8.31.2008

conversa 927

Ela - Preciso que me passes o vídeo do meu casamento para dvd. Assim, quando me separar, o meu marido fica com uma cópia e eu com outra.
Eu - Não sabia que te ias separar. Está bem, eu passo. Tens a certeza que o teu marido quer uma cópia dum casamento que vai acabar?
Ela - Se calhar não quer, mas eu dou-lhe uma que é para ele sofrer quando olhar para ela.
Eu - Ah!

8.30.2008

conversa 926

Ela - Esta noite tive um sonho tão bom...
Eu - Então?
Ela - Sonhei que entrava numa loja enorme de roupa e, como era a cliente número cem mil, podia levar tudo o que me apetecesse sem pagar. Sapatos, saias, calças, sutiãs, camisolas... tudo.
Eu - E qual foi a parte boa?
Ela - Estragas sempre tudo.

a democratização da pele macia


A Jane Fonda tornou-se, durante as décadas de sessenta e setenta, a mulher do sabonete Lux, em publicidade na rádio, na televisão e na imprensa. A marca de sabonetes aproveitou assim o auge da sua beleza e do seu sucesso como actriz cinematográfica.
Até aos anos sessenta os sabonetes Lux chamavam-se Lever, nome do fabricante que nesta altura decidiu adoptar uma atitude de marketing mais agressiva e que o tornou líder do mercado mundial. O nome Lux, cuja etimologia é latina (luz) foi também escolhido por causa da palavra inglesa luxury (luxo). A esta sensação de luz e de luxo estiveram associadas sempre várias mulheres do star system americano. Para além de Jane Fonda também Ursula Andress, Brigitte Bardot, Natalie Wood, Rachel Welch e Cheryl Ladd 'emprestaram' a sua imagem ao sabonete. A mensagem era óbvia: Lux punha ao alcance de todos a fórmula que mantinha a pele das estrelas macia. Era uma espécie de democratização da pele macia.

8.29.2008

ricas vaginas

Diz o DN de hoje que duas mulheres, uma de dezasseis e outra de dezanove anos, foram presas pela PSP de Lisboa e que ambas escondiam jóias no valor de 7669 euros na... vagina. Segundo o comunicado da polícia, as mulheres foram presas depois de terem tentado atropelar um agente. Na esquadra, "uma das suspeitas insinuava-se bastante inquieta e aflita", tendo retirado "dos órgãos genitais uma embalagem de plástico com uma quantidade apreciável de ouro".
Se bem percebo a notícia, o que aconteceu foi que duas mulheres com ouro e jóias na vagina tentaram atropelar um polícia e depois foram presas. Não compreendo as mulheres!

8.28.2008

sapo

O Papa está chateado com a escultura dum sapo crucificado exposta na entrada do Museion, o museu de arte contemporânea de Bolzane, Itália. A escultura, da autoria de Martin Kippenberger (já falecido), é, segundo uma carta do Papa àquele museu, ofensiva para os cristãos que vêem na cruz o símbolo da salvação.

Eu concordo mais ou menos com o Papa mas por um motivo diferente: acho esta escultura um insulto aos sapos em geral e ao Cocas em particular, cujos traços físicos são muito parecidos com o da escultura. A mim, e acredito que a todos da minha geração, custa ver o Cocas assim crucificado e com a língua de fora. Por isso mesmo vou hoje mandar uma carta ao museu a dizer que considero esta obra de arte ofensiva para os todos os que vêem no Cocas um ícone da sua infância.

qual é coisa qual é ela?

Adivinha: Qual é coisa qual é ela que mal chega a casa se põe à janela?

Solução: É a minha vizinha da frente que, por qualquer motivo que desconheço, está sempre à janela. Nem andar em cuecas na cozinha posso.

conversa 925

Ela - Desconfio sempre de homens que têm toalhas pretas na casa de banho.
Eu - Porquê?
Ela - Acho que usam toalhas pretas só para não terem que as lavar tantas vezes...
Eu - Eu também tenho toalhas brancas.
Ela - Nunca vi. Na tua casa de banho nunca vi.
Eu - É raro usá-las.
Ela - Lá está. Tenho razão.

conversa 924

Ela - Acho mesmo que homem e a mulher nasceram para estar juntos...
Eu - Que homem e que mulher?
Ela - Em geral.
Eu - Não acho que isso seja uma regra geral. Aceito-a, às vezes, no particular.
Ela - Isso quer dizer o quê?
Eu - Que talvez possas dizer, numa determinada altura, que achas que a Maria e o António deviam estar juntos. O homem e a mulher é demasiado abrangente.
Ela - Quem é a Maria e quem é o António?
Eu - Era só um exemplo.
Ela - Mas eu não os conheço. Como é que podes usar um exemplo que eu não conheço?
Eu - Deixa lá. Esquece...
Ela - Já estás chateado.
Eu - Não estou nada. Por exemplo, eu e tu não nascemos para estar juntos. Definitivamente...

conversa 923

(quando nos preparávamos para ver o Blade Runner)

Ela - Há muito tempo que eu quero ver este filme. Só pela maneira como falas dele...
Eu - É fixe.
Ela - Mas se eu adormecer não me acordes, está bem? Estou tão cansada...

sapatilhas


Finalmente vou ter mais de um par de calçado na despensa e deixar de ter que explicar às mulheres que me conhecem porque é que ando sempre com os mesmos sapatos. Comprei três pares de sapatilhas por onze euros. Cinco euros cada um e, se comprasse dois, vendiam o terceiro por um euro. Fixe, até porque já tinha olhado para as brancas e só não as tinha adquirido porque custavam vinte e nove euros...

comprimidos ou segredos?


Miss Army Kit é o nome dum novo canivete suíço especialmente desenhado para mulheres. Tem um espelho, uma lanterna, uma tesoura, uma lima para unhas, uma caneta, uma caixa para comprimidos, um frasco de perfume, uma navalha, uma régua, uma chave de parafusos de fendas, um saca-rolhas, uma caixa para comprimidos, uma agulha e linha e uma corrente para chaves. O novo canivete tem nove centímetros de comprimento e pode ser adquirido por cerca de vinte dólares aqui.
A versão do mesmo canivete para homens chama-se metroline kit e tem uma lanterna, um compartimento secreto, um saca-rolhas e abre-cápsulas, um palito, uma tesoura, um corta-unhas, uma caneta, um espelho, um pente para o bigode, uma pinça e uma lima para as unhas,
uma chave de parafusos de fendas, uma régua, uma faca e um porta-chaves. Pode ser adquirido pelo mesmo preço no mesmo sítio.
Se não me engano, aquilo a que o fabricante chama de compartimento secreto na versão masculina é, na versão feminina, um compartimento para comprimidos. De repente, e através duma simples análise a uns canivetes, percebi uma diferença fundamental entre os géneros: eles têm mais segredos, elas têm mais enxaquecas...

8.27.2008

a vida numa garagem

Hoje ganhei coragem para acabar um trabalho forçado que iniciei há um ano: arrumar a minha garagem. Encontrei tanta coisa da minha vida de casado e mesmo da de solteiro que admito que, quando pus algumas coisas no ecoponto, senti que estava a pôr um bocado de mim mesmo fora. E estava, mas isso não é obrigatoriamente mau.
Organizei a minha colecção de revistas de banda desenhada erótica de adolescente, guardei numa gavetinha a minha colecção de cartões de telefone tipo credifone, organizei alguns livros que tenciono ir levando para casa a pouco e pouco e até algumas fotografias que fui encontrando. Depois juntei tudo o que encontrei da minha ex-mulher e meti em caixas que lhe vou levar a casa daqui a bocadinho.
Por entre alguns (muitos) quilos de lixo, fiquei algum tempo a olhar para as centenas de fotografias do meu casamento. Foi a primeira vez que o fiz sem nostalgia alguma a não ser, talvez, por causa da minha avó que entretanto deixou de estar entre nós. A felicidade estampada na face da minha companheira, nesse dia, voltou. A da minha face também. Às vezes é preciso saber abanar a vida na altura certa, como se fosse uma árvore, para recuperar uma certa felicidade que nem percebemos que já perdemos. Ainda bem que o fiz.
Entretanto, já posso guardar outra vez o carro na minha garagem sem bater em caixotes.

8.26.2008

conversa 922

Ela - Foste de férias com a tua filha?
Eu - Fui.
Ela - Podias ter dito. Eu ia com o meu filho também...
Eu - Não podia ser. Eu precisava fazer férias só com ela.
Ela - Porquê?
Eu - Sei lá. Porque sim.
Ela - E eu precisava de alguém para fazer férias com o meu...
Eu - Porquê?
Ela - Preciso fazer férias sozinha. Só comigo...

francesinha

Hoje, numa rua qualquer de Aveiro, uma mulher perguntou-me em francês se eu lhe podia indicar o caminho para a praia de Mira. Indiquei-lhe o caminho em português. Ela perguntou-me, de novo em francês, quanto tempo demorava. Eu respondi-lhe em português. Ela agradeceu-me de novo em francês. De nada, tornei a responder.
Um dia vou perceber porque é que a maior parte dos emigrantes portugueses em França, quando cá vem de férias, tem a mania de falar francês. Ou talvez nunca perceba...

sermões a todo o rebanho

Fazer férias com a minha filha tornou-se revelador. Os miúdos têm uma tendência natural para reparar naquilo que nos passa ao lado e, no mesmo dia em que eu lia no Jornal de Notícias uma reportagem sobre divórcios em Portugal, a minha filha dizia-me que estavam muitas mulheres sozinhas com os filhos a acampar no mesmo parque que nós. E estavam. Ela tem pressa que eu arranje uma namorada. Eu, na verdade, tenho cada vez menos pressa.
A reportagem do Jornal de Notícias, da autoria da jornalista Catarina Ferreira, fala da estatística habitual: dos casamentos celebrados actualmente na UE, 48% acabam em divórcio. No entanto, o que mais me impressionou foi mesmo uma reportagem sobre os que se casam e divorciam ainda antes dos trinta. Não por causa do divórcio em si mas porque, pelos relatos de alguns intervenientes, percebe-se que é fácil acreditar-se que se conhece uma pessoa que, de facto, não se conhece.
Mas não reparando só em pessoas que fazem férias "sós", a minha filha reparou ainda na forma como alguns casais massacravam os filhos com um constante sermão. Mais uma vez tinha razão. Um homem e uma mulher acampados perto de nós não conseguiam ter uma conversa normal. Gastavam o tempo todo a repreender os filhos por coisas triviais tipo a forma como tinham o chapéu colocado, comerem uma bolacha antes do almoço ou afastarem-se mais de cinco metros da tenda. Não são más pessoas, expliquei eu à minha filha, são apenas pessoas muito cansadas. Se calhar deviam divorciar-se também, respondeu ela. Talvez, sei lá.
De qualquer maneira fiquem descansados os que se divorciam. A Igreja Católica tem adoptado uma nova postura: as pessoas, por serem divorciadas, já não são excomungadas. Fico muito mais descansado.

8.22.2008

fora

Vou passar este fim de semana fora e, como vou com a minha filha, nem sequer estou para levar computador. Se conseguir passar por aqui, passo. Senão... bom fim de semana a todos os leitores deste blogue e à Mayra Andrade também.

conversa 921

Ela - Nem imaginas com quem estive.
Eu - Com quem?
Ela - Adivinha.
Eu - Como é que raio vou adivinhar se nem sequer imagino?
Ela - Tenta.
Eu - Sei lá.
Ela - Com aquele espanhol que conhecemos uma vez em Aveiro. Fui a Vigo e encontrei-o. Tomámos um café os dois.
Eu - Ah!
Ela - Ah?! É só isso que tens para dizer?
Eu - Queres que eu diga mais o quê? Mal o conheço. Aliás, só falei com ele dessa vez em Aveiro...
Ela - Podias mostrar mais interesse pelo que me acontece.
Eu - Encontraste esse espanhol? Ai que giro, que interessante.
Ela - Que foi?
Eu - Estou a mostrar mais interesse pelo que te acontece.

conversa 920

Ela - A única coisa que eu peço é um homem que me respeite e goste de mim. Achas que isso é pedir muito?
Eu - Acho.
Ela - Achas?
Eu - Sim. Respeitar-te é uma coisa que nem deve ser sujeita a pedido. Aí tudo bem. Agora gostar de ti nem sequer é coisa que se peça. Ou se gosta ou não se gosta.
Ela - És um chato.

video a fazer um minete a amiga de minha mae

As buscas no google pelos nossos avós que vêm dar a este blog têm sido uma constante. Este mês decidi dedicar-lhes um post.

11 buscas:
sexo com velhas
5 buscas: vaginas velhas
4 buscas: sexo velhas
2 buscas: vaginas de mulheres velhas, ver sexo com mulheres velhas
1 busca: blog sexo das velhas, cenas de sexo com mulheres velhas, chinesas velhas, chinesas velhas fodendo, foder com velhas, foder mulheres muito velhas, foder só velhas, fotos de mulheres loiras peladas e velhas tambem, fotos de mulheres mais velhas quase peladas, mulher velhas peladas, mulheres sexo porca, mulheres velhas a foder, mulheres velhas de 60 anos , mulheres velhas fodendo sexo mulheres velhas sexo, onde encontro filmes se sexo com mulheres velhas para downloads, relações sexoais com velhinhas, sex com velhas sex com velhinhas, sexo com velhinhas, sexo com velhas de 60 anos, sexo com mulhreres velhas, sexo com velhas , velhas mesmo, sexo com velhas de 40 anos, sexo com velhas de 60 anos, sexo com velhas de 98, sexo com velhas de mais de 60 anos, sexo com velhas em portugal, sexo com velhas porcas , sexo com velhinhas de 60 anos, sexo com velhs, sexo com vellhas, sexo das velhas, sexo que tenha mulheres velhas, sexo so com mulheres muito velhas, sexo velhas 60 anos, sexos com velhas, sexos com velhinhas, swxo com velhas, velhas com mais de 60 anos a foder videos, velhas a foderem, velhas a fuder, velhas chinesas a foder, velhas de 60 anos sexo, velhas fodem, velhas fodem com dog, velhas malucas por sexo, velhas portuguesas procuram sexo, velhas querem sexo portugal, velhas sexo com pepino, ver sexo de velhas, videos de velhas com mais 40 anos a fazer sexo

Mas ainda assim, e apesar de tanta imaginação, o grande prémio deste querido mês de Agosto vai, não para uma avó, mas sim para uma mãe. Ou para a amiga dela...

1 busca: video a fazer um minete a amiga de minha mae

precisa-se de mulheres feias

1] O presidente da Câmara de Mount Isa, uma cidade australiana onde vivem cinco homens para cada mulher, pediu às mulheres mais feias do país que se mudem para a sua cidade, de forma a solucionar o desequilíbrio entre os géneros.

2] Em Portugal as mulheres têm a mania de ser bonitas. Não acho que devam emigrar para Mount Isa mas, caso lá paguem o mesmo a ambos os géneros pelo mesmo trabalho, talvez valha a pena. É que Portugal é o segundo país da UE com maior diferença nos salários de homens e mulheres.

3] A propósito das alíneas anteriores, abriu recentemente um blogue de mulheres brasileiras feministas anti-capitalistas e anti-racistas. É o blog da Ofensiva contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres. Não simpatizo, à priori com estes movimentos, simplesmente porque partem do princípio que os problemas do machismo são uma guerra entre géneros. Não são. São problemas de todos nós, homens ou mulheres ou até do presidente da Câmara de Mount Isa...

8.21.2008

o descanso da heroína



Nesta publicidade a um marcador de tinta permanente da BIC, já com alguns anitos, o tempo passou pelo corpo da senhora mas não passou pela tinta do autógrafo do Jimi Hendrix. Embora a ideia possa ser só 'mostrar' que a tinta permanente da BIC é realmente permanente, acho deliciosa a ideia de que num corpo envelhecido se mantenha uma lembrança da juventude.
O corpo da senhora mantém-se em repouso, numa serenidade provada pela posição dos lábios, pela disponibilidade para os pintar, e pelo uso dos brincos. É o descanso da heroína. O Jimi esteve ali.

conversa 919

Ela - Às vezes apetecia-me estar contigo sem dizer nada. Só assim abraçados.
Eu - Sim, percebo. Às vezes também é o que me apetece.
Ela - O problema é só...
Eu - É só o quê?
Ela - Quando eu não digo nada é porque estou a dividir o teu silêncio. Quando tu não dizes nada é porque estás a pensar noutra mulher qualquer.
Eu (risos)
Ela - Vês?! Até te ris...
Eu - Rio-me porque disseste uma coisa estúpida.
Ela - Ainda por cima chamas-me estúpida.
Eu - Não te chamei estúpida. O que tu disseste é que foi estúpido. Eu também já disse coisas estúpidas.
Ela (abana os ombros) - Tu realmente...
Eu - Eu realmente o quê?
Ela - Não se pode confiar em nenhum homem. São todos iguais.
Eu - Tu é que... ainda há bocado querias estar abraçada a mim em silêncio, agora já não podes confiar em mim...
Ela - Tu é que me levas a pensar que não posso confiar em ti.
Eu - Mas levo como?
Ela - Estás sempre a pensar noutras mulheres.
Eu - Mas... e se estiver, o que é que tu tens a ver com isso?
Ela - Nada. Só quero é que não me chateies.
Eu - Mas eu não te chateio.
Ela - Só me chateia tu seres um cobarde que não é capaz de assumir nada.
Eu - Mas assumir o quê? Passei de gajo que queres abraçar para um gajo em que não podes confiar. Agora já sou um cobarde que não assume nada. Daqui a bocado...
Ela - Daqui a bocado é melhor calares-te.
Eu - Pronto, eu calo-me. É melhor, sim.
Ela - Mas calamo-nos sem abraços. Tu aí e eu aqui.
Eu - Não te percebo...
Ela - Eu sou muito fácil de perceber...

conversa 918

Ela - O problema de um homem como tu, para uma mulher mais nova, é que tens um passado muito forte. Percebes?
Eu - Não.
Ela - Tens uma filha e tiveste uma relação de muitos anos. Uma mulher para começar uma relação com um homem assim tem que ter muita coragem. Vai ter que viver com o teu passado.
Eu - O Ontem pertence à História, o Amanhã é um mistério. O Hoje é que é uma prenda e deve ser aproveitado. Por isso é que lhe chamam Presente...
Ela - Que frase bonita. É tua?
Eu - Não... é do Kung Fu Panda, aquele filme para crianças que está nos cinemas...

8.20.2008

o casamento como pulseira electrónica

Quando me divorciei o conservador perguntou-me a mim e à minha ex-mulher, primeiro a um e depois ao outro, se nos queríamos de facto divorciar. Se um de nós tivesse dito que não, ele tinha anulado o divórcio. Na altura perguntei a mim mesmo porque é que era assim. Se eu quisesse manter a minha mulher mulher presa a um casamento que não tinha razão de ser, bastava-me ter dito "não". Isso era uma das maiores violências que podia cometer com alguém que era, e ainda hoje é, uma das pessoas mais importantes da minha vida.
Agora Cavaco Silva vetou a lei que previa, na sua essência, a possibilidade do divórcio por iniciativa de apenas um dos cônjuges. Claro que o primeiro a aplaudir este veto tinha que ser um padreca. Só um padreca é que pode considerar sustentável um casamento em que apenas um dos cônjuges quer estar casado, só um padreca é que não vê que estar a contribuir para casamentos artificiais é estar a contribuir para mais violência doméstica e mais sofrimento.
Em Portugal há alguns presos que são vigiados por pulseira electrónica. Um dos problemas dos padrecas é não perceberem que um casamento forçado é uma espécie de pulseira electrónica em alguém, com a diferença que esse alguém não cometeu nenhum crime. Cometeu apenas a imprudência de ter casado com a pessoa errada, talvez até pela igreja...

conversa 917

Ela - Porque é que não compreendes as mulheres?
Eu - Se eu te disser algum coisa em urdu, tu compreendes?
Ela - Não.
Eu - Pois... é mais ou menos a mesma coisa.

conversa 916

Ela - Já estive apaixonada por ti. Agora já não estou.
Eu - Eu sei. É como eu por ti.
Ela - Que estúpidos. Devíamos ter aproveitado.
Eu - Pois devíamos.

8.19.2008

finanças

1] Estou com uma multa para pagar às Finanças porque ando a passar recibos desde 2000 sem estar colectado. O problema é que eu me colectei. Por qualquer razão não apareço colectado no sistema informático das Finanças mas eu colectei-me. Perdi a folha de início de actividade mas, por sorte, tenho um postal de 2000 enviado pelas finanças que fala do meu início de actividade nesse ano. Ufa!

2] Tenho uma multa para pagar às Finanças porque, no momento da partilha do meu divórcio, não declarei que ficava com a casa, ou melhor, com a hipoteca da casa. Nem sabia que tinha que fazer isso, mas pronto...

3] Tenho uma multa para pagar às Finanças porque entreguei o IRS fora de prazo. Esta é justa, mas enquanto eu não resolver o problema da alínea 1, não tenho devolução do IRS.

Posto isto, sempre que passo em frente à minha repartição de Finanças, sinto-me um antílope observado por um leão... não sei porquê.

conversa 915

Ela - Preciso que me aconteça qualquer coisa. Ando insatisfeita.
Eu - Gostava de saber porque é que as mulheres casadas andam sempre com essa conversa.
Ela - É fácil.
Eu - É?
Ela - É. Os homens, depois de casados, só servem para estorvar. Parecem uma peça de decoração lá em casa. Não falam, não fodem, não fazem nada...
Eu - Hum... porque é que não te divorcias?
Ela - Se me divorciar, depois só quero amantes. Namorados e maridos nunca mais.
Eu - Amantes?
Ela - Sim, gajos para levar prá cama de vez em quando.

8.18.2008

conversa 914

Ela - Tinhas mesmo que trazer um livro para a praia? Ninguém lê na praia. É só para te armares...
Eu - Tens razão mas, como hoje vinha contigo, achei melhor trazer qualquer coisa interessante para fazer.

conversa 913

Ela - Fizeste uma máscara nova para o teu Hi5...
Eu - Fiz. Gostas?
Ela - Mais ou menos. Eu fazia melhor só que não sei fazer...
Eu - Ah!
Ela - Podias-me fazer tu uma. Eu explicava-te como a queria e tu fazias.
Eu - Agora ando muito ocupado.
Ela - Se não me fizeres isso, tiro-te da minha lista de amigos.
Eu - Hoje nem vou dormir só de pensar nisso.

ping pong nas férias

Consegui entrar de férias. Não são bem férias, para já, porque vou aproveitar para tratar de assuntos pendentes mais ou menos urgentes. De qualquer maneira é possível que este blogue seja actualizado com mais irregularidade durante algum tempo. Também mereço.
Para ser sincero ainda nem tenho nada definitivamente decidido. No próximo fim de semana vou acampar com a minha filha e, depois, ainda estou a estudar várias hipóteses. De qualquer maneira vou andar a fazer ping pong entre Aveiro e os destinos por causa de... burocracias. Isso é certo.

conversa 912

(durante a prova de triatlo dos Jogos Olímpicos de Pequim)

Ela - Como é que tu consegues estar tanto tempo a olhar para uma prova de triatlo na televisão?
Eu - Pois... também não sabia que era capaz.
Ela - Será que é por ser a prova feminina?
Eu - Não, não...
Ela - Então, quando for a prova dos homens, venho outra vez aqui e vemos juntos, ok?
Eu - Não devo poder.
Ela - Porquê?
Eu - Porque não...

vanessa de prata

Foi a primeira vez que me dei ao trabalho de ligar a televisão para ver uma prova dos Jogos Olímpicos. Nunca tinha visto uma prova de triatlo inteira em toda a minha vida. Acho interessante que a única atleta que teve um discurso comedido antes de entrar em prova, foi a única que ganhou uma medalha até agora. E que medalha... eu só de ver fiquei cansado.

8.17.2008

formiguinha

Uma das coisas que uma mulher, agora a chegar aos trinta anos de idade, tem que perceber quando se envolve com um homem da minha faixa etária (37 aninhos feitos recentemente), é que a minha geração teve uma infância diferente de todas as outras. Traumática até, diria eu. A razão é muito simples e chama-se Tó Maria Vinhas e uma música da sua autoria: Formiguinha.
Epá, não me fodam. Tirem qualquer puto, agora com dez anos, da frente da sua Playstation 3 enquanto joga Grand Theft Auto, e enfiem-no num quarto domingo à tarde a ouvir a Formiguinha, no intervalo do relato de futebol dum jogo tão interessante como o Amora - Benfica de Castelo Branco. Depois digam-me que ele continua o mesmo. Claro que não.
Nesta música o cantor mantém um diálogo com... uma formiga. Pois. Agora vejam-me esta conversa, entre um homem adulto e uma formiga, que eu me fartei de gramar na rádio quando era puto (ele a preto, ela a azul).

Encontrei uma formiga
Boa tarde companheiro
Qual é o peso dessa espiga?
O suor dum dia inteiro

Que te trouxe para o monte?
Foi o pão de cada dia
Qual é a cor do horizonte?
De trabalho e alegria

Oh formiga, formiguinha
Tu és vida, tu és gente
Tu és gente pequenina
Pequenina como a gente
O Inverno está a chegar
É preciso arrecadar

Encontrei uma formiga
Boa tarde meu senhor
Como vai a tua vida?
Alegria e suor

Que te trouxe para a serra?
O Inverno que é tão duro
Qual é a cor daquela terra?
De trabalho e de futuro

Mas nem tudo é mau. Acho que foi por causa disto que nunca me meti na droga. Uma vez um tipo na escola (que era onde se começava a experimentar essas coisas), tentou-me convencer a meter LSD porque, dizia ele, dava umas alucinações altamente, tipo ver muitas cores e ouvir música nas nuvens. Claro que não achei interesse nenhum àquilo. Bastava-me ouvir o Tó Maria Vinhas a cantar a Formiguinha ou mesmo o Passarinho que já era a curte total.
Entretanto, esta ideia de que o trabalho pode ser alegre apesar de duro, foi pelo cano abaixo. Pelo menos desde que este governo meteu o provedor das empresas de trabalho temporário (Vitalino Canas) a arrotar postas de pescada no novo Código de Trabalho. Pois é... qualquer mulher que tenha agora trinta anos, anda a recibos verdes ou contratos a termo certo, mas nunca ouviu a música da Formiguinha...

o truque da manhã seguinte

Cientistas britânicos decidiram fazer um estudo para chegar à conclusão a que já todos tinham chegado há séculos. Menos eles, claro: com os copos, as pessoas do sexo oposto parecem mais bonitas.
Quando li esta notícia lembrei-me imediatamente dum cartaz que vi no melhor bar do mundo, o Clandestino em Aveiro, e que diz: "beer, helping ugly people having sex since 1862" (cerveja, ajudando as pessoas feias a terem sexo desde 1862).
O que a notícia não explica e devia explicar, provavelmente porque estes cientistas britânicos só descobriram isto agora, é como enfrentar a manhã seguinte, quando acordamos sóbrios e descobrimos que a pessoa ao nosso lado não é tão bonita como pensávamos. Pior ainda, quando descobrimos que a pessoa ao nosso lado descobriu que nós não somos tão bonitos como ela pensava. Em ambos os casos aconselho a sair imediatamente da cama, tomar um banho e ir beber um café a um sítio bonito (uma esplanada numa praia, por exemplo). Não se deve ficar deprimido porque, afinal de contas, se teve e se proporcionou uma boa noite.
Mais ainda, o teste da manhã seguinte é o ideal para encontrar um parceiro a sério. O truque é ir bebendo e levando para a cama quem se conseguir. Um dia que se acorde com uma pessoa que é tão bonita de manhã como na noite anterior, deve ser ela...

conversa 911

Ela - Só não me apaixonei por ti por um bocadinho, sabias?
Eu - Que bocadinho foi esse?
Ela - Foi apaixonar-me por outro.

8.16.2008

conversa 910

Ela - Espero que nunca mais me faltes ao respeito.
Eu - Faltei-te ao respeito? Quando?
Ela - Quando olhaste para a celulite das minhas pernas com ar de desiludido.
Eu - Eu não olhei para as tuas pernas. Estás de calças...
Ela - Mas vais olhar na segunda-feira, quando formos à praia. Portanto devias apanhar já...

conversa 909

Ela - Posso dormir na tua cama?
Eu - Podes, claro. Não estava a contar com isso.
Ela - Nem eu.
Eu - Nem tu?
Ela - Sim, estando na tua casa, não te importares de dormir no sofá é fixe da tua parte.

conselhos da arquidiocese do méxico às mulheres que não querem ser violadas (mas só a essas)

A Arquidiocese do México, na sua revista electrónica Desde La Fe, publicou uma ficha sobre o que considera ser o pudor. Nela há uma série de conselhos sensatos às mulheres que não querem ser violadas (mas só a essas, às outras não). São eles:

Não uses roupa provocante
Cuidado com os teus olhares e gestos
Não fiques sozinha com nenhum homem mesmo que seja conhecido
Não permitas familiaridades aos amigos e familiares
Não admitas práticas ou anedotas picantes
Procura ajuda se suspeitares de más intenções

Devo dizer que compreendo perfeitamente a atitude da Arquidiocese do México. Ainda hoje vi uma miúda na rua com uma roupa provocante (uma t-shirt dos Morangos Com Açúcar) e ela olhou para mim e fez-me um gesto (esticou o dedo do meio, não sei porquê) quando eu ia passar por ela. Eu disse-lhe logo: "oh rapariga! chega aqui assim que eu vou mas é já violar-te!". Ela deve ter suspeitado das minhas más intenções (na verdade eu queria era roubar-lhe a t-shirt) e procurou ajuda. Eu fugi.

8.15.2008

conversa 908

Ela - Jogaste no Euromilhões esta semana?
Eu - Não. Esqueci-me...
Ela - Eu joguei dez euros... são cinquenta e quatro milhões, o primeiro prémio...
Eu - Fixe! se acertares compras-me um fiat 600...
Ela - Estás parvo? Claro que não.

em playback

Na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos da China, a criança que apareceu a cantar a cantar a "Ode à Pátria" estava a fazer playback. A lindíssima voz que se escutou pertencia a Yang Peiyi, outra criança de sete anos, afastada da abertura porque, segundo um dos mais altos dirigentes do Partido Comunista Chinês, o seu corpo não era tão lindo como a sua voz.
O comunismo chinês, apoiado à boca cheia pelo partido Comunista Português, é capaz de dizer que uma criança de sete anos não é bonita o suficiente para representar o país na cerimónia de abertura duns jogos olímpicos. É o princípio do "aquilo que pareces é mais importante do que aquilo que és capaz". Essa criança, é claro, nunca vai perceber porque é que foi posta de lado dum momento para o outro, mas os comunistas parece que também nunca perceberam que o autoritarismo não é a forma ideal de socialismo.
Ao Partido Comunista Português proponho, numa acção genuinamente cheia de boa vontade, que o próximo congresso inicie com a projecção da música do Carlos Paião "Em Playback". Representa bem o interesse nacional e aquilo em que o partido se tornou. Podes não saber cantar, nem sequer assobiar...

conversa 907

Ela - Não gosto nada de beber água a seguir ao café. Sabe-me mal.
Eu - Tem piada porque pedes sempre um café e um copo de água.
Ela - Gosto de tomar café e gosto de beber água, mas espaçadamente. Só que por tua causa não posso.
Eu - Por minha causa?
Ela - Sim. Estás sempre com pressa para ir a qualquer lado. Nunca posso ir contigo a dois cafés na mesma tarde.
Eu - Eu só disse que pedes sempre um café e um copo de água. Mais nada... se pedires só um café já não bebes água logo a seguir.
Ela - Se estás a tentar dizer que me contradigo constantemente o melhor é calares-te.
Eu - Constantemente não... só às vezes.
Ela - Cala-te!
Eu - Tem calma. Estás a fazer uma tempestade...
Ela - Cala-te!
Eu - Num copo de água...
Ela - Cala-te!
Eu - E num café.
Ela (atirando-me o copo de água à cara) - Caaaaaaaaala-te!

pesadelos molhados

Os britânicos andam a ter pesadelos com a Amy Winehouse. Podiam ter pesadelos com zombies, serial killers, prestações da casa e contas por pagar mas não, escolheram a Amy. A mim não me parece mal. Acredito que sejam os únicos a ter pesadelos molhados.

8.14.2008

conversa 906

Eu - Há dias telefonei-te e atendeu a tua mãe. Não foi assim lá muito simpática para mim. Falou-me como duas pedras na mão...
Ela - Ah ! Eu sei. É que, em vez do teu nome, tenho na minha lista de contactos: Bagaço Amarelo. Acho que ela não gostou muito de ver no ecrã que eu tenho um amigo chamado Bagaço. mas o que é que ela te disse?
Eu - Quando vi que não era a tua voz perguntei se estava a falar para o teu telemóvel... e a tua mãe disse que estava mas que tu estavas ocupada e ias estar ocupada durante os próximos meses...
Ela - Ah! a mim só me disse que tinhas uma voz muito grossa e que não inspiras confiança.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (70)



nome: Julia Sarr
origem: Senegal
info: Nasceu no Senegal mas vive desde pequena em França. Ainda só tem um disco editado (Set Luna, 2005) mas já participou em projectos com Oumou Sangare, Papa Wemba, Miriam Makeba ou Youssou N’Dour. Para além de ter uns olhos grandes e bonitos que dão cabo de mim, tem uma voz capaz de embalar qualquer um. Podem vê-la e ouvi-la no myspace oficial.

conversa 905

Ela - Lembrei-me de ti muitas vezes durante as férias, sabias?
Eu - Porquê?
Ela - Porque a minha mala era pesadíssima e como tu tens a mania de ser cavalheiro e me carregar os sacos de compras... tinha sido bom ter feito férias contigo.
Eu - Ah!

8.13.2008

conversa 904

(em minha casa, antes de sairmos para ir jantar fora)

Eu - Importas-te só que eu tome um banho rápido? São cinco minutos... Ainda não tomei desde que cheguei do trabalho e suei bastante, hoje...
Ela - Mas ainda estás a suar? Não, pois não?
Eu - Não... mas devo estar a cheirar um bocado mal. Além disso não me sinto confortável.
Ela - E o que é que eu vou fazer durante esses cinco minutos?
Eu - O que te apetecer.
Ela - Então vou para a tua retrete, ouvir-te a tomar banho do outro lado do cortinado.

se fores violada não bebas, se beberes não sejas violada

Na Inglaterra, as mulheres que são vítimas de violação recebem cerca de 11 mil libras de indemnização. Por estarem alcoolizadas, muitas mulheres viram este valor reduzido em 25%, já que se considera que pelo facto elas ficam mais vulneráveis. [ver notícia]
Ia dizer qualquer coisa sobre isto mas... às vezes perco as forças quando leio notícias...

eu, Bagaço Amarelo, ladrão me confesso...

Estou com um peso na consciência. Já percebi que a maior parte das pessoas acha que a GNR deve mesmo disparar sobre uma carrinha com tipos que estavam a roubar tijolos e ferro-velho numa vacaria, e que terem tirado a vida a uma criança de doze anos é um pormenor nisto tudo. Foi só um azar...
Pois chegou a altura de eu me confessar. Quando eu tinha doze anos entrei num supermercado em Aveiro e roubei um pacote de rebuçados, dois chocolates e uma caixa de pastilhas elásticas. Nunca fui preso por causa disso e saí impune do crime cometido. A única forma de fazer justiça, agora, é pedir à GNR que dispare para os pneus do meu carro um dia destes e, por azar, me mate.

oito antes de morrer

A Maryposa quer saber quais as oito coisas que eu mais quero fazer antes de esticar o pernil. Como é natural, todas as oito coisas têm a ver com mulheres que fazem parte do meu imaginário. Estou a falar do meu imaginário mesmo, não daquela loja que vende brinquedos made in china mas dez vezes mais caros do que nas outras lojas. Atenção, juro que não sou tarado sexual. A sério... não acreditam? Juro...

1] Ter sexo com a Sabrina num Fiat 600 sem capotar o carro.

2] Ter sexo com a Samantha Fox num Fiat 600 sem capotar o carro.

3] Jantar um Big Mac com a Maxi Mounds, dona das maiores mamas do mundo (dezoito quilos), num Mac Donalds na Cova da Moura, e ter sexo com ela debaixo duma das mesas do restaurante sem ninguém ver.

4] Ser secretário da Hillary Clinton quando ela for presidente dos estados Unidos, fazer-lhe um minete num fim de tarde e depois acusá-la de assédio sexual. Ganhar uma indemnização brutal e nunca mais trabalhar na vida.

5] Ir jantar com a Paula Bobone ao restaurante mais caro de Lisboa e, quando formos atendidos, pedir um bitoque sem salada e com dois pratos vazios, que é para dividir. Depois passar o resto do jantar a coçar os tomates, tirar macacos do nariz e atirá-los para as mesas vizinhas, e contar anedotas rascas sobre alentejanos. Neste caso não é preciso ter sexo.

6] Engatar a Yanqing Chen, aquela chinesa campeã olímpica de halterofilismo que é mais forte que qualquer homem português, e ter sexo com ela sem partir os ossos da bacia.

7] Jantar em minha casa com a Winona Rider, ter uma noite de sexo com ela e adormecer logo a seguir. Acordar na manhã seguinte já depois de ela ter saído e descobrir, nos primeiros dez minutos, as coisas que ela me roubou.

8] Ter sexo anal com uma mulher girafa de Laos sem ela partir o pescoço.

conversa 903

(na casa dela)

Ela - Este prédio está duma maneira...
Eu - Porquê?
Ela - A minha vizinha aí do lado é prostituta. Farta-se de receber homens em casa.
Eu - Eu também recebo as minhas amigas em casa, quando lá vão, e não sou puta por causa disso.
Ela - Mas esta é. Eles entram, estão lá um bocado a pinar, pagam e vão embora.
Eu - Como é que sabes que é isso?
Ela - Já me pus à escuta. Ali naquela parede, com um copo, às vezes consegue-se ouvir tudo.
Eu - Ah!

8.12.2008

quanto é que vale uma vida?

Nos últimos dias duas pessoas foram abatidas a tiro pela polícia em Portugal. Num primeiro caso, agentes dos GOE dispararam sobre dois assaltantes dum banco, matando um deles e ferindo gravemente um deles; num segundo caso, agentes da GNR mataram uma criança de onze anos que seguia numa carrinha em fuga, com mais dois adultos que tinham, supostamente, roubado material de construção.
Incomoda-me a quantidade de comentários que já li e ouvi e que analisam ambos os casos como se fossem iguais. Não são. No primeiro os elementos dos GOE tentaram negociar o mais possível e só dispararam quando a vida dos reféns estava realmente em perigo. No segundo caso a GNR disparou sobre pessoas em fuga e que não representavam uma ameaça para ninguém.
Quem lê habitualmente jornais já se habituou às versões da GNR, em que os 'bandidos' os tentam atropelar e depois atiram uma arma pela janela do carro. Isto acontece sempre que um dos tiros para os pneus acaba por matar alguém. E quando tiros para pneus acabam por matar alguém, é porque a actuação dos agentes foi desproporcional e incompetente, tal como diz Fernando Rosas. A pergunta que eu faço é: um contentor de materiais de construção vale a vida duma criança? Eu acho que não...

conversa 902

(tentando abrir uma garrafa de vinho na cozinha dela)

Eu - Onde é que guardas o saca-rolhas?
Ela (gritando da sala) - Na cozinha.
Eu - Mas em que gaveta? Não encontro...
Ela - Numa das gavetas da cozinha.
Eu - Não podes vir aqui ajudar-me?
Ela - Estou a ver televisão.

não compreendo a Cleópatra

Faz hoje 2038 anos que a Cleópatra, rainha do Egipto, se matou deixando-se envenenar no seu leito por uma serpente. A mulher era uma giraça e tinha a mania de seduzir homens politicamente poderosos (sabe-se que papou pelo menos o Júlio César e o Marco António) mas como, apesar de giraça, tinha um nariz um cadito feio, consta que na hora do engate fingia-se sempre constipada para poder tapá-lo com um lenço. Na altura ainda não havia cirurgia plástica e por isso era a única hipótese. Foi precisamente por isso que se matou, quando um dia tentou engatar o Octávio e deixou o lenço voar com o vento. Ele interrompeu o engate para ir supostamente à casa de banho e nunca mais voltou, o que a deixou totalmente deprimida...
Ora eu, para que histórias destas não se repitam, quero dizer a todas as mulheres giraças do mundo mas que têm um nariz feio que, por mim, não precisam envenenar-se só por causa disso. Também admito que não sou nenhum Júlio César nem Marco António mas, dentro do possível, prometo alimentar o fetiche. Veni, vidi, vici...

conversa 901

Ela - Eras capaz de me comer toda numa noite, sem compromisso? É que preciso de sexo mas não estou para aturar mais gajos numa relação...
Eu - Sim, como não tenho namorada até era. Tu és bonita...
Ela - Ok... é só para saber...

conversa 900

Ela - Eu posso explicar-te a minha vida emocional num segundo. É muito simples...
Eu - Explica, então.
Ela - Quando era pequenita apaixonei-me pelo homem errado. Depois disso só me tornei a apaixonar aos vinte e um anos, pelo homem errado outra vez. Correu mal e aos vinte e cinco apaixonei-me perdidamente por um homem errado mas que, mesmo assim, viveu comigo até aos trinta. Aos trinta apaixonei-me pela primeira vez por um homem muito mais velho que eu mas que também era um cota errado. Aos trinta e dois percebi isso e mandei-o dar uma volta. Só aos trinta e quatro é que me apaixonei de novo e, só agora com trinta e cinco, é que percebi que este gajo também é um gajo errado.
Eu - Portanto, tu estás sempre certa... os homens por quem te apaixonas é que estão errados.
Ela - Exactamente.

8.11.2008

conversa 899

Ela - Já pescaste alguma vez?
Eu - Quando era puto tinha uma cana mas, como pescador, sempre fui um bocado azelha.
Ela - Deixa lá. Não é só como pescador de peixe que és azelha.

conversa 898

Eu (quando a vejo a pegar num cigarro) - Não tinhas deixado de fumar?
Ela - Sim. Recomecei a fumar.
Eu - Estavas tão decidida a deixar.
Ela - Comecei a ficar nervosa e a ter mais discussões com o meu marido. Se eu não voltava a fumar, daqui a uns dias estava a divorciar-me.
Eu - Ah!
Ela - Bem, agora que penso nisso, talvez seja mesmo a melhor altura para deixar de fumar.

conversa 897

Ela - Que livro é que estás a ler agora?
Eu - A minha mulher.
Ela - A tua mulher?
Eu - Não. A minha mulher.
Ela - Andas a ler a tua mulher? Como?
Eu - A minha mulher, é um livro do Anton Tchekov que veio no Diário de Notícias há uns dias.
Ela - Ah! Andas a ler a mulher do Anton Tchekov.
Eu - Pois... mais ou menos.

o princípio e o fim

Tive um inesperado bom fim de semana. Pena os fins de semana serem isso mesmo, o fim de qualquer coisa e não o princípio. O índice ivariano sobre dois pontitos, alojando-se agora no nível treze.
Para suavizar esta dicotomia do fim e do princípio, hoje os Couscous Prosjekt fazem a última noite no Clandestino Bar antes de irem de férias...

amanhecer violento

Duas mulheres, uma delas com dois sacos de compras, estão à espera de atravessar a estrada, junto a uma passadeira numa estrada que de manhã tem sempre muito trânsito. Paro o carro para que elas o possam fazer. Continuam na conversa e não atravessam. No carro que está exactamente atrás de mim, uma condutora expele a sua raiva através duma buzina insistente. Chego à conclusão que afinal elas não querem atravessar, engato a primeira e arranco. No momento em que estou a passar, a mulher do saco de compras decide dar os primeiros passos, enquanto se despede da amiga. Quase que lhe dou uma pancada com o espelho retrovisor direito. O carro atrás de mim também insiste em passar e bate-lhe num dos sacos de compras. Olho pelo espelho e reparo nas frutas espalhadas pelo chão. A condutora sai do carro e começam as duas a discutir. Agora são os outros carros a seguir que buzinam...

8.08.2008

o futuro pelo rabo

Tal como o Stallone, eu sou muito bom em rumpologia. Dou consultas gratuitas a mulheres da minha faixa etária. Resolvo problemas de amor, impotência sexual, dinheiro, doenças incuráveis, jogos de computador impossíveis de terminar, ansiedade pelo último episódio da telenovela favorita, alcoolismo e drogas.

sou boa como o milho mas sou mãe

A publicação de mulheres em biquíni na América dos anos 70 não era de forma alguma imoral, mas num momento em que contra(cultura) hippie se encontrava já em decadência, era necessário equilibrar a balança entre a exploração dum corpo feminino e os valores americanos mais conservadores. Por isso mesmo, por trás do objecto principal desta publicidade, surge uma menina que aparenta ter dois anos, brincando com um cão. A mensagem real é: "esta gaja é boa como o milho mas é mãe de família. Só está aqui em biquíni porque isto é uma publicidade a um bronzeador".
Outra coisa que salta logo à vista é a ausência do medo do cancro. Para além do produto não se defender com nenhum tipo de protecção solar, nem sequer avisos tem sobre o perigo da exposição ao Sol.
A menina brinca com um cão e a mulher, bem bronzeada, olha para cima como se estivesse a sorrir para a nossa estrela, num mergulho esotérico na sua luz e no seu calor. O texto (clicar na imagem para aumentar) diz que Coppertone ajuda mais as pessoas a obter um magnífico e profundo bronze do que qualquer outro produto no mundo inteiro. Acredito que sim...

podemos combinar...

Alguém quer combinar comigo não ir à Patagónia este Verão?

conversa 896

Ela - Sabes o quer dizer rabeta?
Eu - Rabeta? Acho que é alguém com o rabo muito grande mas não tenho a certeza.
Ela - O meu filho passa os dias a chamar-me isso, pá.
Eu (risos)
Ela - Achas que tenho o rabo muito grande?
Eu - Nunca reparei...
Ela - Ainda pior...

8.07.2008

conversa 895

Ela - Lembras-te da aposta que fizemos? Se arranjasses uma namorada até às férias de 2008 pagavas-me um fim de semana em Salamanca...
Eu - Não era até ao fim do ano?
Ela - Era mas isso não interessa. Fica até agora e tu perdeste. Tens que me pagar um fim de semana em Salamanca.
Eu - Mas eu não tenho namorada, por isso ganhei.
Ela - E eu já não tenho namorado, por isso ganhei eu.
Eu - A aposta era só eu ter namorada ou não.
Ela - Pronto, está bem. Pago-te eu a merda do fim de semana, mas vens comigo? Estou a desesperar...
Eu - A desesperar?
Ela - Sim, preciso esquecer o meu ex com um gajo qualquer...

conversa 894

Ele - Estou contigo. Também já não compreendo as mulheres, pá.
Eu - Então?
Ele - Não imaginas o que a minha mulher me fez...
Eu - O que foi?
Ele - No último fim de semana saí com uns amigos e bebi um copo a mais. Cheguei a casa num estado que achei melhor dormir no sofá da sala. Como estava calor dormi em cuecas, sem lençóis e tudo. Só para não a incomodar.
Eu - E depois?
Ele - Depois... ela levantou-se de manhã, no Domingo, e foi a casa dos meu sogros buscá-los para almoçar lá em casa. Quando entraram todos estava eu em cuecas, no sofá, a ressonar e ainda a cheirar a vinho.

será que assusto as mulheres?

Corro para um elevador dum prédio com cinco andares, quando percebo que a porta está a fechar-se. Ainda chego a tempo. Lá dentro está uma mulher que ainda não carregou em nenhum dos botões. Pergunto-lhe para que andar vai, já que eu vou para o último e por isso é melhor parar no dela primeiro. Ela parece atrapalhada. Diz que vai a pé e sai do elevador. Tudo bem, penso. Subo ao quarto andar e toco à campainha. Ninguém me abre mas eu sei que está alguém lá dentro, já que a habitante acabou de me mandar um sms a pedir para ir lá ajudar a comprar ou trocar uma garrafa de gás. Ouço o chuveiro lá dentro e concluo que está a tomar banho. Talvez até esteja a aproveitar o que resta do gás. Espero um pouco. Alguns minutos depois vejo a mulher do elevador. Não acredito. Ela ia para o quarto andar e decidiu, por motivo nenhum, subir as escadas. Será que assusto as mulheres?

mulheres artistas que não compreendo (20)


Lisette Model, austríaca de nascença e americana de vida e de morte, nasceu em 1901 e morreu em 1983. Foi por isso uma fotógrafa e testemunha especial do século XX. Especial porquê? Porque se recusou a testemunhar o mundo padrão dos media e fotografou apenas o seu. Nesta foto, por exemplo, o modelo é a antítese da mulher sensual que se esperaria numa pose destas, e serviu para ilustrar um artigo na Harper's Bazaar (uma revista fashion americana) sobre a praia de Coney Island. Começou o seu trabalho na Europa mas continuou-o nos Estados Unidos onde, para além de fotógrafa, deu também aulas de fotografia.

Esta coisa da fotografia mudou a visão inteira do mundo. Irá cada vez mais fundo e passará por todo o tipo de actividade humana: ciência, moda, medicina, espaço, paz, contra a paz, entretenimento, televisão, cinema. Além disso,a fotografia é uma forma de arte que mostra os seres humanos expressando a sua ligação à vida, entre eles próprios e os outros. Lisette Model

8.06.2008

conversa 893

Ela - Posso ser directa contigo?
Eu - Podes.
Ela - Achas que?... Acreditas que?... Porque é que?... Deixa lá, depois falo contigo.
Eu - Isso é que é ser directa?
Ela - Depois falo contigo. Agora não dá.

o único erro

É de manhã e ainda não fiz ligação ao planeta Terra, aquela ligação que faço todos os dias com um café sem açúcar e que, lentamente, me permite ir restabelecendo os níveis de paciência e concentração. A luz ainda me fere suavemente a vista. Uma mulher, sensivelmente da minha idade, aproxima-se de mim e pergunta-me se pode falar comigo. Que se é para vender alguma coisa não vale a pena estar a perder tempo, respondo. Que não, insiste ela, que é para me dar uma boa nova. Entrega-me um papelinho que fala do único erro cometido por alguém que eu não conheço de lado nenhum. Alguém que, segundo aquela impressão rasca feita num computador doméstico, fazia ginástica, tinha uma alimentação saudável, não bebia nem fumava mas que morreu porque cometeu um único erro: não acreditar em Deus. Desculpe lá, mas se o tipo era bom rapaz e Deus o matou só porque não acreditava nele, Deus é que é um grande sacana, ou acha bem que eu agora passe a matar toda a gente que não acredita em mim? Devolvo-lhe o papel, entro no café e aproximo-me com urgência do balcão. Ao segundo gole na pequena chávena olho para a porta. Ela está lá fora a olhar para mim.

conversa 892

(no meu carro)

Eu - São três da manhã. Se não me disseres porque é que estás chateada comigo, tenho que te levar a casa. Amanhã tenho que acordar cedo...
Ela (abana os ombros)
Eu - Diz-me só o que é que eu te fiz.
Ela - Tens essas atitudes.
Eu - Que atitudes?
Ela - Destrutivas, tipo estares cheio de pressa para me levar a casa quando ainda não acabou a nossa conversa.
Eu - Mas que conversa? Estamos aqui há duas horas e meia, fechados na merda deste carro, contigo em silêncio...
Ela - Vês? Agora estás agressivo.
Eu - Não estou agressivo, estou farto.
Ela - Fartas-te muito depressa de tudo..
Eu - Mas de tudo o quê?
Ela - Sabes muito bem.
Eu - Mas explica-me, por favor, como seu eu tivesse cinco anos. Não percebo. Juro.
Ela - Não te admires se eu não te atender mais o telefone. Sinto-me no direito de não falar mais contigo.
Eu - Está bem. Não me atendes mais o telefone e não falas mais comigo. Vou levar-te a casa e vou dormir.
Ela - Deixa estar. Vou a pé.
Eu - Estás a dez quilómetros de casa, no meio do nada. São três da manhã e queres ir a pé? Foda-se, pá!
Ela- Agora de repente já pareces preocupado.
Eu - Não estou preocupado com nada a não ser com a minha sanidade mental, se continuo contigo mais meia-hora...
Ela - Pois, agora a culpada sou eu.

olha o robô

O Público pergunta se é possível apaixonarmo-nos por um robô. Talvez seja. Imagino até um robô tão perfeito, daqui a uns anos, que vai ficar com enxaqueca antes do sexo e amuado logo a seguir, quando adormecermos.

8.05.2008

desta vez estava quase...

Aos 88 anos pensava que, finalmente, tinha conseguido compreender uma mulher. Afinal não, e depois de quatro ou cinco dias de namoro ela deu-lhe com os pés. Ao ler esta notícia, não sei porquê, mas foi como se estivesse a ver-me daqui a 51 anos...

conversa 891

Ela - Tens amêndoa amarga no frigorífico e não me dizias nada...
Eu - Ofereceram-me. Nem me lembrava. Nunca compro amêndoa amarga...
Ela - Ou então estavas a escondê-la de mim...
Eu - Não estava nada.
Ela - Estavas, estavas. Sabes que eu adoro amêndoa amarga.
Eu - Por mim podes pegar num copo e abrir a garrafa.
Ela - Estás a ver? Estás a dizer que ainda não abriste a garrafa para ver se eu não tenho coragem de ser a primeira.
Eu - Abre na boa. Quero lá saber...
Ela - Agora não quero... não tenho lata.
Eu - Abre lá. Já abri coisas piores na tua casa.
Ela - Que piada. Mas se pensas que foste o primeiro estás muito enganado.
Eu - Estava a falar daquela garrafa especial de uísque, do teu pai, que bebi uma vez.
Ela - Ah!

conversa 890

Ela - Às vezes estranho as tuas ausências. Afastas-te de mim e ficas dias e dias sem dizer nada.
Eu - Tu também de mim. Acho que é óbvio que não podemos estar muitas vezes um com o outro porque nos cansamos facilmente um do outro.
Ela - Cansas-te de mim?
Eu - Sim. Não estou a dizer que a culpa é tua. Nem interessa de quem é a culpa. De qualquer maneira, felizmente, tu também te cansas de mim muito facilmente.
Ela - Como é que se sabes?
Eu - Sei. Se não te cansasses de mim, não estavas quinze dias sem me dizer nada depois de eu dormir em tua casa uma noite.
Ela - E o que é que fazemos?
Eu - Nada. Não fazemos nada. É assim mesmo que as coisas são...

a abelha Maia e o complexo de Cassandra



Cassandra, uma figura mitológica grega, adivinhava e predizia o futuro mas ninguém acreditava nela. A sua sensação de impotência quando dizia a verdade e ninguém lhe dava ouvidos, ficou conhecida como O Complexo de Cassandra.
Quando eu era pequenino, aí com uns cinco ou seis anos de idade, seguia com atenção os episódios da série "A Abelha Maia", a história duma abelha desde o seu primeiro dia de vida. A professora da Abelha Maia chamava-se Cassandra e eu, que já tinha ouvido falar no assunto, não descansei enquanto não percebi o que era isso do complexo de Cassandra. Foi assim que os meus pais me explicaram a coisa: o complexo de Cassandra é dizer a verdade e ninguém nos ligar.
A associação entre a constante distracção da pequena abelha Maia e o nome da sua professora, que se cansava de repetir as coisas sem ser ouvida, pareceu-me óbvia. O que eu não adivinhei na altura foi que a primeira reguada que levei na escola primária foi precisamente por causa disso. A professora apanhou-me distraído e eu expliquei-lhe que não fazia mal nenhum eu distrair-me. Até havia um nome para um complexo que as professoras tinham por não serem ouvidas. Ela não gostou, chamou-me à sua secretária e mandou-me esticar as mãos. Apanhei. Terá sido uma das primeiras vezes que não compreendi uma mulher, porque para mim tinha dito uma das maiores verdades do mundo...

8.04.2008

conversa 889

Ela - O senhor é daqui?
Eu - Sou...
Ela - Onde é que estão aquelas tábuas de queijos a cinco euros e noventa e nove?
Eu - Ah, se eu sou daqui da loja? Não, não sou... pensava que estava a perguntar se eu era daqui de Aveiro...
Ela - De Aveiro também eu sou.
Eu - Pois... mas os da loja são os que andam com um uniforme da loja. Olhe ali dois.
Ela - Ah!

coisas que fascinam (72)

Hoje ofereceu-me o café, a empregada dum sítio onde só vou de vez em quando, e depois disse que gostava muito da minha t-shirt. Que já me tinha visto com ela e tinha procurado uma igual, sem ter conseguido encontrar. Expliquei-lhe que só se vende na Mao Mao, uma loja no Mercado Negro, em Aveiro. Ela não sabe onde é e pediu-me para a levar lá um dia destes. Perante a oferta do café, não podia recusar.

coisas inúteis

Admito que as lojas de coisas inúteis me fascinam. Não pelas coisas inúteis em si, mas sim pela capacidade que têm de convencer milhares de pessoas que uma coisa inútil é, de facto, útil. Há bocado vi um tipo a dar doze euros por uma imitação dum canivete suíço, uma coisa com lâmina, tesourinha, abre-latas e colher. Pegou naquilo e disse à mulher, com ar de quem já desistiu há muito do que a vida tem mais de importante, qualquer coisa como: "isto pode dar jeito, um dia que eu vá no carro e queira comer um iogurte". Ela abanou os ombros como quem não está para se chatear e, com um passo lento de quem não tem para onde ir, lá foram...
Não costumo criticar este tipo de consumismo. Até o compreendo. Às vezes a vida torna-se previsível todos os dias e, em casos em que já se perdeu a vontade de abrir um livro novo, ver um filme novo ou ouvir uma música nova, pode ser numa imitação de canivete suíço que se encontra qualquer coisa que se aproxime duma novidade. Nem que seja na esperança de um dia poder estar num carro sozinho a comer um iogurte...

conversa 888

(ao telefone)

Ela - Lembrei-me de te convidar para jantar...
Eu - Hoje?
Ela- Sim.
Eu - Fico feliz por me convidares, a sério que sim, mas como já são oito e meia já não dá. Estou precisamente a gora a fazer o jantar.
Ela - É que desde que cheguei do trabalho ainda não fiz nada. Passei uma hora sentada no sofá sem fazer nada e nem o jantar me apetece fazer. O pior é que estou com fome.
Eu - E querias que eu fosse aí cozinhar?
Ela - Sim.
Eu - Não dá, mas anda tu a minha casa. Ponho mais umas lulas no wok e jantas aqui.
Ela - Também estou com preguiça de conduzir...

8.03.2008

pensamentos catatónicos (142)

Não tenho dúvida nenhuma que sou um gastrossexual. Um gastrossexual falhado, é verdade, mas sou...

conversa 887

Ela - Qual é o teu problema com as gajas?
Eu - Problema?
Ela - Sim, porque é que nunca mais arranjas uma namorada?
Eu - Hum... é difícil passar do entusiasmo inicial para uma vontade efectiva de querer uma relação.
Ela - Não te compreendo.
Eu - Acho que é fácil de perceber.
Ela - Não acho.

8.02.2008

conversa 886

(ao telefone)

Eu - Olha... chego a Aveiro daqui a vinte minutos. Queres ir beber um copo?
Ela - Sim, boa ideia, mas eu já estou em camisa de noite, já não saio. Passa cá em casa...
Eu - Ok.
Ela - Traz é cerveja que eu não tenho.
Eu - Ok.
Ela - Já agora traz também tabaco que eu não tenho.
Eu - Ok.
Ela - Ah! se me puderes trazer um litro de leite... amanhã o puto acorda e não tem pequeno-almoço.
Eu - Estás com o teu filho?
Ela - Sim.
Eu - Ok. Mais alguma coisa?
Ela - É muito chato pedir-te para me trazeres café?
Eu - Onde é que eu compro café e leite a esta hora?
Ela - Não compras. Passas por tua casa antes.

conversa 885

Ela - Diz aqui no Público online que em 2006 houve 23935 divórcios.
Eu - Ena, acho que é a primeira vez que saio no Público.
Ela - Que sais no Público?
Eu - Sim, um deles foi o meu. Sem ele seriam apenas 23934.
Ela - Sempre eram menos. Não percebo como é que há tanto pessoal a divorciar-se.
Eu - Eu percebo. Só não percebo como é que há tanto pessoal a casar.

conversa 884

Ela - Essa camisola é mesmo assim?
Eu - Assim como?
Ela - Com as costuras para fora e a etiqueta de fora também...
Eu - É uma camisola normal.
Ela - Então devo avisar-te que a vestiste do avesso.

8.01.2008

estatuto político-administrativo das mulheres motiva comunicação ao país de Bagaço Amarelo

Não é só ele. Hoje, lá para as oito horas, vou interromper a minha tarde a fazer legos e a beber CapriSone para fazer uma comunicação ao país. Eu causa está o estatuto político-administrativo das mulheres que não me gramam nem pintado.

conversa 883

Ela - Tens estado regularmente com alguma mulher?
Eu - O que é regularmente?
Ela - É de uma forma regular...
Eu - Uma vez por ano, portanto, é regular. Duas vezes num mês, nenhuma no mês seguinte e quatro no terceiro mês, já não é regular...
Ela - Tens estado ou não?
Eu - Regularmente não.

conversa 882

Eu - O teu carro está com um barulho esquisito.
Ela - Isso foi porque uma vez, em vez de gasóleo, pus gasolina sem chumbo 95 e andei com o carro um bocado até ele parar.
Eu - Ena...
Ela - Agora o mecânico disse-me que vou ter que pôr pistons novos.
Eu - Ena...
Ela - É que o gasóleo tem uma mangueira preta, a gasolina tem uma mangueira verde. Eu, instintivamente, pego sempre na verde. É mais bonita.