pensamentos catatónicos (347)
Gostava de me conhecer melhor. Às vezes parece que sou um pouco tímido e não me digo tudo o que me passa pela cabeça, sobretudo no que diz respeito ao Amor. Não é bem vergonha, é timidez. É como se eu pensasse que não tenho estofo suficiente para aguentar o que eu tenho para me dizer.
Hoje convidei-me para tomar um café, num sítio onde costumo ir e gosto muito. Aceitei, mas acabei por não me dizer nada do que tinha para me dizer. Na verdade, o facto de não estar disponível para me ouvir contribuiu um bocado. Aliás, das poucas coisas que me disse foi isso mesmo: "se vieste aqui para não ouvir, mais valia não teres vindo!". Mas não me liguei.
Sinto-me um bocado distante de mim mesmo, como se a minha relação comigo estivesse por um fio. Quando a comunicação termina é porque terminou tudo. Depois do café perguntei-me "já bebeste o café e posso ir embora?". Estava para não responder, mas acabei por concordar. Afinal de contas, não sou o único com quem isto me acontece.
Há uns tempos convidei a M. para um café e foi igual. Ela ficou o tempo todo em silêncio, a olhar para mim como se a sua presença fosse ao mesmo tempo um favor e um incómodo. Ia perguntar-lhe como anda, mas tive a sensação que não queria responder. Igualzinho a hoje, portanto.
Nunca me perguntei, nunca me respondi.
Hoje convidei-me para tomar um café, num sítio onde costumo ir e gosto muito. Aceitei, mas acabei por não me dizer nada do que tinha para me dizer. Na verdade, o facto de não estar disponível para me ouvir contribuiu um bocado. Aliás, das poucas coisas que me disse foi isso mesmo: "se vieste aqui para não ouvir, mais valia não teres vindo!". Mas não me liguei.
Sinto-me um bocado distante de mim mesmo, como se a minha relação comigo estivesse por um fio. Quando a comunicação termina é porque terminou tudo. Depois do café perguntei-me "já bebeste o café e posso ir embora?". Estava para não responder, mas acabei por concordar. Afinal de contas, não sou o único com quem isto me acontece.
Há uns tempos convidei a M. para um café e foi igual. Ela ficou o tempo todo em silêncio, a olhar para mim como se a sua presença fosse ao mesmo tempo um favor e um incómodo. Ia perguntar-lhe como anda, mas tive a sensação que não queria responder. Igualzinho a hoje, portanto.
Nunca me perguntei, nunca me respondi.
2 comentários:
À primeira leitura pode parecer uma crónica um pouco estapafúrdia, mas não é; de todo!
Isso acontece com muitos de nós. Há dias em que não conseguimos conviver com nós próprios, queremos fazer uma introspecção, testarmos o que gostaríamos de fazer e que nos fizessem, nos dessem, e nada de se conseguir entrar no âmago do próprio ser...
Não sei explicar, mas entendo!!
:)
Janita, obrigado. :)
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