2.27.2007

oito merdas que já pensei hoje... ou oitenta

1) Levanto-me e a planta do pé esquerdo é a primeira queixar-se, quando toca no chão. Diz que não lhe apetece sair da cama. O dia vai ser mais difícil para o objecto cardíaco do que para ti, respondo-lhe, e insisto que não se queixe...

2) A ******** abraça-me, mas não é um abraço qualquer. Pergunta-me se eu estou bem e eu sinto que o abraço e a pergunta são a sério. Mesmo a sério. Às vezes há abraços que não são a sério, sabem?

3) Vou da sala até ao quarto com a luz apagada, orientado apenas pela parca luminosidade do telemóvel. Não sei porque é que faço isso, mas gosto de o fazer. Sinto-me mais perto de qualquer coisa que não sei muito bem o que é...

4) A pior sensação que o nosso objecto cardíaco pode ter, é a de que gosta mais de alguém do que esse alguém gosta dele. O sentimento inverso também é fodido. Não é tão fodido porque todos somos um bocadinho egoístas, mas é fodido na mesma...

5) Aos trinta e tal anos todos sabemos que a paixão é um passageiro de metro. Entra numa estação e sai na seguinte. Depois torna a entrar e a sair. Temos apenas que ir fazendo com que entre e viaje connosco o mais tempo possível, se for preciso aliciando-o com a paisagem ou com o conforto da carruagem. O amor não é assim, é uma passageiro mais gordo, com menos vontade de andar a entrar e a sair a qualquer momento. Por isso é que quando sai, normalmente já não volta.
Quando se escolhe alguém é porque se acredita que esse passageiro já se sentou connosco.

6) Gosto muito de joaninhas. Tenho uma coleção enorme na garagem. Acho que vou recuperá-la. Estou a falar de bonecos e não de insectos mortos.

7) Olho muito para o chão. Acompanho a degradação lenta dos meus sapatos. Não faz mal, que não há nada pior do que calçar sapatos novinhos em folha. Gosto de calçado já usado, se possível até já um pouco estragado.. Quer dizer, há coisas piores do que calçar sapatos novos, mas a fingir que não, está bem?

8) Gostava de a encontrar hoje, por acaso, na quinta avenida de Nova Iorque, à hora de ponta, e eu ser o único gajo com guarda-chuva. Ela abraçava-me e pedia-me boleia. Eu perguntava-lhe se lhe podia oferecer um carioca de limão ao balcão dum café qualquer e ela aceitava. No meu diário que não o chega a ser, chamaria a esse momento "o melhor carioca do mundo".

10 comentários:

Anónimo disse...

Espero que tenhas encontrado o teu passageiro gordo.
Embora não se perceba bem qual preferes... :)

Eva
www.falaremterapeutica.blogspot.com

antídoto disse...

Continuas 'grande', mas não é por isso que comento.
Dá lá uma palmada de lado no teu blog, anda a cortar os textos lá de baixo ao meio, é uma carga de trabalhos para se conseguirem ler (espero que não seja um teste à fidelidade dos leitores : ).

Ivar C disse...

Eva, prefiro os dois. Mas havendo só um, prefiro o gordo. Não tenhas dúvidas. ;)

antídoto, não é um teste não. É mesmo eu não perceber nada do que se passa... abraço. :)

Kashemira disse...

Não encontrei carioca de limão em Nova York. Nem na quinta, nem em nenhuma outra avenida. Também não tive boleia de nenhum guarda-chuva. :-)

Ivar C disse...

acredito, karla. dixa, lá... eu nem sequer lá fui. ;)

DIV de divertida disse...

Pelo meu diagnóstico ainda te dá um ataque cardíaco de tanto suspirares de paixão!

Ivar C disse...

lol Div... o problema é que pelo meu diagnóstico também... phónix!

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

experimenta olhar mais para cima, é claro que vais cair por não ver os buracos, mas é melhor, além de que faz bem à coluna ;)

Ivar C disse...

experimento, mrf... experimento... mas não me habituo. :)

Lia disse...

Ainda bem que eu não sou ela, senão ias continuar com o guarda chuva aberto e eu a passear à chuva ;)

Beijinhos