Eu - Isso é que te faz mal: não comer...
Ela - Preciso de emagrecer uns quilinhos.
Eu - Não precisas nada, pá. Que mania.
Ela - Preciso sim.

pão com manteiga

Já não comia um pão com manteiga há séculos. Há bocado quando cheguei a casa, depois de estar uma noite inteira a passar música com febre, apeteceu-me e comi. Isto não interessa nada, pois não? Apeteceu-me dizer...

12.18.2007

conversa 472

(no centro de saúde da Glória, em Aveiro)

Ela - Você pertence à Unidade de Saúde Familiar Moliceiro. A sua hora de atendimento nas urgências hoje já passou.
Eu - Eu não pedi para pertencer a Moliceiro nenhum e, se é um episódio de urgência, não percebo como é que a hora pode ter passado.
Ela - Nesta unidade o seu médico de família está disponível uma hora por dia, de segunda a sexta, para o atender numa urgência. Vou-lhe dar o horário que é para, na próxima vez, já saber...
Eu - Mas eu estou cheio de febre. Preciso ser visto por um médico. Está-me a dizer que, por serem onze e meia e o meu médico de família ter saído às onze, não vou ter consulta?
Ela - Posso tentar que outro médico o veja mas isso, provavelmente, só às seis da tarde.
Eu - Às seis da tarde... vou ao hospital, então. Nem estou com forças para discutir.
Ela - Não posso fazer nada.

sala de espera

1] No centro de Saúde da glória, em Aveiro, onde estou inscrito, descobri hoje que agora só posso adoecer a determinadas horas do dia e de segunda a sexta. Passaram-me para uma coisa que não sei muito bem o que é mas que se chama USF Moliceiro, onde o meu médico de família está disponível para consultas de urgência uma hora por dia. Depois de passada essa hora não há nada pra ninguém.

2] No hospital distrital de Aveiro, apesar das quase três horas de espera, fui atendido por uma médica ucraniana que, para além de ser muito simpática, pareceu-me levar a sério o que faz. Menos mal.

3] Na sala de espera estava uma mulher sentada à minha frente daquelas que têm um je ne sais quois. Era morena de cabelos compridos e muito bonita, com um casaco castanho comprido. Às vezes curvava-se um bocado e parecia bastante mal disposta. Ia perguntar-lhe se precisava de alguma coisa quando ela se levantou e foi à porta ter com o namorado. Bolas!

4] Uma senhora com um ar alucinado passeava-se num dos corredores do hospital e deixou um chinelo para trás. Tentei calçar-lho mas não consegui, por isso fui chamar o segurança que, por sua vez, chamou uma enfermeira. No fim, depois de muito esforço e com ajuda dos três, lá conseguimos calçar-lhe o chinelo.

5] O sistema de som repetiu várias vezes a voz dum médico a chamar "Manuel Almeida à cirurgia". O Manuel Almeida não se levantava de cadeira nenhuma e por isso, mais ou menos uma hora depois, o médico veio mesmo até à sala de espera perguntar por ele. Era um homem que estava numa cama, encostado e esquecido a uma parede, que não se conseguia mexer nem falar.

6] consulta no hospital: 7,75€, reuxen naproxeno 500 mg: 12,27€, azitromic alter: 2,99€, dafalgan paracetamol: 1,26€, locabiosol: 7,95€. Total: 32,22€

playlist

Para quem ouviu a transmissão online do couscous prosjekt, ontem na rádio Terranova, fica aqui a playlist. Note-se que, no caso da mariem Hassan, actualmente exilada em Espanha, coloco como origem o Sahara Ocidental porque ela luta pela sua indepência como país.

1] mamani keita – yelema || mali

2] dilon djindji - maria teresa || moçambique

3] tinariwen - oualahila ar tesinam || mali

4] mariem hassan – magat milktna dulaa || sahara ocidental

5] kemuli string band – my father, my heart || papua nova guiné

6] Lila Downs – transito || méxico

7] Beirut –
Mount Wroclai (Idle Days) || eua
8] Stockholm Lisboa project – Linda Rosa
|| portugal/suécia
9] Apollo Nove – Traz um alívio
|| brasil
10] Seu Jorge – carolina
|| brasil
11] zinaida kikina – vano || moldávia

12] the klezmatics – kats un moyz
|| eua
13] Marta Gómez – La ronda
|| colômbia

medicinas

O divorciado está doente. Vai agora ao médico e depois, se tiver forças, ainda vai trabalhar, voltar do trabalho, fazer o jantar e passar música no melhor bar do mundo. Pelo menos para esta última tarefa há-de ter forças.
Só espero é não ser atendido pela mesma médica que me atendeu na última vez. É sempre mau uma mulher tão bonita mandar-nos abrir a boca e pôr um pau lá dentro, mas pior ainda é quando ela diz "vá, abra a boca, não seja criancinha". É por esta e por outras que, logo que possível, passo a optar pelas medicinas não convencionais.

12.17.2007

só para lembrar você...

couscous prosjekt na rádio terranova [aveiro, portugal em 105 fm | online em http://www.terranova.pt]

caracas | 17 de dezembro | 19:01
buenos aires, santiago do chile | 17 de dezembro | 20:01
rio de janeiro, são paulo | 17 de dezembro | 21:01
bamako, casablanca, lisboa, dublin, londres | 17 de dezembro | 23:01
argel, berlim, copenhaga, luanda, madrid, oslo, paris | 18 de dezembro | 00:01
ancara, cairo, helsínquia, kiev, maputo | 18 de dezembro | 01:01
antananarivo, bagdade, mogadíscio, moscovo | 18 de dezembro | 02:01
hong-kong, manila, pequim | 18 de dezembro | 07:01
sidney | 18 de dezembro | 10:01

18 de dezembro | 22:30 | ao vivo no clandestino bar | Aveiro, Portugal

conversa 471

Ela - Gostava muito mais de Aveiro quando os prédios não passavam de dois ou três andares.
Eu - Também eu. Havia mais luz nas ruas...
Ela - Ah! mas eu nem é por isso. É que dantes passava em frente a uma obra qualquer e levava sempre um piropo. Agora os trolhas estão lá para cima, no décimo andar, e nem vêem as gajas a passar.
Eu - Ah!

12.15.2007

conversa 470

Ela - Podes ter a certeza que foste um homem de quem gostei mesmo muito. Aliás, ainda gosto.
Eu - Tivemos uma relação um bocadinho curta, infelizmente... pelo menos para quem se gosta tanto...
Ela - Mas em menos dum mês fingi mais vezes ter orgasmos do que na minha vida inteira.
Eu - A sério? Comigo?
Ela - Sim, e olha que quando eu finjo que estou a ter orgasmos com um gajo é porque gosto mesmo dele.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

12.14.2007

conversa 469

Ela - Ainda não fizeste árvore de Natal...
Eu - Este ano não faço.
Ela - Porquê?
Eu - Não me apetece.
Ela - Devias fazer.
Eu - Mesmo sem me apetecer?
Ela - Sim.
Eu - Porquê?
Ela - Porque é Natal.
Eu - Ah!

online transmission

Na próxima segunda-feira, 17 de Dezembro às 23:00 em Aveiro (01:00 em Maputo, 21:00 em São Paulo e 03:00 em Bagdade), o Couscous Prosjekt vai estar na Rádio Terranova, com transmissão online e frequência modelada.

onde vais camionista bonita?

O José Cid, grande ícone da música portuguesa, tem uma canção que se chama Portuguesa Bonita, onde diz que já correu mundo, mas ficou com a certeza de que a mais meiga é mulher portuguesa. Para ser sincero, na minha humilde opinião de homem internacionalmente falhado no que toca a mulheres, o termo "mais meiga" poderá não ser o mais adequado às portuguesas em geral, pelo menos se tiver em conta a quantidade de vezes que já fui agredido. No entanto, e no que diz respeito a "correr mundo", a mais bonita é mesmo portuguesa. Chama-se Ana Paula Gonçalves, é camionista, e foi eleita Miss Greve durante a recente greve de camionistas em Itália.
Uma coisa já sei: na próxima vez que eu visitar outro país europeu vou à boleia...

12.13.2007

pensamentos catatónicos (115)

Tive um dia de merda, se calhar porque trabalho na cidade portuguesa com mais parolos por metro quadrado: Espinho. Mais desenvolvimentos na próxima semana.

pensamentos catatónicos (114)

Hum... no nome deste blogue há, logicamente, alguma ironia. Muitas vezes não me compreendo a mim mesmo mas deitar a culpa nas mulheres é sempre mais fácil. Pelo menos deixa-me de consciência tranquila. Não as compreendo, claro, mas como é que alguém que não se compreende a si mesmo vai compreender outra pessoa?

12.12.2007

mulheres que eu gostava de poder não compreender (61)



nome: Emiliana Torrini
origem: Islândia
info: nasceu na Islândia em 1977. A cantar lembra um bocadinho a sua compatriota Bjork. Começou a carreira com uma banda mas já tem dois discos a solo. É bonita. É encantadora. Vejam o site oficial dela aqui.

conversa 468

Ela - Opá, estou ansiosa que este ano acabe.
Eu - Porquê?
Ela - Que é para começar outro.
Eu - Ah!

conversa 467

(na loja do Media Markt)

Ela - Este disco é muito bom.
Eu - Não conheço tudo. Mas tem O Rappa, Nega Gizza, Nação Zumbi, Dj Dolores.... sim parece fixe.
Ela - Ah! Eu nem conheço nada. Estava a falar por causa da capa.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

12.11.2007

sindicatos, natal, amor e pré-divórcios

1] Sou o único sindicalizado no meu local de trabalho. Actualmente, devido aos salários em atraso e, principalmente, a uma total falta de respeito pelos funcionários. O meu sindicato defendeu-me a mim e a todos, e da melhor forma. Ainda vale a pena ser sindicalizado.

2] Principalmente devido ao ponto número 1, ando mesmo sem espírito natalício nenhum, mas como recebi um email a pedir para divulgar um site cuja missão é Levar o Espírito de Natal a toda a Internet, aqui está ele.

3] A Vera Fischer diz que o pai a mandava ler Hitler e diz também que está sozinha mas se pintasse alguém a dizer "amo-te" ficaria muito feliz... Vera, para que fiques feliz, eu amo-te!

4] Hoje ouvi, enquanto tomava um café apressado, uma mulher a dizer àquele que penso ser seu marido: "vai sair, bebe um copo, apaixona-te pá! mas deixa-me em paz!". Não me consigo esquecer de duas coisas: nem do ar desesperado dela, nem do ar ausente dele.

conversa 466

(por telefone)

Ela - Almoças comigo?
Eu - Sim, até almoço. Onde é que queres ir?
Ela - Sei lá. Não me apetece almoçar.
Eu - Então... não percebo.
Ela - Vamos lá. Pedes só tu uma dose e eu como um bocadinho da tua.
Eu - Pronto, ok...
Ela - Se depois continuar com fome, peço mais e comes tu um bocadinho da minha.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

incompatibilidade estrutural

Uma vez uma amiga íntima disse-me, naquela hora pós-sexo em que só se diz verdades, que não ia ter nenhuma relação com nenhum homem porque sofria duma coisa a que chamou “incompatibilidade estrutural” com os homens. Isto é, gostava de homens mas não havia estrutura emocional e/ou cognitiva que conseguisse construir com nenhum, por isso tinha optado por se manter assim, com encontros causais mais ou menos regulares. Depois disse-me que achava que eu era mais ou menos como ela.

Na altura não dei importância nenhuma ao que ouvi. Pensei que era uma forma dela me dizer que a única coisa que queria de mim era sexo e, uma vez por outra, uma ida ao cinema para sentirmos que também éramos amigos. E durante algum tempo foi assim.

Agora, cada vez mais me convenço que ela tinha razão. Sofro da mesma incompatibilidade estrutural e o meu maior problema é não aceitar isso com facilidade. Na minha faixa etária, definitivamente, uma das coisas mais fáceis de conseguir é sexo, às vezes bom outras vezes mau. No entanto, uma das coisas mais difíceis de conseguir é ser estruturalmente compatível com alguém.

Essa estrutura, às vezes, chega a atingir uma tamanho considerável mas nunca se sustenta em bases sólidas. Estou a pensar que o melhor é resignar-me à minha vidinha de quecas soltas, jantares isolados e uma ou outra ida ao futebol. Não é o melhor mas também não é o pior.

nem ao diabo

O Zeca Diabo desafiou-me a escrever 5 frases que não lembrariam nem ao diabo.

1] O Isaltino Morais é inocente.
2] O Valentim Loureiro é honesto.
3] A Fátima Felgueiras é inocente.
4] O Scolari é treinador de futebol.
5] O Sócrates é engenheiro.

Agora passo este desafio a todos os leitores que queiram e não tenham o nome a começar por Y.

12.10.2007

conversa 465

Ela - Não gosto muito.
Eu - É legítimo, mas consegues explicar porquê?
Ela - É abstracto. Não gosto de arte abstracta porque não a percebo.
Eu - Hum... tudo bem. Não deixa de ter piada porque para mim é um quadro figurativo.
Ela - A sério? E o que é que representa?
Eu - Por ser figurativo não tem que representar figuras óbvias, na minha opinião. Aliás, eu não percebo a motivação de retratar em pintura aquilo que é óbvio.
Ela - É o que eu faço.
Eu - Eu sei. Já vi os teus quadros. Disse que não percebo mas não disse que não aceito. Eu aceito. Acho que deves pintar o que te apetece.
Ela - Mas não gostas dos meus quadros.
Eu - Acho que tecnicamente és muito boa. A sério... mas a verdade é que não nunca vi um teu que me desse realmente pica.
Ela - Pois. Mas também não gosto deste. Não consigo é explicar bem porquê.
Eu - Nem tens que explicar, na minha opinião. Gostar ou não gostar é uma emoção, e as emoções não têm que ser todas racionalizadas.
Ela - Sim. Mas gostei que me achasses tecnicamente muito boa. (ri-se)
Eu - Não me estava a referir à cama. Estava mesmo a referir-me aos teu quadros.
Ela - Porquê? Na cama achas-me abstracta?
Eu - Não. Definitivamente figurativa... mas não tão óbvia quanto isso.

ready-made

Nada disto é grave. É só falta de vontade. Na banca da cozinha estão dez pratos com restos de comida ressequida e alguns talheres espalhados. Rio-me. A minha banca da cozinha podia ser uma peça qualquer de arte contemporânea. Um ready-made, por exemplo. O fundo dos copos recorda-me tudo o que bebi nos últimos cinco dias: cerveja na quarta-feira, vinho tinto na quinta-feira, laranjada na sexta-feira, vinho branco no sábado e novamente cerveja no domingo. Porque é que raio bebi laranjada na sexta? Não sei. Às tantas estava bêbado.

conversa 464

Ela - Não fizeste a barba.
Eu - Fiz sim.
Ela - Não fizeste toda a barba, quero dizer. Só fizeste metade.
Eu -Ah!

12.09.2007

aquela gaja acorda um morto


A agência fúnebre italiana Cofanifunebri, mais uma vez, lançou o seu calendário para o próximo ano com fotografias de caixões e mulheres em roupa interior. Eu tenho um amigo que, cada vez que vê uma mulher capaz de fazer parar o trânsito, diz sempre: "epá, aquela gaja acorda um morto". Talvez o dono desta agência esteja a tentar comprovar o facto. Consta que ainda não conseguiu. Eu, por mim, dou liberdade a qualquer uma delas para me tentar acordar quando eu morrer.

conversa 463

Ela - O gajo é um cobarde. Atacou-me cobardemente e tu ainda te ris.
Eu - Achei piada à tua reacção. Foi só isso.
Ela - O gajo foi um cobarde. Os homens são todos uns cobardes.
Eu - Epá, tem calma. É só um jogo na internet...

cimeira Europa/África

Marido e mulher vivem juntos mas já não se conseguem aturar um ao outro. Dormem em quartos separados, cozinham cada um para si a horas diferentes e compraram uma televisão nova porque gostam de programas também diferentes. Só falam um com o outro para discutir quem é que deve pagar as contas da água, do gás e da electricidade. Às vezes também embirram porque precisam de ir à casa de banho ao mesmo tempo e, ou ela gasta horas a pintar o cabelo e a fazer a depilação, ou ele se põe a ler o jornal enquanto defeca. No entanto, quando saem para encontros sociais, vão juntos e fingem que está tudo bem na relação. No fundo, discutem muito mas continua sempre tudo na mesma.
Na cimeira União Europeia/África, que terminou hoje em Lisboa, tentaram sorrir um para o outro mas não conseguiram. Acabaram por discutir um bocadinho mas sempre com a voz baixa, não fosse alguém perceber que a relação está em crise. Amanhã vai continuar tudo na mesma: no Zimbabué, no Sudão e em Cabinda, por exemplo. Entretanto, a Europa vai fazendo a depilação no corredor enquanto África lê o jornal e caga.

12.08.2007

conversa 462

Ela – Opá, segunda-feira não posso. Tenho que ir à depilação. A minha zona pélvica já parece a floresta amazónica.
Eu – Eu também tenho que fazer a barba. Faço a barba e depois vou.
Ela – Mas fazer a barba e a depilação não é a mesma coisa.
Eu – Pois não. A barba toda a gente vê, a tua zona pélvica não. A barba é mais urgente.
Ela – Sabes lá se vais ver ou não.
Eu - Ah!

por morrer uma andorinha não acaba a primavera

Já ouvi duas vezes hoje o concerto do Carlos do Carmo, no Olympia de Paris, em 1980. Os meus pais tinham este disco quando eu era pequenino e eu ouvia repetidamente "Os Putos". Adorava os versos "Uma fisga que atira a esperança / Um pardal de calções astuto / E a força de ser criança / Contra a força dum chui que é bruto". Para mim o Carlos do Carmo era um adulto que legitimava algum meu eventual mau comportamento de criança, e por isso gostava dele.

Agora, no mesmo disco, ouço mais vezes o "Por morrer uma andorinha". Adoro os versos "Se deixaste de ser minha / Não deixei de ser quem era / Por morrer uma andorinha / Não acaba a primavera / Como vês não estou mudado / E nem sequer descontente / Conservo o mesmo presente / E guardo o mesmo passado". Para mim o Carlos do Carmo é agora um adulto que conhece bem os divorciados.

Descobri um blog com muita música portuguesa para baixar, incluindo este...


12.07.2007

conversa 461

Ela - De um a dez quanto é que gostas de mim?
Eu - Dois.
Ela - Só?
Eu - Só?! É o melhor...
Ela - É pouco.
Eu - És uma pessoa muito quantitativa. Eu sou mais qualitativo. Dois é o número mais bonito.
Ela - Porquê?
Eu - De perfil parece um cisne. Os cisnes, não sei se sabes, nunca se divorciam. Ficam juntos até à morte.
Ela - Ena...

conversa 460...

...ou como é que eu fico feliz por haver gajos ainda com menos jeito do que eu.

Ele – Oh minha peruazinha, um café aqui pró que te há-de saltar em cima!
Ela – Desculpe!
Ele – Um café. Imediatamente. Tenho que ir trabalhar.
Ela – O que é que me chamou?
Ele – Não interessa. Chamei, está chamado.
Ela – Não lhe admito que me chame o que quer que seja nem me fale nesse tom.
Ele – E eu, nem à minha mulher admito que me responda assim. Tire-me lá o café e cale-se.
Ela (apontando para mim) – E este senhor está primeiro.
Ele – Este senhor não vai trabalhar de certeza. Não se importa que eu passe à frente. Além disso pode tirar dois cafés ao mesmo tempo. Vá lá, que é pra isso que o patrão lhe paga.
Eu – Importo, importo.
Ele (virando-se para mim) – Ahn?
Eu (virando-me para ela) – Eu importo-me que este senhor me passe à frente e quero um café tirado sozinho. Fica melhor do que quando se tiram dois duma vez.
Ela (ri-se e começa a tirar o café lentamente)
Ele – Ai! Temos festa, temos...
Ele (virando-se para mim de novo) – Olhe que não vale a pena arma-se em [não percebi bem o que ele disse mas acho que foi Dom Duarte]. Esta já tem dono. Daqui não leva nada.
Eu (virando-me para ele) – Não tenciono manter conversa consigo. Não o conheço.
Ele (vai-se embora sem tomar café e bate com a porta com toda a força) – Nunca mais aqui ponho os pés!
Ela – Ele diz que nunca mais cá vem mas amanhã já cá está outra vez. Antes não viesse.

respostas a perguntas inexistentes (19)

Às vezes lembra-se dela. Muitas vezes até. Deram um beijo para experimentar se era bom e não, não era. Na verdade não sabia a nada. Nem a um nem a outro, o que era óptimo porque assim, quando crescessem e casassem não iam andar aos beijos por tudo e por nada.
Ela também se lembra dele. Muitas vezes até. Ele soprou-lhe por entre os dedos quando, uma vez, a professora lhe deu cinco reguadas. De vez em quando ainda sente esse vento primaveril acariciar-lhe a palma da mão.
Há dias cruzaram-se na agitação domingueira dum centro comercial. Não se reconheceram.

mais loira que um miúdo de dez anos II

A propósito do post anterior, perguntei hoje à minha filha, que tem oito anos, qual é a capital da Hungria. Budapeste, respondeu ela. Até nem estava à espera que soubesse... mas sabe. O mais interessante, no entanto, nem é isso. Quando lhe contei que tinha visto uma adulta americana a ser gozada na televisão por não saber que Budapeste é a capital da Hungria, respondeu-me "oh, coitadinha, também as pessoas gozam com as outras por qualquer coisa. Ela não sabe isso mas de certeza que sabe outras coisas, não é papá?". Eu engoli em seco, calei-me, e continuei a conduzir com a cabeça entre as orelhas. A reacção dela foi melhor que a minha, de facto.

12.06.2007

mais loira que um miúdo de dez anos



ou porque é que durante alguns segundos, injustamente, admito que pensei para mim mesmo: "tenho que arranjar uma morena". lololololol

tem que engordar

Letizia, a princesa das Astúrias, tem que ganhar uns quilitos. Dizem que sofre do mal das princesas, ou seja, de anorexia. Nunca percebi muito bem o ideal de beleza que está por trás desta doença, nem como é que uma pessoa adulta com 45 quilos se pode achar gorda quando se vê ao espelho. Uma coisa sei, é uma doença tendencialmente feminina, talvez porque elas sintam muito mais a pressão de terem que ser elegantes do que eles. Não sei... mas é mau.

no comments

acho que o blogger está com um pequeno problema nos comments. durante o dia todo não tive quase nenhum e agora, às cinco da manhã, tinha trinta e seis.

12.05.2007

não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma

1] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma: No meu Hi5, a brincar, pus no meu perfil que falo Urdu, Turco, Tagalo, Outros, Japonês, Hindi, Hebraico, Chinês e Árabe. Hoje recebi uma mensagem duma miúda de Tunis que não consigo ler.

2] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma. Quer dizer, esta até sei: A skinstorm também acha que este blogue não é mau de todo. Obrigado skinstorm... :)

3] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma: Estou no mercado negro e está a dar uma música qualquer de heavy-metal com um gajo com gritos fininhos e agudos. Gosto do mercado negro mas não gosto de músicas com gajos com gritos fininhos e agudos. Não gosto dos Deep Purple.

4] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma: Ela telefonou-me e disse-me que gosta de mim, assim de repente, e convidou-me para sair na sexta à noite. Gostas como? perguntei. Assim de gostar, respondeu ela. Sexta à noite estou a trabalhar. Há cerca de dois meses eu era um gajo odiável e asqueroso. Definitivamente não percebo as mulheres.

5] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma: estou quase a compreender uma mulher. Pelo menos é que eu acho.

6] Não sei porque é que vou dizer isto mas vou na mesma: se hoje eu pudesse pedir um desejo qualquer. Assim mesmo qualquer... era um homem-aranha daqueles que aparecem na televisão a cantar uma música sobre aranhas. Nunca vi brinquedo mais estúpido. Acho que a nossa espécie bateu no fundo.

dezembro(lhar) e ouvir

Ainda por confirmar, porque Dezembro é um mês complicado que chegue, mas as datas prováveis do Couscous Prosjekt, são estas:

17 de dezembro: couscous prosjekt na rádio terranova (com transmissão via internet)
18 de dezembro: couscous prosjekt no clandestino bar, em Aveiro
24 de dezembro: couscous prosjekt (sempre na tal) no clandestino bar, em Aveiro

crónicas da cidade que sopra | aniquila-se o silêncio numa noite

Amanhã, no Diário de Aveiro, mais algum silêncio aniquilado.

Aniquila-se o silêncio numa noite, da forma mais imediata possível, para afastar a solidão. Caminha-se pela fria taciturnidade das montras na avenida principal, percutindo os passos com a convicção de quem sabe para onde vai. Mas não se sabe. Nunca se sabe. Ora se entra num bar despovoado, ora num cinema atapetado por cadeiras vazias, ora numa loja cuja luz mais intensa é a do painel da saída. Às vezes, nem se sabe bem porquê, nem se entra em lado nenhum, e a luz da Lua é a única que nos vê calcorreando cada esquina da cidade que sopra.

conversa 459

Ela - Eu sei ler mãos. Gostava de ler a tua. Deixas-me?
Eu - Ler a minha mão?
Ela - Sim. É quiromancia, já ouviste falar?
Eu - Já.
Ela - Posso ler a tua? Pelo menos a direita...
Eu - Não vale a pena.
Ela- Tens algum medo?
Eu - Não. Não tenho é nada lá escrito.

12.04.2007

este blogue nem é mau de todo...



Este blogue até que não é mau. Pelo menos é o que o Flávio (com f de folha) acha. Se calhar é por isso que era para ter um futuro brilhante mas agora nem por isso... lol

coisas que fascinam (64)

Há mulheres que adivinham o que as outras nos vão dizer. Isso acontece mais com mulheres que gostamos muito.

conversa 458

Ele - As gajas são sempre iguais. Querem ser umas rainhas, sentir que um gajo lhes dá toda a importância enquanto elas nos dão o desprezo. Depois, quando um gajo se afasta, ficam fodidas.
Eu - Pois. Até te queria contrariar mas neste momento da minha vida não consigo. Não são todas assim mas, de facto, há muitas assim.
Ele - Não ligo mais nada a gajas a partir de agora.
Eu - Pois, nisso é que eu já não acredito.

conversa 457

Ela - Anda aqui a casa um bocadinho...
Eu - Agora não posso. Tenho mesmo que ir trabalhar. Ando muito ocupado, sabes?
Ela - Nunca tens é tempo para mim...
Eu - Nunca tenho tempo para ti?
Ela - Pois.
Eu - Mas... se eu te conheci ontem à noite...
Ela - Pois, e já estás a evitar-me.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

a minha sogra é um boi

Dois expoentes máximos da cultura contemporânea portuguesa, o Carlos Paião e os Mata-Ratos, deixaram para a posteridade duas visões muito particulares sobre as sogras. O primeiro com a ajuda do Herman José, o segundos sem ajuda nenhuma (há quem garanta que conseguiram escrever a letra sozinhos). O primeiro com a música "Prás Sogras que Encontrei na Vida", os segundos com a peça sonora artística "A Minha Sogra É um Boi".
O Carlos Paião cantava versos como: "As sogras que na vida tive / Não sei se alguma sobrevive /Aquela em que bati /A outra em que mordi / Eram piores que Deus me livre", o que nos leva a acreditar que as sogras são piores que Deus nos livre". Por seu lado, os Mata-Ratos cantam: "Estávamos em casa sem nada para fazer / Fomos para a cama e começámos a foder / Tudo estava bem ate certo momento / Apareceu a minha sogra pior que um jumento", o que nos leva a acreditar que as sogras são piores que um jumento e que, como elas são bois, os bois também são piores que jumentos.
Enfim... acho que as sogras são umas incompreendidas. Os bois, aliás, também. Os curiosos podem baixar as músicas neste link rapidshare.

12.02.2007

cinco pensamentos domingueiros

1] Não tenho televisão em casa, ou melhor, tenho mas não está ligada à antena. Só a uso para ver filmes. Há bocado fui tomar café e vi uma publicidade ao kinder délice em que uma miúda, à hora do lanche, olha para dentro do saco e, ao ver o que os pais lhe prepararam diz "Oh! Não". Depois, a merda do kinder délice é apresentada como o produto que os pais lhe deviam ter comprado. Há tantos idiotas a fazer publicidade, pá. Não sei o que vou preparar esta semana à minha filha para ela levar para a escola, mas kinder délice não vai ser de certeza.

2] Hoje estive ao lado de, provavelmente, uma das mulheres mais bonitas que já vi. É preta e no cabelo tem uma madeixa loira. Estava a ler uma revista qualquer no café. Deixei-me estar ali cerca de um quarto de hora a mais do que o previsto, já com a chávena vazia, só porque estava bem.

3] O Beira-Mar perdeu em Gondomar.

4] O Mali é o país da música. Gostava mesmo de arranjar dinheiro para fazer uma viagem pelo país inteiro, não em hotéis mas de tenda e saco cama às costas. Talvez daqui a dois anos consiga aterrar em Bamako. Vou começar a ler mais sobre este país francófono. Apetece-me. Neste momento estou a ouvir o Silanidé, dos Super Rail Band.

5] Neste momento estou com uma pedrinha na alma. Agora vou jogar Civilization um bocadinho e depois vou jantar a casa duma amiga. Até logo.

gata


Ontem fui atacado por uma gata. Nada de interpretações erradas. Infelizmente foi mesmo por uma gata.

conversa 456

Ela - Não te explicas muito bem, tu. Devias ser mais claro.
Eu - Não posso. Agora não posso.
Ela - Porque é que não podes?
Eu - Não é bem não poder. Não me apetece. É mais isso.
Ela - Queres beber um uísque para ganhar coragem?
Eu - Não. Não estás a perceber. Não é falta de coragem, é falta de vontade.
Ela - Eu acho que é falta de coragem.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

12.01.2007

memória de baleia 5


Jane Birkin | Aveiro | teatro Aveirense | 30 Novembro 2007

Jane Birkin vai fazer 62 anos este mês de Dezembro e esteve ontem em Aveiro, no teatro Aveirense. Veste-se como uma menina de doze anos, tem ainda a mesma encantadora voz frágil de "je t'aime moi non plus" e um sorriso do tamanho do mundo, num cocktail que se transforma num charme que nunca mais acaba. Em palco fala mais do Serge Gainsbourg do que dela, como se o amor nunca morresse. E talvez nunca morra...
A fotografia não é a melhor, mas os parolos do teatro Aveirense não deixam fotografar. Mal tirei a primeira, ainda ao Tcheka, veio logo uma gaja chatear-me a cabeça. Depois tive que tirar esta às escondidas.
A propósito, num concerto minimalista, apenas com mais dois músicos em palco, Tcheka aqueceu muito bem uma noite fria. O último cd dele é excelente, mas ao vivo ainda é melhor.

11.30.2007

conversa 455

[com uma amiga com quem joguei a meias no euromilhões, enquanto nos dirigimos para o carro dela no parque de estacionamento do fórum Aveiro]

Ela - Quem é que fica com o talão do jogo?
Eu - Podes ficar tu. Eu confio em ti.
Ela - Não queres tirar uma cópia?
Eu - Não. Para quê?
Ela - Para veres se acertarmos. Normalmente esqueço-me dessas coisas.
Eu - Vês quando quiseres. não há pressa...

(ao chegar ao carro)
Ela - O que é que fazemos se acertarmos?
Eu – Dividimos o prémio ao meio, evidentemente.
Ela (procurando nos bolsos) - olha, acho que perdi a chip coin.
Eu - Perdeste o quê?
Ela - A moedinha que serve de talão para pagar o estacionamento.
Eu - Olha, afinal não confio em ti. Dá-me o talão do euromilhões, por favor. Logo à noite já não sabes onde é que puseste isso.
Ela - Ok... é melhor, é.
Ela (procura na carteira) - Olha... também não encontro o euromilhões. Se calhar deixei-o no café.
Eu - Deixa estar que eu vou lá num instante.

(passado um minuto, no café, com a empregada)
Eu - Olhe, desculpe lá, não ficou uma chip coin e um talão do euromilhões naquela mesa?
Ela - Sim, na cadeira. E também um bilhete de identidade, alguns cartões multibanco e um relógio...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

greve

Qual é a semelhança entre um dia de greve dos funcionários públicos e um dia numa relação entre dois gajos que já não se podem ver? É que em ambos se mente com exagero. Na greve da função pública, uns dizem que todos fizeram greve, outros dizem que ninguém fez greve. Chega-se a um ponto em já ninguém acredita em ninguém. Acho que é por esse motivo que, às vezes, também as relações entram em greve...

11.29.2007

pensamentos catatónicos (113)

Acho mesmo que há mulheres com um espírito competitivo entre elas. Às vezes, uma mulher que não nos liga nada quando nós queremos, passa a ser obsessiva quando nós já não queremos. Não é a primeira nem a segunda vez que tenho esta sensação desagradável na minha vida. Não gosto de me sentir um prémio nem sequer um objecto de caça. O sentimento de tristeza, eu percebo-o e aceito-o. Já o tive tantas vezes. O sentimento de derrota, nem por isso.

crónicas da cidade que sopra | um dia de cada vez

Hoje, no Diário de Aveiro, foi publicada mais uma crónica da cidade que sopra.

...até as árvores e os edifícios se acariciam uns aos outros, com as sombras que se movem lentamente embaladas pelo movimento do Sol. Ela não, já não se lembra do que é uma carícia. É melhor ir vivendo sem pensar muito nisso. Um dia de cada vez.

conversa 454

Ela - Se pudesses escolher uma mulher qualquer no mundo para passares o próximo fim de semana, quem é que escolhias?
Eu - Hum... talvez a Cristina Kirchner...
Ela - Quem é essa?
Eu - A presidente da Argentina.
Ela - Ah! Porquê?
Eu - É gira e vive do outro lado do Atlântico, onde tem uma vidinha bem boa. Acho que não me ia chatear mais a seguir ao fim de semana, com perguntas de retórica.
Ela - Eu acho é que ela nem sequer vinha passar o fim de semana contigo.
Eu - Isso então era ouro sobre azul.
Ela - Agora a sério... se pudesses escolher uma possível...
Eu - Uma que me trouxesse uma garrafa de não sei quê mouet.
Ela - Que é isso?
Eu - É um champagne qualquer.
Ela - Gostas de champagne?
Eu - Não. Gosto das mulheres que gostam desse champagne.

conversa 453

Ela - Tens a casa demasiado limpinha para um homem.
Eu - Tens uma linha de pensamento demasiado machista para uma mulher.
Ela - Porquê?
Eu - Porque sim. Nem sei se é machista ou feminista ou outra coisa qualquer acabada em "ista", mas é mau.
Ela - Porquê?
Eu - Ou achas que um gajo não deve limpar a casa, o que é mau, ou achas que um gajo não é capaz de limpar a casa, o que é pior.
Ela - Não acho nada disso.
Eu - Pronto, então está bem.

11.28.2007

conversa 452

Ela - Os teus olhos são...
Eu - São o quê?
Ela - São...
Eu - São o quê?
Ela - Sei lá. São esquisitos. Um é maior que o outro.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 451

[com a empregada de balcão, quando fui tomar café há bocadinho]

Ela - Olha quem é... tenho pensado em si.
Eu - Olá. Pensado em mim, porquê? Saí daqui alguma vez sem pagar?
Ela - Não, porquê? Costuma fazer isso?
Eu - Costumar não costumo. Só uma ou duas vezes por mês.
(risos)
Ela - Não é isso. É que comecei a beber café da mesma maneira que o senhor e gosto muito.
Eu - Com canela?
Ela - Sim...
Eu - Eu só bebo assim aqui e no café do meu trabalho.
Ela - Mas é muito bom. Até já tenho mais clientes a fazer o mesmo.
Eu - Só se pode pôr um bocadinho, senão fica intragável.
Ela - Pois, eu sei. E gostava de o convidar para jantar comigo no sábado. Se puder...
Eu - Poder até posso... mas eu passo aqui na sexta e combinamos. Pode ser?
Ela - Pode...

oh malhão malhão, que vida é a tua?

E para acabar com os posts sobre o concerto, no Estarrejazz 07, dos Sotckholm Lisboa Project, deixo aqui um video que fiz do encore. Desculpem lá o som e a imagem mas a minha máquina é uma Nikon Coolpix L10. Não faz milagres...

11.27.2007

conversa 450

Ela - O gajo deve pensar que fazer o jantar todos os dias não dá trabalho nenhum.
Eu - Tem calma...
Ela - Telefona-me do empreguinho que tem e diz-me para fazer bacalhau para compensar o jantar de ontem...
Eu - Tem calma...
Ela - Eu é que faço as camas, eu é que arrumo a casa, eu é que aspiro e tiro o pó, eu é que faço tudo...
Eu - Tem calma...
Ela - Tá bem que só ele é que trabalha. Eu estou desempregada, mas dizer-me que não gostou do jantar ontem, pá...
Eu - Tem calma...
Ela - É uma falta de respeito, no mínimo.
Eu - Tens razão mas tem calma. O que é que fizeste ontem ao jantar?
Ela - Raia com batatas...
Eu - Ah! pois...
Ela - O que é que foi?
Eu - Nada, nada...

conversa 449

Ela (apontando para o ecrã) - Deste um erro nesta palavra.
Eu - Ena.... pois dei. Li-a montes de vezes e não reparei.
Ela - Não é o único neste texto.
Eu - Dou-te um beijo por cada um que encontrares.
Ela - Então vou ver se encontro muitos.

11.26.2007

mohammed, já prá casota...

Tenho um cão chamado Mohammed. Hoje veio aqui urinar para perto das minhas plantas e dei-lhe um pontapé nos tomates e o gajo foi a ganir ali pró canto. Agora está ali a latir e a chatear os vizinhos. Ainda por cima estou chateado como o caraças: descobri que uma professora britânica, no Sudão, deu o mesmo nome do meu cão a um ursinho de peluche. Grande lata... Aaaaaaaiiiiiiii.... Mohammed, já prá casota!

só para lembrar você, minha queridaaaa...

Logo a partir das 22:14, no Clandestino bar, é o Couscous Prosjekt que aquece a noite com música do mundo.

sabores

1] De manhã esmaguei duas bananas e juntei o sumo duma laranja. Foi o meu pequeno-almoço, e comi à janela da cozinha enquanto via a vizinha da frente a aproveitar uma réstia de Sol para secar a roupa.

2] Ao almoço grelhei um pimento verde com sal, juntei duas fatias de presunto cortadas aos pedaço pequeninos e fiz tortellinni de espinafres. Foi o meu almoço e comi na sala enquanto ouvia a voz da Liana no cd "Sol", dos Stockholm Lisboa Project.

3] Tomei café ao balcão. A empregada do café cumprimentou-me com um "olá, está tudo bem? é um café, não é?". Respondi que sim com a cabeça e sorri-lhe.

4] A meio da tarde bebi uma caneca de leite com (muito) chocolate. Foi o meu lanche, e depois peguei numa colher para comer também o chocolate que tinha ficado no fundo da chávena.

5] Agora vou tomar mais um café e comprar qualquer coisa para o jantar. Acabei de reparar que ainda não falei com ninguém hoje. Felizmente não vou jantar sozinho.

xadrez 11

cala-te palhaço

José Sócrates diz-se campeão das políticas sociais. Eu, mal li isto, fui ali à minha varanda gritar, com um cachecol do Partido Socialista: "campeõoooooooooes, campeõooooooooooes, eóoooooo, eóooooooooo, campeõoooooooooes", mas ninguém me ligou nadinha. Este país é uma vergonha: o gajo é campeão e ninguém festeja. Ainda por cima, uma mulher que estava a dar à luz ali nas traseiras duma ambulância, virou-se para mim e gritou "cala-te ó palhaço". Parvalhona a gaja, mas também, o que é que se pode esperar duma tipa que decide dar à luz no meio da rua? Não compreendo as mulheres...

conversa 448

Ela - Queres o meu telemóvel?
Eu - Sim...
Ela - Não posso dar-te, mas se quiseres digo-te o meu número para me telefonares quando quiseres.
Eu - Oh pá... que piada tão gasta.
Ela - Dizem-ta muitas vezes?
Eu - Nem por isso.
Ela - Então não está assim tão gasta.

conversa 447

(por telefone)

Ela - Olá
Eu - Então? Passa-se alguma coisa?
Ela - Era só para saber se estás bem. Já não te vejo há tanto tempo...
Eu - Agora assustaste-me.
Ela - Porquê?
Eu - Porque já passa das cinco da manhã. Vi o teu nome no ecrã e pensei que tinha acontecido alguma coisa.
Ela - Pois. Hoje telefonei-te três vezes e tu não atendeste. Não sei porquê mas acho que foi de propósito.
Eu - Achas bem... hoje à tarde não atendi telefonema nenhum. Não me apeteceu.
Ela - Então posso telefonar-te quando me apetecer. Se não quiseres não precisas de atender.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

respostas a perguntas inexistentes (18)

Mãos. Deram as mãos para fugir. Estavam em pânico e confiaram um no outro sem se conhecerem muito bem. Por causa do suor, durante a fuga, as mãos começaram a deslizar uma na outra e apertaram-nas com mais força.
Mãos. A mão dela era mais pequena e ele chegou a ter medo de a aleijar. A mão dele era maior e ela chegou a ter medo de não a conseguir agarrar.
Mãos. O perigo passou e ambos pararam na sombra dum carro abandonado. Precisavam descansar. O carro não tinha rodas e não passava, no fundo, de uma sucata à espera do último suspiro da morte, mas o rádio ainda funcionava. Ele ouviu uma música, ela outra.
Mãos. Deixaram-se estar deitados até ao fim das músicas, mantendo sempre as mãos dadas. Foi só aí que perceberam que tinham fugido da solidão.

11.25.2007

porque hoje é domingo...

E porque hoje é domingo e dia de futebol, não é oportuno falar da notícia do público sobre as quase oito mil mulheres vítimas de violência doméstica, nos primeiros nove meses deste ano, em Portugal. É domingo e é melhor não chatear ninguém com estas secas. Eu percebo. Não digo mais nada.

ó linda rosa



Estou apaixonado pela versão desta música tradicional portuguesa, dos stockholm lisboa project, incluída no álbum "Sol" do quarteto composto pela Liana, Luis Peixoto, Sérgio Crisóstomo e Simon Stalspets.

Ó linda rosa, quem te pôs a mão?
Anda cá ó rosa, pró meu coração
Ó linda rosa, quem te pôs aqui?
Anda cá ó rosa, pró meu jardim

Minha saia azul que usava, ó linda rosa
Já não tem a cor que tinha
Já passei ao mar com ela, ó linda rosa
Já não passo à ribeirinha

Numa manhã de geada, ó linda rosa
Numa manhã de calor
Eu fui ao mar à laranja, ó linda rosa
Para dar ao meu amor

Eu fui ao mar à laranja, ó linda rosa
Às quatro da madrugada
Para dar ao meu amor, ó linda rosa
Numa manhã de geada



site oficial

11.24.2007

memória de baleia 4



Estarrejazz 07 | Estarreja | 23 de Novembro de 2007

Liana, vocalista dos Stockkholm Lisboa Project, durante o concerto que deram em Estarreja.
Ó linda rosa, quem te pôs a mão? Anda cá ó rosa, pró meu coração

boa sorte - good luck

A Vanessa da Mata e o Ben Harper gravaram esta música juntos só que, na verdade, a quilómetros de distância um do outro. Ela num estúdio e ele noutro, comunicando apenas pela internet. Parece que, tal como às relações, a distância pode fazer bem às músicas. E esta resultou tão bem que eu acho que não poderia ter o que quer que fosse com uma mulher que não gostasse de a ouvir. Pode parecer estúpido mas não é.

11.23.2007

couscous prosjekt

Já agora não se esqueçam que no dia 26 de Novembro, na próxima segunda feira, o Couscous Prosjekt aniquila o silêncio da noite no melhor bar do mundo, vulgo clandestino, em Aveiro. Poupem-se no fim de semana e apareçam.
No couscousblogue podem ouvir dois sets para terem uma ideia do que fazemos. Bom fim de semana para todos.

Deus, ajuda-me por favor

Alguém que compreenda as mulheres e, já agora, que compreenda também o nosso Deus único, que me explique porque é que Ele se preocupou tanto em apetrechar a Salma Hayek com umas mamas grandes. É que, segundo a própria, foi após ter endereçado aos céus um singelo pedido "Por favor, Deus, dê-me uns seios grandes" que elas cresceram.
Já agora eu, que nunca pedi nadinha ao tipo, peço que me faça definitivamente compreender as mulheres. Se me der mais um centímetro ou dois de pila também não está mal. Obrigado, meu Deus.

conversa 446

Ela - Preciso mesmo de sexo e não estou pra me envolver com nenhum gajo, pá.
Eu - Hum... percebo.
Ela - Posso ser directa?
Eu - Poder até podes... mas se calhar, sinceramente, neste caso é melhor não.
Ela - Não ia convidar-te para uma queca.
Eu - Ok... por acaso pareceu-me... mas eu equivoco-me muito.

gorgulho hetero



Estou a imaginar os gajos que desenharam a nova campanha da Tagus, que conheci através d' A Ilusão da Visão: um a arrotar o Nestum do pequeno-almoço, outro preocupado porque tem uma pila que nunca chega aos dez centímetros, outro a beber chá às escondidas por uma garrafa de uísque. Por mim vou continuar a beber Sagres, Cintra e Super Bock.

p.s.: o link para a nova campanha da Tagus deixou de funcionar porque, entretanto, os tipos aperceberam-se da idiotice que estavam a fazer...

11.22.2007

os homens são mais tagarelas do que as mulheres

Os homens são mais tagarelas do que as mulheres. Pelo menos é o que diz uma das notícias da décima primeira edição do Podcast Ciência Hoje. Podem ouvi-la aqui. Eu cá não acredito...
Ah! mais uma coisa. Queria dizer aos responsáveis por esta notícia que, se estiverem a ser vítimas de pressão ou violência doméstica para publicarem este tipo de coisas, podem mandar-me um email. Eu prometo ajudar. A verdade é que os homens não são nada tagarelas e este blogue é um exemplo disso.

conversa 445

Ela1 - O gajo faz é uns minetes valentes. Disso vou ter saudades.
Ela2 - Eu sei.
Ela1 - Como é que sabes?
Ela2 (corando) - Não sei, quer dizer... suponho que sim...
Ela1 - Olha lá, tu foste para a cama com ele e não me disseste nada?
Ela2 - Fui, mas foi antes de ele andar contigo. Foi só uma vez.
Ela1 - Ah! Podias ter dito à vontade. Eu sei muito bem que ele foi prá cama com metade das minhas amigas.
Ela2 -Não foi na cama, foi na casa de banho dum bar.
Ela1 - Fez-te um minete numa casa de banho dum bar?
Ela2 - Sim.
Ela1- Olha... a mim também. O gajo tem cá uma língua. É burro que nem uma porta mas língua tem.
Ela2 - Sim, tem. Também tenho saudades.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

falta

esta noite fizeste-me falta

11.21.2007

crónicas da cidade que sopra | o natal é um presente envenenado

Amanhã, por ser quinta-feira, é publicada mais uma crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro.

O Natal é um presente envenenado. Se Cristo estivesse para nascer agora não o seria certamente num estábulo, mas sim numa ambulância qualquer a caminho dum hospital situado a centenas de quilómetros de distância, porque entretanto o poder político tinha fechado todas as maternidades da região. Os reis só apareceriam para dar prendas ao recém-nascido se o plafond do cartão Visa, quase sempre no limite, ainda desse para abastecer o carro de gasolina. As prendas não passariam de alguns objectos inúteis feitos por crianças escravas na China. A própria estrela que os guiou seria substituída por um gps comprado a crédito.

suicídio colectivo

Portugal é um país deprimido. As centenas de lcds e plasmas a funcionar, uns ao lado dos outros nos hipermercados, criando um ambiente de cor e festa, já não funcionam como uma força catalisadora do astral nacional. Aliás, nem os anúncios de crédito fácil para comprar um desses televisores funcionam. Aliás, nesses ecrãs, também já não funciona nada: nem os golos da selecção nacional no canal público, nem os seios dançarinos da Floribella num canal privado, nem o sorriso de plástico dos candidatos a um casamento de sonho noutro canal privado.
O problema é que tirando esses ecrãs, o crédito concedido por uma banca imoral, a selecção nacional e mais três ou quatro programas que mascaram mal esta depressão nacional colectiva, não sobra nada a que o português médio se possa agarrar.
Diz o Diário de Aveiro que esta semana, em Vale de Cambra, a psp conseguiu evitar um suicídio colectivo de adolescentes, e que o facto apanhou toda a comunidade local de surpresa. Eu digo que só uma comunidade deprimida é que não se apercebe que os seus adolescentes andam deprimidos.
É demasiado fácil pôr a maior parte da culpa nos governantes, mas também é verdade que é fácil porque é óbvio. Os políticos esqueceram-se há muito tempo que o Homem vive do pão, mas agora até se esqueceram que nem só de pão vive o Homem. Também vive da esperança, e nem essa eles conseguem acordar.

11.20.2007

pensamentos catatónicos (112)

O hipermercado Jumbo tem, num único corredor dos muitos dedicados à alimentação, uma placa que indica "alimentação saudável". Pergunto-me que raio de alimentos é que eles vendem nos outros corredores.
De qualquer maneira era bom que as relações viessem assim com uma placa logo no princípio. "relação saudável", "relação assim assim", "relação merdosa" ou "relação que não o chega a ser". Sabíamos logo em que corredor entrar...

pensamentos catatónicos (111)

Se calhar, as duas mulheres mais importantes na vida dum homem, são a primeira e a última. Assim como os homens mais importante na vida duma mulher.

coisas que já fiz e que devia ter vergonha de ter feito

1] Com seis ou sete anos estive em cima dum palco, mesmo em frente ao antigo Pão de Açúcar (actual Pingo Doce da Variante), no aniversário daquele supermercado, a bater palmas aos UHF enquanto o António Manuel Ribeiro cantava.

2] Com dez anos fui apanhado a roubar chocolates no mesmo Pão de Açúcar. O homem que me apanhou perguntou-me o nome, a morada e a idade e eu menti com grande convicção a tudo. Depois ele disse que ia chamar a polícia para me levar àquela morada que eu tinha dado. Mal ele abriu a porta eu fugi. Ele tentou-me agarrar mas ninguém corre mais que uma criança de dez anos. Infelizmente Aveiro era uma cidade pequena e eu fui visto por uma amiga da minha mãe. Os meu pais acabaram por saber na mesma.

3] Com dezasseis anos comprei uma t-shirt dos Xutos & Pontapés.

4] Com dezasseis anos também, disse aos meus pais que ia passar um fim de semana com um amigo e com os pais dele e, na verdade, fui para o Porto. Dormi duas noites na entrada duma loja e quase não comi. Tudo para ver um concerto dos Cães Vadios. Quando voltei a casa os meus pais acharam estranho eu ter tanta fome e disseram mal dos pais do meu amigo.

5] Com dezanove anos apaixonei-me perdidamente pela agora minha ex-mulher e, por causa dela, chateei-me com o meu melhor amigo que também gostava dela. De tal modo que quase chegámos a vias de facto uma vez.

6] Com dezanove anos também, fui ver um concerto dos Mler ife Dada com um bilhete falsificado. Os bilhetes eram a preto e branco e eu convenci uma senhora, duma loja de fotocópias, a tirar uma cópia igualzinha e a fazer um picotado igual também...

7] Com vinte anos parti os espelhos retrovisores da carrinha dum gajo que tinha batido num amigo meu, e furei-lhe os quatro pneus.

8] Com vinte e cinco anos dormi durante um mês numa casa de prostitutas, em Praga, e fiz uma aposta com elas sobre um jogo de futebol Noruega - República Checa. Elas apostaram que a República Checa ganhava e eu apostei que empatavam. Ganhei a aposta.

9] Com vinte e cinco anos também, fiz uma viagem de comboio de Praga até Aveiro, com um bilhete de interrail falsificado.

Pronto... e mais do que isto não digo porque é tudo muito recente...

conversa 444

Ela - Não consigo comer esses iogurtes.
Eu - Porquê?
Ela - Não sei... acho que é por terem pedaços.
Eu - Hum... há muita gente que não gosta de pedaços nos iogurtes.
Ela - Eu, os pedaços de fruta até gosto. Não gosto é do iogurte.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

respostas a perguntas inexistentes (17)


Ambos atravessavam verdades distintas como se atravessassem uma floresta densa. Ele chamava por ela e ela por ele, mas não se ouviam um ao outro. Foi então que ele reparou que não ouvia o estalar das folhas secas que pisava. Parou, talvez ela fizesse algum ruído a caminhar. Não... nada. Ambos caminhavam a dez centímetros do chão.

fotografia da exposição "numa avenida de merda", ic 2005