4.30.2007

música para trintões

O meu amigo Alex deixou, num comentário, esta música que diz ser para trintões... e por aqui me fico. Até amanhã.

conversa 159

Ela - O meu marido tem ciúmes de ti.
Eu - Ciúmes de mim? Não tem motivos pra isso.
Ela - Quando eu lhe falo de ti ele sente uma ciumeira enorme. Diz que eu vou acabar por ficar contigo e assim...
Eu - Então é melhor não lhe falares mais de mim.
Ela - Às vezes vem à conversa...
Eu - Já panhei três murros há pouco tempo. Queria ver se aguentava algum tempo sem apanhar mais...
Ela - Ele não te bate... não é estúpido.
Eu - Sei lá... eu nunca o vi. Qualquer dia vou na rua e um gajo que eu não conheço de lado nenhum cai-me em cima.
Ela - Tu também... é só isso que tens para me dizer?
Eu - Posso te dizer mais coisas, mas acho que não têm interesse nenhum: batatas fritas, morangos com açúcar, queques de chocolate...
Ela - Não tens piada nenhuma.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

mulheres do Irão

O debate entre a igualdade de oportunidades entre sexos é actual e, na minha opinião, importante. Sou da opinião que não se deve favorecer, nem mulheres nem homens, com numerus clausus em nada. Isso é, para além de inconstitucional, chamar incompetentes aos visados. É nas oportunidades que se deve procurar o equilíbrio, seja entre sexos, estratos sociais ou o raio que o parta. Hoje encontrei estas imagens num fórum argentino, e achei-as curiosas. O Irão é uma país onde Direito e Religião ainda se confundem totalmente, e a lei islâmica (Charia) baseia-se quase exclusivamente no Corão. É um dos casos em que a mulher sai claramente a perder ou, na minha opinião, por causa disso saem todos a perder (o que é alguns homens não percebem isso). Mas até no Irão as coisas estão a mudar... (imagens aqui, no taringa)

PSP - PlayStation Portátil

A propósito do 25 de Abril, queria só dizer uma coisa, assim sem importância, agora que as coisas acalmaram: o corpo de intervenção da PSP é uma cambada de filhos da puta sem cérebro.

edifícios

Subi as escadas dum edifício enorme, sem elevador. Cheguei lá acima, gostei da paisagem e sentei-me no sofá a ouvir música. Soube bem, mas agora percebi que vou descer as escadas sozinho. Não é completamente mau, também não é completamente bom. Nem sequer sei muito bem o que é. Vou passear, talvez me apeteça entra noutro edifício um dia destes. Se o fizer vou ver se escolho um com menos andares. O índice ivariano desce dois valores, situando-se agora no 12.

é segunda-feira

É segunda-feira e estou com desejos de Nestum. Hoje tenho que ir ao Pingo Doce comprar uma embalagem de Nestum Figos. Há bocado uma amiga disse-me que no Jumbo o Nestum é mais barato. Vou lá ver. Depois, já que ando lá perto, vou ver a montra da multiopticas.
É segunda-feira e já ouvi um disco dos Tinariwen que uma amiga me gravou há uns dias. Foi um amanhecer tranquilo, preparando uma semana que se adivinha agitada.
É segunda-feira e, como penso ir a Lisboa no próximo fim de semana, já telefonei à mãe da minha filha a pedir para ficar com ela hoje e amanhã. Assim não tenho que abdicar do meu tempo com ela. Pedido aceite.
É segunda-feira e, quando todos estão a começar a semana de trabalho, eu estou a começar o meu fim de semana. Sinto-me muitas vezes fora do ritmo normal da vida, como se ela fosse uma linha recta e eu uma cheia de curvas e contracurvas. Às vezes intersectam-se, essas linhas, e sabe bem.
É segunda-feira e acho que é uma sorte viver numa cidade como Aveiro. Acho, acho...
É segunda-feira e, tirando o telefonema à mãe da minha filha, ainda só abri a boca para dizer: “um café, por favor” e “ muito obrigado”. Até às cinco da tarde acho que vai ser assim. Depois logo se vê.
É segunda-feira e sinto-me mais ou menos leve. Não consigo passar mais do que dois minutos sem pensar numa ou noutra mulher, mas isso não faz mal. Acho que é um espécie de combustível para a vida, esta linha de pensamentos.
É segunda-feira, mais uma.

4.29.2007

pensamentos catatónicos (70)

A diferença entre começar uma relação antes dos 20 anos e depois dos 30 anos é abismal. Principalmente porque antes do 20 anos acreditamos em tudo, depois dos 30 desconfiamos de tudo.

e vai

Tranca a porta dum apartamento rodando duas vezes a chave. Se ela aceitar dormir com ele esta noite sempre demora mais a abrir a porta, e pode prepará-la para a cozinha com louça por lavar, a tábua de passar a ferro no meio do corredor com cuecas espalhadas, o copo de uísque no chão bem encostado ao sofá. Até pode contar uma piada, se limpar os pés mais do que duas ou três vezes, do género: - “Estive a desarrumar a casa propositadamente para ti”. Talvez ela ria, e se rir é porque está nervosa, e se estiver nervosa é porque gosta dele. Pelo menos um bocadinho. E vai.
E vai.
E vai.

Lembra-se sempre dela quando vê o vazio: uma cadeira de café vazia, um lugar sentado no autocarro vazio, um espaço numa fila de supermercado, o lugar do morto vazio num automóvel que o ultrapassa. Depois o tempo dilata-se e a noite que aí vem parece um embuste. Mais um. Talvez seja melhor contorná-la, mas contornando-a cai-se no desconhecido. É um falso argumento, sabe-se, o de poder cair no desconhecido, mas serve. E vai.
E vai.
E vai.

A noite é escura, e nela pode esconder os pensamentos tristes, afogando-os num copo de cerveja, dissimulando-os no olhar dum amigo, mascarando-os com um riso prolongado que plastifique a face. Não há lugares vazios, a não ser um. Ela é um lugar vazio que não se consegue encontrar. Vai voltar a casa depois de estacionar o carro num lugar onde cabiam dois. Vai pensar: - “Que se foda”. Depois, quando tiver que rodar duas vezes a chave para abrir a porta de casa, vai ter tempo demais para se lembrar que ela já passou por ali. Até do cheiro se vai lembrar. E da voz, e dos cabelos, e dos lábios. Outra vez que se foda. Devia ter rodado só uma vez. E vai para dentro.
E vai.
E vai.

conversa 158

Eu – Acho que vou um comer um queque de chocolate.
Ela – Tu e os queques… devias virar-te mais para as quecas.
Eu – Os queques têm uma vantagem.
Ela –Qual?
Eu – Não falam…
Ela (ri-se)

conversa 157

(ao telefone)

Ela – Como é que estás?
Eu – Sentado na varanda a ler um livro com a luz duma lanterna de mão.
Ela – A esta hora?
Eu – Sim. Estou sem sono… apesar de não tomar café há três dias.
Ela – Ia perguntar como é que estás da cabeça… Estás sozinho ou está aí alguém contigo.
Eu – Estou sozinho.
Ela – Não estás sozinho nada. Estás sozinho na varanda mas tens alguém na sala…
Eu – Ahn? Mas porque é que queres saber?
Ela – Por nada… só para saber.
Eu – Se é só para saberes, estou sozinho, sim.
Ela – Tá bem… mas eu acho que não estás…
Eu – Se eu estivesse acompanhado não estava a ler um livro na varanda.
Ela – Estavas a fazer o quê, então? Diz lá.
Eu – Depende da companhia. Se estivesse com um amigo estava a beber uma garrafa de vinho e a falar, por exemplo…
Ela – E se fosse comigo?
Eu – Se fosse contigo não sei. Sei lá…
Ela – Não podíamos estar a beber um copo de vinho e a falar também?
Eu – sim, claro que sim…
Ela – Tás a ver?
Eu – Tou a ver o quê?
Ela – Tu sabes.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

conversa 156

Ele – A ***** olha muito para ti…
Eu – Pois… eu sei.
Ele – Passou a noite a olhar para ti e tu nada…
Eu – Ah! Estou sem óculos… não te esqueças.

casa museu Oliveirinha

Ainda não percebi a polémica toda à volta do projecto que visa transformar a casa onde nasceu o cabrão do Oliveira Salazar em museu. Por mim fazia-se já tudo, e até se ampliava as instalações para além da casa, pegando naqueles zombies todos que vi na televisão a fazerem uma manif em prol do projecto, embalsamando-os, e criando a "sala dos gajos que apoiaram este projecto". Como já não é possível embalsamar o Oliveirinha nem o Cerejeira, proponho a concepção de bonecos de cera realistas, ambos colocados nus no sofá da sala. Por trás uma gravação sonora diria, com a voz do cardeal:- "Chama-me Tarzan, Oliveirinha!", ao que o maior português de sempre respondia: - "Eu chamo, eu chamo…".

4.28.2007

multiopticas

Juro que não estou ansioso por ir à multiopticas buscar... buscar... buscar o quê? ahn! pois, tenho que ir sexta-feira à multiopticas, antes de ir para Lisboa, buscar qualquer coisa. Juro que não estou ansioso, lá porque aqueles uniformes de saia curta e apertados são um cadito sei lá o quê, não quer dizer nada. Não estou nada ansioso com isso. Eu? naaaaaa... tenho que ir lá fazer não sei o quê... pá. Bem, está-me a custar escrever isto. É que estou a ver um bocado mal.

conversa 155

(hoje, depois de desabafar com uma amiga a minha vida toda... coitada)

Ela - Deixa lá, de certeza que está para te acontecer qualquer coisa muito boa.
Eu - Muito boa? Quem?
Ela (risos) - Uma coisa boa, não é uma mulher. Depois duma fase como a que andas a passar acontece sempre qualquer coisa boa...
Eu - Ah!...
Ela - Mas tu também tens culpa, não é? Não são só as mulheres...
Eu - Opá... isto é muito complicado. Acho que, como tive uma relação estável durante mais de quinze anos, me habituei mal.
Ela - Pois... mas tu já tiveste oportunidades de recomeçar, mais do que é normal. Eu, por exemplo, há meses que não me acontece nada...
Eu - Tive oportunidades com quem eu não queria. Com quem quero não tenho, percebes?
Ela - Eu nem uma coisa nem outra...
Eu - Tu és bonita. Se não tens é porque não queres...
Ela - Se eu te pedisse para ires para a cama comigo, mesmo não querendo nada contigo, tu ias?
Eu - Ia... normalmente ia. Hoje não.
Ela - Porquê?
Eu - Tu sabes bem porquê.
Ela - Sim. Mas eu apetecia-me hoje, se quisesses ficar cá nem ias a Aveiro. Amanhã já não quero. Isto é mesmo assim.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

cadáveres em Lisboa

Uma vez estava a comer um perna de pau e a ler uma revista do jornal Público numa esplanada em Aveiro, já lá vão uns anitos, com a minha ex-mulher e a minha filha, e vi uma reportagem sobre uma exposição de cadáveres que achei muito boa onda. Chamava-se BodyWorlds e mostrava cadáveres d'alguns corpos de pessoas com cortes longitudinais, que permitiam ver com todo o detalhe a fisionomia e os vários sistemas do corpo humano. Tanto quanto me lembro até um cavalinho havia. Na altura, disse eu: "Epá, temos que ir ver esta merda a Berlim", e ela respondeu: - "Se gastares dinheiro a ir ver isso a Berlim divorcio-me já. Tás parvo ou quê?!". Eu não fui, claro, mas devia ter ido porque acabei por me divorciar na mesma, só que nessa altura a exposição já não estava em Berlim.
Hoje comprei o Jornal de Notícias (sim, eu leio o Jornal de Notícias e não tenho nenhum complexo com isso. Aliás, o Expresso é para totós e meninos de coro) e, logo na página 6, vejo que a exposição vai estar em Lisboa a partir do próximo dia 5, no Palácio dos Condes do Restelo. Pois é, acho que no próximo fim de semana vou mesmo à capital. Ena! E às tantas até como outro perna de pau, embora agora ande mais numa de queques de chocolate.

conversa 154

Ele - E o gajo bateu-te sem mais nem menos?
Eu - Sim...
Ele - E não fizeste nada?
Eu – Não… nem me tentei defender.
Ele – Se fosse comigo…
Eu – Não bato em pessoas. Não percebo como é que se consegue bater noutra pessoa com tanta facilidade. Estes gajos são uns imbecis… um tipo que faz isto é o género de gajo que depois, por dá cá aquela palha, bate na mulher lá em casa…
Ele – Mas devias fodê-lo. Tens corpo para isso, pá.
Eu – Mas não tenho cabeça, percebes?
Ele – Pois… e por isso ias mesmo ficando sem cabeça.
Eu – Eu acho que só ganhei por não retaliar… aliás, ganhámos todos. Estavam lá mais pessoas…
Ele – Se o quiseres foder eu ajudo-te. Dizes-me só quem é…
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

4.27.2007

conversa 153

Ela - Você tem que conhecer minha irmã.
Eu - Porquê?
Ela - Tem quase sua idade e está sozinha também... todo o dia falo para ela sobre você.
Eu - E o que é que lhe dizes de mim, só por curiosidade?
Ela - Digo que você é bom, né? que é da turma mais legal daqui e que era bom vocês se conhecerem...
Eu - Hum... e é bonita a tua irmã?
Ela - É, é. Igual que nem eu. Você vai no meu Orkut e adiciona ela. Ela já te está esperando...
Eu - No Orkut? Olha, que idade é que achas que eu tenho?
Ela - trinta e cinco, né?
Eu - Exacto.
Ela - Tá vendo? Você tá muito bom para ela...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

ninfa Artémis



Estava triste e desiludido com a vida. Sentia-me desamparado… a minha relação com as mulheres parecia um poço sem fundo, uma constante incompatibilidade. Hoje porém falaram-me da mulher que me pode salvar a vida. Ainda não a conheço mas não vou aguentar muito tempo. Preciso dizer-lhe que a amo e que desde que a ouvi não penso noutra coisa… trata-se da Ninfa Artémis.
Agora só penso nesta deusa, vestida com o uniforme da multiopticas, a dançar para mim em cima dum balcão cheio de óculos por experimentar. Ouçam a fabulosa música sim gatô, e leiam a poesia que está por trás desta deslumbrante diva portuguesa. Epá, foda-se (só em pensamento), isto existe mesmo? Eu quero ser o teu gatôooooooooo... ai,ai... sinto-me em baixo.

letra da canção aqui

mulheres artistas que não compreendo (14)


Diana Thater

Nasceu em 1962 em São Francisco mas, actualmente, vive e trabalha em Los Angeles. O prato forte do seu trabalho baseia-se em instalações de vídeo mas também faz fotografia. Já tem inúmeros trabalhos apresentados, tanto a solo como em grupo. Na imagem um exemplo de Perfect Devotion, onde mostra três tigres a brincar numa piscina, algures nuns subúrbios da Califórnia, e onde permite que os felinos representem um papel de mansos gatinhos.
O mais interessante na Diana é usar actualmente, ainda algumas técnicas que, para a sua consciente manipulação estética e cromática, se podem considerar obsoletas. Se não o são, são pelo menos artesanais. Neste caso filmou os tigres em película de 35 milímetros e, a espaços, permitiu a sobrexposição da luz. O resultado é excelente.

conversa 152

(ao telefone)

Ela – O que é que posso fazer por ti?
Eu – Olha... um pudim…
Ela – A sério?
Eu – Sim daqueles que fazias às vezes…
Ela – Eu vou-te fazer um pudim, está bem?
Eu – Sim...

civilization IV


Joguei todos, mas todos mesmo, os jogos da série Civilization, e se me perguntarem se eu acho que o Sid Meier é um génio, a resposta é SIM. Da primeira versão de 1991 até ao Civilization IV, passei horas e horas de prazer a gerir os destinos duma civilização. Comprei o Civ IV ainda antes de ter saído em Portugal. Aliás, fiz uma reserva com mais ou menos um ano de antecedência. Como este fim de semana trabalho e, depois do trabalho, não devo sair, vou precisar de voltar a ele. É uma boa forma de passar o tempo quando se está home alone, acreditem. Por isso mesmo é também um óptimo jogo para divorciados, e como acho que ninguém deve morrer sem o experimentar, deixo aqui links rapidshare. Advirtam-se.

site oficial: www.2kgames.com/civ4/home.htm

baixar o jogo (copiem o url e colem-no no browser)
http://rapidshare.com/files/21093130/Civilization_IV.part01.rar
http://rapidshare.com/files/21095001/Civilization_IV.part02.rar
http://rapidshare.com/files/21096998/Civilization_IV.part03.rar
http://rapidshare.com/files/21098996/Civilization_IV.part04.rar
http://rapidshare.com/files/21101403/Civilization_IV.part05.rar
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4.26.2007

país

Se eu escolhesse um país para ouvir uma música era o Mali, se eu escolhesse um país para tomar um café era o Brasil, se eu escolhesse um país para beber uma cerveja era a República Checa, se eu escolhesse um país para dormir hoje eras tu.

licenciada



Este post é só para homens. Quando contactarem uma mulher, cujo anúncio na secção Relax do jornal dizia ser licenciada, perguntem em que universidade foi. Consta que há algumas que não o são, de facto, e outras até que tiraram o curso na Independente. A sério... vá lá um gajo compreender as mulheres. E eu (só em pensamento): - Foda-se!

I have a dream

Hoje sonhei que trabalhava na multiopticas, que a vida era bela e eu passava os dias a espreitar através dos aparelhos de optometria. Só que em vez de letras estava sempre… uma optometrista da multiopticas.

conversa 151

Ela - Estou-te a ligar para saber como é que estás...
Eu - Estou bem, não te preocupes...
Ela - Onde é que foi que te bateram?
Eu - Na cabeça.
Ela - Não... mas onde é que estavas?
Eu - No clube 8.
Ela - Mas porque é que te bateram?
Eu - Não sei... troquei umas palavras com um tipo na beira-mar, mas nem foi nada de especial. Duas horas depois, já no clube 8, deu-me três murros sem mais nem menos...
Ela - Só assim?
Eu - Sim... mas valeu a pena.
Ela - Valeu a pena?!
Eu - Sim, pelo menos telefonaste-me... nunca o fazes.
Ela - És um palerma.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

4.25.2007

conversa 150

(hoje, quando apareci no trabalho com a cara inchada)

Ela - Estás... diferente. Estás inchado na cabeça
Eu - Vou fazer um piercing, sabes? Primeiro tenho que ter massa suficiente para furar. Fui agora à clínica fazer uma injecção localizada de gordura.
Ela - A sério?
Eu - A sério...
Ela - Como é o piercing que vais usar?
Eu - É uma cobra à volta duma máquina de lavar roupa...
Ela - Hum... estás a brincar outra vez...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 149

(na multiópticas durante uma consulta de optometria)

Ela - Está a ver bem?
Eu - Estou, estou...
Ela - Consegue ver as letras mais pequeninas?
Eu - Ah! as letras não estou a ver bem. Pensei que era outra coisa.

uma má notícia e outra boa (continuação)

Ontem fiquei sem os meus óculos queridos, que tinham um valor emocional inestimável para mim. Custa-me mais deixar aqueles óculos do que ter que ter levado três murros na cabeça.
Hoje de manhã fui a uma Multiópticas e... uau... aquelas batas das funcionárias estão mesmo bem desenhadas. As funcionárias em si também estão, verdade seja dita, mas dentro daquelas batinhas... sei lá, alegrei-me logo um bocadinho.

uma má notícia e outra boa

A má notícia é que o divorciado levou três murros esta noite, e agora parece um extra-terreste devido a um inchaço no lado esquerdo da cabeça.
A boa notícia é que o divorciado vai ter uns óculos novos.

4.24.2007

Catarina Eufémia



Nasceu em 1928, no Alentejo, e tornou-se ceifeira. Em 1954, durante uma greve em que os camponeses reivindicavam melhores condições de trabalho, colocou-se à frente dum movimento de manifestantes, acabando morta a tiro pelo cabrão dum tenente da GNR que devia ter sido enforcado, logo à nascença, pelo próprio cordão umbilical. Estávamos no auge do regime político do filho da puta do Oliveira Salazar, que para além de ser ditador, maricas e levar no rabo do cardeal Cerejeira, não deixou para a História mais nenhuma marca digna de registo. Por isso mesmo era preciso coragem para fazer o que Catarina fez. Hoje parece fácil. Em 1954 não era.

Catarina na Wikipedia

silêncios

Os silêncios são, normalmente, de fácil interpretação e nunca são isentos de sentido. Quando o silêncio cerca uma mulher e um homem, ou é porque eles se devem aproximar ou porque eles se devem afastar.

um conselho a divorciados vertebrados

A gelatina é um alimento rico em colagénio. O colagénio é a principal proteína responsável pelos tecidos dos vertebrados, incluindo os vertebrados divorciados. O nosso corpo deixa de o produzir a partir, sensivelmente, dos trinta anos de idade, acentuando-se por isso, a partir daí, o envelhecimento da pele e das unhas.
Eu compro normalmente gelatina marca Pingo Doce. Cada caixa trás dois pacotes e custa em média 0,69€. Cada pacote corresponde a meio litro de gelatina o que, no meu caso, dá para dois ou três dias.
Eu evito usar água canalizada, mesmo quando a uso para cozinhar. Quem vive no conselho de Aveiro tem essa vantagem: é mais barato comprar água engarrafada no Mini-preço (a partir de 0,11€ por 1,5 L) do que consumir a que nos chega à torneirinha da cozinha. Perceber a conta de água que os Serviços Municipalizados nos mandam por correio também deve ser só para intelectuais, mas isso fica para outro dia.

conversa 148

Ele – Mas tu gostas da gaja?
Eu – Opa. Gostar, gosto… mas não me sinto assim propriamente apaixonado.
Ele – Mas é boazona?
Eu – "gaja" e "boazona" não são palavras que eu goste muito de usar, pá. Prefiro caralhadas.
Ele – Ela não está a ouvir. É naquela…
Eu – Mas estou eu.

4.23.2007

conversa 147

Ela - Onde é que vais?
Eu - Vou pra casa.
Ela - Onde é que vives?
Eu - Esgueira...
Ela - Dantes vivias no Bairro do Liceu, não era?
Eu - Sim... há muito tempo...
Ela - Porque é que foste pra Esgueira?
Eu - Quando comprei casa a diferença de preço era muito grande... mesmo muito grande.
Ela - Só por isso?
Eu - Sim... foi só por isso.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

aproximação 0A2

Primeiro há uma aproximação. Zer0 cruza-se com doi2 na rua e os seus olhares cruzam-se durante um segundo ou dois.
Depois cruzam-se os corpos. Quando estão costas com costas Zer0 vira-se, só para ver se doi2 faz o mesmo. Nunca o faz. É a partir daí que se afastam.

conversa 146

(ao telefone)

Ela - Boa tarde, fala ****** ***** da DHL, em que posso ajudá-lo?
Eu - É a quinta vez que fico a manhã toda em casa à espera que me tragam o meu computador e conseguiram não aparecer outra vez.
Ela - Pois, é que nós não podemos garantir a hora de entrega na casa do cliente.
Eu - Ainda bem que me está a dizer isso. Foi pena só mo dizer depois de eu ter perdido cinco manhãs à vossa espera.
Ela - E o que é que eu posso fazer para ajudá-lo?
Eu - Tem piada. Eu pensava que você é que me devia dizer... como trabalha aí, não é? O que eu quero já sabe: é o meu computador.
Ela - Quer marcar uma nova hora?
Eu - Não. Se acabou de me dizer que não me pode garantir que me entrega o computador na hora marcada, não vou marcar mais hora nenhuma... quero que telefone ao estafeta e depois me telefone a mim a dizer onde é que ele está e a que horas vem a minha casa...
Ela - Vou, excepcionalmente, fazer isso senhor Ivar. O seu número é este: 969******?
Eu - Muito bem. É esse mesmo...

(passados cinco minutos)
Ela - estou a falar com o senhor Ivar?
Eu - Sim.
Ela - Daqui fala ****** ***** , da DHL. Contactei o estafeta. Ele está aí perto e diz que passa aí no próximo quarto de hora.
Eu - A sério? Está a ver como é fácil?
Ela - Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?
Eu - Tem uma bonita voz. Se vivesse aqui perto conidava-a para tomat café. Muito obrigado.
Ela - Na DHL não estamos habituados a esse tipo de contacto.
Eu - Acredito que não. Como são incompetentes devem passar o dia a ouvir clientes mal dispostos.
Ela (silêncio)
Eu - Pronto. Boa tarde.
Ela - Boa tarde. Falou com ****** *****. Obrigado por preferir a DHL...
Eu - Mas eu não prefiro...
Ela (desligou a meio)

4.22.2007

conversa 145

(ao telefone)

Ela – Adivinha a cor da minha roupa interior.
Eu – Cor de laranja.
Ela – Não.
Eu – Lilás com riscas azuis
Ela - Não.
Eu – Transparente.
Ela – Não. Mas foi bom imaginar-me assim?
Eu – Não.
Ela – Não?!
Eu – Estamos ao telefone...

sem queques de chocolate so o Beira vencer

Não estou nada nervoso com o jogo de amanhã entre o Beira-Mar e uma equipazeca de Coimbra de que agora não me lembro o nome. Mesmo assim subo a parada na promessa dos queques de chocolate: se ganharmos não como nenhum até ao fim de Maio.
Depois da vitória, não se esqueçam, o dj Bagaço Amarelo fará movimentar os átomos do ar no melhor bar de Aveiro.

pensamentos catatónicos (69)

A semelhança entre ser divorciado e uma bola de ping-pong é enorme. Andamos dum lado para o outro a ver de quem é que apanhamos mais. Quando deixam de nos bater temos uma sensação de alívio, já que depois de tanto apanhar há alguém que nos acaricia. É então que descobrimos que a pessoa que nos acaricia só o faz porque perdeu...

árvore depois do nevoeiro

Este fim de semana fui uma árvore depois do nevoeiro. O índice ivariano sobe quatro valores, fixando-se agora em 14...

4.21.2007

bagaço amarelo o pensador



O antídoto nomeou o je ne comprends pas les femmes como um dos blogs que o faz pensar. É suposto agora eu nomear mais cinco que devem fazer o mesmo mais cinco blogs. Ao antídoto agradeço a iniciativa.

divas e contrabaixos
diz fruta
farinha amparo
meditassões do jakim
palavras em linha

conversa 144

Ela - Quero divorciar-me, sabes? Preciso divorciar-me. Preciso que a minha vida dê um salto para qualquer sítio.
Eu - Já falaste com o teu marido sobre isso?
Ela - Não. Ele pensa que eu estou muito bem, mas não estou. Quer dizer, eu gosto mesmo dele, só que já não o suporto. Ele está a sufocar-me, sabes?
Eu - Se estás à espera que eu te dê conselhos tira o cavalinho da chuva. Essas merdas são demasiado importantes na nossa vida para eu sentir que devo aconselhar alguém. Tenho medo de dar conselhos errados e é uma responsabilidade muito grande, percebes?
Ela - Ao dizeres que isto é demasiado importante na nossa vida já me estás a aconselhar sem saber. É que eu nem tenho vida... e as raras vezes que estou contigo sinto-me como se estivesse, sei lá, a nascer outra vez.
Eu - Primeiro, não quero que te divorcies a pensar em mim. Isso não é justo. Segundo, não acredites que eu sou melhor que o teu marido. Eu nem o conheço mas não me parece que seja má pessoa, pelo que contas.
Ela - Eu não ia fazer isso. Já percebi que não gostas de mim...
Eu - Eu não disse isso. Tem calma...
Ela - Calma tens tu... eu sinto-me morta.
Eu - Os mortos costumam ser calmos. Nunca vi nenhum nervoso...
Ela - Percebes? Tens sempre sentido de humor mesmo quando está em baixo. Ele não.
Eu - Isto não era uma piada. Eu realmente nunca vi um cadáver nervoso. Ah! e tenta não me comparar, está bem?
Ela - Está bem, desculpa.
Eu - Agora é assim, telefona-me se precisares de alguma coisa, mas até resolveres a tua vida é melhor não passarmos disto: uma café aqui, outro ali. Eu também te telefono, tipo se precisar que me pagues a conta da água...
Ela - E se eu resolver a minha vida, como tu próprio dizes?
Eu - Se resolveres, melhor. Fica resolvida. Não te esqueças que sinto-me próximo doutra pessoa. E tenho que te dizer isto...
Ela - Eu sei. Ela gosta de ti?
Eu - Quando está a chover gosta, quando está Sol não. Sei lá... vem aí o Verão e vai estar Sol...
Ela - Também precisas resolver a tua vida.
Eu - Preciso sair daqui. De Espinho e até de Aveiro. Acho que vou passar um fim de semana fora qualquer, agora nos próximos tempos. Sozinho.
Ela - Sozinho?
Eu - Sim, ou então com um cadáver qualquer. Daqueles mais calmos...

conversa 143

Ela (encostando-se para trás no sofá) – O meu divórcio deixou-me marcas prá vida toda. Sinto isso... se há uma coisa que tenho a certeza é que nunca mais vou casar outra vez.
Eu – Se há uma coisa que eu tenho a certeza é que não me interessa nada se vou casar outra vez...
Ela – Não?
Eu – Não. O casamento é só um contrato em que afirmas que gostas de alguém.
Ela – Não é só isso, mas era bom que fosse. Se fosse só isso era só rasgá-lo na altura do divórcio e estava feito. Mas eu também tive que tratar do meu filho, da casa, da pensão...
Eu – Sim, tens razão. É verdade. Eu também tive...
Ela – A única coisa que eu quero agora, a sério que é sexom.
Eu – A única coisa?
Ela – Sim. Foder, foder, foder... mas foder mesmo.
Eu – Eu ofereço-te um boneco insuflável... é o melhor.

conversa 142

Eu - Estavas a fumar e parecia-me que o fumo do cigarro descia em vez de subir. Mas caía como se fosse uma pedra, percebes?
Ela - Percebo que o melhor é irmos pra casa. Já é tarde e já bebemos demais...
Eu - Prá minha ou prá tua?
Ela - Tu prá tua, eu prá minha.
Eu - Mas queres que te leve primeiro à tua?
Ela - Sim... e sobes mum bocadinho.
Eu - Subir só um bocadinho não chega.
Ela - Porquê?
Eu - Vives no quarto andar. Cinco andares não é só um bocadinho...
Ela - O.K. Sobes um bocadão.
Eu - Fixe!

4.20.2007

conversa 141

Ela – Às vezes não temos ninguém de quem gostamos. Arranjamos uma pessoa qualquer como vítima e fazemo-la acreditar que é a pessoa da nossa vida, mas não é. Percebes?
Eu – Percebo. Isso é quando nos enganamos a nós próprios…
Ela – Sim… também.
Eu – Mas com trinta e tal anos já não te enganas a ti mesmo… já sabes que a paixão é uma espécie de ponte para outra coisa mais importante…
Ela – Chama-se Amor.
Eu – Sim… podes chamar-lhe isso.
Ela – Mas essa coisa mais importante que se chama Amor pode acabar por causa duma coisa menos importante que se chama paixão. Só que por outra pessoa…
Eu – Eu sei… já me aconteceu…

pontos de vista em amenas conversas com amigos

1) Numa conversa com amigos percebi uma coisa que me incomodou. Todos sabem quem é Cho Seung-Hui e têm capacidade para falar sobre o crime da Virgínia. Todos sabem que morreram trinta e duas pessoas e que ele apresentava sinais de depressão profunda antes de fazer o que fez. Por outro lado quase ninguém sabe o que é o conflito étnico do Darfur, nem que já morreram ali mais ou menos meio milhão de pessoas. Até ouvi perguntar se o Sudão ficava na Ásia ou em África. Não sei… às vezes não compreendo o mundo.

2) Diz-me um amigo que a operação em que a PJ deteve dezenas de skinheads é uma vergonha para um país democrático, que eles têm direito às suas ideias mesmo que os outros não concordem, e que só devem ser presos se forem violentos.
Respondo-lhe que em primeiro lugar eles não têm ideias. Dentro daquelas cabeças de asno só há cotão e lixo. Mas também concordo que não deviam ser presos, deviam ser enfiados num em contentores metálicos e atirados para o fundo do mar.

conversa 140

Ele – Já estiveste com ela?
Eu – Já… tomámos um café juntos…
Ele – Só?
Eu – Não, também bebemos uma ou duas cervejas.
Ele – Só?
Eu – Também falámos durante uma hora e pouco…
Ele – Só?
Eu – Só, só…

4.19.2007

cuecas

A loja chinesa onde eu costumo comprar cuecas a 1,99€ está fechada para remodelação há mais de um mês. Não é justo. Aposto que quando reabrir, em vez da chinesa bonita que lá trabalhava, vai aparecer um gajo gordo com bigode. Phónix!

conversa 139

ou... como ter uma noite de merda com coisas boas no meio.

(no Mercado Negro com uma amiga)
Ela – Gostava de conseguir de estar contigo sem as tuas amiguinhas.
Eu – Não são amiguinhas, são amigas. Por acaso são as minhas duas melhores amigas neste momento.
Ela – Conheces as gajas há pouco tempo. A mim conheces-me há anos e elas são as tuas melhores amigas?
Eu – São. Por acaso são. A prova é que ela nunca me diriam mal de ti e sabes porquê? Respeitam-me.
Ela dá-me dois estalos e eu afasto-me.

(no Mercado Negro com um gajo que só conheço de vista e nem sei o nome dele)
Ele (com uns copos a mais) – És um filho da puta, tu.
Eu (com uns copos a mais) – Estás-me a confundir com o teu irmão, pá.
(ele afasta-se e aproxima-se de novo passados uns cinco minutos ainda mais bêbado)
Ele – Desculpa lá há bocado. As mulheres só servem para nos foder a cabeça e eu tou um bocado fodido.
Eu – Desculpas aceites. Agora afasta-te de mim.
Ele (fazendo o sinal fixe com a mão) - Iá...

(No Mercado Negro, com um amigo que se aproxima de mim quando estou sozinho encostado à parede)
Ele – Tás fixe?
Eu – Pareço-te fixe?
Ele – Não. Não pareces fixe...
Eu – Ora aí tens...
Ele – É o que eu estou a pensar?
Eu – É o que estás a pensar e não só...
Ele – Bebe um copo. Esquece essa merda. As mulheres só servem pra foder a cabeça a um gajo.
Eu – Foda-se, caralho. Toda a gente me diz essa merda hoje...

(No Mercado Negro com duas miúdas que só conheço de vista mas de quem, por acaso, até sei os nomes)
Ela1 – Arranjas-me um cigarro?
Eu – Não fumo...
Ela1 – Não fumas? Eu já te vi fumar...
Eu – Não viste de certeza.
Ela1 – Já vi já... tu é que escreves no Diário de Aveiro, não é?
Eu – O que é que isso tem a ver com fumar ou não?
Ela1 – Costumas estar no Clandestino... eu conheço-te.
Eu – Hum.. hum...
Ela2 (virando-se para Ela1) – Está calada que ele já está farto de te aturar.
Ela2 (virando-se para mim) – Desculpa, ela já está bêbada. Quando eu te vir no Clandestino posso ir falar contigo?
Eu – Claro que sim. Obrigado, está bem? Por acaso agora estou chateado como a merda e já vou embora.
Ela2 – Fica bem...
Eu – Obrigado. (pisco-lhe o olho)

(Na rua, com uma amiga)

Ela – Gostava que um abraço meu te pudesse ajudar.
Eu – E pode...
Ela abraçou-me. Ficámos assim uns vinte minutos.

(Numa rotunda em Aveiro, com um polícia numa operação Stop, já às quatro da manhã)
Ele – Bebeu?
Eu – Bebi...
Ele – Muito?
Eu – Um bocado... mas sinto-me bem, senão não vinha a conduzir.
Ele – Sopre até eu mandar parar...
Eu soprei e deu 0,60.
Ele – Está um bocado acima. Quer esperar um bocado ou ficar com esta marca? Se subir depois é pior...
Eu – Eu espero...
(enquanto esperava recebi um sms que me fez sorrir um bocadinho)
Ele – Quer soprar agora?
Eu – Deixe-me só mandar uma mensagem...
Ele – Sopre até eu mandar parar.
Eu soprei e deu 0,58.
Ele – Boa noite. Pode ir embora...
Eu – Posso?
Ele – Sim, mas tenha cuidado.
Eu – Obrigado. Boa noite.

(em minha casa, aí às cinco da manhã, via sms, com uma amiga)
Ela – Obrigado por seres meu amigo. Dorme bem.
Eu – Obrigado. Hoje gostava de ser o Super-Homem. ;-)
Ela – Então dorme bem Super-Homem. Ass- Super-Mulher. ;-)

pensamentos catatónicos (68)

É mais ou menos fácil encontrar uma mulher de quem gostamos. É mais ou menos fácil encontrar uma mulher que gosta de nós. O difícil é encontrar uma mulher de quem gostamos e que gosta de nós.

4.18.2007

conversa 138 e pensamentos catatónicos (67)

Quando ouço uma mulher dizer que gosta de homens que a surpreendam, e que por exemplo, uma das melhores recordações que tem do ex-namorado é ele tê-la levado de surpresa a jantar fora uma vez, fujo logo.
Foda-se (só em pensamento), desde quando é um jantar é surpreendente?
Foda-se (só em pensamento), desde quando é um jantar pode ser a melhor recordação que se tem do ex-namorado?
Foda-se (só em pensamento), desde quando é que a iniciativa de surpreender tem que ser sempre dos gajos?
Foda-se (só em pensamento), e depois fica a olhar para mim como se tivesse dito uma grande coisa.

Ela – O ***** às vezes surpreendia-me mesmo. Telefonava-me quase todas as sextas a dizer para não fazer o jantar e depois íamos jantar fora.
Eu – Quase todas as sextas?! Parece-me mais um ritual do que uma coisa surpreendente… e ele nunca cozinhava?
Ela – Ah! Quero lá saber se cozinhava ou não… eu não passo sem essas coisas.
Eu – Olha… tenta namorar com um sem-abrigo…
Ela – Um sem-abrigo?
Eu – Sim, acho que eles comem muitas vezes fora.
Ela – Humor negro a esta hora?
Eu – Desculpa. Pensei que também estavas a mandar uma piada.
Ela – Uma piada, eu? Quando?
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

olá

Ela olhou para mim e disse olá. Sem mais nem menos. Olá. Eu nem respondi mas pensei "um corneto pra ti, um corneto pra mim... olé, olá... e a vida sorri". O índice ivariano sobe, vá lá, um pontito. Não seria justo continuar negativo depois disto.

a percepção da luz

Quando acordo mais tarde do que o habitual é estranha a primeira percepção da luz. A forma, em looping, como a cidade metamorfoseia a vida diz-me que sou dispensável. Até podia ter morrido durante a noite, que aquela mulher que acabo de ver a sair sorridente do cabeleireiro dum centro comercial, tinha feito uma permanente igualzinha. É um casamento falso este, entre a luz do dia e a nossa respiração e, para que ele não acabe, habituo-me aos movimentos mecânicos de todos os outros. Os outros. É uma forma de não me divorciar da vida.
Está um homem na mesa ao lado da minha a falar sozinho. A empregada de café sorriu-me, duma forma nervosa, quando pousou na mesa o queque de chocolate e a Sumol de laranja. Abriu a garrafa do refrigerante e depois deixou cair a carica na bandeja, onde ela ficou a tilintar dois ou três segundos. Agora traz-me o papelinho da máquina registadora com o total da minha despesa. É para pagar na caixa, diz-me arrastando a voz. Pergunta ainda, num misto de medo e espanto, porque é que aquele homem está a falar sozinho.
As mãos dela são pequenas e de seda. Tenho pena dela, por se ter entregado tão exageradamente à normalidade anormal. É um extra-terrestre, respondo-lhe. Está-se a queixar telepaticamente aos chefes de que os humanos transformam oxigénio em dióxido de carbono.

conversa 137

Ela – Hoje vais sair?
Eu – Não. Combinamos outro dia, está bem?
Ela – Não vais sair?! Mas... está tudo bem?
Eu – Está. Apetece-me ficar em casa.
Ela – Queres que eu passe aí?
Eu – Não. Desculpa lá. Apetece-me estar sozinho hoje.
Ela – Está tudo bem de certeza?
Eu – Está tudo bem, a sério. Está mesmo. Mas apetece-me ficar em casa e sozinho. Nem te sei explicar porquê.
Ela – OK. Se precisares de alguma coisa diz qualquer coisa.
Eu – Digo, digo... obrigado. Gosto muito de ti.

Beira-Mar em Alvalade

O Beira-Mar joga hoje em Alvalade, para as meias-finais da Taça de Portugal. Se o Beira-Mar passar fico quatro dias sem comer queques de chocolate.

crónicas da cidade que sopra | por uma unha negra

Amanhã, por ser quinta-feira, o vento sopra de novo no Diário de Aveiro. Por uma unha negra.

Quase sempre sem entender porquê. Cruzamo-nos nas ruas e nas avenidas como esvoaçantes grãos de trigo em searas abandonadas. Às vezes tocamo-nos, às vezes não. São olhares que se alinham durante um pouco mais do que o meio segundo habitual, são sorrisos que se deixam para trás perpetuando-os, são ombros que segredam cheiros num banco de autocarro. Mais: são apneias simultâneas nas cadeiras duma sala de cinema, dedos que se acariciam durante o inócuo pagamento na caixa dum supermercado, gritos que se emudecem mutuamente num jogo de futebol. Às vezes, até à distância nos tocamos, em movimentos que crescem ao ritmo da música que passa numa estação de rádio qualquer. Tocamo-nos em pedaços de tempos e depois continuamos, ao sabor dum vento à deriva, quase sempre sem entender porquê.

4.17.2007

zer0 ama doi2 (1)

Zero ama Dois. Se não amasse talvez se achasse com mais valor, pelo menos mais um, quando enfrenta a tristeza da sua face reflectida no espelho. Ainda assim valeria apenas metade de Dois, agora que pensa nisso. Dois não ama Zero. Pelo menos é o que lhe costuma dizer.

tiny invaders

Ainda sou o melhor jogador do mundo de michu, mas já sou também o quarto melhor do mundo de tiny invaders com 202412 pontos

conversa 136

Ela – Tem uma alemã aí que gostava de conhecer você…
Eu – Uma alemã?
Ela – Sim.
Eu – Não quero.
Ela – Porquê?! Ela tem um filho e também é divorciada…
Eu – E depois? Não é satânica e eu sou.
Ela – Você tá sempre fazendo piada. Você tem uma filha, vai ver que para encontrar sua cara-metade tem que ser alguém assim que nem ela…
Eu – Eu já tenho as duas metades da minha cara…
Ela – Eu prometi para ela apresentar você a ela, viu?
Eu – O.k. Podes apresentar… mas não te pago mais os queques de chocolate…
Ela – Ninguém merece.
Eu – Ninguém merece o quê?
Ela – Você.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

conversa 135

Ela - Tu nunca percebes nada do que eu te digo. Se fores assim com todas as mulheres...
Eu - O que é que eu não percebi?
Ela - Nada. Não percebes nada. Eu disse-te uma coisa e tu pensaste o contrário. Eu gosto de ti, sabes? Não quer dizer que goste já mesmo muito, mas gosto de ti e talvez venha a gostar mais... e tu...
Eu - Não estou a perceber.
Ela - Vês? Não percebes nada...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (50)


Nome - Juliette Binoche

Origem – França

Info: Ontem, quando fui ver o Paris Je t’aime, lembrei-me que nunca tinha posto a Binochezinha nesta secção, e culpei o meu objecto cardíaco por não se ter lembrado disso. Nasceu em 1964, em Paris. Portanto tem apenas mais sete aninhos do que eu. Já ouviram falar em atracção por mulheres mais velhas? Pois é…

coisas que fascinam (45)

Se calhar vou regressar a Itália.

conversa 134

(pelo telefone)

Ela – Tens messenger?
Eu – Tenho mas não gosto daquilo… é melhor não me adicionares.
Ela – Mas não ligas?
Eu – Ligo às vezes mas é só para falar com uma pessoa…
Ela – Ei… não te vejo há um ano e não queres falar comigo no messenger mas falas com outra pessoa?
Eu – Não leves a mal. Eu nem gosto muito daquilo. Também não consigo falar com mais do que uma pessoa ao mesmo tempo…
Ela – Já percebi. Não estás assim com tantas saudades minhas.
Eu – Oh! Não é isso. Estou com saudades tuas mas não é no messenger que as vou matar.
Ela – Então quando é? Nunca vens a Viseu.
Eu – Tu também nunca vens a Aveiro.
Ela – Já nem me apetece ir.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

conversa 133

(ontem, com duas amigas num bar em Aveiro)

Ela – Estás bem?
Eu – Estou. E tu?
Ela – Eu estou. Tu é que não estás.
Eu – Estou bem, estou.
Ela – Não pareces.
Eu – Não estou a dizer que estou no dia mais feliz da minha vida, mas sei porque é que me estás a perguntar isso e estou bem. A sério que estou… tu é que… espero que estejas também.
Ela – Também sei porque é que me estás a perguntar isso… e estou bem.
Ela 2 – Importam-se de decidir o que é que querem beber?

conversa 132

Ontem fui ao cineclube de Aveiro ver o Paris Je t'aime e fixei esta conversa.

Ela - Sabes... nunca pensei que nos divorciássemos...
Ele - Eu também não... se não fosse essa tua grande boca.
Ela - E se tu conservasses as calças para cima.

chocolate estimula mais

Vem numa notícia muito pequenina do JN de hoje:

Comer chocolate estimula mais o coração e a mente do que beijar, revela estudo do neurofisiologista britânico David Lewis, que monitorizou reacções de 12 voluntários.

Tendo em conta o índice ivariano andar pelo 9... hoje vou comprar um chocolate daqueles bem grandes...

4.16.2007

conversa 131

(em Espinho, com uma miúda de umbigo à mostra, caneta e caderninho na mão, que me abordou na rua 19 e que, nitidamente, me ia querer vender uma merda qualquer)

Ela – Bom Dia!
Eu - (continuo a caminhar em silêncio)
Ela – Gostava de lhe fazer algumas perguntinhas…
Eu - (continuo a caminhar em silêncio)
Ela – É rápido. No máximo são cinco minutos…
Eu - (continuo a caminhar em silêncio)
Ela – Não tem cinco minutos?
Eu - (continuo a caminhar em silêncio)
Ela – Nem sequer fala comigo?
Eu – Não estou com paciência para te aturar.
Ela – Ok! Obrigado e bom dia.
Eu - (continuo a caminhar em silêncio)

mulher pestana de Alcains

Hoje de manhã conversei com uma mulher que tinha as pestanas tão tratadas, mas tão tratadas, que eu não conseguia olhar para outro sítio no corpo dela. Não é que seja uma mulher exagerada na forma como trata o corpo. Não apresentava exageros na maquilhagem, nem na roupa, nem no penteado nem em nada, mas as pestanas apresentavam uma espécie de rendilhado milimétrico que, suponho eu, só nas pestanas ela deve ter gasto umas horas ao espelho.
Estava na Estação dos Caminhos de Ferro e perguntou-me como é que se ia para a praia da Barra. Só por causa das pestanas dei-lhe boleia. Depois… como o meu carro não é propriamente a coisinha mais limpa do mundo, caiu-lhe em cima da saia um copo de plástico com um resto de café que lhe fez uma nódoa na saia. Pedi desculpa mas ela riu-se. Depois disse-me que era de Alcains e que eu era simpático. Pronto, foi só isso.

conversa 130

Ela – Vamos jogar às palavras?
Eu – Ok…
Ela - Começa tu…
Eu – Envelope.
Ela – Branco.
Eu – Ovo.
Ela – Colombo.
Eu – Gelatina.
Ela - Gelatina?! O que é que gelatina tem a ver com Colombo?
Eu – De certeza que os marinheiros que chegaram à América com o Colombo iam adorar levar montes de gelatina nos barcos. O que é não havia…
Ela – Oh!
Eu – Opá… não consigo jogar isto…
Ela – Já percebi.
Eu – Mas adoro gelatina. Tenho que começar a comer gelatina todos os dias… adoro gelatina.

4.15.2007

up and down

sinto-me up porque:
1) O Beira-Mar ganhou hoje em Setúbal.
2) Tive com duas amigas que vejo poucas vezes por não viverem em Aveiro.
3) A minha filha ofereceu-me um chupa-chupa.

sinto-me down porque:
1) Há mulheres que me fazem, decididamente, confusão.
2) Tenho azeitonas estragadas no frigorífico.
3) Estou com dores de barriga.

conversa 129

[com a minha filha, a propósito de vivermos num T2]

Ela - Pai... alguma vez vais ter uma namorada?
Eu - Não sei, filha. Porquê?
Ela - Por nada. Eu até gostava. Ficava com uma família maior.
Eu - Ah! mas assim também está bem, não está?
Ela - Sim...

[passados cinco minutos]

Ela - Pai... se arranjares uma namorada para que quarto é que ela vai?
Eu - Não sei, filha. Não te preocupes... para o teu não é de certeza. Tu vais ter sempre um quarto viva eu onde viver, está bem?
Ela - Pronto, ainda bem!

conversa 128

Ela - Deixa-me só dizer-te que acho que não mereces a forma como ela te trata. Não gosto nada de a ver a passar por ti e nem te cumprimentar. Devias deixar de a tratar tão bem...
Eu - Eu sei... tens razão...

4.14.2007

ii no negativland

Às vezes andamos com a mão fechada com muita força, como se guardássemos ali qualquer coisa importante. Depois, numa noite qualquer, quando a abrimos, descobrimos que só tem suor. O índice ivariano volta para terrenos negativos... para o nove.
Já não venho aqui mais até domingo à noite, em princípio. Por isso bom fim de semana para todas as leitoras do não compreendo.

4.13.2007

cinco coisinhas

1] não consigo dizer que não a mulheres morenas e de olhos verdes que me pedem coisas quase impossíveis de realizar. tou lixado.

2] estou no cyber café habitual e está aqui aquela miúda que parece a Mayra Andrade mas que ainda é mais bonita. Estou com pena de ter que ir já embora.

3] vou jantar a casa duma amiga. Afinal não estou assim com tanta pena de ter que ir já embora.

4] este mês tenho nada mais nada menos que seis aniversários. Será que nove meses antes de Abril é Verão?

5] os leitores mais antigos deste blog lembram-se com toda a certeza duma italiana que conheci durante três dias em Novembro, e que depois foi embora sem deixar rasto, e que depois não encontrei quando fui a Itália porque nem sequer tinha o contacto dela, e que era mais bonita do que uma coisa tão bonita que é a coisa mais bonita que existe. Uf... pois é... escreeeeeeeeeeeeveu-me!

conversa 127

Eu – Se calhar vou deixar crescer o bigode.
Ela – Não faças isso. Nunca mais olho para ti… detesto homens de bigode.
Eu – Que coincidência. Também detesto mulheres de bigode.

hum, hum... pois...

Hoje, no comboio, sentei-me mesmo em frente a uma miúda giraça. Mesmo giraça… por coincidência. Não foi de propósito, foi mesmo assim por acaso. Depois esqueci-me de sair na minha estação. Saí na seguinte e tive que esperar pelo comboio em sentido inverso, cerca de um quarto de hora.
Agora… de que é que isso me valeu? De nada…hum, hum... pois...

de novo em terrenos positivos



Ontem o dia foi melhor do que eu estava à espera. O índice ivariano sobe dois valores, fixando-se agora em onze, ou seja, está de novo em terrenos positivos.

4.12.2007

conversa 126

Ele - Ela até te curte...
Eu - Até me curte?! Como é que sabes?
Ele - É fácil reparar, pá. Basta ver como ela olha para ti.
Eu - A última vez que ela olhou para mim, a sério que pensei que lhe devia dinheiro e já não me lembrava.
Ele - Porquê?
Eu - Sei lá... parecia que me queria comer...
Ele - Estás a ver? É isso...
Eu - Não é esse comer, pá. É outro...

conversa 125

Eu – Se eu te convidasse para jantar uma noite destas, tu aceitavas?
Ela – Não.
Eu – Hum... e para almoçar?
Ela – Também não.
Eu – E para lanchar?
Ela – Também não.
Eu – E para outra coisa qualquer?
Ela – Tens que ser mais específico...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

e como tudo que é coisa que promete

Estou com tosse. Muita, muita tosse. A única vantagem é poupar algum dinheiro em chicletes... hum... hum... uma chiclete é aquela coisa que se prova, mastiga e deita fora se demora.
Hum... hum... não sei... estou a estabelecer uma ligação entre chicletes e relações entre homens e mulheres, e já não é a primeira vez. Só não percebo muito bem qual.

pensamentos catatónicos (66)

Ser divorciado, às vezes, é como andar com um diabinho e um anjo em cima dos ombros, um de cada lado, sempre a segredarem qualquer coisa aos ouvidos. Um diz "sim", o outro diz "não". Sim, não, sim, não, sim, não, sim, não...
Vou fazer o pino, só a ver se os gajos caem.

4.11.2007

nove

hoje foi um dia triste. Pronto... não é que tenha sido assim o fim do mundo, mas, no que se refere à minha relação com aquelas que não compreendo, foi um dia assim um bocadinho... triste. O índice ivariano cai um valor... para nove.

conversa 124

Ela – Então? Estás zangado comigo?
Eu – Estou.
Ela – Nem sequer telefonaste… eu telefonei mas tu não atendeste.
Eu – Eu vi… não me apeteceu telefonar-te…
Ela – Compreendo… Achas que te devo pedir desculpa?
Eu – Acho que nem me devias perguntar isso…
Ela – Vais voltar a falar comigo?
Eu – Se me apareceres à frente não te vou virar a cara.
Ela – Isso está assim tão mau?
Eu – Quer dizer… nunca me tinham agredido fisicamente em público. Foste a primeira… e eu não cheguei a perceber porquê.. Foi estranho, não é?
Ela – Eu também não sei… mas tu nem reagiste.
Eu – Mas… ainda bem. Já viste se eu reagia? Para começar tenho mais uns trinta quilos que tu…
Ela – O teu problema é que nunca reages. Pareces… sei lá o quê.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

47% com a Janeane Garofalo



Mais um prego pró meu caixão. Aqui podem ver as possibilidades que têm de sair com uma celebridade que gostem. Eu escolhi a Janeane Garofalo e deu-me 47%. Pá... e ela ri-se... a vida dum divorciado pode ser muito difícil...

telegrafia sem fios

Amanhã, a partir das três da tarde, o divorciado participa num programa sobre blogs na Rádio Clube de Aveiro. Tanto quanto me foi dado a perceber, pelo menos a Divas também vai lá estar.

crónicas da cidade que sopra | como quem guarda um segredo

Amanhã, por ser quinta-feira, é publicada mais uma crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro.

Como quem guarda um segredo, um homem e uma mulher taparam-se com um lençol de silêncio depois de fazerem amor, e acompanharam o lento movimento das lâminas de Sol que cortam as frinchas da persiana para se desenharem no tecto branco. Até agora, momento em que se tornam a abraçar e a semear beijos nas extensões de pele sedenta. É como se os segredos da vida se pudessem desvendar apenas assim, trocando sensações em vez de palavras. Ambos mentiram hoje, quando telefonaram para o emprego a dizer que estavam doentes e não podiam ir trabalhar, mas isso é um segredo só deles. Só deles.

4.10.2007

post mais estúpido de sempre

Para além de que adoro comer kiwis com casca, assim de repente, não me estou a lembrar de nada importante para dizer... ah! esperem aí... talvez... sim... descobri um link rapidshare para o disco de Thom Yorke, vocalista e mais algumas coisas dos Radiohead.
Pronto... é tudo... quer dizer... estava aqui no cybercafé, mesmo ao meu ladinho, uma miúda que costuma vir aqui muitas vezes e que... é muito parecida com a Mayra Andrade. É, é... mas pronto. Mas pronto...
Hoje fui à tosquia, à barbearia Aveirense que é o segundo local mais barato de Aveiro para cortar o cabelo desde que o Zé do Pincel fechou (6€), almocei um hambúrguer no Ramona com uma cerveja (2,80€), bebi um café com chocolate na máquina automática do cybercafé (0,45€). Logo à noite ainda devo tomar mais um café e beber mais uma cervejita. O orçamento total para o dia ultrapassa levemente os 10 euros...
Já mordi dois lobisomens no monsters game e ouvi o Carlos Paião a cantar o Cinderella pelo menos umas oito vezes.
Pronto, agora vou para casa fazer o jantar e escrever qualquer coisa decente. Este é o post mais estúpido de sempre do "não compreendo as mulheres", por isso, para compensar, vou deixar uma mensagem para uma única pessoa que sabe quem é: FICAAAAAAAAA BOAAAAAAAAAA! :)
Uf... já me sinto melhor.

conversa 123

Ela – Ainda não percebi porque é que as pessoas que passam por coisas como tu depois querem arranjar uma relação logo a seguir.
Eu – Eu não quero arranjar uma relação logo a seguir, senão garanto-te que já tinha arranjado. Se arranjar uma relação qualquer resolvesse o problema...
Ele – As pessoas todas querem ter uma relação estável. Mesmo que digam que não...
Ela – Ah! Ah! Vê-se mesmo... olha que estás enganado.
Eu – Isso não sei. Nem acho que precise saber. Para ter esta conversa precisamos de definir o que é uma relação estável. Acredito que haja tantas definições para relação estável quantas as pessoas existentes no mundo.
Ela – Não percebi...
Eu – Sei lá. Pensa no que era uma relação estável no antigo regime. Era algo que dependia dum casamento católico e de alguns valores com que eu não concordo.
Ele – Ah é?! E para ti o que é uma relação estável?
Eu – Opá... acho que é uma relação onde cada um consegue ter um nível de privacidade satisfatório,porque existe confiança. E... é também uma relação em que ambos acreditam que vai durar sempre, mas que se não durar, ambos vão tentar que o outro saia o menos magoado possível.
Ele – Já pensaste quem nem todos conseguem dar isso a que chamas privacidade ao outro? E que isso acontece porque se tem ciúmes porque se gosta muito do outro?
Eu – Sim... não estou a dizer que o ciúme é totalmente desprezável numa relação. Mas acho mesmo que deve ser muito controlado. Eu, por acaso, nunca fui ciumento. Acho eu...
Ela – Mas tu não te podes queixar. Tens uma vida social boa. Trabalhas, sais à noite com amigos.. para que é que precisas de estar com alguém?
Eu (penso um bocado) – Tens razão. A cho que a diferença principal é tu seres importante para algumas pessoas, e essas pessoas serem importantes para ti, ou tu seres a pessoa mais importante para outro e sse outro ser a pessoa mais importante para ti.
Ele – hum, hum...
Eu – Mas isto no fundo é tudo uma grande tanga.
Ela – Tanga?! Estavas a ir tão bem... porque é que é tanga?
Eu – Porque quando duas pessoas gostam mesmo uma da outra acabam por se juntar independentemente do que a massa cinzenta tenha a dizer sobre o assunto. O coração ganha sempre ... e o cérebro perde. E ainda bem que é assim.
Ela – Eu devo ser extra-terrestre, então. Há cinco anos que acabei a relação com o ***** e nunca mais... às vezes acho que vou ficar para tia. Tenho mais de trinta anos e cada vez me sinto mais perdida...
Eu – Eu também tenho mais de trinta anos... tu queres ter uma relação comigo? Não, pois não? Eu também não quero ter uma relação contigo. É isso que estou a dizer, percebes? Não se tem uma relação só por ter... ou se acredita que vale a pena ou não se acredita, é uma merda assim parecida.
Ele – Posso ir buscar mais uma garrafa?
Eu – Claro. Trás uma Couteiro-Mor tinto. É alentejano... é muito bom.
Ela – Eu vou à casa de banho.

o bairro do amor

Sempre gostei d' “O Bairro do Amor” do Jorge Palma. A Primavera já começou e, até ao fim do Verão, de certeza que me vou lembrar várias vezes dos versos:

No Bairro do Amor
Há quem pergunte a sorrir
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?


Só não consigo decidir se isso é triste ou alegre, mas não faz mal. Às tantas é melhor nem chegar lá.

conversa 122

Ela – Estou farta deste país. Qualquer dia emigro...
Eu – Emigras para onde?
Ela – Sei lá. Qualquer sítio é melhor que este...
Eu – É capaz... ouvi dizer que no Sudão é que se está bem. É um país pleno de oportunidades.
Ela – Qual?
Eu – O Sudão... mas também podes tentar a Serra Leoa, a Etiópia ou Burkina Fasso. Acho que está toda a gente a emigrar para lá...
Ela – Ah! Já percebi... é mais uma das tuas piadas. Estou sem sentido de humor e nunca sei quando é que estás a falar a sério ou a gozar comigo.
Eu – Eu nunca gozei contigo...
Ela – Não?
Eu – Não, tirando uma ou duas vezes, pronto.
Ela (suspiro)
Eu – Vá, tem calma. Já gozei contigo e tu comigo. Mas não é gozar, é brincar...
Ela – Oh Ivar, pára. Ajuda-me. Tira-me deste sítio...
Eu – A única coisa que posso fazer por ti é levar-te a andar num carrossel da Feira de Março. Mas cada um paga o seu...
Ela – Olha... aceito. Vamos hoje?
Eu - Vamos.

4.09.2007

Beira-Mar 2 - Benfica 2 [resumo do jogo]

O Benfica é uma equipa foleira mas tem algumas adeptas bem bonitas. O único problema é que o vermelho não lhes fica assim lá muito bem. Mas não se assustem, isso não é nada que não se resolva.
Algumas filas abaixo de mim, estavam uma miúdas com uns cartazes a dizer "Simão dá-me a tua camisola". Olhem... em primeiro lugar o Simão é casado, em segundo eu tenho umas camisolas a mais muito giras (12,99€ no Pagapouco) que posso emprestar (não vou dá-las, não é?), e em terceiro o Simão só tem uma camisola e vocês são duas. Se por acaso lerem isto já sabem que podem contar comigo para uma troca de camisolas. Eu sou aquele gajo que estava um bocadinho acima de vocês com um cartaz "Elsa Raposo, dá-me a tua camisola".
Quanto ao resto, o jogo foi... bem disputado a meio campo e o árbitro fartou-se de roubar o Beira-Mar. No intervalo troquei uma palavras com uma loirinha na fila para o bar, que estava com um cachecol do Beira-Mar, muito gira. Mas depois de pedir um pacote de batatas fritas pisgou-se e nunca mais lhe pus a vista em cima. Quero protestar porque no estádio só se vende cerveja sem álcoól e, depois disto me ter acontecido, estava mesmo a precisar dum copo. Phónix, pá! Ser divorciado já é difícil... ser divorciado e ainda por cima do Beira-Mar ainda é mais: os gajos nem ao Benfica ganham! Estou amuado!

conversa 121

Ela – Quantos cafés tomas por dia?
Eu – Não sei... às vezes um, outras vezes dois... às vezes três ou quatro...
Ela – A cafeína é um excitante poderoso... não podes tomar tantos.
Eu – A mim a cafeína não me excita mesmo nada.
Ela – Não? Então hás-de me dizer o que é que te excita... se o café não te excita não sei...
Eu (rindo) – Tens a certeza que queres ter esta conversa?
Ela (rindo também) – Não. É melhor mudar de assunto.

mousse de chocolate

Quem é o único homem do mundo a quem as amigas pedem que lhes faça uma mousse de chocolate caseira? Sou eu. Não tenham dúvidas que faço a melhor mousse de chocolate do mundo... :)

conversa 120

Ele – Logo vais ver o Benfica?
Eu – Não, vou ver o Beira-Mar. O Benfica, por acaso, também lá está...
Ele – Ah! Ah! Ah! De resto, está tudo bem contigo? E as mulheres?
Eu – Quais mulheres?
Ele – Como é que vai isso? Como é que está a tua vida?
Eu – Logo vou ver o Beira-Mar. O Benfica, por acaso, também lá está...

chuva

Acho que és tu lá fora no jardim
E eu a chover-te caindo
Brandamente das folhas das árvores
Agora que parou de chover

4.08.2007

apanhem-me se puderem

já era o melhor jogador do mundo de michu, mas mesmo assim melhorei a minha marca pessoal (1 790 960) para 1 948 740 pontos. Apanhem-me se puderem...

jantar de páscoa

Há muito tempo que eu não fazia isto: ir ao Pingo Doce comprar comida improvisada e jantar no escritório.

duas latas de atum: 1,18€
quatro pães: 0,64€
uma lata de cerveja: 0,49€
total: 2,31€

depois ainda tenho alguma fruta que trouxe de casa.

4.07.2007

conversa 119

ao jantar

Ela- Tu és muito impulsivo. É o teu maior problema…
Eu – Eu sei… mas isso já não posso mudar.
Ela – Sim, eu sei… é um privilégio ser tua amiga, mas tu sabes isso, não sabes?
Eu – Sei que é um privilégio para os dois. É sempre assim quando se fala em amizade, não é?
Ela – É. (ri-se)

passados alguns minutos:
Ela – Nunca pensaste em… ser mais do que meu amigo?
Eu – O quê? Se pensei que podíamos ter uma relação?
Ela – Sim… um affair, uma coisa qualquer…
Eu – Claro que pensei, e tu também pensaste. Mas nunca aconteceu e, para ser sincero, ainda bem… não acho que conseguíssemos estar muito tempo juntos. Nem eu contigo, nem tu comigo.
Ela – Sim… isso é verdade.

passados mais alguns minutos:
Ela – Tu estás livre?
Eu (cantarolando António Variações) – Tu estás livre e eu estou livre… e há uma noite para passar…
Ela – Estás com alguém ou não?
Eu – Não. Oficialmente estou livre que nem um passarinho… mas emocionalmente não…
Ela – Ah!
Eu – E tu?
Ela (encolhe os ombros) – Gosto dum tipo… mas ele é casado…
Eu – É casado? O único conselho que te posso dar é teres sempre uma garrafa de uísque em casa… (risos)
Ela – Já estive com ele… uma vez.
Eu – Hum… tem cuidado contigo. É só isso. Faz o que quiseres, não te estou a dar lições de moral. A sério que não… mas tem cuidado contigo. Sei lá, não te entregues demasiado sem alguma coisa em troca… percebes?
Ela (abana afirmativamente a cabeça)
Eu – Se bem que eu sou o último gajo do planeta que devia dar-te este tipo de conselhos…
Ela – Porquê?
Eu – Porque… olha, porque só faço asneiras… e mais não digo.

passados mais alguns minutos:

Ela – Mas tu divorciaste-te há tão pouco tempo. Eras capaz de te meter noutra já?
Eu – Oh! Não me faças perguntas difíceis…
(alguns segundos de silêncio)
Eu – Devagarinho até me metia noutra… cautelosamente, digamos…

passados mais alguns minutos:

Ela – Lembras-te quando vivias aqui? O pessoal pensava que nós éramos namorados…
Eu – Claro que me lembro… isso só quer dizer uma coisa…
Ela – O quê?
Eu – Que aquilo que o pessoal pensa não interessa.
Ela – Pois… mas incrível é que nunca te esqueceste de mim.
Eu – Não é incrível. Acho que me lembro de ti todos os dias.

passados mais alguns minutos:
Ela – Devias vir mais vezes ao Porto jantar comigo…
Eu – Às vezes venho ao Porto e nem estou contigo. Tenho aqui mais amigos e pouco tempo para estar com eles todos… além disso tu também devias ir a Aveiro de vez em quando. Tens sítio para ficar.
Ela –É muito longe.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

passados mais alguns minutos:
Eu – Olha… tenho um blog na Internet onde, mais ou menos, vou falando da minha vidinha de divorciado. Gostava de pôr lá alguns bocadinhos desta conversa… posso?
Ela – Agora toda a gente tem um blog. Só eu é que não… não vais pôr lá o meu nome, pois não?
Eu – Claro que não. Nunca exponho as pessoas de quem falo. Às vezes mudo tanto as coisas que nem elas próprias se reconhecem… não te preocupes…
Ela – Faz o que quiseres…

passados mais alguns minutos:
Eu – Às vezes tenho saudades tuas… estou a beber um copo e lembro-me de ti sem mais nem menos. Apetecia-me que estivesses ali, ao meu lado, a dizer as tuas coisas…
Ela – Ainda bem que me dizes isso…

i love death



Hoje já me lembrei desta animação umas quatro vezes. Há ali alguma coisa sobre divórcios e separações mas, assim de repente, não chego lá...

orkut

Desde que me separei, e já lá vão mais ou menos 10 meses, ainda não tinha descido tão baixo. A minha colega evangélica do local onde trabalho convenceu-me a abrir uma conta Orkut. Diz que me vai salvar... Heeeeeeeeeeeeeeeeeeelp!

somos felizes assim...

Hoje parei na passadeira para deixar uma mulher atravessar a estrada. Ela era tão… sei lá, que me esqueci de arrancar durante um bocadinho. Fiquei ali parado... O condutor atrás apitou-me duma maneira que não gostei nada. Mesmo nada. Azar, durante algum tempo não passei dos vinte quilómetros à hora e o gajo foi a aguentar atrás de mim, enquanto fazia sinais de luzes e buzinava irritado. Depois lá me conseguiu ultrapassar. Fez-me um gesto passando a mão dele à frente dos olhos, como se me tivesse a chamar tapado. Eu fiz-lhe outro gesto, que não descrevo aqui porque não gosto de malcriadices, e pronto, fomos os dois à nossa vidinha. Com tantos nervos, cá para mim, o gajo deve ser divorciado. Que fazer? Somos felizes assim...

cinco pensamentos obtusos num sábado cinzento

1] Ainda bem que já vi os filmes todos do Federico Fellini, alguns repetidamente. Na segunda posso faltar às sessões do cineclube de Aveiro e ir ver o Beira-Mar jogar com outra equipa de que agora não me lembro o nome.

2] Gosto de comprar pão e comê-lo sem nada dentro. Nem queijo, nem manteiga, nem fiambre, nem marmelada, nem mel. Nada mesmo.

3] A minha vizinha nova, para além de ser giraça e me pedir ajuda a levar as compras para cima quando o elevador está avariado, agora também me pede o berbequim eléctrico emprestado.

4] Estou meio adoentado, o que quer dizer que também estou meio são. Ontem baixei da Internet o Nosferatu, o clássico do Murnau. Hoje vou ver se baixo O Gabinete do Dr. Caligari. Não são bons filmes para ver com a companhia de quem gostamos, mas eu adoro o expressionismo cinematográfico alemão. Vejo-os sozinho.

5] Estou com desejos. Apetece-me comer um Perna de Pau.

4.06.2007

Nosferatu divorciado

A Joana transformou-me num vampiro. Se clicarem aqui mordo-vos, e também vocês serão vampiros...

conversa 118

Ela – Tás a trabalhar?
Eu – Não.
Ela – Pensava que este número de telefone era do teu trabalho… onde é que estás?
Eu – Estou no trabalho mas não estou a trabalhar…
Ela – Ah, ah! O que é que estás aí a fazer, então?
Eu – Estou ao telefone…

divas cantam Vinícius


Não deve haver uma única pessoa à face da Terra que não goste de Vinícius. Se há, não quero saber. Este disco chama-se "divas cantam Vinícius" e tem éne mulheres que eu gostava de poder não compreender a cantar vinícius. Vá... despachem-se e não precisam agradecer. link rapidshare

coisas que fascinam (44)

É Páscoa e eu não tenho que ver televisão.

4.05.2007

conversa 117

Eu - Não posso ir... trabalho no fim de semana...
Ela - Trabalhas no fim de semana de Páscoa?
Eu - Sim.
Ela - Domingo também?
Eu - Sim.
Ela - Isso era o pior que me podia acontecer.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

xenofobia fedorenta



Em resposta ao cartaz duma ONG portuguesa de apoio à imigração chamada PNR, um grupo de extrema-direita, conhecido por Gato Fedorento, colocou mesmo ao lado um cartaz defendendo ideias fascistas e xenófobas. Está mal... bem... não aguento mais... tenho que rir. Lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol!

all over the world

O índice ivariano cai do 13 para o 10, não me apetece explicar porquê. Em compensação fiquem com a tradução de "não compreendo as mulheres" para várias línguas...

Я не понимаю женщин (russo)
Yo no comprendo a las mujeres (castelhano)
Ik begrijp de vrouwen niet (alemão)
Non capisco le donne (italiano)
Je ne comprends pas les femmes (francês)

Nancy Pelosi


Nancy Pelosi está em visita oficial ao Médio Oriente e já esteve, inclusive, na Síria, país com o qual a Casa Branca está mortinha por entrar em guerra, onde se encontrou com o presidente Bachar Al-Assad. Por causa desta visita, Nancy está já debaixo dum rol de críticas da ala direita americana, que a acusa de estar a furar a estratégia diplomata da Casa Branca para conseguir proveitos políticos próprios. A verdade é que, a única coisa que ela está a fazer, na opinião do divorciado, é optar pelo diálogo em vez da violência.
Nancy Pelosi é a Presidente da Câmara dos Representantes, uma das duas câmaras (a outra é o senado) que constituem o poder legislativo americano. Para além disso também tem um je ne sais quoi, embora isso não seja importante. Quer dizer… até é, mas só um bocadinho. Um bocadinho pequenino, pronto… cof, cof.

notícia no Público

4.04.2007

michu is dead, long live for esquilos

Estou num cybercafé em Aveiro. Na televisão está a dar um programa na MTV que é mais ou menos assim: dois gajos não gostam do namorado da filha, por isso procuram outro melhor. Depois, a filha sai com os dois, primeiro com o namorado verdadeiro e depois com aquele que os pais escolheram. A cena é toda filmada e acompanhada em directo por todos os intervenientes. No fim a miúda escolhe o que gosta mais...
No programa que acabou agorinha mesmo, a miúda mandou o namorado à m***a e optou pelo dos pais, que é um gajo que joga muito bem bólingue e está a criar uma empresa de desinfestação de esquilos. Independentemente da maior ou menor imbecilidade do programa e dos que aceitam entrar nele, acho que pelo menos aprendi qualquer coisa. Amanhã aproximo-me duma loiraça (ela era loira) e digo-lhe: "Ei... queres vir beber um copo comigo? Desinfesto sítios de esquilos...". É que esta coisa de andar a dizer que sou o melhor jogador de michu do mundo não está a dar resultado...

primaveril ansiedade

És uma primaveril ansiedade, que se estende como fragrâncias em extensões de campos estéreis de coisa nenhuma, que há sempre uma correnteza de sangue fervilhando, como que nascido num melífluo vulcão. És as árvores que ladeiam esse rio, e que abrangem no seu silêncio a percepção exacta dos meus meus movimentos: quando paro numa passadeira para peões, quando me sento num banco de jardim, quando debico uísque infecundo de emoções. És essas árvores, em cujos ramos vou pousando brandamente enquanto desabrocham. E és uma primaveril ansiedade...

bye bye riff

O dj Bagaço Amarelo já não vai aniquilar silêncios no Riff bar dia 13 de Abril. O bar fechou depois de não sei quem bater em não sei quem, e depois o outro veio e chateou-se com um que entretanto queria não sei o quê mas não deu... ufa! é isso...

completamente sóbrio

Já há bastante tempo que eu não recusava um comentário com interesse. Ando a recusar quatro ou cinco por semana, mas sempre com as mesmas banalidades. Hoje porém, fez-se luz, e no meio dum texto que conseguia ser mais malcriado que aqui o divorciado, vinha a seguinte pérola da literatura portuguesa:

…sei muito bem quem és, que no sábado estavas completamente sóbrio no clube oito e eu vite mas não te vou falar…

hum... hum... giro, giro...

conversa 116

Ela – Então, estás melhor?
Eu – Hum… melhor, melhor… melhor de quê?
Ela – Estavas doente.
Eu – Ah! Mas isso já foi há mais de um mês…
Ela – Sim, mas nunca mais estive contigo.
Eu – Pois… estou melhor, estou.
Ela – Sim, é óbvio que tinhas que estar melhor… há tanto tempo que estiveste doente.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

crónicas da cidade que sopra | cantando à chuva

Amanhã, por ser quinta, é publicada no Diário de Aveiro mais uma crónica da cidade que sopra: "cantando à chuva". A crónica da semana passada, "a quietude é um gesto consciente", foi publicada na edição de hoje, quarta-feira.

Alguém soprou no céu como num dente de leão, desenhando-o com os farrapos daquilo que já foram nuvens. Um homem tenta vender guarda-chuvas num dia de Sol. Fechou os olhos depois de os erguer ao céu e agora petrifica as pálpebras com a força duma barragem, sustendo um rio violento prestes a chorar. E se dum lado sustém lágrimas, do outro estende-se um deserto apenas povoado por sons espaçados no tempo: um automóvel que respira sofregamente num semáforo vermelho, uma mulher que caminha apressadamente nuns sapatos de salto alto, os manípulos duma máquina de café ecoando os seus próprios gestos, um homem embriagado que canta na madrugada ainda o cadáver da noite anterior.

4.03.2007

mulheres que eu gostava de poder não compreender (49)



nome: Mart’Nália
origem: Brasil
info: Vi-a ontem no documentário sobre Vinícius de Moraes. Se quiserem saber mais vão ao site dela. Não me apetece agora andar a fazer buscas no google…

Vinícius

Ontem fui à sala do cineclube de Aveiro ver o documentário sobre Vinícius de Moraes. Se conseguir esquecer a miséria que foi a projecção do filme, acho que posso considerar uma aposta ganha. Agora, apetece-me deixar aqui este bocadinho dele…

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

conversa 115

Eu - Levo-te a casa ou queres ir beber um copo?
Ela - Não sei... tenho sono na boca mas não tenho nos olhos...
Eu - Tens sono na boca e não tens nos olhos?
Ela - Sim... Às vezes também se tem sono nos joelhos... mas isso é numa fase adiantada do sono.
Eu (só em pensamento) - lol!

4.02.2007

juramento

Juro que se o Beira-Mar ganhar hoje em Alvalade não penso em mulheres, pelo menos durante dois minutos seguidos… Sim, é mesmo uma promessa.

ana maria

Esta música espelha bem a dor da separação. Chama-se Ana Maria e é do agrupamento Trio Odemira. Uma boa música para divorciados, principalmente divorciados cuja ex-mulher se chama Ana Maria e agora anda com o seu melhor amigo…

Sempre pensei / comigo eras feliz / Que havia sinceridade / quando te rias pra mim /Que te agradava o amor / que eu sentia por ti / Que o teu mundo era eu / porque o meu mundo eras tu / Como é que ia pensar / que te irias entregar / A esse estúpido que sempre me jurava sua amizade
Começa bem, a música. Primeiro o tipo via sinceridade quando ela se ria para ele… quer dizer… ela, pelos vistos, só se ria para ele, e ele ainda se espanta que se tenha entregado a um gajo que, apesar de ser estúpido, lhe jurava sua amizade. Hum… hum..


Maldita... Ana Maria / Tu, só tu... Ana Maria / Sim... Ana Maria / Tu simplesmente desprezaste todo o amor que te dei / Maldita... Ana Maria / Tu, só tu... Ana Maria / Sim... Ana Maria / E bem te rias e fingias e dizias ser feliz comigo...
Este é o refrão. Portanto, ele ama-a, mas como ela o mandou passear já é maldita. Basicamente quer dizer qualquer coisa como “eu amo-te mas quero é que te fodas”. Note-se que ele continua a referir o facto de ela rir. Começo a simpatizar com a miúda…

Que parvo fui / não entendo como não vi / Que me pudesses gozar / pelo meu modo de amar / E que os teus beijos de mel / estavam cheios de fel / Que pudesses mentir dessa maneira cruel / E jogar fora um amor / como se joga um papel / E que eu estou numa de palhaço sem saber que anda a fazer
Aqui há qualquer coisa de bom. O tipo já reparou que é palhaço. Mas também… com tanto riso da parte dela, demorou um bocadinho a chegar lá…

Quero chorar / e nem me quero lembrar / Se diziam mal de ti / era capaz de matar / Minha mulher era fiel / meu grande amigo era ele / Pois não há cego pior que aquele que não quer ver / Eu estava louco por ti / quando fugiste de mim / E ainda sinto nas entranhas esse choque que sofri...
Bem… palhaço, palhaço, mas só por dizerem mal dela já era capaz de matar. Ora um gajo assim, que ainda por cima chama estúpido ao seu supostamente melhor amigo… hum… hum… se calhar ela fez bem em afastar-se. Talvez, não sei…



4.01.2007

conversa 114

(na minha cozinha, onde tenho um cartaz do dj Bagaço Amarelo com o url deste blog)

Ela – Mas... só não compreendes as mulheres ou não compreendes também os homens?
Eu – Não sei...
Ela – Eu acho que ninguém compreende ninguém...
Eu – Talvez... mas para os homens estou-me nas tintas...

sobrevivi

Este fim de semana sobrevivi à noite de sábado para domingo. Pelo menos acho que estou vivo...

coisas que fascinam (43)


Este sou eu num desenho feito pela minha filha na última sexta-feira.