7.06.2007

vamos dançar a lambada

Em 2006, em Portugal, morreram 39 mulheres vítimas de violência doméstica e 43 foram vítimas de agressões graves ou tentativas de homicídio. O Jornal de Notícias publica hoje uma reportagem em que revela estes números.
Dos vários exemplos que se podem ler, há um sobre uma mulher de 44 anos, de Nelas, encontrada morta na sua casa. O marido admite publicamente que de vez em quando lhe dava umas lambadas, como se isso fosse a merda mais natural do mundo. Não me apetece perder tempo com um filho da puta que se acha no direito de dizer isto. Farto de parolos ando eu. Mas não consigo deixar de pensar na vã tentativa do Bloco de Esquerda em facilitar juridicamente o divórcio. Acho que a mesma não visava promover o divórcio, mas sim preservar a dignidade humana que se perde em casos como este.
A falta de vontade política é enervante. Os projectos de lei não são aprovados apenas porque são feitos por partidos da oposição, e entretanto promove-se a lambada como dança tradicional portuguesa. Vão-se foder!

13 comentários:

Cristina disse...

belo desabafo:)

Ivar C disse...

é mesmo um desabafo. ;)

Anónimo disse...

Como deputada do BE aqui na minha freguesia, sinto o que dizes na pele. Todas as minhas proposta, recomendações ou moções, têm o voto contra pq sou um membro da opsição e não uma pessoa interessada no bem estar da terra.
Teresa
P.S Tb gosto de te ler, deve ser de família. ;)

Ivar C disse...

pois, Teresinha, e não saímos disto... obrigado. ;)

Elora disse...

Olha, olha, quem te comentou hoje!


Não percebo o medo do Divórcio. Não é a burocracia que vai manter um casamento ou acabar com ele, mas pode acabar com a saúde mental de uma pessoa.

Ivar C disse...

elorinha, também não percebo... ;)

deKruella disse...

POis é...isto assim não anda para a frente...Aqui há uns anos ouvi falar em redução da burocratização e cada vez vejo que há um acréscimo de papéis para tratar de um assunto simples...e com o caso do divórcio é o mesmo...se uma das pessoas não está bem no casamento ala moço e toca a tratar disso rapidamente...porquê prolongar uma situação que não se quer? Raios...acho que os deputados andam um pouco desfasados das funções para que foram eleitos...uma delas deveria ser pensar no povinho!

Fatyly disse...

Além de cobardes são uns merdas do caraças.Também há o contrário.

Quando assistidas nos hospitais ou com a polícia à porta é logo desencadeado um processo, muitas das vezes retirado pela vítima, porque o medo de um divórcio passa muito pelo o horror de represálias, do poder económico e de perderem os filhos e como diz elora...nesta bola de neve pode-se acabar com a saúde mental.

Posso assinar?
Um beijo

Nelson Peralta disse...

Já agora aproveito para dizer que a violência doméstica passou a ser crime público com um projecto-lei apresentado pelo Bloco. Este projecto foi aprovado em 2000, logo no início da existência do Bloco portanto. Antes nunca tinha sido no Parlamento.

Antes só havia crime e consequências se o agredido (em geral a mulher) apresentasse queixa formal na polícia. Ora, claro está que poucas mulheres davam esse passo, porque equivalia a mais porrada pela certa.

Anónimo disse...

Mas a violência doméstica, é uma outra coisa, desculpa que te diga, e o divórcio nunca virá, por mais rápido que seja, a ajudar em nada as mulheres sujeitas a violência doméstica.
E antes que me batas, estou completamente de acordo com as propostas do BE.

Mas não é pela demora do divórcio que elas não saem de casa.
É pela síndrome da vitima.
E isto dava para vários posts.

Beijinho

Ivar C disse...

kruella, exacto... e as propostas de lei deviam ser analisadas pelo seu conteúdo e não pela sua proveniência. :)

fatyly, claro que podes... concordo com o "cobardes e merdas do caraças" :)

nelson, tanto quanto sei disto, ser um crime publico umplica que a queixa não pode ser retirada pela vítima, certo? abraço... :)

marta, lol, não te preocupes que eu não bato em ninguém. eu não disse que o projecto de lei do Bloco resolvia o problema da violência doméstica, mas que ajudava, lá isso ajudava. Pelos vistos, e conforme diz o Nelson, até já houve um passo em frente que eu desconhecia, e dado pelo própio Bloco. Aliás, é verdade que sou um eleitor mais ou menos regular do Bloco, mas o que quero dizer é que um projecto de lei destes devia ser aprovado mesmo que fosse apresentado por outro partido qualquer.

Nelson Peralta disse...

Sim, num crime público o processo não pode ser arquivado ou retirada a queixa a pedido da vítima. Isso liberta a vítima de pressões e porrada em casa.

O projecto-lei do divórcio foi chumbado. Todos os deputados do PS votaram contra. Depois 21 deputados do PS escreveram uma carta a dizer q gostariam que o PS tivesse votado a favor! São os típicos que não fodem nem saem de cima!

Ivar C disse...

nelson, epá... essa cena ods que não fodem nem saem de cima... os gajos têm um bocadinho de sentimento de culpa, mesmo assim...