11.25.2008

pensamentos catatónicos (156)

O amor zangava-me. Era um adolescente tímido, por isso ficava a vê-la a alguns metros de distância tentando que os nossos olhares nunca se cruzassem. Quando cruzavam sentia-me cair naquela negritude sem fundo. Lembro de sentir uma espécie de ciúmes do Sol que lhe brilhava nos cabelos e, quando estes abanavam um pouco, ciúmes também do vento que lhe vinha contar segredos.
Estávamos em 1986/87. Acho que as paixões de adolescente são as mais fortes das nossas vidas e que nunca mais voltamos a zangarmo-nos assim com o amor. Eu, pelo menos, nunca mais voltei.

16 comentários:

Anónimo disse...

As paixões da adolescência são fortes, mas para mim a dos trinta não fica atrás :P

de Marte disse...

Lá estás tu a escrever as coisas que me aconteceram a mim e que nunca soube dizer.
Mas conheces-me de algum lado, por acaso?!?!? Ai ai ai as confianças!!

:)

beijos
de Marte

de Marte disse...

Ah, esqueci-me de escrever q os "pensamentos catatónicos" são a tua melhor produção, ou pelo menos a que me toca mais.

Tás lá!

Olga disse...

Quando se é adolescente ainda se acredita no amor. Depois disso nem no Pai Natal.

Anónimo disse...

Eu também não...mas tenho pena!

Maria João

Ivar C disse...

joana, as do trinta ficam atrás em alguns aspectos... noutros atéficam à frente. são é menos espontâneas. :)

de Marte, somos tod@s iguais... :)

olga, eu ainda acredito um cadito. :)

Maria João, não tenhas. vive-se assim e já se sabe que, como as coisas não nascem do nada, é preciso investir um bocadinho. :)

Anónimo disse...

De facto.
Em cada idade, vivemos a paixão de forma diferente.
[Nós somos diferentes, em cada uma das idades].
Mas as paixões da adolescência (partilho contigo), são as mais fortes e são as que perduram na memória com uma intensidade diferente.
As responsáveis por isso são as hormonas. Na adolescência elas dominam-nos.
Um simples olhar, punha-nos o coração a bombar nos ouvidos, o sangue a afluir ao rosto e aos dedos dos pés, a língua a tropeçar nos dentes.

Que belos tempos...
[E que belos pensamentos catatónicos tens tu.]

Mas ainda bem que só te zangaste uma vez com o amor, Bagaço. Ainda bem... [Eu zanguei-me mais vezes]

Um beijo
Ana

Ivar C disse...

Ana, ainda bem que te zangaste mais vezes... é sinal de vivência. :) beijos

Anónimo disse...

ser adolescente é estar a meio caminho entre a a infância e a idade adulta, e nessa altura ainda temos muita pureza e espontaneidade e poucas defesas, mas com o tempo vamos perdendo essa capacidade de nos surpreendermos... talvez é necessario amar/sofrer varias vezes pra aprendermos a amar realmente... é tudo questão de saber etregar se sem meias medidas e isso hà poucos quem... e eu ainda sou uma aprendiz!

Anónimo disse...

De repente deu-me uma vontade súbita de te conhecer...não há um lançamento do teu livro em Lisboa?

Maria João

Olga disse...

Acreditas no Pai Natal ainda? Ena! :)

Ivar C disse...

judith, acho que é necessário amar e sofrer mais que a vida não passe por nós como se nada fosse. de resto... :)

Maria João , acho que haverá, mas em Janeiro ou fevereiro... obrigado. :)

Olga, ele nunca me mentiu. :)

Anónimo disse...

Em Janeiro ou Fevereiro espero por aqui a informação do sítio e hora do lançamento do teu livro...assim posso ir ver-te, ouvir-te e tu não sabes quem eu sou...é giro!!!!


Maria João

Ivar C disse...

Maria João, é giro sim... também é giro se tomarmos um café. :)

Anónimo disse...

Isso é um convite? ;)


M. João

Ivar C disse...

M. João. ;)