2.05.2016

respostas a perguntas inexistentes (364)

No Amor, o resultado total é sempre maior do que a soma das partes. Começamos do nada mais nada para chegar à vontade de entrelaçarmos os braços um no outro, porque Amamos sempre alguém que já nos foi estranho e não nos dizia nada.
Se calhar não damos conta da quantidade de Amores possíveis que passam por nós todos os dias e nem reparam que existimos. A mulher que hoje de manhã deixou cair a chave do carro, por exemplo. Levava tantas coisas nos braços que não podia baixar-se para apanhá-la. Deixe estar, disse eu. Ela esticou o dedo indicador da mão direita onde eu a pendurei pela argola. Obrigada, disse ela.
Depois afastámo-nos. Ela entrou num edifício de cinco andares e eu caminhei mais uns dois quilómetros até casa.
E se nos tivéssemos conhecido em férias numa praia qualquer? Ou num workshop de fotografia? Ou numa sessão de cinema? 
Conhecermo-nos num contexto que permita apaixonarmo-nos é tão pouco provável como termos nascido e sermos quem somos num Cosmos em que, como disse Sagan, há mais estrelas do que grãos de areia nas praias da Terra.
Ainda assim nós nascemos.

5 comentários:

Mam'Zelle Moustache disse...

Essa mulher deveria ter dito 'obrigada'. ;)

Ivar C disse...

Mam'Zelle Moustache, tens tanta razão que já troquei. Obrigada. Quer dizer, obrigado. :)

Claudia Sousa Dias disse...

Concordo com a Mam'Zelle Moustache.

Filtrar a quente disse...

É preciso estar na disposição para amar. Bom texto ;)

Ivar C disse...

Claudia Sousa Dias, :)

filtrar a quente, pois é. é o primeiro passo. obrigado. :)