4.30.2008

conversa 696

Ela - Como é que andas?
Eu - Assim assim...
Ela - É como eu, também ando assim assim...
Eu - Podemos fazer o clube dos assim assim.
Ela - Podemos... mas primeiro deixa-me ficar bem.

conversa 695

Ela - Estou cheia de teias de aranha, pá.
Eu - Onde?
Ela - És parvo?
Eu - Não percebi se estavas a falar da tua casa ou... se estavas a falar da tua vida sexual.
Ela - Pronto, és parvo.
Eu - Mas estavas a falar de quê?
Ela - Deixa-me em paz.

conversa 694

Ela - Quando é que te deixas de folclore e passas a andar com uma mulher a sério?
Eu - A mulher a sério que te referes, penso eu, deu-me uma tampa daquelas que nunca mais esquecemos.
Ela - Acredita no que esta mulher te diz. A gaja é assim violenta contigo porque gosta de ti.
Eu - Nesse caso preferia que ela me detestasse. Deve ser uma gaja fixe quando detesta alguém.
Ela - Tu é que és burro. Não percebes nada do que se passa à tua frente.
Eu - Também estás a ser violenta...
Ela - Sim, mas eu não gosto de ti.

4.29.2008

coisas sem importância

A Sophie desafiou-me a dizer seis coisas sem importância para mim.

1] multas de estacionamento
Tenho umas quantas por pagar.

2] Mayra Andrade.
Juro que não dou importância nenhuma. A sério. Juro mesmo. Então eu ia dar alguma importância à Mayra Andrade? Porquê? Hum... só porque ela é a mulher mais bonita do mundo e eu era capaz de me atirar do último andar do Empire State Building para um balde com água se, em caso de sobrevivência, ela jantasse comigo? Não. A sério que não...

3] a vida alheia.
Não ligo nada à vida alheia. Nem sequer sei que a minha vizinha do quarto andar esquerdo anda metida com o meu vizinho de baixo, que por acaso é casado mas a mulher dele está constantemente a viajar por motivos profissionais. Não ligo nada e não fui eu que fiz uma denúncia anónima, por carta, a semana passada.

4] etiqueta
Tenho uma amiga que diz que eu devia ligar mais à etiqueta mas, na verdade, não ligo. Sempre que compro uma peça de roupa, a primeira coisa que faço é tirar a etiqueta. Ela diz-me isso sempre que estamos jantar, ainda não percebi porquê.

5] bolo de bolacha
Há pessoal que diz que eu sofro de obsessão por bolo de bolacha, só porque costumo tirar três fatias ao mesmo tempo para o prato com medo que os outros o comam todo. Ora, desminto categoricamente tal afirmação. Uma vez fiz isso mas normalmente só tiro duas, a não ser, claro, que haja muita gente na mesa.

6] Civilization IV
Não ligo nadinha ao jogo. Às vezes jogo durante doze horas seguidas, é verdade, e telefono para o trabalho a dizer que estou com gripe e não posso ir, mas isso é só porque não tenho mais nada que fazer. Não ligo mesmo nada ao jogo.

Desafio quem quiser... não me apetece nomear seis pessoas agora.

conversa 693

Eu - Se eu te convidasse para ir ao cinema esta semana, aceitavas?
Ela - Não sei, é uma questão de experimentares.
Eu - Queres ir comigo ao cinema esta semana?
Ela - Não.

conversa 692

Ela - Não percebo porque é que insistes em ir ter com mulheres que conheces na net e já sabes que não vão dar em nada.
Eu - Porque não sei se vai dar em nada ou não. No princípio não sei.
Ela - Por amor de Deus, aquela gaja com que apareceste a semana passada não tinha mesmo nada a ver contigo. Via-se logo que aquilo não ia dar nada.
Eu - Sim, mas tive que a conhecer para saber isso, e não era assim tão diferente de mim. Achei-a simpática e inteligente.
Ela - É aí que eu quero chegar. Ela era simpática e inteligente, ou seja, muito diferente de ti.

pensos

Parei o carro num sinal vermelho, de vidro lateral aberto por causa do calor, e fui aproveitando o facto da rádio estar a passar uma música da Mayra Andrade. A Mayra é tão bonita.
Uma mulher, sensivelmente da minha idade, aproximou-se para me vender uma série de pensos. Percebi logo que não falava bem português e que provavelmente era romena. Era tão bonita.
Perguntei-lhe se os pensos também serviam para cicatrizar as feridas da alma, numa de a despachar sem gastar dinheiro numa coisa que tenho de sobra em casa, mas ela disse que sim: - "Sim, para alma são muito bons...". Comprei-lhos.
O semáforo passou para verde e, enquanto conduzia e me olhava no espelho retrovisor, percebi a estupidez que tinha feito: falar de feridas da alma a uma mulher emigrante que vende pensos nos semáforos. É mais que certo que tem mais feridas dessas do que eu, e é mais que certo que aqueles pensos ajudam a curá-las, nem que seja porque é assim que mata a fome.

4.28.2008

cordas do sol

Hoje é noite de couscous no clandestino bar. Gosto muito desta música dos cordas do sol que hoje, muito certamente, também serpenteará pelos ouvidos dos presentes.

conversa 691

Eu - Não podias tirar os óculos escuros de vez em quando?
Ela - Já te disse que não estou disposta a discutir isso.
Eu - Andas de óculos escuros quando está a chover, quando é de noite, quando estás a ver televisão, quando vamos ao cinema. Até dormes de óculos escuros. Isso é uma patologia qualquer.
Ela - Já te disse que não estou disposta a discutir isso.
Eu - Tens uns olhos bonitos... pelo menos a única vez que os vi pareceram-me bonitos.
Ela - Já te disse que não estou disposta a discutir isso.

pensamentos catatónicos (130)

Passei a noite acordado, entre um livro, um filme, um jogo de computador e o messenger. Adormeci involuntariamente às nove da manhã e levantei-me às onze e pouco. Sinto-me um bocado em sentido contrário, como se o mundo inteiro, numa auto-estrada, fosse no sentido inverso ao meu. O problema é que, ainda assim, apesar da via livre, vou mais devagar que o mundo.

pedido de casamento a uma mulher da ASAE

A ASAE multou a junta de freguesia da Ericeira por usar óleos reciclados para mover os carros do lixo.
Será que na ASAE há alguma mulher que queira casar comigo? Adorava viver com alguém que discutisse comigo cada vez que eu reciclasse plástico, vidro ou papel. Melhor ainda, nos nossos tristes passeios de fim de semana podíamos roubar sacos de plástico em supermercados, isto depois de usar o automóvel para ir tomar café ao outro lado da rua, e de andar vinte minutos a gastar gasolina para procurar lugar para estacionar.
Mulher, se és da ASAE e mesmo assim não escarras para o chão, tens 18 anos e a quarta-classe e és uma jovem ambiciosa, contacta-me. O teu futuro pode passar por mim.

o ikuvuku disse...

Este nosso tempo parece ter transitado da acéfala manutenção de um casamento contra tudo e contra todos, doa a quem doer, para as ligações de carácter cirúrgico em que fazer amor é dar uma queca e os afectos se diluem na certeza cínica de que o amor é eterno enquanto dura. Depois de a mola ter estado muito apertada, agora expande-se dando a impressão que qualquer obrigação é um estorvo. Se fôssemos uma sociedade avançada, ela poderia ter a hipótese de experimentar essa paixão e, se se consumisse, voltar. Assim, vai-se corroer a ela e ao casamento até que nem uma coisa nem outra.

4.27.2008

conversa 690

Ela - Bagacinho, eu preciso de muito pouco na minha vida.
Eu - Precisas de quê?
Ela - De estar com pessoas que queiram estar comigo.

eu tenho dois amores

Foge-se muito à felicidade. Hoje falei com uma amiga que está entre dois amores. Um a um homem que representa o passado e uma História, representa os filhos e demasiados gestos que são difíceis de abandonar dum momento para o outro. Outro a um homem que representa a novidade e a incerteza mas, muito possivelmente, representa também uma paixão mais forte e até mais apetite sexual.
Disse-me que está a tentar esquecer o segundo e manter-se com o primeiro. Pelo menos é o que acha que deve fazer. Eu cá não sei muito. Sei que quando aparece um amor novo é porque o anterior não era tão forte assim ou, se era, já não é. Às vezes é mesmo difícil optar e por isso, talvez o melhor fosse mesmo nem sequer ter que o fazer. E a propósito de opções, fugir à felicidade não devia ser uma.

conversa 689

Ela - A maior estupidez que eu fiz foi tentar ir prá cama contigo.
Eu - Porquê?
Ela - Tinhas sido um amigo dos melhores que se pode ter. Assim, como não deu certo entre nós, nem namorados nem amigos.
Eu - Não foi por causa de termos ido prá cama que nos distanciámos.
Ela - Foi, foi.
Eu - Foi mais porque tiveste uma reacção um bocado exagerada nos dias seguintes. Parecia que eu te tinha feito algum mal.
Ela - Eu sou mulher. Devias saber que isso é normal numa mulher.

4.26.2008

current mood: je ne sais pas

Estou de directa, cansado, atropelado por uma noite de emoções mais fortes do que eu. Sei lá... não sei. Gostava de ser capaz de ficar feliz por coisas menores: tipo um jogo de futebol ou uma vitória na batalha naval. Bem.. vou jantar e passar música no riff. Continuação dum bom fim de semana para vocês que me aturam.

conversa 688

Ela - Mas gostas mesmo dela?
Eu - Sim.
Ela - E então?
Eu - Então nada.
Ela - Nada?
Eu - Nada. Não é uma gaja com quem eu queira ir prá cama uma vez ou duas e depois afastar-me. Acho que tenho medo de levar uma nega dela, percebes?
Ela - És um totó.

4.25.2008

conversa 687

Ela - Às vezes só acho que nos devíamos deixar de rodriguices e devíamos era tentar ser felizes. Estar juntos quando nos apetece e não estar quando não nos apetece.
Eu - Parece-me bem. És tão bonita... digo-o no sentido lato. Não me queria afastar de ti por motivos menores.
Ela - Sim. Estou num período em que me sinto bem comigo mesma. Já esqueci o meu ex-marido e não estou para passar de novo pelo que já passei. Preciso duma coisa levezinha...
Eu - Eu também... é o que preciso. Aliás, hoje é 25 de Abril, quero é mesmo aproveitar o dia. Meter-me numa coisa a sério só se aparecesse uma mulher capaz de me alterar completamente o objecto cardíaco.

(cinco minutos depois dum silêncio estranho)
Ela - Ei, tu disseste que eu não sou capaz de te alterar completamente o objecto cardíaco. Sou só mais uma, é?
Eu - Não... não és mais uma.
Ela - Vamos para casa. Eu vou para minha casa e tu vai para onde quiseres.

25 de abril com amor

Não concordo com a visão pessimista que chama desinteressada à camada jovem que 'sabe pouco' sobre o 25 de Abril. É normal que a distância temporal traga consigo também alguma distância emocional. Eu, pelo menos, não vivo o 5 de Outubro de 1910 com emoção. As revoluções como a de 25 de Abril de 1974 servem precisamente para isso: para que as gerações futuras se possam preocupar com outras coisas.
O amor também é uma revolução. Apaixonamo-nos e há uma sublevação dentro de nós. Depois alteramos a política que nos orientara até então. Mudamos os horários, os hábitos e os costumes, tudo por causa dum amor. Mas com o tempo essa política vai-se reajustando, exactamente à medida que o amor diminui ou perde intensidade, e nos vamos preocupando cada vez mais com outras coisas...
Bom 25 de Abril para todos. Se possível com amor.

4.24.2008

eu quero casar com uma russa

mulheres que aturam gajos assim, em princípio, conseguem aturar-me a mim...

russo 1 > um gajo na Rússia foi apunhalado pelas costas e nem reparou. Estava tão bêbado que só percebeu que andava com uma lâmina espetada quando a mulher o avisou. (notícia)

russo 2 > outro gajo na Rússia diz que está em estado de choque porque encontrou um preservativo numa cerveja. (notícia)

russo 3 > outro ainda, também russo, quer comprar um bombardeiro americano B'52. (notícia)

je pense à toi

Este fim de semana, para quem é de Aveiro e arredores (de Nariz, por exemplo), os Couscous Prosjekt estão sábado à noite no Riff bar e segunda-feira à noite no Clandestino bar.

conversa 686

Ela - O meu ex-marido nunca percebeu que nas relações um pequeno gesto pode ter consequências enormes. É como quando conduzes um automóvel: se agora fizeres um pequeno desvio de dois graus para a esquerda ou para a direita, daqui a muitos quilómetros estarás bem distante do ponto para onde te dirigias.
Eu - E qual foi o pequeno gesto que o teu ex-marido fez que tu não gostaste?
Ela - Uma vez, no parque de estacionamento dum hipermercado, enquanto eu esperava dentro do carro, esteve a falar uns dez minutos com uma loira com um decote enorme e umas mamas maiores.
Eu - Foi isso?
Ela - E depois disse-me que lhe tinha estado a explicar como é que se ia para a estação...

conversa 685

Ela - Acho que os divórcios, mais do que facilitados, deviam ser obrigatórios.
Eu - Obrigatórios?
Ela - Sim, qualquer casal depois de alguns anos de casamento tinha que se divorciar. Obrigava as pessoas a mudar de parceiro e éramos todos mais felizes. Já viste o que é andar uma vida inteira com o mesmo homem ou com a mesma mulher?
Eu - Há quem goste.
Ela - Não há nada. Há quem finja que gosta. É doentio...
Eu - E se alguém quisesse mesmo continuar com o mesmo parceiro?
Ela - Olha, o casamento podia ser uma espécie de contrato temporário, renovável passados alguns anos se ambos o quisessem. Acabava-se até com o divórcio.
Eu - Ah!
Ela - Achas que estou a ser estúpida?
Eu - Por acaso acho que não. Essa ideia não é assim tão estúpida como à primeira vista pode parecer.

4.23.2008

conversa 684

Ela - Porque é que tens um nariz de palhaço na tua fotografia do messenger?
Eu - Falo mais com mulheres do que com homens.
Ela - E?
Eu - É como me sinto normalmente: um palhaço.

conversa 683

Ela (enquanto acende um cigarro) - Vou deixar de fumar.
Eu - Fazes bem. Isso faz mesmo mal à saúde. Nem sequer estou a falar da nicotina e do fumo, estou a falar dos metais presentes no papel do cigarro, por exemplo.
Ela - Não é por isso.
Eu - É por estar cada vez mais caro?
Ela - Não. O meu último namorado deixou-me e disse-me que os meus beijos sabiam mal.

destruição total

A Hillay Clinton, candidata a candidata à presidência dos Estados Unidos da América pelos democratas, avisou ontem os iranianos que se ganhar as eleições, e se o irão atacar Israel, o seu governo destruirá totalmente o Irão.
Não sei porquê mas tenho a impressão que o Bill deve ter sofrido muito durante estes anos todos. Não queria estar na pele dele, principalmente quando papou a Mónica. Estou mesmo a imaginá-lo a chegar a casa e ela, de rolo da massa e máquina de castrar na mão, a gritar: "Destruição total!"

4.22.2008

meia dúzia

Ainda bem que este fim de semana vou ter uma festa de aniversário duma amiga, ainda bem que vou passar música no riff bar e no clandestino bar. Ainda bem que vou ter um jantar com uma espanhola que não conheço de lado nenhum. Detesto discutir com pessoas que gosto muito, principalmente quando percebo que não estão, de facto, a discutir comigo mas sim a dizer o que de mais cruel encontram lá no fundo para me magoarem. Acho que algumas mulheres davam um tratado de psicologia, fosca-se, e conseguem ser o melhor e o pior em menos de três dias. O índice ivariano cai para seis...

respostas a perguntas inexistentes (31)

As coisas incomodam-no. Mais do que as pessoas. É como se as coisas se lembrassem sempre daquilo que as pessoas esquecem. Por exemplo, ela fechou a porta com mais força do que era habitual, disse adeus com mais intensidade do que era habitual, provavelmente para nunca mais tornar a entrar naquela casa. Agora ele olha para o cinzeiro que uma vez partiram enquanto faziam amor no sofá da sala. Ela deu-lhe um pontapé e ele caiu no chão. Tornaram-no a colar. Ela já não se lembra disso, o cinzeiro parece que sim.

aviso urgente aos leitores de todo o mundo

Se virem um grupo de balões de festa a voar no céu, não disparem sobre eles nem atirem pedras. Em princípio esses balões trazem um padre agarrado. [ver notícia]

conversa 682

Ela - Os homens são todos iguais.
Eu - Não são.
Ela - São sim. Só pensam em sexo.
Eu - Eu penso em sexo mas também penso noutras coisas.
Ela - Já vivi com três. Quando vivem com uma gaja querem é mandar a sua fodinha do dia e depois dormir ou beber copos.
Eu - Nem todos.
Ela - Todos sem excepção.
Eu - E os frígidos?
Ela - Com esses não quero eu viver.
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

conversa 681

(no msn)

Ela - Muda essa fotografia. Estou farta desse teu ar enjoado.
Eu - Ok. Vou-me deitar. Beijinhos.
Ela - Ficaste chateado?
Eu - Não, fiquei cansado. Vou dormir.

um homem muito brasa

Eu tinha nove anos quando esta música saiu. Lembro-me de achar a Gabriela Schaaf bonita e de saber a letra de cor. Lembro-me também de perceber que, à volta da letra da música, havia uma certa celeuma e de achar que isso só podia ser por causa da Gabriela querer levar um homem num mala. Para tal teria que o matar.
Há uns dias estava a falar no msn com alguém que conheci através deste blogue e li, no seu perfil, uma parte da letra. Há anos que não me lembrava disto. Ai que me dera ter um homem muito brasa, homem muito brasa, p'ra meter na mala e levar p'ra casa...


4.21.2008

dez momentos em que tenho consciência que estou divorciado...

1] Às cinco da manhã vou com a minha filha ao Hospital porque ela está com febre. Tudo o que devia ter, cartão do SNS e boletim de saúde, ficou em casa da mãe.

2] A miúda fica em observação e faz umas análises. No fim, a médica passa uma receita e faz algumas recomendações sobre a dieta que ela deve fazer nos próximos dias, começando a frase por: "diga à mãe para não fritar batatas...".

3] São nove da noite e ainda estou no café. Não jantei nem nada, mas também ninguém me telefonou a perguntar onde é que eu ando.

4] Estou a meio da semana e vou jantar com uma mulher que conheci na internet. É agradável esta sensação de liberdade.

5] As despesas inerentes à vida numa casa onde se vive sozinho são praticamente as mesmas que numa casa onde se vive a dois, com a desvantagem de que cozinhar só para uma pessoa é uma seca.

6] Atrás da porta do quarto está um monte de roupa interior usada que ainda não coloquei na máquina de lavar roupa.

7] O pacote de cereais está aberto. Ponho a mão lá dentro e como uma mãozada daquilo.

8] É meia-noite e eu estou a comer queijo sem pão, a beber vinho e a ler um livro.

9] As quatro cadeiras da sala estão com um casaco pendurado nas costas.

10] Estou deitado no sofá e o telemóvel está a tocar na cozinha. Não me apetece levantar nem sequer para ver quem é e ninguém me pergunta: "então, não atendes?"

conversa 680

Ela - Tenho que emagrecer. O primeiro passo vai ser deixar de pôr açúcar no café.
Eu - E o segundo?
Ela - Vou ver se o primeiro passo é suficiente.
Eu - Não sei se é.
Ela - Estás a dizer que eu sou gorda?
Eu - Não.
Ela - Estás sim.
Eu - Não. Tu é que disseste que querias emagrecer.
Ela - Eu posso dizer isso. Tu não.

conversa 679

Ela - Eu só ando com ele porque não tenho mais ninguém neste momento. Ele sabe...
Eu - Ele sabe o quê?
Ela - Sabe que quando eu encontrar um homem a sério ou mesmo se o ****** voltar para mim, o deixo.
Eu - Disseste-lhe isso assim?
Ela - Tal e qual.
Eu - Das duas uma: ou está mesmo perdido de amores por ti ou também só se está a aproveitar sexualmente de ti.
Ela - Espero que seja a segunda hipótese. Assim estamos de igual para igual.

conversa 678

(no msn)

Eu - Então a Suécia?
Ela - É uma merda. Tenho saudades tuas.
Eu - Então e os suecos?
Ela - Pintam-se como gajas e só têm conversas fúteis. Tenho saudades tuas.
Eu - Então e as suecas?
Ela - Se cá estivesses ias ter saudades minhas.
Eu - Quando voltas?
Ela - Supostamente só volto em Julho. Não sei é se aguento mais uma semana aqui.

pensamentos catatónicos (129)

E quando descobrimos que uma amiga nos mentiu desnecessariamente só porque não lhe apetecia estar connosco no fim de semana?

violência no feminino

Dez por cento das queixas de violência doméstica que chegam à APAV são de homens, segundo a edição de hoje do jornal Público, baseada num estudo da investigadora Cláudia Casimiro.
Esta violência é, no entanto, mais subtil do que a praticada normalmente sobre as mulheres. Assume a forma de chantagem, rebaixamento, manipulação, massacre verbal e quase nunca
deixa marcas físicas. A autora do artigo diz ainda que se, do ponto de vista cultural, é muito complicado para uma mulher reconhecer que é vítima de violência exercida pelo marido, é-o muito mais para um homem, porque isso mexe com as noções de masculinidade e virilidade. De notar também que os casados têm mais relutância em assumir que foram vítimas de violência doméstica do que os divorciados.

4.20.2008

conversa 677

Eu - Olá, já não te via há tanto tempo.
Ela - Não pareces ter tido muitas saudades minhas.
Eu - Porque é que dizes isso?
Ela - Porque é o que sinto.
Eu - Esta semana telefono-te e tomamos um café.
Ela - Tomar café... consigo tomar sozinha. Não preciso de ti.

domingo dia santo

1] soldados israelitas confessaram as atrocidades cometidas na Palestina. No The Independent, via esquerda.net.

2] Jerónimo de Sousa, secretário geral do Partido Comunista Português, acha que Angola é um país livre e soberano. No Avante, via a ilusão da visão.

3] a ETA, que deixou de ser uma organização separatista para passar a ser um negócio de extorsão, continua a fazer explodir bombas mesmo aqui ao lado, em Espanha. No Público.

4] O autocarro do benfica foi ontem atacado por... adeptos benfiquistas, porque há gajos que só se preocupam com futebol. No JN.

sala de troféus

a sala de troféus deste blogue, lá mais para baixo na coluna da direita, conta com mais dois prémios recentes. Um do 5 minutes, outro da maluquita.

4.18.2008

e depois do adeus...

Esta música, interpretada pelo Paulo de Carvalho, tornou-se um símbolo do 25 de Abril, apesar de ter sido feita a pensar apenas no festival RTP da canção de 1974 (de onde saiu vencedora). É que "e depois do adeus" foi um dos sinais musicais escolhidos para o avanço sobre Lisboa das tropas de Salgueiro Maia. Elas avançaram e o país disse adeus a todos os cabrões da PIDE/DGS e da ditadura da segunda República Portuguesa..

Mas "e depois do adeus" é também uma música sobre divórcios. Divórcio de mulheres, de homens, de lugares, de amigos, de emoções. Talvez até divórcios dum simples café ou doutro momento qualquer. É uma das músicas da minha vida...

Quis saber quem sou / O que faço aqui / Quem me abandonou / De quem me esqueci / Perguntei por mim / Quis saber de nós / Mas o mar / Não me traz / A tua voz

Em silêncio amor / Em tristeza e fim / Eu te sinto em flor / Eu te sofro em mim / Eu te lembro assim / Partir é morrer / Como amar / É ganhar / E perder

Tu viste em flor / Eu te desfolhei / Tu te deste em amor / Eu nada te dei / Em teu corpo amor / Eu adormeci / Morri nele / E ao morrer/ Renasci

E depois do amor / E depois de nós / O dizer adeus / O ficarmos sós / Teu lugar a mais / Tua ausência em mim / Tua paz que perdi / Minha dor que aprendi

De novo vieste em flor / Te desfolhei...

E depois do amor / E depois de nós / O adeus / O ficarmos sós

Bom fim de semana!

conversa 676

Ela - Acho que estou a entrar numa fase boa da minha vida.
Eu - Fixe. Porquê?
Ela - Porque sim.
Eu - Achas que estás a entrar numa fase boa da tua vida porque sim? Quem me dera ter esse optimismo.
Ela - Cala-te. Estou a entrar numa fase boa da minha vida e tu calas-te.
Eu - Está bem, está bem... tem calma.

nunca é tarde...

Maria Custódia, de 94 anos, residente no concelho de Amarante, divorciou-se dum marido que não via há 57 anos. Apesar da idade, sente-se aliviada. [notícia no portugal diário]

conversa 675

Ela - Já fizeste sexo em grupo?
Eu - Já. Grupos de dois.

conversa 674

(eu a entrar no clandestino bar quase às duas da manhã)

Ela - Isto é que são horas de vir beber um copo? Agora vai fechar...
Eu - Estava a chover muito. Não ia sair de casa com aquele temporal. Molhava-me todo.
Ela - És muito caguinchas. Eu saí na mesma...
Eu - Mas tu és uma mal disposta. Estás habituada a andar com uma nuvem negra em cima da cabeça, por isso os temporais não te fazem diferença. A mim fazem.
Ela (com um fino não mão) - Vê lá se a mal disposta te despeja esta cerveja pela cabeça abaixo e te molhas na mesma.

4.17.2008

conversa 673

Ela - Acho que os homens têm menos urgência do que as mulheres, a partir duma certa idade, em ter uma relação.
Eu - Baseias-te em alguma coisa para dizer isso?
Ela - As mulheres envelhecem mais depressa.
Eu - Acho que envelhecemos todos à mesma velocidade...
Ela - Não... as mulheres ficam acabadas mais depressa, pronto. É mais isso.
Eu (silêncio)
Ela - Foda-se. Acho que estou a entrar na crise dos quarenta.

boa sorte mário

O meu amigo mário cales já está a fazer a sua viagem de scooter pelo mundo fora. Boa sorte Mário.

conversa 672

Ele - Tu não lutaste o suficiente por ela, pá. Não foste à luta.
Eu - Lutar? Achas que não tenho mais nada que fazer?
Ele - Quando se gosta muito duma gaja tem que se lutar por ela. Elas gostam disso...
Eu - Quando gostas muito duma gaja, se ela tentar alguma coisa contigo, tu vais recusar só para a obrigares a lutar por ti?
Ele - Claro que não.
Eu - Pronto é isso. Se uma gaja quiser obrigar um gajo a lutar por ela é porque não gosta suficientemente dele. Então não vale a pena a não ser, talvez, para uma noite ou duas.
Ele - Não percebes mesmo nada de mulheres. Nós somos homens, é diferente.
Eu - Está bem, não percebo nada de mulheres, pronto, mas percebo de mim e eu não me sujeito a essas coisas. Além disso detesto o verbo lutar. Isso quer dizer o quê, relativamente a uma mulher?
Ele - Quer dizer que elas gostam de nos ver a sofrer e a insistir por elas.
Eu - Se uma mulher gosta de me ver a sofrer por ela então não gosta de mim. Então eu não vou investir nela.
Ele - Vais ficar sozinho muito tempo mesmo.
Eu - Pelo menos tenho tempo para mim...

4.16.2008

a mulher por uma cabra


Este tipo da fotografia chama-se Stoil Panaytov, tem 54 anos, é búlgaro, e trocou a sua terceira mulher por uma cabra chamada Elena, num mercado de gado da cidade de Plovdiv. Maria era a sua terceira mulher e viveu com ele nove anos sem, no entanto, conseguir ter um único filho. Stoil, farto, trocou-a por uma cabra e justifica-se dizendo que pelo menos a cabra já deu à luz três vezes.
Não sei porquê mas desconfio que a Maria, às escondidas, tomava a pílula para não ter filhos de propósito. De qualquer maneira, e duma forma sincera, desejo muita sorte ao senhor Stoil na sua busca incessante por um filho, agora com a sua nova esposa Elena...

conversa 671

Eu - O teu vestido é mesmo bonito.
Ela- Gostas? Fui eu que fiz.
Eu - A sério? Não foste nada...
Ela - Estás a duvidar que eu faço coisas bonitas?
Eu - Não é isso.
Ela - Estás, estás.

dúvida

Um amigo meu disse-me que, normalmente, quando uma mulher manda um sms a um homem, analisa o tempo que ele demora a responder e calcula por aí o interessa que ele tem nela. Isto é verdade?

pensamentos catatónicos (128)

A minha alergia da pele nunca mais passava. Hoje fui a uma dermatologista e ela disse-me que estou com varicela, muito fraquinha mas estou. Pois... tenho 36 anos e estou com varicela.

4.15.2008

conversa 670

Ela - Soube-me bem passear contigo de mão dada na praia. Acho que era o que eu estava a precisar.
Eu - A mim também.
Ela - Assim sem pensar em mais nada...
Eu - Pois...
Ela - Não pensaste em mais nada, pois não?
Eu - Pois...
Ela - Não pensaste em mais nada, pois não?
Eu - Ahn? Hum... não, não.

puta(s)

Políticos Ultrajantes Traidores e Aviltantes. Fingem que namoram a população durante anos e anos mas, na prática, andam a enganar-nos e a dormir com quem lhes paga melhor. Jorge Coelho, do PS, foi ministro das Obras Públicas e agora é CEO da Mota Engil; Ferreira do Amaral, do PSD, foi ministro das Obras Públicas e agora está na Lusoponte; Pina Moura, primeiro do PCP e depois do PS, andou a acumular o ordenado de deputado com o de CEO da espanhola Iberdrola.

pró-ana

Os deputados franceses aprovaram um projecto de lei que prevê uma pena de prisão até dois anos para os criados de estímulos pró anorexia. Quando li esta notícia, por princípio, concordei. Pensei que os estímulos pró-anorexia fossem os da indústria da moda, principalmente. Afinal não, o projecto de lei visa os pró-anas, como são conhecidos os seguidores do movimento, na maioria jovens do sexo feminino, que defendem que a anorexia não é uma doença mas sim um modo de vida. Na minha opinião os pró-anas não são os culpados, são as vítimas. Talvez os franceses precisem de analisar a situação mais profundamente.

4.14.2008

conversa 669

Ela - Ando a precisar duma relação conflituosa.
Eu - Conflituosa?
Ela - Sim, preciso de ter alguém para discutir todos os dias.
Eu - Ui.
Ela - Já não há homens com pica. São todos uns panhonhas...

conversa 668

(no café)

Eu - Um café, por favor.
Ela1 - Eu quero um sumo de laranja natural fresco.
Ela2 - Natural ou fresco?
Ela1 - Laranja natural mas a uma temperatura inferior à do ambiente. Fresco, portanto.
Ela2 - Mas as laranjas estão à temperatura ambiente. Como é que quer que eu as arrefeça?
Ela1 - Já ouviu falar em gelo?
Ela2 - Se eu puser gelo o sumo vai deixar de ser natural. Vai ser uma mistura de sumo de laranja com água.
Ela1 - Isso é um problema meu.

(passado uns minutos, quando a empregada traz o café e o sumo)

Eu - Obrigado. Desculpe lá qualquer coisa.
Ela2 - Obrigada.
Ela1 - És incrível. Ela esteve a gozar comigo e tu ainda lhe pedes desculpa.
Eu - A culpa foi um bocado tua. Um sumo de laranja natural fresco... que merda é essa?
Ela1 - Vou beber o sumo e vou embora. Acho melhor não falarmos mais hoje.

fiat lux

Fiat lux é uma expressão de origem latina, presente no antigo testamento (Genesis 1,3), que quer dizer "faça-se luz". Na perspectiva criacionista é o impulso genesíaco que deu origem à multiplicidade dos seres.
Há bocadinho estava parado num semáforo vermelho, numa avenida da baixa da cidade, e a observar os pessoal que passava a pé na passadeira. Entre um romeno a pedir esmola, um grupo miúdos do liceu a fumar ganza, um idoso curvado sobre a bengala e um homem a correr para o emprego, vi também a mulher que foi a minha paixão de adolescente. Continua bonita.
Fiquei a vê-la passar e nem reparei que o semáforo para os automóveis já estava verde. O carro atrás de mim buzinou zangado. Olhei pelo espelho e era um gajo de barbas com óculos escuros e cara de poucos amigos. Arranquei devagarinho e lembrei-me desta expressão: Fiat Lux.

4.13.2008

conversa 667

(ao telefone)

Eu - Telefono-te durante a semana para beber um copo, ok?
Ela - Não vale a pena, vou estar ocupada.
Eu - A semana toda?
Ela - Sim.
Eu - E para a outra?
Ela - Também.

mulheres altas

Recebi um email com fotografias da mulher supostamente mais alta do mundo. O mesmo email diz que ela tem 227 centímetros, é holandesa e pesa 160 quilos. Até aí tudo bem. O que eu não percebo é porque ela tem que usar sapatos com uma sola tão alta. Para parecer alta não é de certeza.

Ainda sobre mulheres altas, li um artigo no Daily Mail de hoje que pergunta porque é que as mulheres altas gostam de homens baixos. Pergunta mas não responde, dá apenas uma série de exemplos em que mulheres grandes (quase todas também com salto alto) têm relações com homens mais baixos.

De qualquer maneira, o que eu acho mais interessante nisto tudo, não é o facto duma mulher alta andar com um gajo baixo. O que eu pergunto é porque é que isso espanta tanta gente. Quando um homem alto anda com uma mulher baixa ninguém acha isso estranho.

conversa 666

Ela - Como é que é acordar ao lado de alguém que não se conhece muito bem?
Eu - Tu sabes.
Ela - Sei?
Eu - Sim. A primeira vez que acordaste ao meu lado não me conhecias. Nem muito bem nem muito mal.
Ela - E como é que sentiste?
Eu - É sempre um misto de felicidade e de melancolia.
Ela - Pois é... acho que sinto o mesmo.
Eu - Há formas da felicidade ganhar à melancolia.
Ela - Quais?
Eu - Um bom pequeno-almoço e um café numa esplanada da praia, por exemplo.

4.12.2008

enteressante

coisas que um divorciado recebe... esta até é enteressante.

a mulher na revolução maoísta

O não compreendo as mulheres teve acesso a um vídeo original da revolução maoísta. Na verdade o maoísmo não vai beber nada ao marxismo-leninismo e nem sequer é uma corrente do socialismo científico. Numa altura em que a China se prepara para organizar os jogos Olímpicos, é preciso dizê-lo com frontalidade, as sementes da ideologia que ainda conduz o Partido Comunista Chinês, foram... as mulheres. Pois é. Se não acreditam vejam o vídeo... a alegria da emancipação dos homens é evidente.
A propósito de maoísmo, sabiam que o Durão Barroso começou por ser maoísta? Que batia nos gajos do partido comunista português porque eles eram estalinistas? Que agora os gajos do pcp são maoístas e o Durão Barroso é presidente da Comissão Europeia? Vá lá alguém entender isto...

4.11.2008

o importante é o interior

O Cristiano Ronaldo acha que, numa mulher, o importante é o interior, mas já agora que seja bonita como a Angelina Jolie. A mim parece-me bem... também acho o interior importante.

estacionamento

Estaciono o carro de marcha atrás num lugar que, na Forca e àquela hora, vale ouro. Demoro mais ou menos um minuto a organizar os papéis que tenho que levar, mais o leitor de mp3 que ponho num bolso das calças e as chaves de casa que deixo dentro do porta-luvas. Saio e tranco as portas. Uma mulher chama-me quando já estou a atravessar a estrada e eu volto atrás. Diz-me que não posso estacionar ali. Procuro um sinal qualquer que justifique o que ela me diz mas não encontro. Mas porquê? Diz-me que aquele lugar é do marido dela e que ela estava a guardá-lo. Respondo que o lugar é um espaço público e que, à luz do Direito, ninguém o pode guardar. Começo a afastar-me. Chama-me nomes, ou melhor, chama um nome à minha mãe. Depois insiste que o marido vai esperar por mim e 'arrear-me'. Assim, sem mais nem menos. Volto atrás de novo e entro no carro. "Ah! já vai sair..." grita ela triunfante. Que não, respondo. Vou esperar pelo marido para ele me 'arrear'. E espero. Não é preciso muito tempo. Um tipo chega num carro com os vidros abertos e com o auto-rádio tão alto que não percebo bem o que a mulher lhe diz quando se debruça à janela. Ele olha para mim, olhos nos olhos. Manda-a entrar no carro e afastam-se. Espero mais um minuto. Não voltam.

conversa 665

Ela - Preciso pedir-te um grande favor.
Eu - Diz.
Ela - Os meu pais vêm cá a Aveiro e pensam que eu tenho um namorado e que sei cozinhar muito bem...
Eu - E?
Ela - E...
Eu - E? Queres que eu faça o almoço ou que eu finja que sou teu namorado?
Ela - As duas coisas.
Eu - Fazer o almoço até faço. Fingir que sou teu namorado não sei se consigo...
Ela - Anda lá, eu acho que eles até vão simpatizar contigo.
Eu - Porquê?
Ela - Se tu visses os meus amigos lá da terra. É cada um pior que o outro.

conversa 664

Ele - Tu estás bem?
Eu - Estou.
Ele - Como é que está a XXXXXX?
Eu - Não sei, nunca mais estivemos juntos. Ela não me telefona há uns dois meses.
Ele - E porque é que tu não lhe telefonas?
Eu - Não vale a pena. Já me habituei que ela é que decide quando quer estar comigo.
Ele - E se ela nunca mais te telefonar?
Eu - Se ela nunca mais telefonar, nunca mais estamos juntos.
Ele - E é assim?
Eu - É.

duo ele e ela

Ela disse à mãe que se tinha divorciado porque se sentia sozinha na relação.
Ela disse à melhor amiga que se tinha divorciado porque não davam uma queca desde as últimas férias, ia para seis meses.
Ela disse ao melhor amigo que se tinha divorciado porque precisava de espaço e tempo para ela.
Ela disse ao chefe que se tinha divorciado porque queria dedicar-se mais à sua vida profissional.
Ela disse ao amante que se tinha divorciado porque tinha um sentimento de culpa por ter um amante.
Ela disse a uma amiga, que nem era uma grande amiga, que se tinha divorciado porque estava farta daquele mono lá em casa.
Ela disse à colega de trabalho que se tinha divorciado porque não aguentava mais fazer o jantar e a cama todos os dias, enquanto o gajo lia o jornal e jogava computador.

Ele disse à mãe que se tinha divorciado porque ela não era a mulher indicada para ele, não sabia bem porquê.
Ele disse ao melhor amigo que se tinha divorciado porque ela era má na cama.
Ele disse à melhor amiga que se tinha divorciado porque ela já nem o ouvia.
Ele disse ao chefe que se tinha divorciado porque queria dedicar-se mais à sua vida profissional.
Ele disse à amante que se tinha divorciado para a amante não ter um sentimento de culpa por ir para a cama com um homem casado.
Ele disse a um amigo, que nem era um grande amigo, que se tinha divorciado porque ela não gostava do felatio.
Ele disse ao colega de trabalho que se tinha divorciado porque ela tinha insistido no divórcio e que isso o tinha deixado sem capacidade de trabalho.

4.10.2008

face

Pela cara de alguém é possível perceber se essa pessoa é mais propensa a relações sexuais esporádicas ou a relações de longo prazo. Pelo menos é o que diz um artigo da Evolution and Human Behavior publicado hoje no Público.
O estudo (feito com 700 voluntários heterossexuais) mostra que a maior parte dos homens prefere mulheres dispostas a ter relações sexuais esporádicas e que, pelo contrário, as mulheres preferem normalmente homens que pretendam uma relação duradoura. Os homens mais promíscuos são, para a maioria das mulheres, aqueles que têm traços faciais mais masculinos, ou seja, mandíbula quadrada, nariz grande e olhos pequenos.
Independentemente da veracidade das conclusões apresentadas, é óbvio que todos nós somos sensíveis a traços subtis no rosto do outro, e que interpretamos esses traços como uma mensagem sobre o tipo de relação que esse outro procura.

conversa 663

Eu - Estou com uma alergia qualquer e não sei a quê.
Ela - Mas tens marcas?
Eu - Tenho nas mãos e nos pés.
Ela - Mostra.
Eu (mostro-lhe a mão direita)
Ela - Não tens no resto do corpo?
Eu - Não.
Ela - Se não tens em mais parte nenhuma do corpo não te preocupes. A mulheres não é de certeza.

4.09.2008

loucura

É muito fácil chamar louco a alguém. É fácil chamar louco a um tipo que pega numa caçadeira e dispara sobre o seu antigo chefe numa loja da moviflor, depois tenta o mesmo numa agência de seguros e, no dia seguinte, morre num acidente de carro por excesso de velocidade. O que não é fácil é aceitar que, em vez dele, podia ser qualquer um de nós. Temos tudo na nossa vida como certo até que um dia deixamos de ter e aí, da suposta normalidade à loucura pode ser um passo. Em qualquer um de nós.
Criámos um sistema político em que tudo parece estar certo. Temos comida nas prateleiras dos supermercados, podemos comprar casa porque os bancos emprestam-nos dinheiro, temos amigos para beber um copo de vez em quando e uma estrutura social que disfarça a nossa solidão residente. Mas esse sistema é tão rápido a incluir-nos como eficaz a excluir-nos. Dum momento para o outro tudo o que parecia certo desaparece, e custa-nos aceitar que os semáforos continuem a mudar de cor, os manequins das lojas continuem a sorrir, os jornais continuem a falar de futebol e o planeta continue a girar à volta do Sol. A nossa vida deixou de existir mas isso parece não ter importância nenhuma. De facto estamos loucos, ou melhor, chegou a nossa vez de ser loucos.
A nossa normalidade é um pântano, e é nesse pântano que vamos rindo dos que nele se afundam. Uns porque perderam o emprego, outros porque perderam alguém, outros porque nem têm nada a perder. Até chegar a nossa vez.

conversa 662

Ela - Mostras-me a tua casa?
Eu - É pequena. Chegas aí ao fundo corredor e já viste tudo. À direita é o meu quarto e à esquerda o da minha filha.
Ela - E não me mostras?
Eu - Queres uma coisa tipo guia turístico, é?
Ela - Sim.
Eu - Ok... aqui estamos na sala onde o habitante desta casa costuma ouvir música e fazer jantares que chateiam os vizinhos todos. Mais à frente e à direita, a casa de banho onde corta as unhas do pés, defeca e urina. Testemunhas dizem que, depois duma noite de copos, chega a urinar durante doze minutos seguidos. Também toma banho, ou pelo menos desconfia-se que sim...
Ela - Deixa lá. Vamos fazer um chá...

pensamentos catatónicos (127)

Sempre que ligo o computador e leio "a carregar as suas definições" fico ansioso. Fico à espera que ele a seguir me defina. Qualquer coisa do género: "olá, hoje estás calmo e é um bom dia para telefonares à ******. Convida-a para jantar, que as definições dela estão em sintonia com as tuas". Mas nada, a única coisa que sucede é um Windows XP com um fundo cansado, cheio de ícones no ambiente de trabalho que eu já nem sei para que servem.

4.08.2008

até depois de morta...

Até depois de morta uma mulher anda a mandar mensagens ao marido. Chiça, coitado. Imagino o que ele sofria quando ela estava viva. A notícia, no Portugal Diário, não específica qual a operadora que presta o serviço à defunta nem quem paga a conta.

tens lume?


Se a chama olímpica passasse por Aveiro eu pegava num cigarro e perguntava ao triste que a transportasse: "Tens lume? Olha, se em Tiananmen passares por algum tanque, desvia-te".

conversa 661

Ela - Tu até estás dentro dos meus parâmetros.
Eu (risos) - Até?
Ela -Sim, és mais ou menos alto.
Eu - O teu ex, pelo menos o que eu conheci, não era assim muito alto.
Ela - Pois não. Cada vez que queria ir buscar qualquer coisa às prateleiras de cima era uma chatice. Lá vinha ele com uma cadeira da sala...

pessoas e objectos

1] A minha filha está feliz porque lhe comprei um guarda-chuva vermelho com bolinhas brancas.

2] Um homem sentado à minha frente, no comboio, cuspiu para os óculos e limpou-os com um lenço branco.

3] Um rapaz, também no comboio, que transportava uma garrafa de frisumo de laranja de litro e meio, intercalava os pequenos goles que dava com pequenas joelhadas na garrafa.

4] Uma mulher mexeu o café pelo menos sessenta e duas vezes à minha frente e depois lambeu a colher. Quando a pousou no pires teve o cuidado de a limpar com um guardanapo.

5] Uma miúda aí duns cinco ou seis anos de idade, pegou na minha esferográfica que estava em cima da mesa do mesmo café. Agarrou-a com as duas mãos e ficou a olhar para mim. Dei-lha.

6] Um pedinte, que aproveitava a entrada dum prédio para se abrigar da chuva, pegou nas moedas que estavam na bóina, arrumou-as num saco de plástico do Pingo Doce e deu-lhe uns dois ou três nós.

7] A senhora do restaurante onde almocei limpa as mãos ao avental antes de mexer em dinheiro.

conversa 660

Ela - Porque é que não pões o carro na garagem? Está a chover tanto...
Eu - Porque assim fica lavadinho. Está tão sujo...
Ela - Também costumas vir tomar banho para a rua quando está a chover?
Eu - Sim, claro.
Ela - E ficas nu à frente de toda a gente?
Eu - Não, aproveito e lavo também a roupa.
Ela - Estás cada vez mais parvo, sabias?
Eu - Acho que é a única coisa que temos em comum.

aquilo ali é gente de muito alimento

A Cicciolina, segundo a edição em papel do Público de ontem, decidiu reclamar num tribunal de Nova Iorque, ao seu ex-marido, a pensão de alimentos para o filho que ele nunca pagou. Já lá vão quinze anos que se separaram e, tendo em conta que a pensão é de quinze mil euros por mês, o homem já lhe deve qualquer coisa como um milhão e meio de euros. Agora... quinze mil euros por mês para uma pensão de alimentos?!?!?!?! Ena... aquilo ali é gente de muito alimento.

4.07.2008

o amor que fez de Mugabe um monstro

Parece que o ódio de Robert Mugabe (actual presidente do Zimbabue) pelos ingleses, se deve a uma história de amor. Em 1970, quando estava preso na Rodésia (actual Zimbabue), a sua mulher sofreu uma tentativa de expulsão da Inglaterra, onde estava exilada, devido ao fim da validade do seu visto. Mesmo preso, Mugabe fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar essa expulsão: contactou três vezes elementos do governo britânico e nunca obteve resposta. Ela morreu em 1992.
A notícia do The Independent fala ainda duma relação muito forte entre ambos, atípica tendo em conta os hábitos africanos, já que ela tinha um papel intelectual e político activo, e também do filho que perderam em 1966.
É-me difícil, tendo em conta o Mugabe dos dias de hoje, imaginá-lo envolvido num amor tão intenso. Não percebo como é que alguém que já sentiu este amor por alguém é capaz de ser o responsável por tanta tortura e perseguição política, mas acredito que seja possível. Se calhar o amor é a 'matéria' que mais facilmente se transforma em ódio, quando desaparece dum momento para o outro e nos deixa juntar, ao sentimento de injustiça, o de impotência para ajudar. Agora é ele que é injusto, agora é ele que é potente. Até um dia destes...

conversa 659

Ela - Achas a XXXXXX bonita?
Eu - Acho.
Ela - E a YYYYYY?
Eu - A YYYYYY é bonita mas não faz nada o meu estilo.
Ela - Isso quer dizer a XXXXXX faz.
Eu - Não foi isso que eu disse.
Ela - Foi isso que eu entendi.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (64)



nome: Isidora Campos
origem: Angola
info: Nasceu em Angola e tem, até agora, três discos publicados. O últimos 'reflexos' tem este tema (na kwei) com a participação do Kaysha, e cujo vídeo podem ver a seguir. É mesmo bonita. Mesmo muito. Mesmo, mesmo, mesmo muito. Digo eu, claro, assim como não quer a coisa.

o que é que se procura num parceiro?

A procura de parceiros através de sites de dating na internet cresce como cogumelos. Neles há o valor acrescentado de ser mais fácil ultrapassar alguma timidez inicial na apresentação, e essa apresentação transforma-se rapidamente numa (mais uma) página dum catálogo. Uma fotografia, um resumo daquilo que se pensa ser a nossa personalidade, um resumo daquilo que se pensa procurar e pouco mais. Procura-se um parceiro da mesma forma que se compra um automóvel ou se escolhe uma cama para o quarto. Página por página.
Página por página vou vendo fotografias de mulheres. Paro numa cujo sorriso me parece leve e genuíno. Leio que é do Porto, tem trinta e quatro anos e um metro e sessenta e sete, adora ir ao cinema, ler e contacto com a natureza. É divorciada e tem dois filhos. Diz que espera recuperar os anos perdidos e procura um homem dos trinta aos quarenta e cinco. Dou um gole no uísque e torno a olhar para ela. O que é eu sei sobre ela que não sabia antes de ler o que li? Nada.
Não sei como é tomar café com ela, chorar com ela, rir com ela. Não sei como ela reage ao frio ou ao calor. Não sei como é que conta segredos nem como se desprende depois dum acto de amor. Não sei sequer como é o seu silêncio. Não sei.
O que é que se procura num parceiro? Uma fotografia e uma auto-descrição? Não, acho que não...

4.06.2008

conversa 658

(por sms)

Ela - Gosto mesmo muito de ti. Beijos.
Eu - :)
Ela - Desculpa, estava aqui a apagar mensagens e mandei-te uma sem querer.

4.05.2008

cinco coisas que nos fazem pensar que a nossa vida sexual bateu no fundo

1] São cinco da manhã dum sábado qualquer e estamos a jogar um joguinho de aviões no computador.

2] São cinco da manhã dum sábado qualquer e temos quatro garrafas de cerveja vazias em cima da banca da cozinha.

3] São cinco da manhã dum sábado qualquer e recebemos um sms duma das nossas melhores amigas a dizer que gosta muito de nós e, passado cinco minutos, outro a dizer que foi engano.

4] São cinco da manhã dum sábado qualquer e já ouvimos três vezes o disco da Mayra Andrade.

5] São cinco da manhã dum sábado qualquer e estamos a actualizar o nosso blogue.

4.04.2008

como poderei tocar-te com os dedos num clube nocturno?

O ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros, Ilkka Kanerva, demitiu-se depois de a imprensa ter publicado o texto de cerca de 200 mensagens de telemóvel que enviou a Tukiainen, uma bailarina erótica.
Uma das mensagens era "
como poderei tocar-te com os dedos num clube nocturno?". Por aqui se vê bem a diferença entre os povos. Esta mensagem revela um respeito enorme pela fonte de desejo. É que nem uma asneira para amostra tem. Não utiliza o termo 'apalpão' mas sim 'tocar-te com os dedos'; não utiliza o termo 'casa de putas' mas sim 'clube nocturno'; não diz 'anda cá oh vaca' mas sim 'como poderei'. Imaginem se fosse, por exemplo, o Mota amaral ou o Emídio Guerreiro, ambos do PSD. Basta ver por este vídeo do Gato Fedorento: "oh Tukiainen, vai pondo manteiga vai..."



[notícia no jn]

conversa 657

(eu a sair da casa de banho do clandestino bar)

Ela - Assustaste-me.
Eu - Porquê?
Ela - Pensei que me ias atacar.
Eu - Porquê?
Ela - Abriste a porta tão bruscamente.
Eu - Desculpa.
Ela - Não. Até gostei.

couscous no Porto

Amanhã, sábado, dia 5 de Abril, o Couscous Prosjekt vai estar no bar da Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, no âmbito do Black & White film festival. Ao fim da tarde, entre as 18:30 e as 19:30, há uma entrevista na rádio da Universidade.

conversa 656

Ele - Posso dizer-te o que eu acho sem rodeios?
Eu - Podes.
Ele - Já reparaste bem que, sempre que começas uma relação com uma mulher, acontece logo qualquer coisa e acaba tudo?
Eu - Isso era o que eu estava a dizer...
Ele - Pois, e já pensaste que a culpa pode ser tua?
Eu - Não.
Ele - Mas pensa, porque é. Eu já te vi a acabar abruptamente coisas que podiam ter dado.
Eu - Falas como se soubesses mais do que eu sobre mim.
Ele - Hoje estás na merda por causa duma gaja qualquer, não estás?
Eu - Mais ou menos.
Ele - Conheço-te melhor do que tu.

4.03.2008

se eu fosse...

[desafio]
Se eu fosse um mês seria... o décimo terceiro, pelo menos queria.
Se eu fosse um dia da semana seria... segunda-feira, só para chatear.
Se eu fosse um número seria...o zer0 que ama o doi2.
Se eu fosse uma flor seria...uma de papel a enganar abelhas.
Se eu fosse uma direcção seria... uma saída de emergência duma discoteca cheia de miúdas giras.
Se eu fosse um móvel seria... uma banheira.
Se eu fosse um liquido seria... esperma dum boi louco por uma vaca louca.
Se eu fosse um pecado seria... um minete
Se eu fosse uma pedra seria... uma que tinha acertado mortalmente na cabeça do José Sócrates.
Se eu fosse um metal seria... um disco dos Iron Maiden
Se eu fosse uma árvore seria... um chorão
Se eu fosse uma fruta seria... a banana do disco dos Velvet Underground, do Andy, mas podre.
Se eu fosse um clima seria... doente do clima
Se eu fosse um instrumento musical seria... um reco reco.
Se eu fosse um elemento seria... elementar.
Se eu fosse uma cor seria... amarelo torrado.
Se eu fosse um animal seria... de extrema-direita
Se eu fosse um som seria... inaudível.
Se eu fosse uma canção seria... tira o bikini, do nel monteiro.
Se eu fosse um perfume seria... de batata
Se eu fosse um sentimento seria... caraças, pá.
Se eu fosse um livro seria... em branco.
Se eu fosse uma comida seria... a carla matadinho
Se eu fosse um cheiro seria... a carla matadinho
Se eu fosse um verbo seria... arretar
Se eu fosse um objecto seria... a carla matadinho
Se eu fosse uma peça de roupa seria... a fátima lopes
Se eu fosse uma parte do corpo seria... a Floribella
Se eu fosse uma expressão seria... "faz as rotundas por dentro, oh parolo!"
Se eu fosse um desenho animado seria... a carla matadinho
Se eu fosse um filme seria... Garganta Funda.
Se eu fosse uma forma seria... um pão de.
Se eu fosse uma estação seria... a Gare do Oriente.

conversa 655

Ela - E agora onde vamos?
Eu - Onde quiseres...
Ela - Atiras sempre as responsabilidades para cima de mim.
Eu - Vamos dar uma voltinha à Costa?
Ela - Isso não.
Eu - Vamos beber um fino aí numa esplanada?
Ela - Isso não.
Eu - Queres ir ao cinema?
Ela - Isso não.
Eu - Então escolhe tu.
Ela - Atiras sempre as responsabilidades para cima de mim.

conversa 654

Ela - Engordo sempre muito mais quando tenho namorado.
Eu - Porquê?
Ela - Gosto muito de cozinhar para outras pessoas. Só para mim não gosto tanto. Quando gosto muito de alguém então... sou capaz de cozinhar tudo e mais alguma coisa.
Eu - Cozinha cenas que não engordem tanto.
Ela - Não consigo.

não compreendo as mulheres portuguesas

Mais de metade das mulheres portuguesas estão em dieta permanente, apesar de quase 30 por cento delas terem o peso ideal. É o que diz um artigo publicado no Público. Nem sei que dizer... a não ser, talvez, que um bocadinho de chicha não fica mal a ninguém. Parem lá com isso.

4.02.2008

conversa 653

Ele - Primeiro ela disse-me que tinha medo eu a deixasse, depois eu disse-lhe que nunca a deixaria na vida porque gostava mesmo dela. No fim foi ela que me deixou.
Eu (risos)
Ele - Já te aconteceu?
Eu (risos)
Ele - Já te aconteceu ou não?
Eu - Já.

conversa 652

Ela - Olá, já te aviso que hoje estou extremamente sensível e com vontade de chorar.
Eu - Mas o que é que se passa?
Ela - O meu canário fugiu.
Eu (risos)
Ela - Estás a rir?
Eu - Desculpa, a sério. Saiu-me...
Ela - Não fales mais comigo hoje a não ser que seja extremamente essencial.
Eu - Desculpa. Estou-te a pedir desculpa.
Ela - Eu disse 'extremamente essencial'.

casamento por conveniência

Há casamentos por conveniência. Há mulheres que casam com homens porque eles são ricos. Há homens que casam com mulheres porque elas são ricas. Nos casamentos por conveniência há sempre estupidez porque, por dinheiro, alguém se humilha a si mesmo.
É por isso que o Partido Comunista Português se transformou num partido estúpido. Depois de enviuvar da União Soviética casou, por óbvia conveniência, com a China. A China é rica e o Partido Comunista Português, mesmo sem nunca a ter namorado, casou com ela no primeiro piscar de olhos. Agora quer-nos convencer, num artigo publicado no seu jornal oficial, que o Dalai Lama é uma espécie de terrorista que quer 'estragar os jogos olímpicos' na China.
A China, a par com os EUA, é o país que mais (des)regula a economia de mercado. É o país onde se prendem jornalistas que acreditam no princípio da liberdade de expressão, é o país onde se mata legalmente por motivos políticos, é o país onde se escraviza mão de obra adulta e infantil, é o país que mais crimes ambientais comete. O Partido Comunista Português é capaz de falar mal do imperialismo americano e da cadeia de fast food MacDonalds, mas não é capaz de dizer mal do país que faz todo aquele lixo de plástico, a que também se chama ironicamente de 'brinde', e que acompanha os seus happymeals.
Para se ser de esquerda não basta dizê-lo. É preciso parecê-lo. Há partidos estúpidos, não há?

tmn, mais longe do que é importante

Estive sem internet dois dias. Tudo por causa duma factura cujo pagamento, feito numa estação dos ctt, não entrou no sistema da tmn, empresa da qual sou cliente. Depois de mais de dez telefonemas para aquela empresa e de ter batido com a cabeça na parede da cozinha até fazer sangue, está resolvido. Resolvido... é como quem diz. Agora ainda tenho que ir a uma loja qualquer mostrar o comprovativo do pagamento senão cortam-me outra vez o serviço. É desesperante.
Mais desesperante foi que, durante estes dois dias, só apanhei incompetentes do outro lado da linha. Um chegou-me a desligar o telefone e tudo. Expliquei a mesma situação várias vezes até que, há cerca de meia hora atrás, consegui finalmente falar com um funcionário da tmn com um q.i. superior ao duma galinha morta.