10.31.2009

conversa 1350

(no meu carro, a chegarmos a minha casa para jantarmos juntos)

Ela - Que estás a fazer?
Eu - À procura dum lugar para estacionar...
Ela - Havia ali atrás...
Eu - Estou a ver se há um lugar mais perto.
Ela (impaciente) - És daqueles que precisam mesmo de estacionar em cima da porta de casa? Já agora leva o carro para o segundo andar...
Eu - Pronto, tem calma... eu dou a volta e estaciono lá atrás.
Ela - Sim, mas já agora deixa-me à porta e dá-me a chave de casa para eu ir subindo... não queres que eu faça este caminho todo a pé, pois não?

10.30.2009

conversa 1349

Ela - Normalmente lês mais à noite ou de dia?
Eu - De dia é mais quando ando de comboio. De resto é mais à noite quando já estou na cama...
Ela - E tens sexo depois ou antes de ler?
Eu - Não sei... acho que leio mais vezes quando estou sozinho...
Ela - Caramba, é que eu desde que comecei a namorar com o XXXXXX ainda não avancei uma página no livro que andava a ler...

conversa 1348

(ao telefone)

Ela - O meu filho está a dizer que tu lhe prometeste que lhe arranjavas um jogo de futebol para o computador...
Eu - É o Pro Evolution Soccer 2010. Já o tenho e já lhe gravei... este fim de semana dou-to.
Ela - Não é isso. Eu estou farta de ver o puto agarrado ao computador. Para a próxima, antes de lhe prometeres um jogo perguntas-me a mim se eu deixo...
Eu - Eu acabei de te dizer que to dou a ti este fim de semana...
Ela - Mas já o deixaste a ele com água na boca. Não se pode prometer nada a um miúdo de doze anos... depois eu não o consigo controlar.
Eu - Eu vi o computador dele e tinha vários jogos. Parti do princípio que tu até o deixas jogar...
Ela - São outros amigos meus que lhe arranjam tudo o que ele quer... e como ele já sabe que é assim, pede-os.
Eu - Pronto, tem calma. Depois deste não lhe arranjo mais nenhum...
Ela - E já agora, arranjas-me a mim o último Sims? Aquele que é para gerir famílias...

10.29.2009

o beijo


túmulo, Praga-República Checa, junho 2009

dedos nas meias

Há uma altura em que se deixa de ter noção dos limites do corpo. Já não sente os dedos dos pés embora saiba que eles se debatem nas meias como um cardume de sardinhas prestes a ser apanhado nas redes da pesca. É por isso que não tem a certeza se está a beber o último uísque da noite ou se se está a afogar nele.
Há uma altura em que se deixa de ter a noção dos limites da própria alma. Tal como os dedos nas meias ou as sardinhas nas redes, também os seus pensamentos se debatem liquefeitos no cérebro antes de se evaporarem em nuvens que orbitam a única mulher no café. Uma mulher num café é sempre o centro do mundo, pensa, e também esse pensamento dorido se desfaz em vapores que talvez não sejam nada. É por isso, por talvez não serem nada, que ele não tem a certeza se realmente a orbita ou se anda à deriva pelo desconhecido. Ela queixa-se ao empregado que ficou até àquela hora a fazer uma montra qualquer duma loja qualquer. Até a queixar-se sabe sorrir.
Nos homens há uma solidão que não tem a ver com estar sozinho, tem a ver com a falta de um gesto qualquer. Trezentos amigos não a resolvem mas um abraço duma mulher sim, resolve. É uma solidão estranha, como se se ouvisse continuamente a música que mais se gosta mas num rádio roufenho. Está lá tudo o que se quer ouvir mas distorcido... uma distorção que depois é física e emocional.
Pediu outro uísque mas viu o seu pedido recusado. Que são horas de ir dormir, respondeu o empregado numa mistura de impaciência e falso paternalismo. A mulher também já saiu... sem olhar para trás. Sem olhar para trás. O que ele queria mesmo era que o tempo congelasse num momento em que os seus olhares se cruzassem para poder contemplá-la. Contemplar mesmo, da mesma forma que se contempla o primeiro dia da Primavera.
Há uma altura em que se deixa de ter a noção do tempo e do espaço. Quando fecha o último café da noite é como se o mundo adormecesse. E a solidão de um homem também é isso: estar acordado quando o mundo dorme. Senta-se numa dessas esquinas dormentes do mundo saboreando um pingo de uísque sobrevivente num dos lábios. Do outro lado da rua, na montra dum pronto-a-vestir qualquer, há o manequim duma mulher que sorri. Talvez hoje possa congelar o tempo por aí, enquanto agita os dedos dos pés numas meias apertadas...

conversa 1347

Ela - Apetecia-me um pão com manteiga. Tens manteiga em casa?
Eu - Tenho... o pão está congelado. Tens que pô-lo no microondas...
Ela (já na cozinha) - Onde é que está a manteiga?
Eu - Está aí... mesmo à tua frente.
Ela - Não vejo...
Eu - Mesmo à tua frente. Um pacote de Planta...
Ela - Eu disse manteiga. Planta não é manteiga.
Eu - É, é.
Ela - Não é nada.
Eu - É, é.
Ela - Então anda cá ver o que diz a embalagem.
Eu (já com ela na cozinha) - Mostra lá...
Ela - Vês?! Diz "creme vegetal de barrar". Quando um pacote tem manteiga lá dentro diz manteiga do lado de fora...
Eu - Sei lá... para mim isso sempre foi manteiga.
Ela - Vou sair num instante comprar manteiga...
Eu - Não me digas que vais sair às dez da noite só para comprar manteiga.
Ela - Vou...

10.27.2009

coisas que fascinam (90)

Ando a pé por aí, fazendo cócegas ao mundo com os meus pés de chumbo, calcorreando os jardins, as ruas e os centros comerciais duma cidade que vi crescer. Esta cidade faz parte da minha vida e nela, a espaços, passam mulheres que fazem parte do meu dia. As mulheres têm essa capacidade, penso, a de fazerem parte do nosso dia apenas por terem passado por nós... e talvez sorrido. Talvez uma tenha também mordido a ponta do cabelo enquanto desviava o olhar do meu, talvez outra tenha cruzado os braços como se se abraçasse a si mesma e talvez outra tapado a boca com dois dedos, o do meio e o indicador, enquanto mordia um pequeno pedaço de um bolo de arroz.
Talvez no gesto das mulheres haja sempre qualquer coisa a mais para além do próprio gesto, penso. E há mesmo. Há esse momento do meu dia.

10.26.2009

conversa 1346

Ela - Preciso de levar uns móveis e uns caixotes para a minha casa nova. Estava a pensar pedir-te o teu carro...
Eu - Está bem. Tem piada, eu pensava que tinhas comprado um carro qualquer há pouco tempo...
Ela - Comprei, comprei... mas como ainda está novo não o queria começar a estragar já...

loiras na pré-história

Um estudo científico demonstra agora que os homens pré-históricos preferiam as mulheres loiras de olhos azuis. Mais ainda, esse mesmo estudo diz que as loiras de olhos azuis apareceram durante o fim da idade do gelo como uma reacção à escassa presença do género masculino. Basicamente, como havia poucos homens, e por isso uma maior pressão sexual, começaram a aparecer mulheres loiras para captar maior atenção do género masculino. [link]
Para além da inveja que tenho de todos os homens que viveram na idade do gelo, acho que consigo delinear uma estratégia para seduzir mais facilmente uma mulher loira: grunhir enquanto se bate fortemente com as mãos nos pêlos do peito. Está-lhes no código genético...
E pronto, agora vou só ali ensaiar uns grunhidos e ver se os dezasseis pêlos que eu ontem tinha no peito ainda lá estão.

10.24.2009

estar como peixe na água



Será que sou o único que acha que ter um peixe pendurado ao fio do tampão não deve ser assim muito confortável para uma mulher? É que pelo menos na Tampax eles não devem ter a mesma opinião, senão não tinham feito este anúncio com a frase "je suis comme un poisseau dans l'eau" (estou como peixe na água). E se a ideia era dar uma conotação sexual ao anúncio, em que o peixinho é que se sente como peixe na água por estar a olhar para debaixo da saia duma mulher qualquer... argh!

conversa 1345

(num hipermercado)

Ela - Vai-me comprar fiambre enquanto eu faço as compras que preciso, por favor.
Eu - Fiambre?
Ela - Sim... duzentos gramas de fatias bem fininhas.
Eu - Mas... isto está cheio. Se eu vou agora ao fiambre apanho uma seca enorme à espera de vez...
Ela - Por isso é que te estou a pedir.
Eu - E se comprares fiambre daquele que já vem embalado?
Ela - É mais caro e de pior qualidade.
Eu - Ok... vou buscar a senha...

(cinco minutos depois)
Eu - Olha, tirei a senha noventa e seis e ainda vai no número cinquenta e tal...
Ela - Vês que sorte? Enquanto eu faço as compras podes ir tomar café...

10.23.2009

conversa 1344

(no café, porque eu tinha o Caim, do Saramago, na mesa)

Ela - Ah! Andas a ler isso?
Eu - Ainda não comecei... comprei-o hoje... vou começar a lê-lo esta noite.
Ela - Está tudo bem contigo?
Eu - Sim, e contigo?
Ela - Comigo também. Contigo é que não parece...
Eu - Porque é que não parece?
Ela - Quando um homem comprometido compra um livro do Saramago para começar a ler numa sexta-feira à noite... fico com a sensação que alguma coisa está mal.
Eu - Não percebi...
Ela - Deixa lá... esquece.
Eu - Juro que não percebi...
Ela - Nem acredito que consigas perceber.

a mulher mais sexy do mundo...

Quando eu era pequenino não havia embalagens descartáveis para o leite. Aliás, nem sequer havia leite de longa duração. O leite vinha numas garrafas que tinham uma tampa que nunca caía por estar presa ao vidro através dum arame, e era com essas garrafas que todos os dias eu ia com a minha mãe à mercearia do senhor Samico comprar a dose diária de leite.
A loja do senhor Samico, já no fim da rua Dr. Mário Sacramento, ficava mesmo ao lado dum edifício com dez andares que, nesses felizes tempos, era o prédio mais alto da cidade de Aveiro. Aliás, era tão alto que lhe chamavam o arranha-céus. Uma vez ouvi uma conversa nessa mercearia em que uma mulher qualquer se gabava de ter visto in loco o maior prédio do mundo que, segundo ela, era mesmo muito maior do que aquele. Encolhido nos meus cinco ou seis anos de idade, fiquei um bocado lá fora a olhar espantado para aquele arranha-céus. Seria possível haver mais alto do que aquilo?
Hoje lembrei-me disto quando li no jornal que uma miúda brasileira de 27 anos, chamada Grazielli Massafera, foi considerada a mulher mais sexy do mundo. Senti-me de novo na redutora incapacidade dos meus cinco anos de idade: Será possível haver alguém mais sexy do que quem eu gosto? E pronto... depois fui tomar café.

10.22.2009

conversa 1343

(no cinema, no fim do filme)

Ela - Vamos embora...
Eu - Espera aí... quero ver uma coisa na ficha técnica.
Ela - Vamos embora, anda lá. Não acredito que és daquelas pessoas que ficam a ver as letrinhas todas no fim dos filmes...
Eu - Não sou dessas pessoas. Às vezes fico, outras vezes não...
Ela - Não acredito que me vais fazer esperar só por causa destas letrinhas...
Eu - É só um bocadinho. Espera aí...
Ela - Vou andando devagarinho... quando acabares vai atrás de mim a correr para ver se chegamos ao carro ao mesmo tempo.
Eu - Não me enerves. Tem calma...
Ela - Calma? Como é que eu vou ter calma se tu me fazes perder tempo com isto?
Eu - São dois minutos... espera aí...
Ela - Prometeste que íamos beber uma cerveja depois do filme.
Eu - E vamos. Espera só um bocado.
Ela - Mas afinal o que é que tu queres saber?
Eu - Queria ver a banda sonora... mas se calhar já passou. Distraíste-me...
Ela - Ainda bem. Vá, vamos embora.

conversa 1342

Ela - Achas possível apaixonares-te por uma pessoa que passou por ti na rua mas que não conheces de lado nenhum?
Eu - Isso aconteceu-te?
Ela - Não sei...
Eu - Eu acho possível isso acontecer...
Ela - Então aconteceu-me.

10.21.2009

coisas que fascinam (89)

Habituei-me à luz do Sol que todos os dias entrava pelas frinchas da persiana do meu quarto e me acordava com rara suavidade. Era o Sol a dizer-me: "bom dia, hora do pequeno-almoço!" todas as manhãs e eu a resmungar em silêncio porque queria dormir mais.
Um destes dias acordei sozinho, que o Outono chegou definitivamente ao país e apagou esses traços da luz do Sol que amanheciam na minha cama, e esse foi o meu primeiro pensamento outonal do ano: "a chuva apagou o Sol". O segundo, enquanto abria o frigorífico para fazer o pequeno-almoço um pouco mais tarde do que o habitual, foi que devia ter bebido a garrafa de vinho branco que lá está durante os dias de calor.
Tudo bem, são pensamento egoístas, eu sei. Os pensamentos têm a mania de ser egoístas. Aliás, há duas coisas que têm essa mania: os pensamentos e o amor. Também já me habituei uma vez a uma mulher que todos os dias me acordava com rara suavidade. Era ela a dizer-me: "bom dia, hora do pequeno-almoço!" todas as manhãs e eu a resmungar em silêncio porque queria dormir mais.
Um dia acordei sozinho, que também no amor o Outono chegara sem avisar, e por estes dias tenho pensado (mais um pensamento egoísta) em como as mulheres se assemelham às vezes à luz do Sol que de vez em quando entra pelas frinchas das nossas persianas e se desenha na colcha da cama ou na parede. Essa luz ora vem ora não vem... mas sabem? Não há problema, todos os anos as estações se repetem e todos os anos o Sol volta durante algum tempo.

10.16.2009

conversa 1341

(ao telefone)

Ela - Queres trocar de casa comigo um fim de semana?
Eu - Trocar de casa?
Ela - Sim. Eu vou para Aveiro um fim de semana e fico em tua casa. Tu vens para Lisboa no mesmo fim de semana e ficas na minha. É uma forma de passarmos o fim de semana fora sem gastar dinheiro em alojamento...
Eu - Mas assim nem nos vemos...
Ela - That's the point!

conversa 1340

Ela - Posso perguntar-te uma coisa íntima?
Eu - Podes. Depois vejo se respondo ou não...
Ela - O período incomoda-te?
Eu - O período das mulheres?
Ela - Sim...
Eu - Não. Porque é que me havia de incomodar?
Ela - Estou a perguntar se para ti é um facto de inibição sexual...
Eu - Ah! Não... não é.
Ela - Pois... para os homens nunca é. Para as mulheres é... pelo menos para mim é...
Eu - Desculpa contradizer-te mas acho que para as mulheres normalmente também não é...
Ela - Não é enquanto elas não perceberem que no dia seguinte são sempre elas a lavar os lençóis. Porra...
Eu - Pronto, tem calma... pensei que estavas a fazer uma pergunta noutro âmbito...
Ela - Claro, o âmbito de lavar roupa nunca é dos homens...
Eu - Tem calma, tem calma...
Ela - Não tenho calma nada...

couscous aveiro mix

Este domingo, a após um convite de última hora, os Couscous Prosjekt vão estar à noite no Mercado Negro, em Aveiro, para que a iniciativa A Língua Toda acabe com sons afro. Na terça-feira voltamos ao Clandestino Bar e à diáspora mundial do costume...

coisas que fascinam (88)

As mulheres que vivem sozinhas dividem-se em dois grupos: as mulheres que colam cenas nos frigoríficos e as mulheres que não colam cenas nos frigoríficos. Entenda-se por cenas coisas tipo fotografias, ímanes das viagens que fazem, contas por pagar, desenhos feitos em guardanapos de café e afins...
Acho que sempre me interessei mais pelas mulheres que colam cenas nos frigoríficos. Normalmente são mulheres com mais garra emocional. Riem e choram com mais facilidade porque tudo o que lhes aconteceu na vida teve importância, má ou boa. Aliás, colar cenas no frigorífico é precisamente isso: tentar agarrar pedacinhos da vida e fazer um pequeno mural com eles para que nunca desapareçam.
É verdade que viver com uma mulher que cola cenas no frigorífico é um desafio maior, mas também é verdade que a vida fica mais condimentada. Há uma espécie de caos nestas mulheres que eu adoro. É o caos dos cabelos sempre por pentear, é o caos das calças pisadas no calcanhar, é o caos do filho que foi para a escola sem a lancheira, é o caos da borbulha que apareceu exactamente na ponta do nariz e por fim é o caos das emoções, aquelas emoções que se manifestam numa lágrima que cai num copo de vinho depois dum jantar que quase queimava, dum sorriso trémulo levemente embriagado e, por fim, dum abraço forte incontrolável.
Acho que quando se tem uma namorada que cola cenas no frigorífico é bem possível que essa relação seja duradoura. Duradoura e caótica, é verdade... mas vivida com muitos altos e muitos baixos. Com uma namorada que não cola cenas no frigorífico até podemos nunca nos chatear mas é certo que a coisa vai acabar cedo. Provavelmente vai até acabar muito antes do seu fim oficial, porque não percebemos logo que a branquidão vazia daquele frigorífico é também o vazio da nossa vida...

10.13.2009

maitê proença



Portugal tem uma incapacidade enorme de se rir de si mesmo e uma enorme tendência para a pequenez. Só isso é que pode justificar o facto de metade do país andar indignado com o vídeo que a Maitê Proença fez em 2007 e que passou agora num canal de televisão brasileiro.
A mim o vídeo não me incomoda nada e não o acho importante. A Maitê é apenas uma brasileira entre muitos milhões de brasileiros e tem o direito de ter a opinião e os sentimentos que lhe apetecer em relação a Portugal, mesmo que o faça com algum mau gosto.
O que me incomoda no vídeo é esta imagem em que ela aparece a cuspir para uma fonte. Caramba... perdeu a sensualidade toda que eu lhe via desde a adolescência. Depois disto só lhe faltava arrotar, coçar a tomatada e dar um beijinho no Paulo Portas. Pois é...
[ler no JN]

saudades

agora, assim de repente, tenho saudades tuas...

conversa 1339

(na minha cozinha)

Eu - Tiras aí duas cervejas do frigorífico, por favor?
Ela (espreitando para o frigorífico) - Tens algumas coisas no teu frigorífico fora de prazo...
Eu - É possível... às vezes acontece...
Ela - Posso arrumar o teu frigorífico? Está tão desarrumado...
Eu - Não, não podes. Podes é tirar duas cervejas para bebermos...
Ela - Posso só pôr este queijo ralado no lixo? Está fora de prazo...
Eu - Podes, pronto. Depois tira as cervejas...
Ela - E estes iogurtes também.
Eu - Ok... mas tira as cervejas...
Ela - Já tiro, já tiro... há quanto tempo é que estas tupperwares com comida estão aqui?
Eu - Não sei... tira as cervejas...
Ela - E precisas limpar isto. Está tão sujo...
Eu - Tira as cervejas...
Ela - E este vinho branco cheira mal... só o usas para cozinhar, não é?
Eu - É... mas tira as cervejas...
Ela - Já tiro, já tiro... deixa-me só ver se estes molhos estão bons...
Eu - Não vejas nada disso. Tira as cervejas, caraças...
Ela - Tiro só uma, então. Não me apetece beber nada agora.

conversa 1338

(ao telefone com uma senhora do citibank)

Ela - Boa tarde!
Eu - Boa tarde!
Ela - Estou a falar do cartão citibank e queria saber se gostava que o citibank lhe depositasse 6000 euros na sua conta à ordem em menos de 48 horas...
Eu - Gostava sim, gostava muito até...
Ela - Nesse caso, e como o seu crédito está aprovado, vou só confirmar os seus dados para lhe enviar os papéis que deve assinar...
Eu - Mas para me depositar dinheiro na conta eu tenho que assinar papéis?
Ela - Sim... referente ao crédito...
Eu - Mas eu não quero fazer crédito nenhum. Só quero que me deposite 6000 euros na conta, como me perguntou se eu queria...
Ela - Mas quer saber a prestação que vai pagar?
Eu - Eu não vou pagar prestação nenhuma... se quiser depositar dinheiro na minha conta agradeço, que até estou a precisar... mas não vejo motivo para lhe pagar prestação nenhuma...
Ela - Temos condições vantajosas para si...
Eu - Nesse caso também tenho condições vantajosas para si. Empresto-lhe 100 euros hoje e para a semana dá-me 140. Pode ser? Até lhe emprestava mais mas neste momento não posso. No entanto, quando me pagar os 140 posso emprestar-lhos de novo e depois paga-me 180...
Ela - Já vi que não está interessado...

aumente os seus seios

Este senhor com ar de quem-espera-pelo-verde-para-peões-numa-passadeira-de-Serpa-às-três-da manhã, chama-se David Knight e diz que é hipnotizador. Mais ainda, diz que através da hipnose consegue aumentar o tamanho dos seios das mulheres. Mais ainda, diz que para isso acontecer basta às mulheres ouvir o seu conjunto de cd's. [ler no PD]
A explicação é simples: os seios de todas as mulheres são produzidos pela mente e por isso a mente também os pode melhorar.
Sinceramente, estou a pensar comprar este conjunto de cd's do David e pô-lo a tocar durante todo o dia na minha rua, com a minha aparelhagem na varanda. Tenho a certeza que o meu bairro vai ficar muito mais bonito e um melhor lugar para se viver...

sexo com velhinhas idosas

Há muito tempo que não fazia isto: ir ver buscas no google que vieram aqui dar. É uma mina para quem está a precisar de rebolar a rir, coisa que eu não estou. De qualquer maneira fica aqui uma mostra. O prémio, na minha modesta opinião, vai para a frase "sexo com velhinhas idosas". Pela originalidade, claro...

molheres noas
Vieste ao blogue certo. Aqui há montes de molheres noas. Ainda ontem esteve aqui uma toda noa. hoje é que por acaso não está nenhuma.

hi5 de gajas porcas a fuder com fruta portugal
Com fruta mesmo? Ena... quero ver isso, uma mulher e uma maçã, uma mulher e uma uva, uma mulher e um morango...

palavras com fra fre fri fro fru
França, frete, friigorífico, frontal, fruta. Pronto.

fazere sexo forsa
Dále de forsa, dále de forsa...

fotos mulhe em relasao com outras mulher
Em relasao a isso não sei de nada.... mas por mim tudo bem.

mulher de quatro para um porco
Hum... hum... e o porco faz o quê?

mulheres quando fazem sexo suam sera que faz bem a saude
Será que sim? Será que não? Só Deus sabe... são estes mistérios divinos que dão alguma graça à vida, pelo menos quando se sua...

os melhores videos de sexo com chinesas velhas
É um bocado específico...

pensamentos das mulheres tamanho penis
Acho que as mulheres não pensam muito nisso, para ser sincero. Os homens é que pensam que elas pensam...

sexo com velhinhas idosas
Com velhinhas idosas é difícil. Com velhinhas novas é muito mais fácil porque, lá está, as velhinhas ainda são novas.

suino e mulher faz sexo
De certeza? é que eu acho que não...

velhas malucas a despirem-se
Se forem malucas é mais giro, acho eu. Devem vestir cenas engraçadas. A despirem-se, malucas ou não, vai dar ao mesmo...

10.12.2009

quero ver esta mulher nua...

Marge Simpson, a mulher do famigerado Homer Simpson, vai ser a estrela principal da revista Playboy no mês de Novembro.

Não sei se também o vai ser na edição portuguesa mas creio que não, o que quer dizer que vou ter que reservar no quiosque um exemplar da edição americana. É que desde que comecei a beber copos com o meu amigo Homer que sinto uma sedução enorme da parte da Marge... e nesta fotografia ela está tão bonita... oh Marge, oh Marge... chuif...

Ei! só espero é que aquela luva que ela tem na fotografia não seja uma daquelas luvas de crina de cavalo... é que mulheres sensuais com luvas dessas dão-me medo. Acho que já sei porque é que o Homer bebe tanto...

10.10.2009

conversa 1337

(ao telefone)

Ela - Queres tomar um café? Preciso sair de casa que já não aguento mais isto...
Eu - Não aguentas o quê?
Ela - O meu marido trouxe os amigos todos para ver o Portugal - Hungria cá em casa. Não aguento tantos comentários estúpidos em minha casa. Tenho que sair...
Eu - Ok... eu até tomava um café.
Ela - Mas não pode ser num café. Tem que ser em tua casa. Os cafés também estão cheios de homens a ver o jogo...
Eu - Não estarás a exagerar?
Ela - Não. Os homens queixam-se que as mulheres vêem telenovelas mas ao menos nós vemos telenovelas sozinhas. Não nos juntamos em grupo a dizer barbaridades umas a seguir às outras...

conversa 1336

Ela - Preciso falar contigo... preciso desabafar...
Eu - Então?
Ela - Ando a ter tentações com o meu ex-marido e não queria nada...
Eu - Não querias nada porquê?
Ela - Acho que as pessoas são como lugares. Quando somos muito felizes num lugar nunca devemos lá voltar anos mais tarde. A única coisa que vamos encontrar lá é melancolia e saudade.
Eu - Isso quer dizer que tens saudades do teu ex-marido...
Ela - Tenho saudades do que ele já foi, não daquilo que ele é agora...
Eu - Então afasta-te...
Ela - Imagina, por exemplo, que tinha sido muito feliz em Paris há dez anos atrás. Agora, muito tempo depois, passavas lá perto e sabia que não ias encontrar ninguém das pessoas com quem tinhas sido feliz lá. Entravas ou não na cidade?
Eu - Talvez entrasse...
Ela - Pois é..

10.09.2009

conversa 1335

Ela - Sinto-me gorda e feia.
Eu - Engordaste um bocadinho mas eu acho que estás muito bem assim.
Ela - Vês? Engordei.
Eu - Engordaste mas não estás gorda. Estás bonita e com bom ar...
Ela - Mas engordei...
Eu - Mas estás muito bonita. A sério.
Ela - Mas engordei...
Eu - Mas estás... vale a pena eu continuar a dizer que estás bonita?
Ela - Não. Eu engordei...

mais politiquices...

Acho que este foi o primeiro discurso político oficial que fiz na vida... e agora que a campanha acabou preciso mesmo de descansar e voltar à minha vida normal.
Preciso também de agradecer a todos os incansáveis que contribuíram desinteressadamente para esta candidatura histórica do Bloco de Esquerda em Aveiro e de dizer que houve momentos em que o esforço de alguns me emocionou.
Obrigado.

10.08.2009

conversa 1334

(ao telefone)

Ela - Olha, preciso de azeite, cebolas e alho para o jantar. Podes ceder-me alguma coisa?
Eu - Posso... mas é meio-dia. As lojas ainda estão todas abertas...
Ela - Mas eu não posso comprar. Fui à aldeia no fim de semana e deixei lá os meus cartões todos. Já nem gasolina no carro tenho.
Eu - Se não tens gasolina como é que vens aqui buscar o azeite, as cebolas e o alho?
Ela - Não vou. Vens tu aqui trazer.
Eu - Estou cheio de pressa. Ando muito ocupado... mas vou ver se passo aí esta tarde. Não posso é jantar contigo porque hoje tenho jantar do Bloco.
Ela - Não faz mal, também não te ia convidar.

10.07.2009

politiquices



1] Hoje às 19:00, na rádio Terranova, representarei o Bloco de Esquerda num debate com os candidatos à Assembleia Municipal de Aveiro do PS, da CDU e da coligação CDS-PP/PSD.

2] Amanhã às 20:00, quinta-feira 8 de Outubro, é o jantar de encerramento de campanha do Bloco de Esquerda em Aveiro no restaurante Ceboleiros, que contará com a intervenção dos candidatos aos órgãos autárquicos locais e de Pedro Filipe Soares, deputado eleito pelo distrito de Aveiro. O jantar está aberto a todos os aderentes e simpatizantes da esquerda política, que se podem inscrever pelo telefone 960 045 419 ou, em exclusivo para leitores deste blogue, através do meu email: bagacoamarelo@gmail.com. Por favor, deixem o vosso telefone que é para eu confirmar a vossa presença.

conversa 1333

Ela - Temos que falar...
Eu - Temos que falar porquê? Ainda estás chateada comigo?
Ela - Vim a tua casa para falar contigo, não foi para beber vinho.
Eu - Mas eu perguntei-te se podia abrir a garrafa e tu disseste que podia.
Ela - E podias... só que eu não quero beber enquanto não tiver falado a sério contigo.
Eu - Não podemos ao menos falar enquanto bebemos um copo?
Ela - Não.

respostas a perguntas inexistentes (66)

Sempre achei que um dos filtros necessários para conseguir separar um bom amigo de um amigo menos bom é ter uma chatice com ele. Depois de ter uma discussão com um amigo, se não me apetecer voltar a falar com ele, nem ele comigo, é porque na verdade nunca fomos realmente bons amigos. Os que considero meus melhores amigos são homens com quem já me chateei a sério pelo menos uma vez, amuei, protestei e uns tempos depois estava a beber um copo com eles como se não fosse nada.
Com as mulheres já não é assim. Não é que não seja possível chatear-me com uma mulher e depois esquecer tudo de repente. É possível sim, mas não é possível beber uma cerveja com ela sem pôr tudo verbalmente em pratos limpos primeiro.

conversa 1332

Ela - Como é que tu ainda acreditas no amor eterno é que não consigo perceber...
Eu - Eu não acredito nisso. Aliás, isso nem me interessa...
Ela - Interessa-te o quê, então?
Eu - A duração do amor não me interessa. Interessa-me é se esse amor me faz bem ou me faz mal, mesmo que seja só de cinco minutos.
Ela - Lá está. Cinco minutos de amor para mim é uma eternidade.

só defeitos e nada mais

Quero agradecer imenso à leitora que há uns dias me presenteou com esta música da Erika, "Só Defeitos e Nada Mais". Tenho a certeza que um dia, quando eu estiver no leito da morte, me vou lembrar desta música como um dos momentos de maior clarividência da minha vida. Toda a minha vida, sublinho, incluindo aqueles momentos em que vou ao talho comprar carne e fico a olhar para o calendário de 1989 com mulheres nuas que ainda está pendurado na parede.



Não sou uma boneque que podes usar / Nem tão pouco um trapo que podes rasgar /
Tenho sentimentos, defeitos e virtudes / Gostava de ficar mas preciso que mudes /
Pensas que só tenho defeitos e nada mais / Que só sirvo para teu gozo e nada mais / Mas quando queres amor, carinho, ternura, vens à minha procura

Eu, pessoalmente, tenho a certeza que a Erika não tem só de feitos e que está cheia de qualidades mas, com astúcia, a cantora esconde todas essas qualidades na sua própria música. É uma forma de mostrar ao ouvinte que é necessário procurar insistentemente no seu âmago o que de melhor ela tem. Mais ainda, que no amor nunca nos devemos ficar por uma análise superficial da pessoa amada. Bonito... e profundo...

a violência contra as mulheres é um desporto universal



Acho esta publicidade francesa contra a violência doméstica muito feliz, isto porque é mais dirigida à própria mulher enquanto vítima do que ao homem enquanto agressor, ou seja, compara a mulher a um saco de pancada mas não compara o agressor ao que efectivamente ele é: uma besta. É que antes de fazer com que um homem deixe de bater na mulher lá em casa, é preciso fazer com que a própria mulher perceba que não pode aceitar em circunstância nenhuma que isso lhe aconteça... até porque uma besta não costuma entender a mensagem à primeira.

10.06.2009

conversa 1331

Ela - Apetece-me chorar...
Eu - Apetece-te chorar?
Ela - Sim, apetece-me chorar. Sinto-me triste...
Eu - Então chora.
Ela - Não é assim tão fácil.
Eu - Se te apetece devia ser fácil...
Ela - Mas não é...
Eu - Se quiseres ajudo-te a chorar, então. Posso dar-te um beliscão ou assim...
Ela - Não me faças rir.

as mulheres não percebem que há ajudas que simplesmente não devem prestar a um homem...

As mulheres não percebem que há ajudas que simplesmente não devem prestar a um homem. Não devem e pronto. Este fim de semana entrei num café qualquer duma aldeia do interior do país e, sedento e suado, pedi uma água com gás ao homem que descansava do lado de lá do balcão. Era um homem com uma barriga tão generosa quanto o seu bigode farfalhudo e, como se alguém que pede uma água estivesse a mais naquele estabelecimento, colocou a garrafa à minha frente e pediu-me imediatamente o dinheiro. Oitenta, disse ele com agressividade enquanto batia os dedos numa prateleira de forma a imitar o som dum cavalo a galope.
Procurei as quatro moedas de vinte cêntimos que eu sabia que tinha nos bolsos e deixei-as a dançar em cima do balcão para ele as ter que apanhar uma a uma. Depois peguei na garrafa e tentei abri-la imediatamente para saciar a sede e o mal estar provocado pelos enchidos do almoço. Foi aí que comecei a suar ainda mais. As mãos escorregavam-me e a carica de rosca nem se mexia. Tentei uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes... e nada, nem um milímetro a tampa rodava. Foi aí que percebi porque é que um homem que só pede água não é bem vindo ali: quatro tipos, também com bigode e barriga, tinham na mesa pelo menos vinte garrafas de cerveja e alguns copos de bagaço. Olhavam todos para mim com um ar que misturava o álcool que tinham bebido com um ar de desafio...
Da casa de banho saiu uma mulher com pouco mais de metade da minha altura e um ar franzino e, ao passar por mim, esticou o braço soprando um suave: "deixe cá ver isso". Nunca pensei, claro, que ela conseguisse abrir a garrafa mas, apesar dos seus dedos tão finos como palitos, abriu à primeira e devolveu-ma com um sorriso sem esforço. Os bebedolas riram-se todos e eu fui lá para fora beber. Nunca uma água me caiu tão mal. As mulheres não percebem que há ajudas que simplesmente não devem prestar a um homem...

conversa 1330

(enquanto ela estacionava o carro e um arrumador dava indicações)

Ela - Não suporto arrumadores de carros. Vê se mandas esse gajo embora, por favor.
Eu (abrindo o vidro e virando-me para o arrumador) - Está tudo bem, não precisamos de ajuda...
Ela - Foi-se embora. Fixe... estes gajos enervam-me.
Eu - Hum.. hum...
Ela - Podes ir agora tu lá fora ver se eu não bato no carro de trás?

mamas grandes

Este tipo da fotografia é o reverendo William Brooks, tem 58 anos e é director da Escola Episcopal Fort Lauderdale na Flórida. Segundo a notícia do Daily Mail, é acusado de estar a despedir professoras com alguma idade para as substituir por professoras mais jovens com seios grandes.
A Comissão Para a Igualdade de Oportunidades no Emprego investigou a situação e concluiu que o William se vangloriou várias vezes de estar a "substituir todas as mulheres mais velhas com mulheres jovens com seios grandes".
Ok... eu até ia tentar defender o homem, dizendo que o tamanho das mamas das novas professoras deve ser coincidência ou assim mas, com aquele sorriso estampado na cara, não consigo. Cá para mim é mesmo verdade...

pensamentos catatónicos (191)

Quando ando de avião estabeleço muitas vezes o paralelismo entre o trem de aterragem da aeronave e o fim do meu primeiro casamento. O objectivo de qualquer trem de aterragem é absorver a energia cinética produzida pelo contacto entre o avião e a pista. Foi isso que me aconteceu. Se considerar que o meu casamento foi um voo, quando esse voo começou a perder altitude e atingiu o chão, alguém tinha que o parar...
Há duas vantagens em parar um voo que já perdeu toda a sua altitude: acaba a oscilação tremenda do impacto e os passageiros podem voltar a pôr os pés na Terra.

10.05.2009

procura-se raposa

Aproveitei este fim de semana prolongado para descansar um pouco da política e conhecer as seguintes localidades de Portugal: Linhares da Beira, Gouveia, Manteigas, Belmonte, Sortelha, Malcata, Penamacor e Monsanto.
No parque de merendas de Covão D'Ametade, algures entre Manteigas e Belmonte, fui roubado por uma raposa que, com uma grande lata, me levou uma pizza de 14 euros enquanto eu tentava fazer uma pequena fogueira. Depois, durante a noite, acordei porque senti algum movimento fora da tenda. Abri o fecho da porta e vi o mesmo bicho fugir com uma sapatilha da minha companheira na boca.
É tramado. Estou farto de andar durante a noite em locais de Lisboa, Porto, Aveiro ou Braga supostamente perigosos e nunca fui assaltado. Vou para o meio do nada e acontece-me isto. Agora nem sequer sei como apresentar queixa...

10.02.2009

conversa 1329

Ela - Como é que se deve dizer a um homem que se gosta dele?
Eu - Gosto de ti.
Ela - Gostas de mim?
Eu - Não. Deves é dizer "gosto de ti".
Ela - Então não gostas de mim...
Eu - Gosto sim... não é isso...
Ela - Digo-lhe "gosto de ti", é isso?
Eu - Sim.
Ela - Só isso? Isso é o que os homens deviam dizer às mulheres e nunca dizem...
Eu - Às vezes é falta de coragem.
Ela - Então é como nas mulheres.
Eu - Bingo!
Ela - Que seca!

conversa 1328

(ao telefone)

Ela - Já vi o teu cartaz do Bloco de Esquerda por aí...
Eu - E então?
Ela - Estás de t-shirt...
Eu - Estou.
Ela - Não tens vergonha? Até num cartaz político apareces de t-shirt...
Eu - Eu ando quase sempre de t-shirt. Não há motivo nenhum para mudar...
Ela - Há, há... tu é que não percebes isso...

pensamentos catatónicos (190)

Sempre admirei a capacidade que as mulheres têm de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Para as mulheres não é um problema ter que ir buscar os putos à escola ao fim da tarde, fazer compras e preparar o jantar. Em casa não é um problema fazer esse jantar enquanto se aspira a sala, se apanha a roupa da corda e se organiza os papéis da corrosiva burocracia doméstica. Lembro-me, por exemplo, das festas de aniversário da minha filha em que a mãe dela fazia as compras, cozinhava, pendurava os balões e as fitinhas no tecto, fazia os convites e distribuía-os, recebia os convidados. Eu... fugia. Não era má vontade, a sério que não. Era pânico. Um pânico controlado mas nem por isso deixava de ser pânico.
A questão é que acho que esta capacidade que as mulheres têm de fazer várias coisas ao mesmo tempo reflecte-se também na sua estrutura emocional, ou seja, as mulheres são capazes de sentir várias coisas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, são capazes de estar tristes e felizes, de sentir frio e calor, de se sentirem sós e a precisar de privacidade e silêncio. Tudo ao mesmo tempo...
Eu só consigo fazer uma coisa de cada vez. Para mim ir às compras é um sacrifício e por isso vou todos os dias, durante dez minutos, comprar por exemplo uma cebola, uma garrafa de vinho, um pacote de leite e um peixe para grelhar. Sou incapaz de fazer compras para o mês e de estar duas horas num supermercado a projectar o que vai ser esse mês. Acho incrível que uma mulher consiga perceber, enquanto está a olhar para umas embalagens de detergente, que vai precisar de 10 litros de lixívia, três caixas de fósforo, trinta refeições frugais, quarenta lanches, vinte e oito pequenos almoços, quarenta ceias, doze jantares de carne e dez de peixe, etc, etc. Ufa! Socorro. Também só consigo sentir uma coisa de cada vez. Ou estou triste ou estou feliz, ou estou apaixonado ou não estou, ou tenho frio ou tenho calor, ou me apetece estar com amigos ou me apetece estar sozinho. Sei o que estou a sentir e actuo conforme os meus sentimentos me pedem.
Acho que esta forma maniqueísta de ser sempre prejudicou os homens na sua relação com as mulheres. Quando sentimos que as companheiras estão alteradas esquecemo-nos da enorme complexidade (e também capacidade, admito) que vai ali dentro. Perguntamo-lhes se estão triste e elas abanam os ombros, perguntamo-lhes se precisam duma bebida e elas abanam os ombros, perguntamo-lhes se elas querem que liguemos o aquecedor e elas abanam os ombros. Depois de tanto abanar de ombros zangamo-nos e vamos beber um uísque a um bar. Esquecemo-nos sempre que as mulheres nunca precisam nem querem uma só coisa e nós sim. Nesse momento é precisamente um uísque.

respostas a perguntas inexistentes (65)

Imaginem-se a olhar durante um dia inteiro para uma parede amarela sem pestanejar e após esse dia a parede torna-se vermelha. Às vezes há mulheres que quando se aproximam de nós têm esse efeito: o mundo muda de cor. Ela passou por ele na fila para a casa banho do bar, sorriu-lhe e disse-lhe olá. Olá. Olá pode ser uma marca de gelados ou um cumprimento. Nessa noite foi uma cor... e ele adormeceu com essa cor: vermelho.

conversa 1327

Ela - És bom como o milho, tu.
Eu - Eu?
Ela - Sim.
Eu - Fico contente em saber...
Ela - O único senão é eu detestar milho...

10.01.2009

conversa 1326

Ela - Os homens têm uma dificuldade enorme em dizer a palavra "amo-te". Irra...
Eu - Achas?
Ela - Acho. Dizem "gosto de ti", "és bonita" ou "és especial" mas nunca dizem "amo-te".
Eu - E isso é importante?
Ela - Claro que é.
Eu - Porquê?
Ela - Porque só quando uma mulher ouve a palavra "amo-te" é que pode considerar o homem sua propriedade...

dia mundial da música

Hoje é noite de Couscous Prosjekt no Clandestino Bar, em Aveiro, e não imaginam como eu estou a precisar de fazer um intervalo na política e descontrair um pouco. Política é preciso mas navegar também é preciso...
Hoje é também o dia mundial da música. Um bom dia, por isso, para ouvir música do mundo...