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7.20.2013

páginas de silêncio

Páginas de silêncio

Página por página, talvez alguém tenha tido um sonho estranho durante a noite, com cadáveres semeando flores em extensões de campos estéreis. Ao acordar, Helena sentiu-lhes o aroma que rareava serpenteando as artérias da cidade, e saiu da cama mais depressa do que o habitual. Costuma ficar entre os lençóis com o sossego que foge das ruas e se vem deitar na cama dela. Normalmente nem fazem amor, ficam só a olhar para o débil e silencioso baile dos cortinados de pano branco sujo. É áspera a luz lá fora, vai pensando suavemente, e o silêncio concorda. Agora que se levantou precipitada, vê-se ao espelho ainda nua e consegue achar-se um bocadinho bonita, apesar do ar cansado e envelhecido. Talvez depois de ir ao psiquiatra passe numa loja e compre um frasco de tinta para o cabelo. Talvez isso a possa fazer feliz, pensa. O silêncio concorda de novo e conforta-a, diz-lhe que o sonho não passou disso mesmo: um sonho. Helena gosta de ir ao psiquiatra por dois motivos: porque pode reinventar os seus sonhos e porque pode nada dizer. Às vezes sabe bem estar com alguém a quem se pode nada dizer.

Página por página, um homem com sotaque do leste folheia em voz alta os últimos dias da sua vida, numa avenida desatenta, mas as suas palavras vão fraquejando entre os olhares flutuantes e ombros embrutecidos que passam. Sente-se um barco à deriva, o homem, e procura um farol algures entre a multidão. Diz que tem trabalhado para um construtor civil qualquer que não lhe paga, que tem filhos à espera numa garagem dum bairro da cidade que sopra, que implora mais alguns dias de vida. Que tem fome. Depois desiste. Deita-se embalado pela sombra duma árvore da avenida. Helena passa por ele sem reparar na sua mão ainda aberta.

As árvores sabem que ele decidiu morrer atirando-se à ria e que, mesmo assim, vai tomar um café com açúcar. Sabem que ele apertará os atacadores dos sapatos várias vezes, até sentir que os mesmos estão justos aos pés. Nem demasiado apertados nem demasiado largos. Depois, penteará ainda o seu reflexo na abundante montra duma pastelaria da cidade. As árvores sabem que ele agirá assim em silêncio, e estenderam um tapete vermelho e outonal que ele vai percorrer devagar, fascinado pela luz que se alonga ao horizonte. Desviar-se-á dum automóvel que não respeitou uma passadeira para peões, antes de esperar, junto à ria, que um autocarro pare e despeje uma dezena de pessoas silenciosas. As árvores sabem que agirá assim para não morrer antes de se matar.

Helena está na sala de espera. Ainda não decidiu de que cor vai pintar o cabelo quando sair dali, talvez porque assim possa continuar a ocupar o espírito com essa preocupação mínima. Não lhe apetecia nada chorar outra vez quando começar a contar os seus dias ao psiquiatra, página por página. Página por página vai lendo, de trás para a frente, uma revista que tirou à sorte dum monte. São só caras, pensa ela, caras empacotadas em fatos e vestidos caros, caras rotuladas por sorrisos torpes, caras sem mais nada. Só caras. Pousa a revista numa das cadeiras vazias ao seu lado. Há várias cadeiras assim e lembra-se de como cresceu dividindo um quarto com mais uma cama vazia. A mãe dizia-lhe que era para quando a família aumentasse, o que nunca chegou a acontecer. Nunca teve ninguém ao seu lado, pensa. Por isso viveu sempre em silêncio. Reprime um esgar de choro.
Vermelho, vai pintar o cabelo de vermelho. Sorri.

Uma morrinha parece segredar qualquer coisa à cidade. Helena nunca desvenda esse segredo, mas tenta encontrar nele qualquer coisa de bom. Às vezes consegue, numa criança que se estica no balcão duma pastelaria para escolher um bolo, num automóvel que pára para deixar atravessar peões que nem sequer estão numa passadeira, num guarda-chuva que se esforça em vão por abrigar mais do que uma pessoa. Às vezes noutra coisa qualquer. Quando consegue agarra esse momento e guarda-o bem na memória, explica ao psiquiatra, que lhe pergunta se ela se sente mais optimista ou pessimista do que na consulta anterior. Pessimismo? Optimismo? Não sabe o que é, diz ela. As coisas são o que são, vai-se vivendo página por página. Depois emudece durante cinco, dez, talvez quinze minutos. Levanta-se, despede-se e sai. Hoje não chorou.

Há páginas que são um erro e se devem rasgar, há outras que se rasgam sozinhas, mesmo quando não queremos. Helena caminha compreendendo o seu silêncio amante, mas sorri-lhe distanciando-se. Que não quer pensar nisso. Um grupo de pessoas agita-se junto a um dos canais da ria que, como sangue, percorre a cidade transportando algum oxigénio. O corpo dum homem oscila ali entre as mãos de dois médicos do INEM, e começa a expulsar alguma água suja pela boca. Já mexe, diz alguém. Que é ucraniano, conclui outro alguém. Que rasgue depressa da sua vida a página do dia de hoje, deseja Helena. Depois sorri. Vai pintar o cabelo de vermelho, como o vermelho das folhas que despiram as árvores. As árvores estão nuas mas conseguem achar-se bonitas, conclui. Em silêncio.


7.05.2013

Crónicas da Cidade que Sopra



O meu novo livro, em formato exclusivo digital, está disponível gratuitamente no meu site pessoal: www.ivarcorceiro.net. É um pdf com 128 páginas, A4, e compila crónicas que escrevi para o Diário de Aveiro há uns anos atrás. Estão todos convidados...

9.11.2011

ei! best blog here. cool!

A Cármen deu-me um ramo de flores num dia em que eu estava de cama com gripe e, para a além de a identificar, é suposto dizer sete coisas sobre mim. É estranho, porque a confusão que é este blogue acaba por ser toda sobre mim, por isso só considero legítimo referir aspectos técnicos, daqueles que o sendo não deixam dúvidas.
1] Estou apaixonado pela Raquel.
2] Sou de esquerda e estou convencido que um modelo económico baseado no marxismo é o mais justo e melhor para todos.
3] Quem acompanha este blogue já o sabe, mas Sult foi o filme que mais me marcou até hoje e podem baixá-lo gratuitamente (com legendas em inglês) aqui.
4] Já gostei de futebol mas actualmente não consigo ver um jogo inteiro e não sei nadinha sobre o assunto, o que me deixa de fora em algumas conversas entre amigos.
5] Faço colecção de objectos antigos e tenho em casa coisas como um ferro de passar a roupa a carvão, um quadro do menino que chora antigo, máquinas de filmar super 8, notas e moedas, brinquedos, etc, etc...
6] Neste momento só tenho a RTP2 sintonizada em casa, isto depois de ter estado sem televisão uns meses.
7] Adoro bacalhau assado com batatas, cenouras e couves cozidas, azeite q.b. e broa. 

12.10.2010

à espera duma puta chamada Gaivota

Tenho consciência absoluta que isto é um exercício de pura masturbação intelectual e que porventura não interessará a quase ninguém. É uma pequena brochura com poesia dedicada a uma puta chamada Gaivota que fiz há bocado a partir duns versos escritos em 2006 (acho eu). Eu escrevi-os porque sim. Quem quiser pode baixá-los aqui. Porque sim também e com o meu agradecimento.

5.22.2009

yes tiiiiiiiiigeeeeeeeeeeeeeeer!

Estou de boca aberta. A ninfa Artémis, de quem falei em 2007 neste post, tem uma versão em inglês do hit "sim gatô" chamada "yes tiger". A mim só me ocorre dizer-lhe uma coisa: "you are good like the corn and I eat you all until you can't no more", que é como quem diz: "és boa como o milho e eu comia-te toda até não poderes mais". Yes Tiiiiiiiiigeeeeeeeeeeeeeeer!
Como a música está no myspace pessoal da artista, podem baixá-la aqui colocando o url no espaço para o efeito.

5.21.2009

esta mulher é a minha ruína

"Esta mulher é a minha ruína", cuja letra é do Carlos Tê, faz parte do álbum "Fora de Moda", do Rui Veloso, editado em 1982 pela EMI. Lembro-me de ouvir esta música quando era pequenino, num rádio mono fanhoso que tinha herdado do meu irmão mais velho, e de achar que o Rui Veloso era burro por se deixar arruinar desta maneira por uma mulher. Para mim era óbvio que isto não passava de um exagero ou duma piada e que o amor não podia arruinar ninguém. Depois cresci...

Arranjei mulher bonita
Por todos é cobiçada
Mas ela é tão esquisita
Põe-me a vida ensarilhada

Vou com ela pela rua
Todos lhe fazem olhinhos
Já tenho ciúmes à toa
Desde amigos a vizinhos

Só pensa em grandeza e luxos
Só me pede jóias de oiro
Para lhe alimentar os caprichos
Tenho de trabalhar como um moiro

Esta mulher é a minha ruína
Dá comigo em estroina
Se não ponho termo a isto
Vou acabar à moina

Há tempos quis um diamante
Eu disse-lhe que estava liso
Disse-me que arranjava amante
Que até lhe punha casa se fosse preciso

Fiz de fraco à sua frente
Fartei-me de lhe pedir
Mas ela ficou indiferente
E fez as malas para partir

Controlei o desespero
E eu quase enlouquecia
Vim p'ra rua desvairado
E assaltei uma joalharia

Esta mulher é a minha ruína

Agora estou na prisão
E nunca mais me deu cavaco
E não me traz ( que ingratidão ! )
Nem um maço de tabaco

[rapidshare]

4.25.2009

25

A palavra liberdade esteve sempre associada ao 25 de Abril. Isto porque, como canta o Conjunto António Mafra, no tempo da outra senhora quem estendesse muito o piu pouco tempo mais piava. Basicamente, até ao 25 de Abril, quem em Portugal opinava contra a corrente política da ditadura, levava choques eléctricos nos tomates e ia parar ao campo de concentração do Tarrafal.
O que talvez falte entender à geração que herdou o 25 de Abril é que liberdade de pensamento e de expressão é apenas a primeira das liberdades. Há outra liberdade que nunca existiu e que é liberdade social. O modelo económico e financeiro em que vivemos é pródigo em retirar-nos essa liberdade, primeiro porque mantém propositadamente um grupo de desempregados que serve para fazer chantagem sobre os empregados, segundo porque depois de explorar o trabalho explora também o que resta dele, através da banca e das taxas de juro.
É por isso que quando olho para o 25 de Abril prefiro olhar para o futuro e não para o passado. Não gosto de ouvir frases serôdias e saudosistas dum regime que torturava mas, de facto, acho que há muito para fazer. É para isso que estamos aqui!

conjunto antónio mafra - no tempo da outra senhora >> rapidshare


E por ser 25 de Abril, acho ainda oportuno relembrar este post sobre uma música do Chico Buarque.

4.03.2009

gabriela eu, meus camaradas


Ando nostálgico. Isto é uma prenda para todos os que, como eu, em pequenos se apaixonaram pela Gabriela, aquela interpretada pela Sónia Braga numa novela escrita pelo Jorge Amado. A prenda é a banda sonora da telenovela e o filme do Bruno Barreto (1983). Eu sou sempre igual, não desejo o mal, amo o natural, etc e tal...



link rapidshare para a banda sonora:
http://rapidshare.com/files/217111215/gabrielacravoecanela.rar

links para o filme [baixar todos para a mesma pasta e descomprimir]:
http://rapidshare.com/files/46168024/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part1.rar
http://rapidshare.com/files/46173784/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part2.rar
http://rapidshare.com/files/46179588/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part3.rar
http://rapidshare.com/files/46184793/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part4.rar
http://rapidshare.com/files/46190151/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part5.rar
http://rapidshare.com/files/46195437/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part6.rar
http://rapidshare.com/files/46200954/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part7.rar
http://rapidshare.com/files/46162435/Gabriela.DVDRip.XviD.XBB.Brazil.part8.rar

1.10.2009

love will tear us apart

Fiz, a partir do youtube, uma colectânea com algumas versões do "love will tear us apart", do Joy Division, incluindo o próprio original. As versões são do Albert Kuvezin, Anton Corbijn, the cure, narina pallot, paul young, susanna and the magical orchestra, the king e dos portugueses moonspell. Optei por deixar de fora a versão das nouvelle vague (porque estou farto de a ouvir) e dos U2 (porque estou farto de os ouvir). Se quiserem, podem baixar as músicas via rapidshare aqui: http://rapidshare.com/files/181877662/lovewilltearusapart.rar (copiem o link para o vosso browser). Se não quiserem também podem, mas não vale a pena. É uma prenda de fim de semana...

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions won't grow
And were changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
Our respect run so dry?
Yet theres still this appeal
That we've kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just cant function no more?
When love, love will tear us apart again

12.21.2008

a melhor prenda do mundo... ou quase

E pronto, envolvido também pelo espírito natalício, decidi oferecer uma prenda a todos os leitores deste blogue, que bem merecem, menos ao Vitalino Canas por ser o maior sacana e trafulha que este país já viu. Um álbum espectacular, mas mesmo espectacular, com músicas raríssimas de grande interesse que podem ouvir na passagem de ano (mas, por favor, primeiro bebam pelo menos doze litros de vinho rasca). Eis as músicas e tu, Vitalino, já sabes, tá quietinho e vai mas é trabalhar temporariamente.

1] epaksa ymca mesmo
Epaksa é o nome dum homem infelizmente mal tratado pela opinião pública vietnamita, aqui numa das melhores versões do clássico ymca que este planeta já ouviu. Claro que têm que ter em conta que o planeta não ouve...

2] pffff - japanese barbie girl
Lembram-se do éxito "barbie girl"? Agora imaginem-no cantado em japonês por alguém que se chama... se chama... pffff...

3] sei lá - finlandese cool version of ymca
Voltamos ao ymca numa versão dum finlandês com ar de eládio clímaco nos anos setenta, com a vantagem de não termos que ver os Jogos Sem Fronteiras...

4] manel das nespras - racha racha
O Manel das Nespras é um dos maiores intelectuais portugueses da actualidade. tão intelectual, tão intelectual que eu ainda não descobri o que é uma nespra. Editou o álbum "fui cagar ao cemitério" onde faz uma profunda reflexão materialista e patafísica da relação entre a morte e... e... e caguice. Nesta música eternizou-se com os versos "na minha terra não se racha lenha / não tua racha, na tua racha".

5] epaksa - kincho commercial
Voltamos ao grande Epaksa e a um anúncio para veneno de baratas. Os grandes génios também trabalham...

6] jack sebastião - limitações
O Jack Sebastião é... o Jack Sebastião. Pois...

7] heróis do rock - ser jovem sem droga
Esta música foi feita nos anos 90 por uns tipos que, para a fazerem, de certeza que andavam na droga. Só que depois inscreveram-se nos escuteiros... agora a sério, quem é que raio se lembra de fazer uma música com os versos: "ser jovem é sempre uma fase da vida que passa / e o futuro está perto e é preciso enfrentá-lo com garra"? Epá... metam-se na droga mas é.

8] agricultor debaixo do tractor - love song
Os Agricultor Debaixo do Tractor foram uma grande banda aveirense nos anos 80 e 90, da qual eu fazia parte. Grande porque éramos mais de dez, note-se. Esta música é quase uma versão do Elvis... mas não é bem, percebem? Bem... se chegaram a esta música é porque são malucos. Por isso...

podem baixar aqui.

6.25.2008

quinze metros de mulher

Filmado em 1958, este filme série B acabou por se tornar um clássico da ficção científica. Basicamente é a história duma mulher traída (a bonita Allison Hayes) pelo marido que, ao expor-se à radiação duma nave espacial que encontra por acaso, com um ocupante enorme lá dentro, acaba por crescer até aos quinze metros de altura. É com esse tamanho que aproveita para se vingar do marido e da sociedade em geral.
O filme é tão mau, tão mau, tão mau que vale a pena ver. A Allison Hayes era tão linda, tão linda, tão linda que quinze metros dela não lhe ficam mal. Claro que, quando estava ver o filme, pensei logo nas três maiores vantagens e desvantagens de ter uma namorada deste tamanho.

vantagens:
1] ela nunca nos pede para ir buscar qualquer coisa à prateleira mais alta da cozinha
2] nunca a perdemos de vista quando vamos fazer compras ao domingo.
3] é boa para limpar a humidade do tecto da casa de banho.

desvantagens:
1] a actividade sexual com ela deve ser difícil. Um minete, por exemplo, deve equivaler a um mergulho no rio Tejo.
2] nunca a perdemos de vista quando vamos fazer compras ao domingo.
3] se se distrai e rebola na cama pode asfixiar-nos imediatamente.

links rapidshare (baixar todos e descompactar na mesma pasta): 1,2,3,4,5

12.26.2007

meus caros amigos


Uma amiga deu-me, agora no Natal, este disco em vinil. Por acaso adoro o Chico Buarque e adoro especialmente este disco. Não é a mesma coisa ouvi-lo em mp3, mas como encontrei um link rapidshare para o baixar, dou-vos também eu esta prenda.

12.08.2007

por morrer uma andorinha não acaba a primavera

Já ouvi duas vezes hoje o concerto do Carlos do Carmo, no Olympia de Paris, em 1980. Os meus pais tinham este disco quando eu era pequenino e eu ouvia repetidamente "Os Putos". Adorava os versos "Uma fisga que atira a esperança / Um pardal de calções astuto / E a força de ser criança / Contra a força dum chui que é bruto". Para mim o Carlos do Carmo era um adulto que legitimava algum meu eventual mau comportamento de criança, e por isso gostava dele.

Agora, no mesmo disco, ouço mais vezes o "Por morrer uma andorinha". Adoro os versos "Se deixaste de ser minha / Não deixei de ser quem era / Por morrer uma andorinha / Não acaba a primavera / Como vês não estou mudado / E nem sequer descontente / Conservo o mesmo presente / E guardo o mesmo passado". Para mim o Carlos do Carmo é agora um adulto que conhece bem os divorciados.

Descobri um blog com muita música portuguesa para baixar, incluindo este...


12.04.2007

a minha sogra é um boi

Dois expoentes máximos da cultura contemporânea portuguesa, o Carlos Paião e os Mata-Ratos, deixaram para a posteridade duas visões muito particulares sobre as sogras. O primeiro com a ajuda do Herman José, o segundos sem ajuda nenhuma (há quem garanta que conseguiram escrever a letra sozinhos). O primeiro com a música "Prás Sogras que Encontrei na Vida", os segundos com a peça sonora artística "A Minha Sogra É um Boi".
O Carlos Paião cantava versos como: "As sogras que na vida tive / Não sei se alguma sobrevive /Aquela em que bati /A outra em que mordi / Eram piores que Deus me livre", o que nos leva a acreditar que as sogras são piores que Deus nos livre". Por seu lado, os Mata-Ratos cantam: "Estávamos em casa sem nada para fazer / Fomos para a cama e começámos a foder / Tudo estava bem ate certo momento / Apareceu a minha sogra pior que um jumento", o que nos leva a acreditar que as sogras são piores que um jumento e que, como elas são bois, os bois também são piores que jumentos.
Enfim... acho que as sogras são umas incompreendidas. Os bois, aliás, também. Os curiosos podem baixar as músicas neste link rapidshare.

11.16.2007

óculos de sol

Desde pequenino que sonho ter uma namorada parecida com a Natércia Barreto. Uma mulher que usa uns óculos de sol para chorar sem ninguém ver, para ocultar o seu sofrer e cujo sofrer é ver um gajo deitado à beira-mar com outra ao lado, epá... só pode ser boa mulher. E tenho dito. Nunca consegui...




Já arranjei muito bem / Tudo quanto convém / P’ra praia levar

O pente, o espelho, o baton / E o creme muito bom / P’ra me bronzear
Tenho o meu rádio portátil / E o bikini encarnado / Também está no meu rol
E como é bom de ver / Não podia esquecer / Os meus óculos de sol

Que levo p’ra chorar uuuuhuh / uuuuhuh Sem ninguém ver /
P’ra não dar uuuuhuh
/ A perceber /
P’ra ocultar uuuuhuh / O meu sofrer

Pois eu sei que te hei-de encontrar / Talvez deitado à beira-mar / Com outra lado
E eu vou passar / A tarde a chorar

Já pensei não sair / Mas aonde é que eu hei-de ir / Com este calor?
O que é que eu hei-de fazer / P’ra não ter que te ver / Com o teu novo amor?
Ver-te-ei com certeza / Mas eu peço à tristeza / Um pouco de controle
E pelo sim pelo não / Eu vou ter sempre à mão os meus óculos de sol

baixar ficeiro wma

9.30.2007

para aliviar a pressão duma noite de domingo

1] No blog oficial dos couscous prosjekt já é possível ouvir um set de cerca de vinte e sete minutos, para quem tiver curiosidade...
2] Descobri que tenho um pequeno problema: não suporto stresses pessoais e, quando os detecto ao longe, ponho-me logo a andar.
3] Gosto de hipopótamos. Só hoje é que me apercebi que são bichos engraçados.
4] Num restaurante onde vou às vezes jantar, em Espinho, há uma empregada que faz questão de ser ela a atender-me. Hoje ouvi uma colega dela a dizer: "olha, está ali o teu cliente". Ganhei o dia.
5] Não vou dizer o resultado do Beira-Mar este fim de semana. Faz de conta que nem sei.
6] O meu blog antigo está vazio. Vou aproveitá-lo para falar só da música que eu gosto. Apetece-me.
7] A Nana deixa no meu Hi5 comentários que eu não gosto, mas que gosto que deixe. Nem sei porquê. Percebem?

9.04.2007

um ano

Este blog faz hoje um ano. Um ano sem compreender as mulheres e a contribuir para a improdutividade nacional. Como agradecimento a todos os que vão passando por cá e contribuem para a minha felicidade, deixo aqui uma das minhas músicas populares ciganas preferidas, neste caso cantada por uma senhora da Moldávia que se chama Zinaida Kikina.
Por falar em Moldávia... hum... hum... será que as moldavas são giras?

8.25.2007

love to love you baby

1] Hoje acordei com saudades da Donna Summer. When you are laying so close to me, there is no place I´d rather to be... aaaaaannnnhhhh! love to love you baby link rapidshare
2] Hoje acordei com saudades da XXXXXX. que já não vejo desde os dezasseis anos, e de quando fazíamos piqueniques no parque com caprisone e bolas de berlim.
3] Hoje acordei com saudades de não acordar com saudades de coisa nenhuma.

8.24.2007

lifeline


O jardineiro deu-me a ideia e eu acho que vocês merecem. Aqui está o último álbum do Ben Harper, num link rapidshare. Se puderem comprem-no. Se não puderem ouçam-no na mesma. Vale a pena. Despachem-se porque não acredito que o link fique activo muito tempo. A password para o descomprimir é www.hard-rock-cafe.blogspot.com.

8.13.2007

falling in love again

1] Os dj's são todos uns parasitas. Usam o trabalho dos outros em proveito próprio, e pouco mais fazem do que carregar no play dum leitor de cd e subir ou descer os níveis numa mesa de mistura. Não há mal nenhum nisso. Eu passo música em bares e gosto muito. Faz-me bem. Só me sinto deslocado quando a conversa passa por uma espécie de grandiosidade dos dj's. Não percebo e afasto-me para beber uma cerveja.

Para que fique claro, os dj´s não fazem nada de excepcional. Os músicos é que sim. Os dj's pegam no trabalho dos músicos e passam-no para que as pessoas que frequentam determinados sítios o ouçam. Mais nada.Os músicos criam, os dj's não. Ponto final.

2] Por falar em dj's, passo muitas vezes a mesma música em versões diferentes. Estou a falar de Falling In Love Again, que ouço ora na voz sensual da Marlene Dietrich, ora na voz louca de Klaus Nomi. Gosto das duas, e deixo aqui o link rapidshare para poderem baixá-las. Failing in love again / Never wanted to / What am I to do? / Can't help it

3] A capital do Chipre é Nicósia e , tanto o turco como o grego são línguas oficiais do país.