7.31.2008

uma história de amor a metro

Patrick Moberg, um americano na altura com 21 anos, apaixonou-se perdidamente por uma mulher que viu no metro de Nova Iorque. Com o objectivo de a encontrar criou o site nygirlofmydreams e, dois dias depois e com a ajuda dum amigo dela, encontrou-a. Era australiana e chamava-se Camille Hayton. Depois de algum tempo iniciaram uma relação que durou... dois meses.
Quando li esta história pensei em fazer mais ou menos o mesmo, uma coisa tipo avrmiudadosmeussonhos.com, mas depois pensei que às vezes, quando uma mulher estão tão bem instalada nos nossos sonhos, é mesmo melhor ficar por aí, não vá o sonho transformar-se num pesadelo. Além disso, em Aveiro não há metro e, desde que a coligação PSD-CDS/PP ganhou as eleições autárquicas, os transportes públicos começaram a funcionar tão mal que nem de autocarro ando.

conversa 881

Ela - Acho que fui ingénua a vida toda, ao acreditar que aquele gajo gostava de mim.
Eu - Ele gostava mesmo, de certeza, portanto não foste ingénua. Depois, pelos vistos, deixou de gostar a partir de determinada altura. Isso é normal.
Ela - Então fui ingénua ao acreditar que ele ia gostar sempre de mim...
Eu - Acho que essa ingenuidade, já todos passámos por ela.
Ela - Mas ele tornou-se bruto e agressivo de repente. Não imaginas o que eu passei...
Eu - Não sei...
Ela - As mulheres, quando acabam com um homem, pelo menos nunca são indelicadas e agressivas.
Eu - Não sei...
Ela - Tentam sempre fazer as coisas de maneira a que ninguém sofra.
Eu - Não sei...
Ela - Sei eu, por isso cala-te com esse "não sei".

conversa 880

Ela - Não consigo estacionar o carro de rabinho...
Eu - Então não estaciones.
Ela - O problema é que quando o estaciono de frente, depois tenho que o tirar de rabinho... e também não consigo.

mais violência nas mortes

Esta semana, em apenas dois dias, duas mulheres morreram vítimas de violência doméstica. Segundo João Lázaro, da APAV, não se pode afirmar que este tipo de crime tenha aumentado, nem tão pouco que há mais situações de violência doméstica, mas há mais violência nas mortes.
O governo britânico anunciou um projecto de lei que atenua a pena das mulheres que, depois de anos como vítimas de maus tratos, matem os maridos. Concordo inteiramente com o princípio deste projecto de lei. É uma forma real de pôr alguns atrasados mentais a pensar duas vezes antes da violência. Em Portugal devia fazer-se o mesmo.

conversa 879

Ela - Queres dançar comigo?
Eu - Não.
Ela Não?
Eu - Não.
Ela - Porquê, tenho alguma coisa que não gostas?
Eu - Não. Só não me apetece dançar e não gosto nada que insistam comigo para dançar quando não me apetece.
Ela - Preferes beber uma cerveja?
Eu - Prefiro.
Ela - Então boa noite.
Eu - Boa noite.

maravilhas

Ontem fui às noites de kizomba e funaná do Maravilhas Café, em Aveiro, que à quarta-feira contam sempre (ou quase sempre) com a banda caboverdiana Sabura. O Maravilhas Café é um dos locais de referência da minha adolescência (juntamente com o Ramona, o café Palácio e o Convívio). Apesar duma noite muito movimentada, não consegui deixar de sentir alguma nostalgia dos momentos que passei ali em puto a jogar maquinada. Lembrei-me principalmente duma máquina com um jogo chinês de eliminar fichas por cima da imagem duma mulher nua. Às vezes eram dezenas de homens a tentar ver a imagem pixelizada duma mulher nua, como se nunca tivessem visto nada semelhante. Sem dúvida que, pelo menos em alguns aspectos, Aveiro é hoje uma cidade melhor.

7.30.2008

conversa 878

Ela - Explica-me só porque é eu não consigo nunca consigo ser frontal quando quero dizer a um homem que gosto dele...
Eu - Como é que te vou explicar isso? Sei lá... é timidez ou assim...
Ela - Sim, lá vem a timidez.
Eu - Realmente não te acho uma pessoa tímida.
Ela - E não sou.
Eu - Então... tu é que tens que encontrar a resposta.
Ela - Se calhar não gosto é de ninguém...

conversa 877

Ela - Sempre que saio contigo como demais e bebo demais.
Eu - Estás a ver?! Tens que sair mais vezes comigo...

7.29.2008

conversa 876

Eu - Estou sem carro para ir a tua casa.
Ela - Estás sem carro porquê?
Eu - Está no mecânico...
Ela - Vens a pé...
Eu - Ainda são uns cinco quilómetros.
Ela - Só te faz bem.
Eu - Como é mais do teu interesse que vá aí pensei que me pudesses vir buscar.
Ela - Do meu interesse?
Eu - Sim, não queres que eu te ponhas as prateleiras na parede?
Ela - Ah! Eu vou-te já buscar.

conversa 875

Ela - Com este tempo nem me apetece trabalhar. Só me apetece ir para a praia...
Eu - Não sei porquê mas acho que se te ouvi dizer isso no Outono e no Inverno.
Ela - Mas aí é porque só me apetece ficar em casa enrolada num cobertor...

dois momentos felizes na cama

para a mulher há dois momentos felizes na cama: o primeiro, quando o homem se atira para cima dela, e o segundo, quando o homem sai de cima dela.

Dona Munda em "Venenos de Deus, Remédios do Diabo", Mia Couto, Caminho 2008

7.28.2008

corrupção

O PS diz que não recebe lições de Cravinho no combate à corrupção. Por uma vez concordo com o que o PS diz. Aliás, acho que os gajos do PS não devem receber lições de ninguém no que diz respeito à corrupção. São eles os maiores especialistas na matéria...

conversa 874

Ela - Tenho que comprar uns auscultadores. O que é que me aconselhas?
Eu - Auscultadores para casa ou para um leitor portátil?
Ela - Para o meu mp3...
Ele - Compra uns Sony quaisquer. São sempre bons...
Eu - Eu não te aconselho Sony. São uma merda...
Ele - Lá está ele armado em bom. Os Sony têm sempre alto som.
Eu - Alguns têm som melhor, outros pior. Depende...
Ele - Nos mais baratos são sempre os melhores...
Ela - Vocês decidam-se!
Eu - A Sony não solda os cabos nos auscultadores. Usa uma cola esquisita que, com o tempo, estala e os auscultadores avariam. Depois, por causa disso, nem soldar consegues, ou seja, tens que comprar uns novos. Os gajos fazem isso de propósito que é para estarem sempre a vender auscultadores.
Ela - Convenceste-me. E compro o quê, então?
Eu - Compra uns Koss mas que tenham uma sensibilidade de pelo menos 89 decibéis. Por dez ou onze euros já consegues comprar uns e aquilo dura uma vida inteira.
Ele - Dura uma vida inteira... acredito mesmo nisso...
Eu - Ele dão garantia vitalícia. Se não durarem uma vida inteira, dão-te uns iguais. Só tens que guardar o recibo e a garantia. Se quiseres amanhã vou comprar uns contigo.
Ela (levantando-se para ir buscar bebidas) - Ok, vou buscar cervejas. Já combinamos...
Ele - És fodido! Eu a tentar mostrar que sabia muito de auscultadores...
Eu - Desculpa lá, não suporto esta mania da Sony enganar os consumidores...

avenida marginal

E porque hoje é noite de Couscous Prosjekt no melhor bar do mundo, alguém se lembra d'Os Tubarões?


conversa 873

(no café)

Ela - Tenho um carro lá fora cheio de gasolina, tenho o subsídio de férias na conta, apetece-me mudar de vida. Queres fugir comigo agora para um país qualquer?
Eu - Quero.

(cinco minutos depois)

Ela - Porque é que ainda aqui estamos?
Eu - Porque uma coisa é falar, outra coisa é fazer...
Ela - É por isso que ainda estou casada.
Eu - Isso já não sei.
Ela - É, é.

conversa 872

Ela - Às vezes não te percebo.
Eu - Não me percebes como?
Ela - Não percebo, pronto.
Eu - Se há alguma coisa que não percebes podes perguntar. Eu, se souber, respondo-te.
Ela - Como não te percebo nem sei o que perguntar.

conversa 871

Ela - Devias arranjar uma namorada para juntares dois salários e beneficiares mais do IRS...
Eu - Não vou arranjar uma namorada por causa disso.
Ela - Então vais arranjar porquê?
Eu - Porque... olha... sei lá. Quando arranjar digo-te.

7.27.2008

dados sobre a festa dum gajo está a entrar na crise da meia idade...

1] Fiz um jantar em minha casa com três amigos e doze amigas, o que tornou a festa numa noite agradavelmente incompreensível.

2] Roberto Carlos e José Cid estiveram sonoramente presentes.

3] Uma amiga que de vez em quando lê isto fez quase 600 quilómetros (Lisboa-Aveiro-Lisboa) para estar cá e achei isso bonito.

4] Como seria de esperar o último gole de cerveja foi no clandestino bar, o melhor bar do mundo.

5] A cozinheira é a melhor cozinheira do mundo e fez couscous com legumes e camarão.

6] Consumiu-se 48 cervejas e 9 garrafas de vinho durante o jantar.

7] Estou vivo.

7.26.2008

pensamentos catatónicos (141)

Hoje é o último dia da minha vida com 36 anos. Amanhã é o primeiro dia da minha vida com 37 anos. Ia escrever aqui uma lista com desejos para este ano mas depois arrependi-me. Um gajo com 37 anos não pede desejos, tenta só concretizá-los...
às duas da manhã do dia 27 de Julho... plim!

conversa 870

Ela - Sabias que, a dormir de barriga para o ar, roncas que nem um porco?
Eu - não, mas fico contente em saber que sabes como ronca um porco.

conversa 869

Ela1 - Não posso ir ao teu aniversário mas passo lá e deixo-te aquele bolo de maracujá que costuma fazer, ok?
Ela2- Não faças esse, senão o meu nem se vai notar,
Ela1 - Mas tu vais ajudar na cozinha.
Ela2 - Pronto.

7.25.2008

desculpem lá insistir...

.... mas se puderem assinar isto e até, eventualmente, divulgar nos vosso contactos, agradeço. É preciso chegar às 5000 assinaturas...

três mulheres que me irritaram hoje

1] A mulher que estava à minha frente na papelaria a registar o euromilhões, primeiro esqueceu-se de pôr as cruzes das estrelas, depois pagou dois euros com uma nota de cem, depois arrependeu-se e disse que afinal tinha dois euros certos, depois perguntou quando é "andava à roda", depois ainda comprou uma revista e pagou com a nota de cem euros. Demorou uns quinze minutos a fazer uma coisa que podia demorar dois.

2] Na Avenida Lourenço Peixinho, em Aveiro, numa zona onde só passa um carro de cada vez, uma mulher decidiu ligar os quatro piscas e deixar o carro no meio da rua, impedindo a passagem dos que vinham atrás. Nunca sei onde é que anda a polícia municipal nestes momentos.

3] A empregada do café onde fui ao fim da tarde atendeu aí umas cinco pessoas que chegaram depois de mim, e eu tenho a certeza que ela me viu a entrar e a sentar-me. Tanto que quando lhe perguntei: "ouça lá, eu sou transparente?", ela reagiu como se já estivesse à espera de qualquer coisa. "O que é que quer?", perguntou ela. Um café curto em chávena escaldada com uma casca de limão, por favor. E teve sorte porque eu não ando com notas de cem euros na carteira...

conversa 868

Ela - Gostava de tirar um bocado da barriga e pôr nas mamas.
Eu - Estás a dizer isso para eu dizer que não estás gorda e que és bonita?
Ela - Não...
Eu - Ok. Senão dizia...

(uns trinta segundos depois)
Ela - Então diz.

conversa 867

(no café)

Ela - Não te lembras de mim?
Eu - Lembro... andaste comigo no liceu...
Ela - Não, isso não. É verdade que andei com a turma quase toda nesse ano, mas contigo nunca andei.
Eu - Eu estava dizer que tinhas andado na minha turma. Mais nada.

7.24.2008

conversa 866

Ela - Não te penteias antes de sairmos?
Eu - Já está.
Ela - Isso é um cabelo penteado?
Eu - É.
Ela - Dá cá o pente que eu penteio-te.
Eu - Qual pente? Eu penteio-me com as mãos.
Ela - Se fosses meu namorado isso era uma coisa que tinhas que mudar.
Eu - Mas não sou. Vamos embora.
Ela - Lá por não seres não tenho que aceitar sair contigo assim.

conversa 865

Ela - O teu telemóvel é Nokia?
Eu - É, porquê?
Ela - O meu está sem carga. Preciso carregá-lo...
Eu - Ah! Vou buscar o carregador.
Ela - Não, deixa lá. O meu não é Nokia.
Eu - Então porque é que perguntaste se o meu era?
Ela - Porque normalmente são Nokia e tu és um gajo previsível.
Eu - Sou um gajo previsível porque tenho um Nokia?
Ela - Sim.

conversa 864

Ela - Acreditas na vida depois da morte?
Eu - Acredito, claro.
Ela - Acreditas mesmo?
Eu - Sim. Quando eu morrer, por exemplo, outros continuarão cá.
Ela - Não percebeste a minha pergunta?
Eu - Percebi... e respondi.

coisas que fascinam (71)

Às vezes sabe bem que o primeiro pensamento que se tem quando se conhece uma mulher seja: ena, que bonita!

7.23.2008

conversa 863

Ela - Hoje quando chegar a casa vou dar cabo do meu marido.
Eu - Porquê?
Ela - Saiu antes de mim, de manhã, e esqueceu-se da aliança em cima da mesinha do telefone.
Eu - Eu nunca usei aliança.
Ela - Não?
Eu - Não. Detesto anéis.
Ela - Como é que estiveste casado tanto tempo?
Eu - A minha mulher também não usava.
Ela - Dois malucos. Não podia dar certo.

conversa 862

Ela - Tens daquelas bolachas com recheio de laranja?
Eu - Não só com recheio de framboesa, chocolate ou daquelas que têm passas...
Ela - Eu da outra vez disse-te que prefiro das de laranja.
Eu - Pois disseste... e eu fiquei a saber que gostas mais das de laranja, mas não estavas à espera que eu fosse comprar de laranja só por tua causa, pois não?
Ela - Estava.

respostas a perguntas inexistentes (41)

Ela disse-lhe que nunca tinha percebido porque é que o tinha deixado. Na verdade achava que tinha cometido uma loucura. Ele riu-se e deu o primeiro gole no copo de uísque. A vida é só uma, disse ela, e era a única forma que tinha de viver duas vezes numa só. Ele riu-se outra vez e, de penalty, bebeu o que restava da bebida.

quarto minguante

Quando não estás no meu quarto costumo chamar-lhe minguante. É o quarto minguante.

conversa 861

(ao telefone)

Eu - Então, saíste com ela?
Ele - Não. Telefonei-lhe e perguntei-lhe se ela queria ir ao cinema comigo...
Eu - E ela aceitou?
Ele - Perguntou qual era o filme.
Eu - E tu o que é que disseste?
Ele - Sabes que não sou nada de cinema... não me lembrei de filme nenhum para lhe dizer, então propus o África Minha. Foi o único que me lembrei.
Eu - Tirando o pormenor do África Minha ser dos anos 80 e, por isso, já não estar nas salas de cinema, acertaste: é um bom filme para convidar uma mulher que se gosta...
Ele - Pois... mas ela riu-se e disse que esta semana não podia. Talvez para a próxima.
Eu (risos)
Ele - Também te estás a rir?
Eu - Não, não...

conversa 860

Eu - Estás triste?
Ela - Posso estar e posso não estar.
Eu - Mas zangada comigo não estás, pois não?
Ela - Posso estar e posso não estar.
Eu - Mas diz-me só o que é que se passa para estares com esse ar grave e sério há mais duma hora.
Ela - Posso dizer e posso não dizer.
Eu - Estás a gozar comigo?
Ela - Posso estar e posso não estar.

o lucro é uma doença crónica

A fundação GlaxoSmithKline distingue projectos que olham para o HIV como doença crónica, diz o Público. As doenças crónicas são a maior fonte de rendimento para as as farmacêuticas, só por isso é que se podem distinguir projectos que olham para o HIV como doença crónica e não como uma curável.

7.22.2008

Hilton, I think I'm in love with you

O Ronaldo deu um corte à Paris Hilton numa das mais famosas discotecas de Los Angeles, a Villa. Paris Hilton, hoje à noite devo ir beber um copo de vinho numa tasca da beira-Mar, em Aveiro. É tipo Villa mas a música sai dum rádio ranhoso dos anos sessenta e tem sempre três ou quatro bêbados por cada cliente sóbrio. Tenho dois euros e quarenta, o suficiente para quatro copos de vinho da casa. Se quiseres aparece... eu não te dou um corte. Hilton, I think I'm in love with you...

conversa 859

Ele - Se eu lhe disser que gosto dela e ela me responder que não me curte, o que é que eu faço?
Eu - Metes o rabinho entre as pernas, vais para casa e vês o filme mais estúpido que lá tiveres, tipo o Rambo IV ou assim, enquanto bebes um uísque ou dois.
Ele - Mas como é que lhe digo? Ajudas-me?
Eu - Não lhe digas de rajada. Sai com ela. Se sentires que há ambiente para isso, diz-lhe. Às vezes nota-se num olhar, num encosto ou num movimento qualquer. Nem precisas dizer, se calhar. Se sentires que há espaço para a abraçares, abraça-a, por exemplo. Sei lá...
Ele - E se ela tirar o braço?
Eu - Já te disse... rabinho entre as pernas e resolve a tua vida. Não te preocupes, há uma altura na vida em que os cortes começam a ser o pão nosso de cada dia. É tipo trocar de cuecas...
Ele - Mas esta é especial...
Eu - Pois, pois...
Ele - É, é.
Eu - Não me venhas com essa merda. Uma gaja só é especial mesmo quando gosta de nós. Não é quando nós queremos que ela goste de nós. Lembra-te disso.
Ele - Não sou capaz de pensar assim...
Eu - Eu sei. Depois de três ou quatro relações de quinze dias cada uma, já és... vais ver.

conversa 858

Ele - Estou completamente apaixonado.
Eu - Por quem?
Ele - Se te disser, tu não dizes a ninguém?
Eu - Não... mas até acho que já sei. É a ******?
Ele - Sim... achas que tenho hipóteses com ela?
Eu - Não sei. Vais ter que lhe perguntar a ela.
Ele - Falta-me coragem.
Eu - Então não perguntes. Qualquer dia vais na rua e vês a gaja agarrada a outro gajo qualquer.
Ele - Não digas isso assim.
Eu - Digo como?
Ele - Sei lá...
Eu - Estás mesmo apaixonado, pá. Estás fodido...
Ele - Pois estou...

conversa 857

Ela (mascando uma pastilha elástica) - Os movimentos da boca quando temos uma chiclete na boca são parecidos com fazer uma mamada a um gajo.
Eu (silêncio)
Ela - Estás a pensar o quê?
Eu - Se uma noite destas acabarmos na mesma cama, lembra-me de ter cuidado contigo.
Ela - Porquê?
Eu - Por razões óbvias.
Ela - Quais são as razões óbvias?
Eu - Não gosto que me mordam.
Ela - Nem no pescocinho?
Eu - Nem no pescocinho...

desculpa lá por te ter violado quando eras criança

O Papa Bento XVI reuniu-se, durante as Jornadas Mundiais da Juventude que tiveram lugar na Austrália, com vítimas de abusos sexuais cometidos por homens da Igreja Católica. Pediu-lhes desculpa, assegurou-lhes a sua proximidade espiritual e propôs-lhes continuar a rezar por eles.
As vítimas com que se reuniu, apenas quatro (dois homens e duas mulheres), foram cuidadosamente escolhidas pelo Vaticano. Por exemplo, recusou-se encontrar com o pai duma adolescente que se matou após ter sido
violada por um padre de Melbourne.
Este pedido de desculpa do ex nazi Bento não chega. É uma espécie de "desculpa lá por alguns padres da minha Igreja te terem violado quando eras criança". O "desculpa lá" usa-se quando, por exemplo, se entorna uma cerveja a um desconhecido num bar e, mesmo assim, vai-se buscar outra. A Igreja Católica tem que assumir indemnizações a todas as vítimas da monstruosidade em que ela própria se tornou enquanto instituição. Mais nada.

7.21.2008

conversa 856

Eu - Estás a chorar?
Ela - Não... sim... já passa.
Eu - O que é que se passa?
Ela - Nada.
Eu - Nada não. Alguma coisa se passa...
Ela - Nunca choraste na tua vida?
Eu - Já. Ontem, por exemplo.
Ela - Ontem?
Eu - Sim.
Ela - Porquê?
Eu - Estava descalço e bati com o dedo mindinho do pé na esquina dum móvel.
Ela - És um insensível.
Eu - Insensível? Doeu-me tanto... até chorei.
Ela - Cala-te!

conversa 855

Ela - Tenho uma amiga divorciada que te vou apresentar.
Eu - Porquê?
Ela - Porque é muito bonita, é boa pessoa e está numa fase... é divorciada também. Acho que ela precisava conhecer alguém...
Eu - Que idade tem?
Ela - Trinta e dois.
Eu - Então apresenta-me mesmo.
Ela - Apresento... só que primeiro tenho que falar bem com ela. Já lhe falei de ti mas ela não ficou interessada.
Eu (risos) - O que é que lhe foste dizer?
Ela - Disse que és divorciado. Ela não quer divorciados porque acha que, se se divorciaram, por alguma coisa foi.
Eu - Mas não disseste que ela também é divorciada?
Ela - Sim... mas ela acha que uma mulher divorciada é uma coisa, um homem é outra.
Eu - Deixa lá. Já não a quero conhecer.
Ela - Perdes o interesse tão depressa...

três sobre sexo

1] Um casal de italianos foi apanhado a fazer sexo numa igreja, dentro dum confessionário. Foram os dois presos pela polícia de Cesena. Eu acho mal. Se foi numa igreja católica tenho a certeza que a culpa foi SÓ dela. Ela tentou-o e ele, coitadinho, deixou-se ir. Acho que já uma vez aconteceu coisa parecida, com uma maçã ou assim...

2] Um britânico de 27 anos foi preso por ter tido sexo com... ovelhas. Duas testemunhas viram-no e acusaram-no. Sinceramente não percebo porque é que não prenderam antes as ovelhas. Andam por aí todas descascadas e, para quem gosta, é tentador.

3] Em Taiwan, um homem e uma mulher decidiram ter relações sexuais no banco de trás do carro. Só que, como se esqueceram de puxar o travão de mão, tiveram uma queda de doze metros em que partiram vários ossos. Boas notícias, na minha opinião. Ele só partiu ossos.

conversa 854

Ela - Esqueci-me do meu casaco em casa dos meus pais. Tenho que ir buscá-lo.
Eu - Se te esqueceste em casa dos teu pais não há problema.
Ela - Não pode ser. Eu disse aos meus pais que ia passar uns dias em Espanha. Se amanhã vou lá buscar o casaco eles topam que eu menti.
Eu - Disseste aos teu pais que ias para Espanha?
Ela - Se lhes dissesse que ia passar a noite com um amigo eles passavam-se. São cheios de macaquinhos na cabeça...
Eu - Menti. Uma vez, quando tinha doze anos.
Ela - Estás a ver?
Eu - Mas tu tens trinta e cinco.
Ela - É igual.
Eu - Acho estranho eles não se preocuparem por ires para Espanha e preocuparem-se por vires a minha casa ver um filme.
Ela - Se os conhecesses...
Eu - Ok. Vai lá. Eu espero.

(cinco minutos depois)

Ela - Afinal estava no meu carro. Ainda bem, porque ir às duas da manhã tocar à campainha dos meus pais...
Eu - Se tivesses deixado lá o casaco, e eles a pensar que ias para Espanha, tinham-te telefonado para ires buscá-lo.
Ela - Pois... merda! o meu telemóvel. Deixei-o na casa dos meus pais...

7.20.2008

acho que esta noite não gosta de mim

[aviso: este texto é uma seca... mas apetecia-me registar esta noite]

Desta vez viro à esquerda no cruzamento onde viro sempre à direita e estaciono no primeiro lugar vago que encontro. Não me apetece ir ao mesmo bar de sempre, ver as mesmas caras de sempre, beber as mesmas cervejas de sempre, cuspir as mesmas palavras de sempre. Nesta rua rua há uma porta que divide dois mundos: o meu e outro que não conheço. É a única porta por onde me apetece passar. Encosto o dedo indicador numa campainha mal aparafusada e uma janelinha abre-se. Uns olhos fitam-me durante alguns segundos e perguntam-me o que quero. Beber um copo, respondo. Só um momento. Um momento que se prolonga por dois ou três minutos. Depois a porta abre-se e um homem com ar de quem não conseguiu emprego depois de acabar o serviço militar obrigatório dá-me um cartão de consumo. Cento e vinte e cinco euros de consumo obrigatório. Digo que só quero beber umas cervejas, e digo-o no plural de propósito, para me certificar que não tenho que pagar aquilo tudo. Sente-se no balcão, responde ele, que os sofás estão todos reservados. Conto os sofás. São doze e apenas quatro estão ocupados. Há uma mulher para cada homem em cada um, e uma garrafa num balde de gelo em cada mesa. Ok, isto é mesmo um bar de putas.

Sento-me ao balcão. Um tipo novo de fato e lacinho vem rapidamente atender-me. Deve ter uns dezoito anos. Pergunto quanto custa uma cerveja. Ele afasta-se e desaparece. Quando regressa diz-me que dois euros. Dois euros parece-me aceitável. Uma Super Bock, então. Tiro uma esferográfica e uns papéis do bolso, Quero escrever qualquer coisa mas não me sai nada. Algumas mulheres riem num dos sofás, mas é um riso em que eu não acredito. Não é genuíno. A Super Bock tem um guardanapo vermelho no gargalo e o copo é tão grande que dava para umas cinco cervejas. Já que cheguei até aqui continuo na minha. Tiro o guardanapo e bebo pela garrafa.

Escrevo uma frase. Uma frase de merda mas não deixa de ser uma frase: Acho que esta noite não gosta de mim. Depois uma mulher senta-se ao meu lado. Guardo a esferográfica no bolso. É um acto instintivo e que lhe dá sinal verde para começar a falar. Pergunta-me se pode beber alguma coisa. Que sim, respondo, desde que pague. Que se eu não pagar ela não pode ficar ali. Tudo bem, respondo outra vez. Por mim não faz mal. Ela levanta-se e desaparece, exactamente pela mesma porta que o empregado quando lhe perguntei o preço duma cerveja. Depois volta e senta-se de novo ao pé de mim, desta vez com um casaco vestido por cima da camisola decotada. Talvez tenha pedido permissão para acabar o turno ou assim, penso. Pergunta-me se lhe pago uma cerveja, pelo menos. Uma cerveja até pago. A cerveja vem e, para minha surpresa, ela também bebe pela garrafa. O empregado já sabia, de certeza, porque desta vez nem copo trouxe.

Pergunta-me porque é que entrei ali. Que me apetecia uma cerveja, respondo. Ela diz que eu não tenho ar de cliente. Penso em perguntar-lhe como é esse ar mas, olhando para os gajos todos que lá estão dentro, acho a pergunta inútil. Não tenho e não sou, digo-lhe. Depois ela começa a falar sozinha. Diz que anda a tentar juntar dinheiro para abrir um cabeleireiro, que é duma aldeia perto de Bragança e que a família pensa que ela trabalha num escritório, que tinha outro emprego mas ali ganha muito mais. Que percebo, vou dizendo só para ela perceber que não desisti de a ouvir.

Torno a olhar para a frase que escrevi: Acho que esta noite não gosta de mim. Rasgo o papel aos bocadinhos pequeninos e dou o último gole na cerveja. Ela pergunta-me se tenho carro e se a posso levar a casa, que àquela hora tem sempre que ir de táxi. Que sim. Tiro uma nota de dez euros para pagar as cervejas mas ela diz que já estão pagas. O porteiro deseja-me boa noite. Menos mal, penso.

Deixo-a numa casa rural nos subúrbios da cidade. Um cão ladra, não sei se por causa do barulho do carro se porque o dia já está a amanhecer. Ela pergunta-me se quero entrar. Hesito, que hoje até me apetecia dormir com alguém, mas depois digo que não. Prometo que passo de novo no bar e que talvez para a próxima. É mentira. Não conto voltar lá nunca mais na minha vida, mas tenho a certeza que ela sabe.

7.19.2008

conversa 853

Ela - Sabes aquela ucraniana com quem meteste conversa?
Eu - Sim...
Ela - Escusas de insistir. Ela é casada.
Eu - Como é que sabes?
Ela - Perguntei-lhe.
Eu - Não me digas que lhe foste perguntar se era casada...
Ela - Não perguntei se era casada. Perguntei-lhe se gostava de ti.
Eu - Oh! não.
Ela - Que foi?
Eu - Nada. Deixa lá...

conversa 852

(ao telefone numa sexta à noite)

Ela - Onde é que estás?
Eu - Estou agora a chegar a casa.
Ela - Mas vais sair?
Eu - Hoje vou ficar por casa. Não me apetece sair.
Ela - Não queres vir beber um copo?
Eu - Não. Hoje vou ficar por casa.
Ela - Estás bem?
Eu - Sim.
Ela - Não estás nada.
Eu - Estou, estou.
Ela - Não estás nada. Se não vais sair é porque não estás bem.
Eu - Estou, estou.
Ela - Não estás nada. De certeza...
Eu - Pronto, está bem, não estou.
Ela - Estás a ver? Anda beber um copo...
Eu - Eu estou bem. Só disse que não porque estavas a insistir...
Ela - Isso já quer dizer que não estás bem.

dj bagas - carreira política

Estive a fazer uma música esta noite com o nosso primeiro-ministro, só para me divertir. Podem ouvi-la aqui ou então baixá-la no rapidshare. Se não conseguirem também podem pedi-la que eu mando por email.

7.18.2008

conversa 851

Ela - Posso passar férias aqui em tua casa?
Eu - Mas... se tu vives aqui tão perto.
Ela - Mas estou sem dinheiro. Pelo menos mudo de casa.
Eu - Por mim estás na boa... mas eras capaz de me aturar durante as férias?
Ela - Ah! Não. Tu podes ir embora para onde quiseres.

admito que admiro casais que conseguem concordar na mentira

Admito que admiro casais que conseguem concordar na mentira. Numa coisa Jerónimo de Sousa e Sócrates estão de acordo. Ambos acham que o governo Angolano é notável. Acho que davam um casalinho giro, por acaso, e podiam ir passar a lua de mel a Luanda, por exemplo, onde hoje, um dia qualquer. Um bebé nasceu entre o lixo, próximo de um esgoto a céu aberto.

mulheres em pinturas nos moliceiros (5)

conversa 850

Ela - Deve ser mesmo triste ter um acidente e ficar paraplégico...
Eu - Porque é que te lembraste disso agora? A meio dum filme espanhol de terror...
Ela - Olha, lembrei-me...

conversa 849

Ela - Levanta um bocadinho a camisola.
Eu - Porquê?
Ela - Quero ver o teu umbigo.
Eu - Porquê?
Ela - Acho que o umbigo dum homem diz muito sobre ele.
Eu (levantando a camisola) - E o que é que o meu diz? Já agora...
Ela - Nada. É um umbigo normal.

conversa 848

(depois de ver um filme de terror na televisão)

Ela - Não gosto nada destes filmes mas também não consigo deixar de os ver.
Eu - Este está bem feito. O problema é que os filmes de terror, mesmo bem feitos, já não assustam ninguém.
Ela - Eu tenho medo. Nem me apetece sair do sofá. E se o filme não me metesse medo nem o queria ver.
Eu - Não vês outro tipo de filmes, é? Só vês filmes de terror?
Ela - Não. Também gosto de chorar. Um filme tem que me fazer chorar ou assustar-me, senão não vale nada.

perigo de rebentamento

Foi retirado do mercado um lote de preservativos com defeito. A notícia do Correio da Manhã diz que havia perigo de rebentamento e que as análises, feitas pela Infarmed, são feitas testando situações-limite. Estou aqui a imaginar uma tardada no Infarmed e testar preservativos em situações-limite. Será que estão a aceitar pessoal?

mulheres que eu gostava de poder não compreender (69)



nome: Emma Murdoch
origem: Dark City
info: A mulher que eu gostava de poder não compreender número 69, esse número místico, não é um bem uma mulher. É uma personagem do filme Dark City. Claro que a mulher que está por trás, Jennifer Connely, não é um pormenor nesta escolha. Digamos que associado ao número místico, agrada-me a ideia de estar com ela numa cidade onde não há dia. Só noite.

7.17.2008

conversa 847

(numa rua pedonal)

Ela - Tu só pisas nas pedras azuis e eu só nas brancas. Fazemos uma corrida até ao fim da rua...
Eu - Mas... quase não há pedras azuis.
Ela - Azar. Vais perder.

7.16.2008

conversa 846

Ela - Acreditas mesmo que vais conseguir alguma coisa com a política?
Eu - Acredito.
Ela - És tão estúpido, sabias?
Eu - Uma coisa já consegui.
Ela - O quê?
Eu - Ter menos tempo para ti.
Ela - Se o problema era esse, bastava dizeres... nunca mais te telefono.
Eu - Promessas...
Ela - O problema entre nós não foi esse. Tu é que não os tens no sítio. Sou mulher demais para ti...
Eu - Isso é bem verdade. És mulher demais para mim. Tão demais que neste momento só te quero ver pelas costas.
Ela - Isso nunca mais vês...
Eu - Não é esse "ver pelas costas". É mesmo querer distância...

10 vícios que tenho mas que não teria se tivesse uma namorada (percebem?)

1] fazer sudokus embora seja um azelha.
2] beber cafés aromáticos da Delta, sem açúcar, na esplanada do Fórum Aveiro.
3] dar de comer aos patos que vivem num jardim em Oiã.
4] ler sobre o Mali e Burkina Fasso.
5] fazer ovos moles e misturar com gelatina.
6] enervar os meus vizinhos tocando uma música dos Green Windows que se chama "só eu sei meu amor" em altos berros, sábados à hora do almoço.
7] beber cerveja e comer empalhadas com azeitonas, tremoços e amendoins.
8] passear a pé nas zonas mais deprimentes de Aveiro, tipo estação de Cacia, cemitério de Sarrazola ou parque de estacionamento do Retail Park.
9] escrever textos estúpidos num caderninho que anda quase sempre comigo menos às vezes.
10] jogar basquete.

homens temporariamente sós

Só há homens no bar onde agora entro. Talvez por estarem sempre, do outro lado do balcão, duas mulheres bonitas. Ao meu lado esquerdo o álcool secou um homem de bigode. Secou-lhe o corpo por dentro, secou-lhe a voz e as mãos que ainda seguram um copo de cerveja cansado. Só não lhe secou os olhos. Ao meu lado direito dois tipos mantêm uma conversa numa intensidade sonora acima do normal. Já olharam para mim, pelo canto do olho, e não acredito que falem realmente entre eles. Falam para as mulheres que ali trabalham, embora não o assumam.
Tiro uma esferográfica do bolso e um caderninho da mala do computador. Começo a escrever o que vai ser este texto. Uma das empregadas, que deve ser cabo-verdiana, aproxima-se em silêncio. Aproveito essa abstinência da fala para lhe observar a quietude dos lábios. São tão bonitos. Uma Super Bock, por favor. Ela dá-me uma garrafa gelada e eu toco-lhe os dedos quentes. Apetecia-me agarrar aquela mão a noite toda. É tão bonita, a mão.
Se tenho um cigarro, pergunta-me o homem seco num esforço enorme para levantar a cabeça. Que não fumo, respondo. E a cabeça cai de novo entre os seus braços apoiados no balcão, e o copo cai alagando o que sobrava duma noite já perdida. Uma das mulheres expulsa-o delicadamente do bar. Ele sai, desamparado pela vida, e pergunta-me de novo se tenho um cigarro. Que não fumo, respondo como se fosse a primeira vez.
Lembro-me duma música dos GNR que agora percebo tão bem que preferia não me lembrar. Homens temporariamente sós. Homens sempre sós preferem perder, homens sempre sós são bolas de ténis no ar, muito abatidos saltam e acabam por enganar, homens sempre sós nunca conseguem casar.
Estou ansiosamente à espera dum telefonema para não dormir sozinho hoje, mas a esperança de ouvir o telefone tocar vai-se esbatendo nas horas que passam. Olho de novo para o ecrã. Não há nenhuma chamada não atendida. Faltam quinze minutos para o comboio que me vai levar a Aveiro. Dá para beber outra Super Bock. Talvez ela telefone durante a viagem. Talvez não. O mais certo é que não. Torno a pousar os meus olhos nos lábios da empregada cabo-verdiana e os meus dedos nos dedos dela. Temporariamente. Prometo não fazer um retrato da solidão interior. Não há qualquer tragédia mas uma cerveja a beber. Homens sempre sós preferem perder.

bar Estado Líquido, Espinho, Julho 2008

conversa 845

Eu - Só que eu não quero que te divorcies por minha causa.
Ela - Mas porquê?
Eu - Tens que te divorciar por tua causa. Depois, entre mim e ti é outra história.
Ela - Mas que história é que vai ser?
Eu - Sei lá. Não faço a mínima ideia. Até pode acontecer que não haja história nenhuma.
Ela - Mas assim... queres que eu largue uma coisa por nada?
Eu - Não, não quero que largues coisa nenhuma... nem quero que um dia me venhas a chamar coisa.

às vezes os homens precisam mesmo do murro duma mulher



Xana, a vocalista dos Rádio Macau, desentendeu-se com o Flak num concerto em Vila Nova da Barquinha. Flak, que pelos vistos é quem tem os direitos da música "anzol", aceitou contra a vontade da vocalista da banda que esta entrasse numa publicidade a um banco. Durante o concerto Xana mudou um dos versos da música para "não mordam o anzol às petrolíferas". Ele rasteirou-a fazendo-a cair e ela deu-lhe um murro (há um vídeo completo no youtube mas eu pus só o murro). Já simpatizava com a Xana. Agora ainda gosto mais dela. Às vezes os homens precisam mesmo do murro duma mulher.

7.15.2008

conversa 844

Ela - Não sabes o que perdes por não beber coca-cola.
Eu - Sei, sei... já bebi.
Ela - Sabia que o segredo da receita da coca-cola está num cofre bem guardado?
Eu - Não... pensava que era obrigatório vir no rótulo.
Ela - Vem no rótulo mas não vem tudo.
Eu - Não acreditas mesmo nisso, pois não?
Ela - Acredito. A coca-cola é melhor que outra cola qualquer. Isso tem que ter um motivo.

Helen Slater

A Helen Slater ficou na História precisamente porque... não ficou na História. Depois de Christopher Reeve ter ficado famoso por interpretar o clássico Super-Homem - o Filme (1978) e Super-Homem II - A Aventura Continua (1980), Helen tentou fazer o mesmo em 1984 no filme SuperGirl.
Tal como o Super-Homem, também esta Super-Mulher começou nos livros de banda desenhada da DC Comics, só que o filme foi um tremendo fracasso e a Helen nunca se impôs como actriz em Hollywwod, embora tenha continuado a representar papéis até aos dias de hoje.
Admito que já conheci várias Super-Mulheres a sério. Falo daquelas que, sendo da classe média portuguesa, conseguem ter os filhos a estudar, dar-lhes de comer e, uma vez por outra, ainda dar-lhes uns trocos para umas cervejas ao fim de semana.
De qualquer maneira, mesmo não sendo a Helen uma dessas mulheres, garanto que se me dessem a escolher entre passar o resto da minha vida com ela ou com o Christopher Reeve (que, por acaso, até já morreu), escolhia-a a ela sem pensar duas vezes. É por isso que me custa engolir o fracasso.

conversa 843

Ela - Onde é que vais fazer férias?
Eu - Neste momento não sei...
Ela - Queres fazer férias comigo?
Eu - Onde e quando?
Ela - Não sei... mas não devias ter perguntado isso.
Eu - Porquê?
Ela - Devias querer fazer férias comigo sem saber onde e quando. Agora sou eu que não quero.
Eu - Mas eu preciso marcar férias, preciso de um orçamento e preciso de tirar férias também com a minha filha... por isso é que tenho que saber onde e quando.
Ela - Então vai sozinho.

7.14.2008

conversa 842

Ela - Fazes ideia de há quanto tempo é que eu não levo um homem para a cama?
Eu - Não...
Ela - Foste o último.
Eu - Ena... isso foi há mais de um ano.
Ela - Pois... imagina. Há mais de um ano e ainda por cima contigo.

cexo com porcos

Estas são algumas buscas suínas feitas no google que já vieram dar a este blogue este mês. Reparei que não aparece uma única busca com as palavras 'homem' e 'porca'. Só 'mulheres' e 'porco'. O que é que isso quer dizer?

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conversa 841

Ela - Tu és tão tímido.
Eu - Achas?
Ela - Sim.
Eu - Sou um bocado, normalmente... mas tu não és menos...
Ela - Achas?
Eu - Acho.
Ela - Porquê?
Eu - Normalmente és muito calada.
Ela - Ah! Mas isso é porque não gosto nada que me chateiem.
Eu - Eu chateio-te?
Ela - Sempre não...
Eu - Poucas?
Ela - Algumas.

Hoje é noite de Couscous Prosjekt no melhor bar do mundo. A partir de agora duas vezes por mês. Como habitualmente, isto merece uma musiquinha...


conversa 839

Eu - Vou parar esta discussão. Não sei se já reparaste que estamos a ser estúpidos.
Ela - Não pares de discutir comigo.
Eu - Já parei...
Ela - Tu não pares de discutir comigo.
Eu - Já parei...
Ela - Detesto-te quando viras as costas a uma discussão.
Eu - Paciência. Eu vou dar uma volta. Quando estiveres mais calma, se quiseres, telefona que eu passo aqui e tomamos um café.
Ela - Se tu saíres por essa porta garanto-te que nunca mais entras nesta casa.
Eu - Paciência...

maniqueísmo

O maniqueísmo é um princípio dualista que vê o mundo sempre dividido entre o Bem e o Mal. A palavra vem do nome do filósofo persa Mani (séc III) e influenciou a primeira religião monoteísta do mundo, o Zoroastrismo (religião criada por Zaratustra no séc VII AC) que, por sua vez, veio a influenciar todas as religiões ocidentais (judeus, cristãos e islâmicos).
Muito mais tarde, em 1885, Nietzsche iniciou a obra "Assim falou Zaratustra" que anuncia o surgimento do Super Homem após a fase de transição do macaco na nossa espécie. De qualquer maneira, estes macacos não são os mesmos de Darwin, ou seja, os nossos antepassados reais. Estes macacos são precisamente os das 'nossas' religiões, principalmente a cristã.
"Assim falou Zaratustra" é um livro tão importante na Alemanha que, mais tarde, o próprio Hilter se anuncia no seu "A Minha Luta" como o Super Homem. Já ouvi dizer que o livro era distribuído pelos soldados alemães na Segunda Guerra Mundial, para os moralizar, mas não acredito lá muito. Acho que em vez dum livro chato como a potassa eles prefeririam mil vezes umas revistas com mulheres nuas e umas cervejas frescas. Qualquer gajo normal sabe isso.
Bem... esta seca é toda para dizer que eu acho que a sociedade ocidental (talvez até a nossa espécie) é demasiado maniqueísta. Raramente optamos pelo meio termo e achamos que as coisas têm que ser boas ou más, e acho que isso nos prejudica a todos, basicamente porque assim, quando uma coisa não é boa passa imediatamente a ser má. Pensei isso hoje, numa discussão que tive com uma amiga de quem gosto bastante, quando percebi que nem eu nem ela estávamos a defender nada, a não ser a vontade que o outro desistisse e desse razão. Parei e disse-lhe que não ia discutir mais... mesmo que ela quisesse continuar. Se calhar, numa relação entre duas pessoas, devíamos todos tentar ser menos Zaratustras, menos Manis, menos Nietzsches e menos Hitlers. A única coisa que me preocupa é que ela, de facto, quis continuar.

7.12.2008

conversa 838

(eu, surpreendido com a pele morena dela)

Eu - Tinha uma amiga minha igualzinha a ti... mas doutra cor.
Ela - Tinhas?
Eu - Não... estava a dizer que estás mesmo muito morena.
Ela - Ah! Não teve piada nenhuma.

conversa 837

Eu - Eu logo telefono-te.
Ela - Não telefones. Prefiro telefonar eu.
Eu - Porquê?
Ela - Não gosto que me telefonem. Prefiro telefonar eu.
Eu - Sim, mas porquê?
Ela - Porque prefiro telefonar eu.

baixas e gordas

As crianças portuguesas são baixas e gordas. Li esta notícia e lembrei-me que, quando eu era puto, costumava trepar uma figueira atrás da minha casa para comer figos. Essa figueira já não existe mas, bem perto dessa casa onde cresci, abriram entretanto dois restaurantes Mc Donalds.

7.11.2008

pensamentos catatónicos (140)

Hoje passei por este acidente. A GNR desviou o trânsito e eu, que estava com pressa, fiquei nervoso e apitei ao gajo da frente quando abrandou para ver melhor. Cheguei ao emprego e li que tinha morrido uma pessoa e que várias tinham ido para o Hospital. A única coisa em que eu pensei quando passei ao lado dos carros batidos foi em mim, na minha necessidade de chegar a tempo e horas ao destino e em como é uma seca estar numa fila de automóveis.
Gostava de ser capaz de contrariar mais vezes esta mesquinhez, mas não sou, e é este tipo de egoísmo imediato que é capaz de destruir uma relação qualquer entre duas pessoas. Bom fim de semana para todos!

conversa 836

Ela - Comes-me aqui?
Eu - Aqui no meio do café?
Ela (esticando-me o braço com metade dum croissant) - Sim, já não me apetece mais...
Eu - Ah!
Ela - Estavas a pensar que era o quê?
Eu - Nada...

conversa 835

Eu - Não me leves a mal mas estás com as unhas um bocado compridas.
Ela - É de propósito.
Eu - De propósito?
Ela - Sim, até ando a pôr um verniz especial para elas não se partirem. Quero tê-las muito compridas em Agosto e pintá-las.
Eu - Para quê?
Ela - Para ficarem bonitas.
Eu - Já eram bonitas...
Ela - Achas feio, eu deixar crescer assim as unhas?
Eu - Acho perigoso...

avante camarada, avante

Em quatro anos, em Ovar, o órgão oficial do Partido Comunista Português passou de 45 para 80 exemplares, e o partido fez disso notícia. Encarregados da distribuição desses 80 exemplares estão onze camaradas. Ora... 80 a dividir por 11 dá mais ou menos 7. Cada um distribui, portanto, em média 7 jornais. Eu acho que está bem... o socialismo exige também a divisão do trabalho...

fertilidade no homem...

As mulheres andaram sempre ansiaram ter um filho até aos trinta e cinco anos, altura em que a fertilidade feminina começa a diminuir e o risco de um aborto espontâneo aumenta. Agora, estudos recentes demonstram que o homem também tem um relógio biológico e que a partir dos trinta e cinco anos a qualidade do sémen diminui, caindo drasticamente a partir dos quarenta. Este estudo sugere até que a queda da fertilidade num casal está mais ligada ao homem do que à mulher...

desaparecimentos...

Os palermas da Câmara Municipal de Alcobaça pagaram cento e oitenta mil euros (180 000) ao Luís de Matos para um espectáculo de vinte minutos, dezassete dos quais esteve a falar e três a libertar-se dum colete de forças. As dezasseis mil pessoas, que esperavam vê-lo a fazer desaparecer o Mosteiro, ficaram desiludidas.
Ora eu posso garantir que sou muito melhor que o Luís de Matos. Há dois anos que todas as mulheres que se aproximam emocionalmente de mim desaparecem misteriosamente nos dias seguintes, aparecendo apenas algumas semanas depois com outro gajo ao lado. A Câmara Municipal de Alcobaça nunca me pagou nada...
Quanto ao Luís, acho que pelo menos o dinheiro fez mesmo desaparecer.

7.10.2008

conversa 834

Ela - Neste vestido nota-se muito que tenho barriga?
Eu - Qual barriga?
Ela - Estas banhas...
Eu (risos) - Tu és magríssima. Não tens barriga nenhuma.
Ela - Se dizes isso é porque se nota. Vou trocar.
Eu - Não vás. Olha que eu ainda tenho que ir trabalhar. Estou com pressa.
Ela - É só um bocadinho.

a culpa é nossa

A culpa da morte de mais catorze imigrantes ilegais (incluindo nove crianças) que tentaram chegar ao sul de Espanha é nossa. A Europa e os Estados Unidos estão a matar à fome o continente africano através duma lógica de mercado unilateral. O aumento do preço dos alimentos, que se faz sentir muito mais nos países pobres, tem como causa principal a política ocidental dos biocombustíveis, que desviou cereais destinados à alimentação para a produção de combustíveis.
Numa economia "livre" a especulação sobre bens que escasseiam é imediata, e os mais fracos pagam imediatamente a factura. A maior parte das pessoas com que falo diz-me que não se interessa por política, sem perceber que esse desinteresse que demonstra com tanto orgulho mata todos os dias alguém.

conversa 833

Ela - Gosto muito de estar contigo mas são quase seis da manhã... vou embora que amanhã tenho que me levantar cedo.
Eu - A que horas?
Ela - Às dez, mais ou menos.
Eu - Não vais dormir quase nada.
Ela - A culpa é tua.
Eu - Minha? Tu é que me telefonaste a perguntar se podias vir a minha casa...
Ela - Pois, e tu aceitaste.

conversa 832

Ela1 - Devias deixar crescer a barba. Uma vez vi-te com a barba por fazer e acho que ficas muito melhor.
Ela2 - Não fica nada.
Ela1 - Fica, fica...
Ela2 - Não fica nada.
Ela1 - Fica, fica...
Ela1 - Deixa crescer só de um lado. Quando estivermos os três juntos eu fico do lado que tem barba e ela do lado que não tem.
Eu - Por acaso estão a gozar comigo?
Ela1 - Não.
Ela2 - Não, não...

7.09.2008

brasil, país tropical...

Dois polícias mataram uma criança de quatro anos no Rio de Janeiro, diz o Público. Há bocado estava a falar disto com uma amiga minha brasileira e ela ficou espantada por eu ficar espantado. Isso é todo o dia, disse ela. Tenho a ideia que os brasileiros que tentam viver o dia-a-dia em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro são uns heróis...
Vi esta notícia e lembrei-me do filme "Laranja Mecânica", em que Stanley Kubrick mostra que a diferença entre ser criminoso ou não é uma mera formalidade e não uma questão de comportamento. Se dois assassinos entrarem para a polícia passam a representar a lei, e continuarão a representá-la até que um dia, por acaso, uma câmara os filme a matar uma criança...

conversa 831

Ela - A diferença entre os homens e as mulheres é mesmo só uma.
Eu - Qual?
Ela - As mulheres são optimistas e fazem coisas, os homens são pessimistas por natureza e só sabem contradizer as mulheres.
Eu - Isso não é verdade.
Ela - Vês? É o que tu fazes. Só me contradizes...

conversa 830

Ela - Ontem fui ao cinema e pensei em ti.
Eu - Porquê?
Ela - O filme estava todo desfocado e tu és a pessoa ideal para ir protestar.
Eu - Ah!
Ela - Claro que numa sessão de cinema normal és uma seca. Vês problemas técnicos onde mais ninguém vê... e ninguém consegue ver um filme ao teu lado.
Eu - Ah!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (68)



nome: Ana Bacalhau/Deolinda
origem: Portugal
info: Gosto de projectos bem feitos e os Deolinda são, sem sombra de dúvida, um projecto bem feito. Sem fugir à portugalidade (ou lisbonidade?) inerente a um projecto de fado, dão uma volta de 180 graus e, em vez de nos fazerem chorar, fazem-nos sorrir. É um projecto interessante pela forma, pelo conteúdo e pela parte cénica. A Ana Bacalhau (suponho que lhe podem chamar Deolinda) não podia ser outra, e é uma mulher genuinamente bonita. Comprei o disco hoje, numa discoteca em Aveiro, e não resisti a ouvi-lo imediatamente no carro no percurso até casa. Quando estacionei fiquei à espera que acabasse uma música. Deolinda é um projecto de fado para quem gosta de fado e... para quem não gosta. (site oficial)

uma tarde em silêncio

Passei a tarde em silêncio. Às vezes é preciso. Tenho que tomar uma opção importante esta semana. Importante para mim, diga-se de passagem. Para o resto do mundo é absolutamente indiferente a opção que eu tomar, e isso é a única coisa que me deixa descansado...

7.08.2008

conversa 829

Ela - Ando completamente na merda e a bater mal, desde que o ****** me deixou.
Eu - A vida tem a mania de não nos poupar a desilusões de vez em quando, e isso é provavelmente a pior mania que a vida tem.
Ela - Como é que faço?
Eu - Para ultrapassares isso?
Ela - Sim.
Eu - Espera. O tempo faz milagres.
Ela - E enquanto o tempo não fizer o meu milagre?
Eu - Enquanto não estiveres bem, não faças nada. Quanto menos fizeres, melhor, porque normalmente só se faz asneiras quando se está assim...
Ela - Eu sei. Já reparei. Só que às vezes não aguento. Apetece-me bater em alguém.
Eu - Quando te sentires mesmo mal telefona-me.
Ela - Posso te bater?
Eu - Não... mas bebemos um copo. Ou dois...
Ela - Oh! Isso bebo sozinha.

da solidão à tentativa de ser normal

Ontem fui ver o filme "Lars e o Verdadeiro Amor", uma história dum homem que apresenta à família e a toda a comunidade uma boneca como sendo sua namorada.
Dado que o homem apresenta nítidos sinais de delírio e extrema solidão, todos decidem aceitar a boneca como tal, contribuindo para a sua felicidade e para a sua vida "normal".
Duma maneira ou doutra, todos fazemos mais ou menos o mesmo: tentamos passar da solidão à normalidade e, se não sabemos o que é ser normal, achamos pelo menos que a normalidade não é solitária.
Estava a ver o filme e pensei várias vezes, entre sorrisos e lágrimas, "que importa a forma como nos tornamos felizes, se realmente o formos?"

conversa 828

Ela - O que eu preciso num homem é duma companhia, não é dum gajo bonito nem duma máquina sexual.
Eu - Compreendo...
Ela - Por isso é que tu servias...
Eu - Obrigado, pela parte que me toca.
Ela - O que foi?
Eu - Nada.
Ela - Não te ofendi, pois não?
Eu - Não.

7.07.2008

juntos é que não, casamento é que não

Ontem fui a uma despedida de casados e deu nisto...

de pequenino se torce o pepino

A violência doméstica ainda é uma formalidade a ser cumprida em Portugal e, segundo um estudo recente da Universidade do Minho, não deixará de ser assim tão cedo.

1] 25 por cento dos jovens dos 15 aos 25 anos já foram vítimas de violência do namorado ou namorada.

2] as novas gerações começam a agredir-se cada vez mais cedo e chegam a tolerar a violência sexual, por considerarem que «relações sexuais forçadas não são o mesmo que violação, nem sequer são crime»

3] Os rapazes são os que agridem com maior gravidade (sovas, murros e pontapés).

4] normalmente «vítimas e agressores não percebem que a violência não é aceitável»

5] muitos jovens consideram que a «violência sexual no namoro não existe»

conversa 827

Eu - Algumas mulheres são demasiado possessivas.
Ela - Possessivas como?
Eu - Sei lá... vais passear, paras para deixar passar uma mulher na passadeira e sorris. Tens logo a tarde estragada.
Ela - Claro. Uma coisa é parar para deixar passar uma mulher na passadeira, outra coisa é sorrir-lhe.
Eu - Qual é o problema?
Ela- Comigo estavas logo a apanhar.

7.06.2008

conversa 826

Ela - Se me fizesses uma pergunta directa eu respondia que sim.
Eu - Que pergunta?
Ela - És burro?
Eu - Perguntei-te "que pergunta?" e tu não respondeste que sim.
Ela - Ahn?
Eu - Nada...

conversa 825

Ela - Já reparaste que bebemos uma garrafa de uísque inteira?
Eu - Já.
Ela - Estás bêbado?
Eu - Não.
Ela - Eu também não... mas acho que vou dormir.

workshop para mulheres nervosas

Estou a pensar fazer um workshop para mulheres nervosas, um workshop que permita acalmar sistemas nervosos que habitualmente se exaltam por coisas inúteis e, assim, contribuir para um mundo melhor. Já está mais ou menos estruturado.

10:00 recepção

10:05 a mulher nervosa na cozinha
1] como utilizar um abre-latas sem partir nenhuma unha.
2] como ir buscar um copo às prateleiras mais altas sem alterar a disposição de todos os móveis da casa.
3] quando se chora porque se está a cortar cebola, deve-se aproveitar as lágrimas para fazer um drama sobre a vida cruel duma amiga que o companheiro nem sequer conhece?

11:00 pausa para café e falar mal da melhor amiga

11:05 a mulher na casa de banho
1] o que é melhor? baixar a tampa da sanita ou mandar um grito que se ouve no quarteirão inteiro?
2] é tão válido ele deixar alguns pêlos da barba no lavatório como ela se esquecer dum penso higiénico em cima do autoclismo.
3] quando a porta da casa de banho está trancada é porque está alguém lá dentro, por isso é melhor não fechar a luz deixando o utilizador às escuras.

12:00 almoço e falar mal da última permanente que se fez no suposto melhor cabeleireiro da cidade.

15:00 a mulher no quarto
1] como ir à casa de banho durante a noite sem acordar o companheiro.
2] a seguir ao sexo deve-se perguntar ao companheiro se foi a melhor queca que ele já deu?
3] se ele deixa as calças no chão, ao lado da cama, é porque no dia a seguir já estão prontas a vestir mal ele tire os pés da cama.

16:00 pausa para uma água e apontar números de telefone das outras particiantes, mesmo sabendo que nunca vão ser usados.

16:05 a mulher na sala
1] a sério que não é preciso mudar o lugar dos sofás e da televisão todos os domingos.
2] o que é que dá mais trabalho na sala? uma árvore bonsai ou um cão irritante e pequenino que gosta de morder chinelos?
3] só há uma televisão na sala e ele quer ver um jogo de futebol. deve ela insistir no visionamento do octogésimo episódio duma telenovela brasileira?

7.05.2008

conversa 824

Ela - Mas o que é tu queres das mulheres? Nem sabes dizer...
Eu - Sei pois. Depende...
Ela - Depende de quê?
Eu - Sei lá... Da Mayra Andrade quero que cante, da Teolinda Gersão quero que escreva, da ****** quero que seja minha amiga sempre. De ti...
Ela - De mim queres o quê?
Eu - Quero... sei lá.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (67)



nome Lesly Pereira
origem: Angola
info: Este ano a miss Universo vai ser no Vietname, na cidade de Nha Trang. Nunca percebi o que raio é uma miss Universo, para além duma boazona que quer que as guerras acabem e que as crianças sejam felizes. Suponho que deve ser a mulher mais bonita do universo ou qualquer coisa parecida. O conceito de mulher mais bonita do mundo assusta-me mas, no caso da Lesly Pereira, vá lá... até aceito.

7.04.2008

conversa 823

Ela - Eu admito que penso muito em ti nas minhas fantasias sexuais, pronto.
Eu (silêncio)
Ela - Tu também pensas em mim?
Eu (silêncio)
Ela - Da maneira que penso em ti, espero que curtas de ser algemado.
Eu (silêncio)
Ela - Não falas?
Eu (silêncio)
Ela - Não penses que és o único. Também fantasio muito com o ******, por exemplo.
Eu - Mas esse é teu marido.
Ela - Pois... imagina ao que cheguei.

farc

As FARC não são uma organização política de esquerda. São um exército privado que rapta pessoas por uma questão mediática e vive do tráfico de droga. Era bom que o PCP percebesse isto. Mas não percebe...

conversa 822

(com uma mulher bonita que ia à minha frente no comboio)

Ela - Está a olhar fixamente para mim porquê?
Eu - Hum... peço desculpa, tem razão. Foi sem querer.
Ela - Ia a olhar para mim duma maneira.
Eu - Tem razão, mas a sério que ia distraído. Não queria parecer invasivo.
Ela - Pronto...

(uma estação e um apeadeiro depois)
Ela - Mas ia a olhar para mim porquê?
Eu - Já lhe expliquei que ia distraído... e já lhe pedi desculpa.
Ela - Mas ia a olhar para mim...

largar as fraldas

Faz hoje dois anos que estou separado. Se a minha separação fosse uma pessoa já sabia andar, já dominava algum vocabulário e já estava quase a largar as fraldas. É também, segundo uma amiga minha pediatra, aos dois anos que se faz as primeiras amizades a sério. Talvez isto queira dizer alguma coisa sobre mim. Espero que sim...

7.03.2008

conversa 821

Ela - Não achas que já vieste vezes suficientes a minha casa para termos ido prá cama pelo menos uma vez?
Eu - Acho... realmente acho. Podemos ir já, se quiseres.
Ela - Hoje não. Amanhã trabalho cedo.

conversa 820

Ela - Ensinas-me a dançar kizomba?
Eu - Ensino...
Ela - Hum... é melhor não.

mais duas pequenas coisas que eu não compreendo...

1] jardins com uma estátua duma criança a urinar para um lago
Quem é que raio gosta de ter um lago para onde está um puto a mijar vinte e quatro horas por dia? Será que há alguma mensagem subliminar nestas estátuas que me escapa?

2] colete reflector nas costas da cadeira do lugar do morto
Estou farto de ver carros com o colete reflector nas costas duma das cadeiras da frente. Normalmente são os carros que também têm uma Nossa Senhora de Fátima e um terço a decorar a frente do veículo. Come on...aquilo é para quê? Para o colete estar sempre passado a ferro?

retrógrada que chegue...

A Manuela Ferreira Leite diz que não é suficientemente retrógrada para ser contra as ligações homossexuais. Pois não, mas é retrógrada o suficiente para achar que não podem ter o mesmo estatuto legal que as uniões entre heterossexuais.
Mais grave do que a mesquinhez tacanha que a faz pensar que o Estado se deve imiscuir nas opções sexuais de cada um, é o facto de achar que a família tem por objectivo a procriação. Uau! Manuelita, deixa-me dizer-te uma coisa: A cópula carnal serve para satisfazermos os nossos desejos sexuais e não apenas para a procriação.

7.02.2008

conversa 819

Ela - Achas que estou bonita?
Eu - Sim...
Ela - "Sim" não chega.
Eu - Não chega para quê?
Ela - Não chega para nada.

peditório para um submarino nuclear

Há peditórios para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, há peditórios para a Abraço, há peditórios para o Banco Alimentar Contra a Fome, há peditórios para pessoas que precisam de ir a Cuba fazer fisioterapia, há peditórios para os bombeiros. Há peditórios para tudo menos para uma coisa. Sabem o quê? Armas. E porque é não há peditórios para armamento? Porque a Indústria do Armamento é a mais lucrativa do mundo e por isso todos os governos, por pressão do grupo Bilderberg, canalizam dinheiro para aí.
O único artigo do Tratado de Lisboa que prevê um aumento da despesa pública dos Estados membros é o 27/3: Os Estados membros comprometem-se a melhorar progressivamente as suas capacidades militares. O que eu pergunto é quantos habitantes da União Europeia sabem isto. Acho que poucos.
Por mim continuo a dizer NÃO ao Tratado de Lisboa e a desejar que, um dia destes, em vez de me cruzar com um bombeiro a pedir nos semáforos para a construção de um novo quartel, me cruze antes com um soldado raso a pedir para um submarino nuclear... [mais info sobre o Tratado no esquerda.net]

conversa 818

Ela - Ainda gostas da tua ex-mulher?
Eu - Claro que sim.
Ela - Gostas como?
Eu - Sei lá. Gosto, pronto. Não me estou a ver a ter uma relação com ela outra vez mas é claro que gosto dela, senão não tinha passado quase dezasseis anos da minha vida com ela.
Ela - Estás sempre a falar da tu ex. És irritante.
Eu - Mas... tu é que perguntaste... e eu nem costumo falar nela...
Ela - Para a próxima, quando eu perguntar, abanas os ombros, finges que não ouves ou... sei lá, mas não respondes.

7.01.2008

conversa 817

Ela - Se algum dia descobrir que o meu marido me mente, deixo-o...
Eu - Nunca lhe mentiste?
Ela - Claro que já, mas ele nunca descobriu.

conversa 816

Ela - Não percebo o sexo oral.
Eu (silêncio)
Ela - Alguma vez fizeste sexo oral?
Eu (silêncio)
Ela - Sim ou não?
Eu - Sim, claro.
Ela - Não percebo. Recuso-me a fazer sexo oral a qualquer homem.
Eu (silêncio)
Ela - Qual é o gozo de?...
Eu - Nunca beijaste nenhum gajo?
Ela - Isso já.
Eu - Isso é sexo oral.
Ela - Começas a ter semelhanças com o meu pai...
Eu - Costumas falar de sexo oral com o teu pai?
Ela - Não, mas respondes com a mesma rispidez dele.
Eu - Estou a conduzir e está muito trânsito. Não me apetece falar agora de sexo oral.
Ela - Eu respondia-te mas tenho medo de me começar a parecer com a minha mãe.
Eu - A tua mãe costuma responder sempre que alguém diz que não quer falar de sexo oral?
Ela - Cala-te.
Eu - "Cala-te" é oral. Só não é sexo.

conversa 815

(no carro)

Ela - Acho que deixei o ferro ligado...
Eu - Boa! Espero que não tenha sido em cima duma das tuas cadeiras de plástico.
Ela - Não... foi em cima da tua t-shirt com que foste à praia comigo...
Eu - Ena... que fixe!
Ela - Nunca mais te esqueças de roupa na minha casa...

bordel católico

O bordel Xclusive, em Sydney, está a prever um aumento de movimento entre os 150% e 200% no Dia Mundial da Juventude, um evento católico que contará com a presença do Papa. (in JN online 1 de Julho de 2008)

Para receber tanto católico, sinceramente, espero que as empregadas do bordel estejam habituadas a rezar bastante...