4.19.2007

conversa 139

ou... como ter uma noite de merda com coisas boas no meio.

(no Mercado Negro com uma amiga)
Ela – Gostava de conseguir de estar contigo sem as tuas amiguinhas.
Eu – Não são amiguinhas, são amigas. Por acaso são as minhas duas melhores amigas neste momento.
Ela – Conheces as gajas há pouco tempo. A mim conheces-me há anos e elas são as tuas melhores amigas?
Eu – São. Por acaso são. A prova é que ela nunca me diriam mal de ti e sabes porquê? Respeitam-me.
Ela dá-me dois estalos e eu afasto-me.

(no Mercado Negro com um gajo que só conheço de vista e nem sei o nome dele)
Ele (com uns copos a mais) – És um filho da puta, tu.
Eu (com uns copos a mais) – Estás-me a confundir com o teu irmão, pá.
(ele afasta-se e aproxima-se de novo passados uns cinco minutos ainda mais bêbado)
Ele – Desculpa lá há bocado. As mulheres só servem para nos foder a cabeça e eu tou um bocado fodido.
Eu – Desculpas aceites. Agora afasta-te de mim.
Ele (fazendo o sinal fixe com a mão) - Iá...

(No Mercado Negro, com um amigo que se aproxima de mim quando estou sozinho encostado à parede)
Ele – Tás fixe?
Eu – Pareço-te fixe?
Ele – Não. Não pareces fixe...
Eu – Ora aí tens...
Ele – É o que eu estou a pensar?
Eu – É o que estás a pensar e não só...
Ele – Bebe um copo. Esquece essa merda. As mulheres só servem pra foder a cabeça a um gajo.
Eu – Foda-se, caralho. Toda a gente me diz essa merda hoje...

(No Mercado Negro com duas miúdas que só conheço de vista mas de quem, por acaso, até sei os nomes)
Ela1 – Arranjas-me um cigarro?
Eu – Não fumo...
Ela1 – Não fumas? Eu já te vi fumar...
Eu – Não viste de certeza.
Ela1 – Já vi já... tu é que escreves no Diário de Aveiro, não é?
Eu – O que é que isso tem a ver com fumar ou não?
Ela1 – Costumas estar no Clandestino... eu conheço-te.
Eu – Hum.. hum...
Ela2 (virando-se para Ela1) – Está calada que ele já está farto de te aturar.
Ela2 (virando-se para mim) – Desculpa, ela já está bêbada. Quando eu te vir no Clandestino posso ir falar contigo?
Eu – Claro que sim. Obrigado, está bem? Por acaso agora estou chateado como a merda e já vou embora.
Ela2 – Fica bem...
Eu – Obrigado. (pisco-lhe o olho)

(Na rua, com uma amiga)

Ela – Gostava que um abraço meu te pudesse ajudar.
Eu – E pode...
Ela abraçou-me. Ficámos assim uns vinte minutos.

(Numa rotunda em Aveiro, com um polícia numa operação Stop, já às quatro da manhã)
Ele – Bebeu?
Eu – Bebi...
Ele – Muito?
Eu – Um bocado... mas sinto-me bem, senão não vinha a conduzir.
Ele – Sopre até eu mandar parar...
Eu soprei e deu 0,60.
Ele – Está um bocado acima. Quer esperar um bocado ou ficar com esta marca? Se subir depois é pior...
Eu – Eu espero...
(enquanto esperava recebi um sms que me fez sorrir um bocadinho)
Ele – Quer soprar agora?
Eu – Deixe-me só mandar uma mensagem...
Ele – Sopre até eu mandar parar.
Eu soprei e deu 0,58.
Ele – Boa noite. Pode ir embora...
Eu – Posso?
Ele – Sim, mas tenha cuidado.
Eu – Obrigado. Boa noite.

(em minha casa, aí às cinco da manhã, via sms, com uma amiga)
Ela – Obrigado por seres meu amigo. Dorme bem.
Eu – Obrigado. Hoje gostava de ser o Super-Homem. ;-)
Ela – Então dorme bem Super-Homem. Ass- Super-Mulher. ;-)

2 comentários:

VerDesperto disse...

É sempre bom saber que ainda há agentes da autoridade com algum descernimento. Fundamentalismos não ajudam ninguém!

Ivar C disse...

isso é verdade helena. eu acho que a nossa polícia está cada vez melhor...