à mesa
Hoje almocei com uma mulher que conheci há pouco tempo através deste blogue. Disse-me que à mesa não se discute política, religião ou futebol. Concordo na parte do futebol. Só. Este tem sido só um dos meus problemas com algumas mulheres que conheço: sentir-me um extra-terrestre quando falo de política. Na verdade, tem sido um problema com mulheres e com homens. A despolitização da sociedade civil é um processo consciente do poder político. Só assim é que é possível continuar uma forma permanente de roubo legitimada por um voto, ou até por um não voto.
Na próxima segunda-feira, dia 24 às 21:30, discussão política aberta a todos com chá e bolinhos à mesa da sede de Aveiro do Bloco de Esquerda. Desde as novas oportunidades de negócio em tempo de crise às novas formas de (des)organização laboral. Apareçam e tragam um amigo, ou melhor, uma amiga.
Se quiseres aparecer ou mais informação, contacta-me por email: bagacoamarelo@gmail.com
17 comentários:
eu apareceria se pudesse....só posso dar-te apoio moral.
paula, e eras bem vinda. muito. :)
obrigada!
e aproveito para dizer que as tuas instruções de outro dia foram muito úteis e perceptíveis para mim que sou uma leiga.
já tenho album completo...hehehe
merci bien
Ainda ontem estava com a minha namorada e sentei-me a ver "O corredor do Poder", estavam a discutir a problemática do sistema de avaliação. Mal chega a minha amada à minha beira : "ó 'mor, vamos ver a novela ?"
No comments.
Mas não é só ela, literalmente (ou quase) tá-se tudo a cagar (desculpa o termo). Mas queixar, queixam-se sempre. Sociedade de consumo...
Eu apareceria até porque simpatizo bastante com o Bloco de Esquerda...mas é um bocado longe...
Tixa
Uma amiga dizia-me há tempos que ter um cão era o máximo, particularmente, porque era uma óptima forma de conhecer rapazes. Isto a propósito do teu blog... Com ela, não falo de política. Com outra minha amiga não falo de futebol. Isto está mais ou menos acordado entre nós...:)
Fora isto, acho bem falar-se de tudo, com toda a gente... quanto mais melhor. Não saber a opinião dos outros é falta de interesse, não é?
Lá estás tu, novamente, a ser tendencioso! Se calhar é por isso ;) Abraço.
Isso parece-me uma excelente ideia.
O que eu observo é que uma grande parte das pessoas se desinteressam porque pensam que já não têm capacidade de mudar o estado caótico em que nos encontramos. Por outro lado também vejo dificuldade em compreender e analisar os complexos discursos políticos de algumas personagens, o que leva ainda a mais desinteresse.
Iniciativas como essa podem ajudar a desmistificar o mundo da política e a unir as pessoas por objectivos comuns. E como se diz: "a união faz a força".
Boa sorte nesse chá! :)
Viva! Descobri este blog só hoje, mas já se tornou num dos meus favoritos! Gostei deste humor de quotidiano: uma forma não militar de ver a guerra dos sexos.
Ao lê-lo tive a sensação de estar perante um cruzamento entre Woody Allen e Proust. Conseguir colocar na mesma frase «chá e bolinhos» e «bloco de esquerda» é de um espírito que a poucos se reconhece. Talvez seja esta a nova esquerda caviar: uma esquerda de chá e bolinhos.
paula, ainda bem :)
me, é isso mesmo. queixar queixam-se... mas depois desistem da política. :)
tixa, onde vives também deve haver... :)
desabafos escritos, eu tb não falaria de política co alguém que me dissesse isso, lol. :)
jimmy, e eu que pensava que ter uma opinião política era sempre uma tendência. :) abraço
olga, sim... detesto que se pense que a política é só para alguns... :)
fabulástico, lol lol. caviar é uma coisa, chá e bolinhos é outra. e mais, eu diria que atum em lata ainda é outra e há uma esquerda atum em lata por descobrir... :)
brilhante... atum em lata! :-))
sobrevivente, é que na verdade é um alimento de grande consumo em minha casa... lol. :)
Esse problema não é só das mulheres. Acredita! Existe uma coisa que me acontece ás vezes com homens mais velhos... começarem a falar e de repente quando tento dar a minha opinião sobre tal... olham para mim como se fosse uma et. "Uoh!"- Penso eu com os meus botões...- Cai o carmo e a trindade! Existe muito preconceito. E... pudor. Sim, isso mesmo. Aponta-me uma altura da nossa história onde falar de politica era algo natural... monarquia... o povo nem se ralava. Não participava. Pagava os impostos e mais nada. 1ªas républicas... caos! Aí nem dava tempo para se respirar... seguidinho de um período de 40 anos, onde nem se piava sobre o assunto, senão, era logo enviado para o tarrafal ou algo do tipo. 1974... outro caos! O pessoal acreditou... falou... mas... calou-se! Da utopia de que tudo iria dar certo... e que a bola corria nas mãos de uma criança... e entre outras ideias... com um Salgueiro Maia pelo meio... passou-se à desilusão. Depressão. Negativismo. Fruto de muitos problemas económicos. Nova idade das trevas. Desaires politicos seguidos. No fim, o que ficou? a descrença. Como queres que a malta fale sobre uma coisa na qual não acredita? Num sistema democrático que todos os dias nos mostra as suas falhas... isto em todos patamares. Não se fixa numa faixa partidária. Acho bem que aquele pessoal que se afastou, volte À actividade. E incentive mais dialogo. Quer seja entre homens, quer seja entre mulheres. Na melhor hipotese, entre ambos. Digo eu... que ainda fui a tempo de apanhar com um cravo na tola... e poderei estar errada. Mas, para terminar este já logo texto, será que os nossos politicos também não fomentam essa falta de interesse de proposito?
Eu até aparecia, mas fica um bocado fora de mão...
Eu concordo que não se deva falar de certos assuntos quando as pessoas que estão envolvidas na conversa, não têm opinião ou não gostam de falar disso... Por exemplo, o futebol. Esse grande desbloqueador de conversas dos homens (se bem que já há algumas mulheres que percebem tanto como os homens, ou mais...) Ora bem, eu de futebol percebo algumas coisitas(principalmente do Quique Flores), mas não tenho interesse nenhum em falar disso e custa-me, por exemplo, passar um sábado à noite, sentada no café do costume a beber uns canecos com os amigos e estar a ouvir os homens a falar de futebol, completamente muda... Também concordo contigo na parte da despolitização da sociedade civil, mas simplesmente o pessoal de hoje em dia nem quer saber de política... Já eu, interesso-me, gosto de debater ideias acesas, e exerço o meu direito e dever cívico de voto, mas não passo disso... não tenho partido político porque não me identifico com nenhum (apesar das várias tentativas de me filiarem em alguns deles), mas não ponho de parte uma possível candidatura à presidência da república num futuro longínquo ;)
Beijos
P.S.- desculpa o longo comentário, mas hj estou inspirada!
heidy, não acreditar nos políticos que temos é uma coisa, não acreditar na política é outra. é por isso que é preciso maior participação. :)
luny, não precisas de pedir desculpa. para participares num partido político não tens que concordar com tudo o que ele parece ser. antes pelo contrário, deves é tentar aproximá-lo à tua linha de pensamento. não penses que eu digo amen a tudo o que ouço no BE. Podia-dar-te mais exemplos mas basta dizer-te que acho o Sá Fernandes um erro enorme do partido. :)
No nosso sistema, politica e politicos... misturam-se no mesmo saco. Logo, é inerente essa falta de crédito. Tudo anda em paralelo.
heidy, não concordo... no nosso sistema porquê? A noção de política está antes de qualquer sistema político. :)
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