1.31.2007

pelo não 2



vi este cartaz na montra da padaria e roubei-o. também gosto.

conversa 80

Ela – Precisava que viesses a minha casa. O meu DVD não dá imagem…
Eu – Não dá imagem? Não dá sinal nenhum ou consegues ver o fundo do dvd e os discos é que falham?
Ela – Discos? Estou a falar do dvd… já não tenho gira-discos…
Eu – DVD quer dizer digital video disc. As rodelinhas de plástico com filmes também são discos…
Ela – Sabes cada coisa…
Eu – Olha XXXXX, isso não é saber muito. A sério que não… são só os filmes que não consegues ver?
Ela- Não consigo ver nada. Nem filmes, nem documentários, nem nada. Não dá imagem.
Eu – Olha, hoje à noite não posso ir aí. Amanhã dou-te um toque, ok?
Ela – É que aluguei um filme que tenho que devolver amanhã…
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (42)


nome: Adriana Calcanhoto
origem: Brasil
info: não é preciso info. Todos a conhecem. Entre por essa porta agora… e diga que me adora… você tem meia hora… pra mudar a minha vida…

Crónicas da cidade que sopra | Apneias e interrupções voluntárias

Amanhã, por ser quinta-feira, é dia da trigésima sétima crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro.

Uma apneia. Na sala de espera dum consultório médico, uma mulher vira lentamente as páginas duma revista envelhecida. Não as lê, vai vendo sem volição fotografias de pessoas que posam dissimuladas pelo que vestem. Repara que em todas as fotografias se sorri, ao contrário do que sente passar-se no apertado compartimento onde se encontra. Os seus olhos voam como uma borboleta pela sala, pululando em brandura de face em face. Não há sorrisos ali, e depois fixa-se numa mulher debruçada sobre as próprias pernas. Não lhe consegue ver a cara, mas é certo que ali também não se encontram esgares de alegria. Fixa-a, sustendo temporariamente a respiração, sustendo temporariamente o pensamento, sustendo temporariamente entre dois dedos uma página na vertical.

1.30.2007

índice ivariano passeia-se à chuva



O índice ivariano passeia-se à chuva, mesmo sem chover, e canta o singing in the rain enquanto se lança para um poste da EDP e rodopia sobre ele algumas vezes. Sobe 10 valores, do 9 para o 19. I'm singing in the rain... Just singing in the rain... What a glorious feeling... I'm happy again...

pelo não


Vocês desculpem lá mas eu vou mesmo votar NÃO. Se o NÃO vencer, daqui a uns dez anos é inevitável que haja outro referendo, e eu adoro referendos sobre a IVG. Aparecem pérolas como este cartaz um pouco por todo o lado e eu, só a imaginar a brainstorming dos gajos que fizeram isto, ando a rir o dia todo. Todo mesmo.
Se o SIM ganhar, como todos vão perceber que, para além duma mulher ou outra deixar de ir a tribunal de vez em quando, o mundo continua igual, nunca mais se fazem referendos nem campanhas como esta. Eu voto NÃO.
É claro que eu não quero os meus impostos a financiar hospitais (leia-se clínicas de aborto). Prefiro os meus impostos a financiar o Estádio Municipal de Leiria, o aeroporto da OTA ou o TGV. Aliás, é só por causa destes três grandes projectos nacionais que eu não fujo aos impostos.

assobio

lai lai lai (assobio). lai lai lai... (desvio-me dum poste da EDP) lai lai lai...

incêndio 2

Ontem fui ver o filme do Al Gore sobre o aquecimento global. O meu objecto cardíaco tentou arrefecer mas não conseguiu. Não interessa porquê. Interessa que, com o enorme risco de parecer aquele gajo que canta nos Delfins, apeteceu-me aproximar-me dela e dizer-lhe isto:

Se fores só uma cidade à espera, daquelas que se banham receosas num mar revolto, levanta os olhos. Sou aquele barco, à deriva e a meter água, que insiste em não fugir para águas calmas.

Não me aproximei nem disse. Isto pode parecer estúpido mas não é.

incêndio

Ontem fui ver o filme do Al Gore sobre o aquecimento global. Depois fui beber um copo com a YYYY e a XXXXX. Cheguei a casa às duas da manhã e o apartamento dos meus vizinhos de cima estava a arder. Sim, estava mesmo a arder, e os bombeiros a tirarem éne cenas queimadas cá para fora. O meu apartamento, para além dum cheiro a queimado que tão cedo não sai, não sofreu nadinha. A partir de agora, sempre que convidar alguém para jantar, tenho que fazer um assado para disfarçar.

1.29.2007

pensamentos catatónicos (53)

não tem nada a ver. eu até curto um bocadinho trabalhar (só um bocadinho, nada de mal entendidos), mas se eu percebesse o que estou a fazer era muito melhor. phónix! alguém aqui é especialista em PHP?

[update]
oh, já não preciso de especialistas em PHP. Já descobri a cena. Logo já posso ir ao cinema... cool!

suspiro

A menina bonita que dança bem quando eu ponho música, e que me faz suspirar quando passa a menos de três metros e vinte e oito centímetros de distância de moi-même, e que sei lá o quê mais, mas por exemplo, se me prometesse tomar um café comigo no Bronze (praia da Barra) caso eu me atirasse do último andar do edifício da Segurança Social de Aveiro, eu atirava, apareceu-me naquela coisa-de-que-todos-dizem-mal e ninguém-sabe-muito-bem-para-que-serve-mas-todos-têm chamada HI5. Pronto, suspirei mais uma vez…
Claro que só me atirava do edifício da Segurança Social depois do café. Pensam que eu sou parvo ou quê?

desejos

Se agora me aparecesse à frente o génio da lâmpada e me dissesse: - "Oh Grande Mestre, por me teres tirado ali daquela merdinha escura e apertada concedo-te três desejos. Mas, atenção, nenhum deles pode ser pedir ainda mais desejos, nem ver a Elsa Raposo nua porque já não aguento mais isso…". Eu dizia:

1 – Quero ter uma banda de rock’n’roll super conhecida, chamada “Noise Inside a Yellow Divorced Day”, em que a vocalista é uma miúda de Singapura muito gira, a guitarrista é uma mulher girafa de Laos, a baterista é uma afegã de burka, a baixista é uma americana vestida de wonderfull woman. Eu… eu toco ferrinhos…

2 – Quero que o Beira-Mar não desça de divisão mas, pronto, isso não sei se consegues nem com magia… por isso, se não conseguires, opto por um saco de 2 kg de caramelos de fruta.

3- Quero compreender as mulheres mas, pronto, isso não sei se consegues nem com magia… por isso, se não conseguires, opto por um saco de 2 kg de caramelos de fruta.

conversa 79

[por sms, agora mesmo, com um amigo]

Eu - não, não tenho coragem. eu nem a conheço. sempre gostei dela, mesmo quando andava com a YYYYYY, mas nunca lhe liguei nada...
Ele - deixa de ser otário. Manda-lhe email a dizer que não tens o contacto dela mas que mesmo não curtindo esta forma de aproximação, gostavas mto de tomar café com ela...que mal há nisso?
Eu - há o mal dela poder achar-me parvo... ou imbecil, ou idiota, ou puto… e o meu objecto cardíaco não está preparado para mais desgostos...

1.27.2007

open, close, play

Pega-se num cd da estante da sala e caminha-se, com ele balançando entre o polegar e o indicador da mão direita, até à cozinha. Open. A tampa da mini hi-fi abre tão devagar que parece que naquele momento cabia uma vida. Close. Play. Open, close, play: três passos que qualquer divorciado já deu. Open quando casou e acreditou que valia a pena, close quando se divorciou e acreditou que nada vale a pena, play quando começo a respirar a outra vez. Talvez valha a pena, pensa-se. Música vocal cigana do princípio do século já se espalhou pelos cantos da cozinha. Monocórdica, como uma tarde que se escreve involuntariamente só.
Open. Uma mulher é sempre open. Mesmo uma que se cruzou connosco num autocarro, e é tão bonita; levantou-se antecipadamente para sair depois dum túnel, e é tão bonita; foi batendo com o polegar no corrimão vertical em que tocou a campainha, e é tão bonita; olhou-nos de relance quando as portas abriram, e é tão bonita. Saiu: close. Era tão bonita.
Play, o bicho continua em movimento tortuoso serpenteando a cidade. Com mais fome. Engole pessoas pela porta da frente e vomita-as pela porta de trás, sem ligar merda nenhuma à minha vontade de ter ficado estacionado no momento em que os nossos olhos se cruzaram, e ela era tão bonita. Os autocarros não estacionam, o tempo não estaciona, as relações também não. Vivemos e temos que decidir tudo em andamento. Open, close, play. Open, close, play...
Se eu lhe pudesse dizer alguma coisa era open. Agradecia-lhe a existência e ter-se cruzado comigo neste mundo tão povoado, e de me ter povoado a mim. Tanto, ainda que pouco. Que eu sou um cais, pois, onde a fugacidade se atraca com a força dum navio petroleiro. Pois sou: um cais deserto onde à noite vou fumando as nuvens que poluem o horizonte, desenhando-a hirta, batendo com o polegar ao ritmo duma música qualquer. Uma música qualquer? Não, talvez uma música cigana, vocal e monocórdica, que se espalha em momentos involuntariamente sós. Open, Close, Play.

1.26.2007

uicande

Estou-me a preparar para um fim-de-semana calmo. Preciso mais de calma do que outra qualquer. Quer dizer, também precisava enriquecer rapidamente e que uma loira de olhos verdes chegasse ao pé de mim e dissesse: - “Hoje apetecia-me sexo com um bom jogador de michu”, e eu respondia: - “melhor do que eu há só há um, mas já está comprometido”. Depois ela gemia e levava-me para uma casa junto à praia, sábado e domingo, onde também me fazia banana split para pequeno-almoço. Como não acredito que tiro o euromilhões, nem na história da loira que gosta de jogadores de michu, vou mesmo, e isto é só para vos fazer inveja, a uma reunião de condomínio. Queriam, não queriam? Não vos convido. Bem feita.
Para os que vão dar saltinhos em pistas de dança, beber cerveja e cubas livres, deixo aqui este mp3 do ali mullah para introdução. Ali mula ali, mula ali, ali, aaaaaaaaiiili ailiiiiiiiiii… Ah! alguma das minhas leitoras é psiquiatra? Só para saber…

conversa 78

[por sms]
Ela - se valer a pena esperar por ti eu espero
Eu – não deve valer a pena. Não tem nada a ver contigo. Fica bem
Ela – é triste. Fica tu bem.
Eu – não é triste nem feliz. É o que é. Jitos
Ela – vais ficar pra tio, lol.
Eu – já sou tio e pai há uns anos…
Ela – mas estás sozinho. Anda beber um chá a casa desta tua amiga.
Eu – hoje já não saio. Vá, depois falamos. Jinhos

[mais ou menos meia hora depois]
Ela – Estás sozinho em casa?
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

sumo [aviso que este post é mauzinho]



Os lutadores de sumo (aquela luta idiota de origem japonesa) chegam a pesar 500 kg. Sim, é verdade, começam na engorda logo desde pequeninos. Lembro-me, por exemplo, de ver na televisão um documentário sobre um lutador que tinha variações de peso médias de 15 kg (quando ia à casa de banho, note-se). Foi nesse documentário também que percebi que, para além duma data de dinheiro, o campeão anual de sumo tem direito ainda a uma mulher (sim, isso mesmo!). Essa mulher é preparada durante éne tempo para o gajo, e escolhida a dedo entre muitas candidatas. É também sempre muito bonita e magra.
Para além de não conseguir perceber como é que depois eles se dão na cama, também não percebo como é que há muitas candidatas para prémio dum lutador de sumo (rikishi). Não compreendo mesmo as mulheres, foda-se (só em pensamento). No Japão não há lutadoras de sumo, mas já há noutros países. Eu garanto-vos que nunca serei prémio para uma lutadora dessas, nem que morra divorciado. Opá... dá-me medo, não sei porquê.

[link] as mulheres no sumo

1.25.2007

mulheres que eu gostava de poder não compreender (41)


Nome: Yuki Chikudate
Origem: Japão/EUA
Info: A Yuki é a vocalista e teclista dos Asobi Seksu, banda de Nova Iorque. No entanto ela é de origem japonesa. Tem uma voz fantástica, que podem ouvir no site oficial, e… e… e… epá, sei lá.

o que hei-de vestir?

Agora já podem vestir e despir o divorciado. Só têm que ter instalado o macromedia flash player. Se não tiverem, paciência… ah! basta arrastar as roupas...





buracos

Tenho buracos em algumas meias, sempre na zona do dedo grande do pé. Mesmo assim uso-as mais uma vez. Por preguiça não as troco por outro par qualquer. Estão escondidas dentro dos sapatos e ninguém as vê.
Não sei porquê, às vezes acho que somos todos um bocadinho assim nas relações amorosas, pelo menos de vez em quando. Andamos dum lado para o outro dentro duma espécie de sapato que nos tapa, mas estamos rotos num sítio qualquer...
Quando fazemos amor com alguém e nos descalçamos, as meias ficam à vista. Os buracos também...

pensamentos catatónicos (52)

06:05 | Chego a casa de novo cerca da seis da manhã. Já passa até... a maior dúvida que assalta a minha cabeça é se devo beber um uísque ou um chá. Ponho um chá a fazer e sento-me no sofá da sala sem acender a luz.

06:10 | Lembro-me da minha ex-companheira. Lembro-me muitas vezes dela, até. Queria saber que ela está bem mas não são horas de telefonar a ninguém. Este fim de semana vou passá-lo com a minha filha. Estou ansioso, ando sempre com um buraquinho na alma quando passo uns dias sem a ver.

06:15 | É esquisito ter relações de curto prazo. Chamo curto prazo a dois ou três dias. Acho que a maior parte dos homens casados sonha com isso, mas não é bom. Preferia mesmo encontrar alguém com quem conseguisse ter uma relação séria, se bem que não acredito realmente que isso venha a acontecer tão cedo. É muito difícil. Depois de nos divorciarmos é como se ficássemos atentos a tudo o que pode correr mal, e depois não acreditamos.

06:20 | O chá está feito. Vou à cozinha e faço um copo de uísque. Já não me apetece chá.

06:25 | Bebo o uísque em pequenos goles. Exagerei na quantidade. Às vezes, muitas, tenho pensamentos absurdos. Agora por exemplo, apetecia-me ser um urso Panda, só para ser uma espécie protegida. Os divorciados não são uma espécie protegida. Se bem que os solteiros também não, os viúvos também não, os casados também não. A nossa espécie é estúpida, não se protege a ela mesma mas protege a merda dos ursos Panda.

06:30 | A internet é esquisita. Mesmo esquisita. Os divorciados que passaram mais ou menos pela mesma fase que eu estou a passar, há cerca de uma década ou mais, não podiam ter os pensamentos que estou a ter. Penso em pessoas que nunca vi na vida mas que parece que conheço, porque vêm aqui quase todos os dias e me dizem qualquer coisa...

06:35 | Já bebi o uísque todo. Ainda bem que não bebi mais nada esta noite. Amanhã vou ter um dia longo. Amanhã, quer dizer, daqui a bocado. Se calhar estou emocionalmente frígido e nunca mais vou gostar a sério de nenhuma mulher.

06:40 | Verifico se tenho café para quando acordar. Tenho, fixe. Preparo já a máquina para amanhã só ter que carregar no botão ON. Vou escrever só isto no não compreendo. Afinal até penso em pessoas que vão lá quase todos os dias, mesmo sem saber quem são. Depois vou dormir um bocado.

1.24.2007

jantar de divorciado

uma sopa de massa, grão de bico e feijão verde
meio frango de churrasco com batatas fritas de pacote
uma super Bock (pela garrafa para depois não ter que lavar o copo)
uma laranja
uma banana
uma taça de gelado de noz regado com uísque (sem direito a foto)

orçamento: sopa (+ ou - 0,50€), prato principal (+ ou - 1,75€), super Bock (0,60€), laranja (0,25€), banana (0,30€), taça de gelado (+ ou - 0,35€). total: 3,75€





amanhã, a crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro, é sobre pessoas que jantam sós. Fica um excerto:

A empregada aproveitou um intervalo, na chegada de clientes, para se encostar num escaninho do café e jantar à pressa qualquer coisa. Qualquer coisa é um galão e uma tosta mista. Ele, um homem qualquer, com um nome qualquer, com uma vida qualquer mas não com uma idade qualquer, não tira os olhos de cima dela. Que desde que ficou viúvo, diz ele depois silenciando-a a ela os seus movimentos alimentares, o que mais lhe custa é almoçar e jantar sozinho. Ela pára mesmo de comer, e responde-lhe fixando os olhos que agora se liquefazem ternamente. É só quando jantamos com o silêncio na cadeira do lado que reparamos como estamos sós, termina o homem.

geovisitors

Epá, curto mesmo o geovisitor. Cria um mapa com zoom e tudo, baseado nos lugares de origem dos nossos leitores. O não compreendo é lido essencialmente em Lisboa, Porto e Aveiro. Depois também no Brasil. Mas nas últimas 24 horas já tive visitas da Covilhã, Viseu, Coimbra, Leiria, Vila Nova de Famalicão, Loulé e as grandes e fantásticas cidades de Espinho e da Feira (;)). Aqui.

notas de 1 a 5 a quatro mulheres que se cruzaram hoje com o divorciado

1)A empregada da estação da CP em Aveiro [2]
Sou sempre super simpático para ela, em retaliação ao seu silêncio. Digo sempre Bom dia, Porto ida e volta por favor e muito obrigado. Ela, para além de não falar, consegue dar-me o bilhete e fazer o troco a olhar sempre para o chão. As máquinas de venda automática são mais simpáticas...

2)A brasileirinha que trabalha comigo [5]
É incrível. Deve ser a pessoa mais bem disposta do mundo. Hoje está feliz porque descobriu que um tipo qualquer da terra dela entra no Big Brother 7 lá no Brasil. Tem um sentido de humor apurado e apresentou-me à irmã como sendo da sua turma.

3)A empregada que me serviu o primeiro café hoje de manhã [1]

Disse-lhe que queria um café muito educadamente. Quando ela ia pôr o pacote de açúcar na chávena disse-lhe que não era preciso, que eu tomo sem açúcar. Bufou e disse baixinho qualquer coisa como: quero lá saber se tomas sem açúcar...

4) A estudante que foi ao meu lado no comboio até Ovar (3)
Conseguiu fazer um telefonema de meia hora, desde a estação de Aveiro até à de Ovar, sempre a falar altíssimo. Obrigado, a viagem foi interessante. Não precisava ter ficado a saber que o tio dela só pensa em dinheiro e não é de confiança, mas tá-se...

conversa 77

Ela - Escolhe um sítio no mundo inteiro onde gostavas de passar férias comigo...
Eu - Na tua casa...
Ela - Não. Qualquer sítio menos esse...

índice ivariano agitado

E agora vocês perguntavam: - "Oh divorciado, é bom chegar às seis da manhã a casa, vindo da casa da YYYYYYYY, e comer tiramisú com uísque novo antes de ir para a cama?"
E aí eu respondia: - "Sim, até é fixe. Mesmo que esteja todo roto depois de duas noites quase sem dormir."

O índice ivariano recupera... vá lá, quatro valores e sobe para 9. Vou dormir.

1.23.2007

pensamentos catatónicos (51)

O período máximo de solidão sexual, em que se consegue manter a total estabilidade emocional e intelectual, é de cerca de três semanas. Depois, como diz um grande amigo meu, começa-se a bater mal.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (40)


Nome: Khandi Alexander
Origem: EUA
Info: Nasceu em 1957 mas, diga-se de passagem, parece que tem a minha idade, mais coisa menos coisa. É actora no CSI: Miami onde representa Alexx Woods., e agora alguém que me explique como é que um divorciado com 35 anos não fica assim, sei lá… tolinho, por uma mulher com mais 14 aninhos…
Ah! Para os que já estão todos contentes a pensar que eu escrevi actora porque não sei que é actriz, desenganem-se. Apeteceu-me fazer-vos sorrir um bocadinho. Só isso…

conversa 76

Ela – Tenho saudades de estar contigo.
Eu – Hoje à noite não trabalho… queres jantar comigo?
Ela – Não… isso não é assim…
Eu – Então é como?
Ela – É doutra maneira…
Eu – Pronto, prometo que este Verão faço um workshop para conseguir compreender mulheres que têm saudades nossas mas acham que não é assim.
Ela – Estás a ver? Nunca sei quando é que estás a brincar e quando estás a falar a sério…
Eu – Não te preocupes. Isso nem eu sei.
Ela – Então é melhor primeiro começares por saber.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

índice ivariano no cinco

O índice ivariano desce mais dois valores, fixando-se agora no 5. Não que alguma coisa esteja a correr mal, mas há aqui uma espécie de sentimento de barco à deriva.

cansaço...

Saí do Clandestino bar, onde pus música, às 03:30 da manhã. Deitei-me às 05:00 e levantei-me às 07:00, para estar no Porto às 08:00. Entretanto já voltei a Aveiro onde almocei à pressa, e já estou em Espinho a trabalhar. Ao princípio da noite volto para Aveiro. Cansado, muito cansado…
Coisas boas para um divorciado: a noite no Clandestino foi, como habitualmente às segundas, calminha. Lá para as 23:00 a KKKKKKKKK chegou e sentou-se ao meu lado. Ficou lá toda a noite e soube bem. A XXXXX e a TTTT também lá estiveram, entre a 00:00 e a 01:30. Duas mulheres bonitas que eu não conheço cumprimentaram-me enquanto subiam a escada.
No Porto, hoje de manhã, a WWWWW ofereceu-me um chá todo especial, e disse-me que era para as dores de barriga que de certeza que tenho. Obrigado, disse eu. Depois demos um abraço.

1.22.2007

sou melhor que o Jardel

Não me apetece fazer agora o upload do vídeo para o youtube. No entanto, informo a direcção do Beira-Mar que, para colmatar a saída do Jardel, podem falar comigo. A minha filha, que é sócia e tudo, concorda comigo e fez um filme de demonstração que pus no HI5.

dj Bagaço Amarelo

Hoje, a partir das 22:22, o dj Bagaço Amarelo põe música no Clandestino bar em Aveiro. Põe, põe. A sério que põe... Entre outros, e se eu não mudar de ideias, desfilarão no espaço nomes como Susana Baca, Mayra Andrade, Lila Downs, Gjallarhorn, Faltriqueira e Mariza, assim como música tribal africana e asiática, bandas sonoras de funerais um pouco por todo o mundo, TUVA e também música tradicional de vários países europeus.

Al Cabaz

Fui jantar hoje a casa duns amigos que, digamos, são um tudo nada fundamentalistas na qualidade do que comem. Eu admito que sou mais despreocupado e, tirando o facto de nunca comer no Mac Donalds e nunca beber coca-cola (mais até por questões políticas), como normalmente de tudo. De toda a forma fiquei adepto dos produtos biológicos. Comi até bastante, para o que costumo, e nem senti que fiz a digestão. Para além dos hambúrgueres vegetarianos com arroz não sei quantos e uma salada de várias coisas que nem sei muito bem o nome, estarem muito bem feitos.
Durante o jantar a minha amiga YYYYYY disse-me que tem uma amiga muito bonita da minha idade, divorciada e que vive no Algarve. "Muito bonita, da minha idade, divorciada e que vive no Algarve ?", perguntei eu, Ei! tens que me apresentar.
São uns amigos que, na zona de Aveiro, têm uma pequena empresa que faz distribuição de cabazes só de produtos biológicos. Dêem um salto ao site deles. É o Al Cabaz.

1.21.2007

pensamentos catatónicos (50)

O meu objecto cardíaco precisa duma verificação de consistência. Posso evitar essa verificação de consistência, clicando em qualquer tecla do meu objecto racional, mas é aconselhável que continue.

XXXXX e ZZZZZ

São seis e tal da manhã. Fui jantar a casa da XXXXX, depois fomos ao Clandestino e depois ao 8 club. Estivemos abraçados quase todo o fim da noite. A meio, ao balcão, encontrei a ZZZZZ, que me disse que eu nunca lhe telefonava e tal e coiso. Ouvi-a e voltei para a XXXXX. No fim da noite, há bocadinho, levei a XXXXX a casa. Deu-me um abraço e disse-me para dormir bem. Só isso. Foda-se!
Sei lá. Se calhar telefono mesmo à ZZZZZ durante a semana... é tão bonita. A única diferença entre a XXXXX e a ZZZZZ é que me sinto apaixonado pela XXXXX. Pela ZZZZZ é mais uma atracção sexual.

1.20.2007

funk da system



Aqui o divorciado formou, com a filhita, uma nova banda de hip hop: FUNK DA SYSTEM

conversa 75

Ela - Onde é que vamos agora?
Eu - Epá, não me apetece discotecas. Queres vir lá a casa ver um filmezito?
Ela - Tu tem calma, pá. Já te conheço...
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

lui et elle



Mais coisas cá de casa que gosto. Estas canecas foram-me oferecidas por familiares amigos (sim, porque há familiares não amigos). Na altura ainda estava casado e eu achei que tinha tudo a ver. Agora que estou separado também acho que tem tudo a ver. Às vezes (quase todas as semanas), depois duma noite de copos, acabamos aqui em casa a beber um chá e a comer bolachas ou pipocas. Na semana passada a xxxxx achou-lhes piada. Por outro lado, a yyyyyyyy deu-lhes uma conotação sexual que eu, sinceramente, nunca tinha dado. Pronto, são só canecas apesar de tudo.

pelotão de fuzilamento da Floribella

Aderi, no HI5, ao pelotão de fuzilamento da Floribella. Gostei do nome.

1.19.2007

quatro coisas

1] O Beira-Mar preocupa-me. Está enterrado em dívidas, tem um protocolo com uma empresa espanhola suspeita, está em último lugar na Superliga, e a direcção bateu o recorde de merda feita no mínimo espaço de tempo possível. Hoje vou participar no Movimento 1922.

2] Ando com pouco tempo para os meus projectos literários. Isso angustia-me. A ver se, a partir da próxima semana não falho mais as crónicas no Diário de Aveiro, e se consigo continuar os meus projectos pessoais. Pelo menos descobri que a minha avenida de merda está no livroraro.com. É de merda, mas também é raro.

3] Tenho que começar a tirar segundas à noite para ir ao Arrábida Shopping ver cinema. Menos aquelas em que ponho música no melhor bar de Aveiro, claro.

4] Não gosto da cidade do Porto, admito, mas estou cheio de saudades daquilo. Pelo menos de comer uma francesinha daquelas que nos fazem suar, com três ou quatro cervejas de pressão, e depois ir fazer a digestão para o Labirinto. Pronto, se calhar gosto um bocadinho. O problema daquilo é só um ambiente terceiromundista característico...

conversa 74

Eu – Vou tentar dizer-te isto com calma: deixa de me telefonar, por favor!
Ela – (silêncio)
Eu – Percebes que não é normal telefonares-me todas as noites às três, às quatro e às cinco e tal da manhã?
Ela – (silêncio)
Eu – Se calhar daqui a algum tempo ainda nos vamos rir disto, mas agora não estou com vontade nenhuma de rir... ok? vá... dá um tempo.
Ela – Tu disseste para eu te telefonar a qualquer hora...
Eu - Eu disse-te que me podias telefonar a qualquer hora naquela noite porque te vi um bocadinho down, não te disse para me telefonares a insultar todas as noites...
Ela – O.K.
Eu – Se eu vir o teu nome no telemóvel não vou atender, ok?
Ela – Ok, desculpa.
Eu – Pronto, desculpa também... fica bem.
Ela – Tu também.
Eu (só em pensamento) – Foda-se! Acabou.

Singapura

Onde vais singapuriana bonita? Volta atrás, vem escutar a canção...
Já alguma vez vos disse que adoro Singapura? nunca lá fui mas sempre me senti singapuriano de gema. Phónix! que mulher bonita! Não é só bonita, é assim... sei lá, pá. estou que nem posso.

1.18.2007

racismo...

Mais um comentário anónimo recusado:
...só pensas em pretas. O país está no estado em que está por causa de brancos merdas como tu, ó palhaço!...

Sobre isto só queria dizer uma coisa: antes de ter alguma espécie de raiva aos racistas, tenho pena deles.
Não acredito que exista uma pessoa racista por princípio, ou que o racismo seja capaz de se valorizar por si só. Isto é, o racismo é tendencialmente uma consequência e não uma causa. E é uma consequência da miséria intelectual, da frustração social e da ignorância.

Ao senhor que me deixou este comentário, e que também me ameaçou fisicamente (já percebi que tipo de pessoas fazem este tipo de ameaças), informo que no próximo dia 22, a partir das 22:00, vou estar a pôr música no Clandestino bar, em Aveiro. Tenho todo o gosto em recebê-lo lá, desde que me avise primeiro ao que vem.

crianças

Às vezes dá-me para pensar que em Portugal se tem muito pouco cuidado com as crianças. Em todos os aspectos, pá. A merda dos cães (a merda mesmo) invade a relva dos jardins públicos onde era suposto crianças brincarem; o trânsito automóvel manda constantes tangentes a crianças em ruas cujo passeio não existe, ou se existe tem meio metro de largura; as escolas públicas parecem mais armazéns de crianças do que sítios onde é suposto elas crescerem, etc, etc, etc. A partir do dia em que se tem um filho começa-se a ver tudo duma forma diferente, para pior, e até se pensa que não devia haver engenheiros, polícias, professores, empregados de café ou seja lá o que for, a exercer funções sem ainda terem sido pais. Passe algum exagero, claro.

Mas isto, que acompanhei no Portugal Diário, é demais. Um homem foi preso por crime de sequestro da sua própria filha. Sim, porque isto de uma ligação biológica ser mais importante que uma afectiva é tanga. É tanga mesmo, não me fodam. O casal está com a criança desde os três meses de idade, que lhes foi entregue pela própria mãe biológica. O pai biológico nunca conheceu a filha. Epá... o que é que o gajo andou a fazer, então? A miúda tem quatro anos e ele requereu o poder paternal há dois. Esqueceu-se da filha durante um ano e nove meses...

Sei lá, às vezes dá-me para pensar que em Portugal se tem muito pouco cuidado com as crianças...

mais coisas cá de casa...


Este é o sapo que guarda o sabão para eu tomar banho todas (cof! cof!) as manhãs. Pronto, quase todas as manhãs. Bem, pelo menos uma vez por semana. Uma vez por mês é que garanto que é verdade... por falar nisso, já não me lembro da última vez que comprei um sabonete.



Este é o espelho onde faço a barba todas as manhãs (cof! cof!). Bem a barba até faço quase todos os dias, assim o after-shave disfarça o cheiro provocado pelo facto de tomar banho só... de vez em quando.

1.17.2007

o que as buscas querem sei eu

mulheres preferem homens másculos?
Olha… eu tenho dúvidas. Ainda ontem fui a Ermesinde e estava lá uma gaja bem boa. Mesmo, mesmo bem boa. Eu aproximei-me, cocei os tomates durante trinta segundos, cuspi para o chão uma verdinha escarlate, fiz peito e pus um palito na boca. A gaja bem boa não me ligou nadinha…

não sou feliz e não tenho marido

opa… há muitas que também não são felizes e têm marido. A sério. Ter marido não é fundamental.

minha filha engoliu meu gozo

Ahn?! Que é isto?

eu quero sabe como seduzir mulheres
suponho que em vez de “sabe” devia ser “saber”. É só ver este vídeo:

conversa 73

Ele – Ainda te vais arrepender…
Eu – Opá, ela assustou-me. Conhecemo-nos num dia à tarde e à noite já está a querer decidir como é que vai ser a minha próxima semana…
Ele – A próxima semana?!
Eu – Sim, fez um programa detalhado com idas ao cinema, jantares, uma ida à Mealhada para conhecer nem sei quem, e mais umas merdas…
Ele – E o que é que lhe disseste?
Eu – Eu?! Não disse nada. Quer dizer… disse que depois lhe telefonava, mas tive medo e fugi… nunca mais liguei...
Ele - E ela telefonou-te?
Eu - Sim, mas não atendi... não tive coragem, o que é que queres que te faça?
Ele - E quando a encontrares por aí?
Eu - Não sei...
Ele – Mas vocês chegaram a… estar juntos? Houve intimidade?
Eu – Não. Tive medo e fugi (risos). A sério…
Ele - Ela é atraente.
Eu - Pois é, mas assustou-me mesmo, aquilo de me começar a dizer o que é que íamos fazer juntos... assim sem sequer me perguntar primeiro se eu estava disposto. Percebes?
Ele - Iá...

pensamentos catatónicos (49)

[pergunta catatónica]

Quando é que se confundem a solidão sexual e a solidão afectiva?

Lura



Ainda não está no site oficial, mas o "não compreendo as mulheres" já sabe, em primeira mão, que a Lura vai actuar no teatro Aveirense a 21 de Março, antes de ir apara a Austrália. O divorciado também já sabe que trabalha nessa noite, ou seja, ou vai trocar com um colega ou vai ficar doente, mas vai ver a Lura de certeza.
Lura, Lura... não sei se já vos disse que... sei lá, acho que as caboverdianas têm a mania de ser bonitas e de mexer com o meu objecto cardíaco. Lura, já sabes... se quiseres podes ficar em minha casa nessa noite.
Para que conste, minha Lurazinha querida, foste a décima primeira mulher na secção das "mulheres que eu gostava de poder não compreender", mas a sério que as dez anteriores não mexiam comigo da mesma maneira, tu és a única!

1.16.2007

conversa 72

(ao telefone)

Eu – Então, queres tomar um cafezinho hoje?
Ela – Não. Quer dizer, quero mas não é contigo.
Eu – Pronto. Bom café então. Eu vou ao Ramona com um amigo meu que não conheces, era só para saber se querias ir também...
Ela – Não quero não. Tchau!
Eu - Tchau!

imersão total

Desde que me separei comecei a tomar mais banhos de imersão. Não, não tenho piscina nem jacuzzi, tenho apenas e somente um patinho de borracha perto duma banheira onde nem caibo muito bem, mas pronto, gosto de ler na banheira. Outra coisa, graças aos banhos de imersão descobri a utilidade dos comandos à distância das aparelhagens sonoras. Neste momento estou a encher a banheira, onde vou continuar a ler o Reinaldo Arenas. A banda sonora é Sainkho Namtchylak. Até depois do banho. ;)

que não amava ninguém

Ontem, em conversa com um amigo sobre o que é ser divorciado, ele lembrou-me deste poema de Carlos Drummond de Andrade. Sei lá... é fenomenal.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

erros no "não compreendo"

Tenho recebido alguns comentários, desde que renovei o layout do "não compreendo", de leitores que não o conseguem ver sem erros. Agradeço imenso aos que me avisam desses erros que, para meu infortúnio, variam com o leitor. Mais descrições de problemas podem ser enviadas para o email: bagacoamarelo@gmail.com

objectos importantes para um divorciado quando chega tarde, e com os copos, a casa...


máquinas de café e uma chaleira eléctrica. O café deve ser feito ainda antes do divorciado ter saído de casa, e a máquina (a do meio) deve ficar ligada para manter o néctar negro aquecido.
A outra cafeteira é para a manhã seguinte, que o café sai melhorzinho e ajuda a ressaca.
A chaleira é uma alternativa à máquina de café. Às vezes tomou-se tantos cafés que, pá... é melhor um chá antes de adormecer.


uma cama grande e que dê para nos atirarmos lá para cima sem muito trabalho. Deve estar enquadrada com a porta do quarto de forma a evitar obstáculos de percurso, para que não nos aleijemos nos dedos dos pés.

1.15.2007

coisas que fascinam (30)

Quando estou com a ***** tenho sensações que já não tinha desde a adolescência. Agradeço-lhe por isso. Pelo menos por isso. Por existir também.

segunda à tarde dum divorciado



Faltei a uma reunião importante para aproveitar o facto de a minha filha estar doente e não ir à escola. Agora está ali a fazer arte num bloco de papel cavalinho A3 para me oferecer. Às vezes conversamos um bocadinho, depois ela concentra-se de novo no que está a fazer. É fixe, consegui que ela não esteja a ver um filme da Barbie que trazia no saco. Prefiro vê-la ali a desenhar um Sol e uma paisagem...

Disney

Quando era pequenino e lia os livros de quadradinhos da Disney, fazia-me confusão o Mickey não viver com a Minnie, nem o pato Donald com a Margarida. O Tio Patinhas e o Pateta então, coitados... Além disso ninguém tinha filhos. O Donald tinha três sobrinhos mas ninguém percebia como. Acho que foi o meu primeiro contacto real com uma espécie de vida divorciada.

1.14.2007

conversa 71

(ao telefone)

Ela – Tu afastas as pessoas que gostam mais de ti...
Eu – Olha que não.
Ela – Afastas, afastas...
Eu – Olha que não.
Ela – Tens medo de alguma coisa?
Eu – Não, mas não me vou meter agora numa relação sem mais nem menos. Consegues perceber isso? Só que também não queria que ficasses chateada comigo, nem acho que tenhas motivos para isso...
Ela – Então tens medo de assumir uma relação...
Eu – Não é medo, percebes? É falta de vontade. Estou a gostar de viver sozinho...
Ela – E se fosse com a *****?
Eu – Opá, sei lá...
Ela – Vês? Ainda ontem vos vi juntos no Clandestino...
Eu – Estiveste lá? Não te vi, a sério... senão é óbvio que te cumprimentava. Com juntos queres dizer a conversar, não é?
Ela – Sim. Mas eu não sou estúpida. Percebo muito bem que gostas dela.
Eu – Foda-se. Então se percebes o que é que queres que eu te explique mais? Já percebeste, se calhar mais do que eu...
Ela – Queria que tivesses tido mais respeito por mim. Só isso.
Eu – Olha *******, nem sei que te diga. Não te faltei ao respeito, Mas se achas que sim peço desculpa. Acho que devíamos tomar um café esta semana e fazer as pazes...
Ela – Quando? Hoje?
Eu – Estou a trabalhar...
Ela – Amanhã?
Eu – Não dá. Quero ir ver a minha filha que está doente, tenho que ir à segurança social e tenho mais umas merdas para tratar. À noite já combinei...
Ela – Então quando?
Eu – terça, pode ser?
Ela – Terça não posso eu. Só quarta... então. À noite?
Eu – Quarta trabalho à noite.
Ela – Acho que me estás a evitar.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

mulheres que eu gostava de poder não compreender (39)



Nome: Angelique Kidjo
origem: Benin
info: Não precisa de apresentações como cantora, acho eu. Mas... pronto, é mesmo bonita a Angelique. Quanto custará um bilhete de avião para Benin? site

desejos 2

1] o Beira-Mar perdeu em Paços de Ferreira
2] a ***** telefonou-me mesmo, mas não me desejou um bom luscofusco. Era só para tomar café...
3] encontrei os meus óculos antes de vir para o trabalho

burka band

O homem que nunca teve um fetiche por enfermeiras de bata branca e/ou freiras no seu conhecido pinguin style, atire a primeira pedra. Eu admito que sim, já tive. Claro que fetiche a sério, só por burkas afegãs, e agora que descobri que existe uma banda afegã só de mulheres... sei lá, tenho de arranjar dinheiro para ir a Cabo Verde, depois ao Brasil, depois voltar à Itália e depois ao Afeganistão...

desejos

Os divorciados são gajos simples. Hoje, domingo e dia de trabalho, só queria três coisas:

1] que o Beira-Mar ganhasse em Paços de Ferreira
2] que a ***** me telefonasse a desejar um bom luscofusco
3] encontrar os meus óculos antes de ir para o trabalho (preciso deles para conduzir)

1.13.2007

índice ivariano de novo em baixa

Telefonei à ******* só para saber se estava bem. Vai-te foder, disse ela. O índice ivariano cai para 7.

disco dance

Aqui o divorciado adora disco dance. Garanto-vos, aliás, que se a Olivia Newton John me visse a dançar depois dumas cervejas, nunca mais ligava puto ao John Travolta. Mas o disco dance não é só alegria. No norte da Europa (onde, como toda a gente sabe, se trabalha mais do que no no Sul) há casais que, mesmo a discutir antes de saírem para o trabalho, fazem-no discodançando. O não compreendo traduziu um desses momentos...

vinho

Hoje, num almoço de família, entornei um jarro de vinho em cima de mim. Agora vou trabalhar até à meia-noite a tresandar a vinho. O problema nem é bem esse. Combinei encontrar-me com a ***** em Aveiro mal lá chegue. Vai ser aquele abraço!

mais algumas buscas interessantes que vieram dar a este blog

1] porque é que as mulheres estao sempre a chatear-se com os homens
Também não faço a mínima ideia, mas realmente é fodido. Estamos nós muito bem a ler o jornal no sofá da sala, descansadinhos e em silêncio, e lá vêm elas com o avental de cozinha todo sujo para o pé de nós, a cheirar a suor, e ainda começam a mandar vir com coisas que ninguém percebe. É fodido, é...

2] quero levar no cu em coimbra
Tem mesmo que ser em Coimbra?

3] mulher não fala do passado
Não sei... olhando para o exemplo da carolina Salgado parece que sim, que fala...

4] pode um homem com namorada apaixonar-se por outra
Pode. Por isso é que há divórcios... não é só por isso, mas também é por isso.

conversa 70 (levemente alcoolizada)

Ela – Já vais para casa? São duas da manhã...
Eu – Vou a casa um bocadinho com a *******, só para fazer uma coisa no computador. Depois devo sair outra vez...
Ela – Manda-me um sms depois só a dizer onde estás...
Eu – OK, mas só se tornar a sair. Não tenho a certeza...
Ela – Anda lá. Nunca tens tempo para mim...
Eu – Nunca tenho tempo para ti?! Mas... conheço-te há vinte minutos...
Ela (rindo) – Pois... e ainda não tiveste tempo para mim...
Eu (silêncio)
Ela – Vai lá embora. Falamos noutra noite em que eu esteja melhor.
Eu – E se for de dia?
Ela – De dia?! Não... de dia estou a dormir (ri-se).

1.12.2007

mais um sonho

Ela aproximou-se devagar e, ao passar por mim, deixou cair o roupão. Eu segui-a de perto, sentindo o Channel 5 a orbitar-me. Entrámos no quarto e ela disse-me que já sabia que eu era o terceiro melhor jogador de michu do mundo, e que adorava passar as noites com bons jogadores de michu. Eu respondi-lhe que não era o terceiro melhor do mundo, mas sim o segundo melhor do mundo. Senti-a gemer de emoção.

amanhã

A Elipse tem de voltar lá amanhã. E eu (só em pensamento): Foda-se!

Rally Plymouth-Banjul

Registei o Euromilhões e o totoloto em Espinho. Ao contrário do que acontece normalmente nesta terrinha, a senhora foi muito simpática para mim. Agora, e porque andava com os boletins no bolso todos amassados, até tenho uma carteira especial para boletins do totoloto a dizer "Livraria Católica".
Agora vocês perguntam o que é que faço se ficar rico. E eu respondo que, há uns dias, no blog da Cristy, tive conhecimento do rally Plymouth-Banjul. Pronto, é isso que faço: deixo o emprego, compro uma Renault 4L ou um Fiat 600, ponho-lhe um autocolante a dizer "turbo", e vou de Inglaterra à Gambia a conduzir um destes carros com um capacete de motorizada na cabeça.

Brasil, o outro lado do sonho

Um amigo meu emigrou para o Brasil em 2004. Temos mantido, a espaços, contacto. Esta semana mandou-me umas fotografias que provam que aquele país é o destino ideal para qualquer divorciado. Pronto, talvez a par de Cabo Verde. Quero ir ao Brasil!

Por falar em Brasil, esta letra de Gamação aplica-se bem à minha vida neste momento.

Quem Eu Quero Não Me Quer (Gamação, Gilson/Carlos Colla)

Quem eu quero não me quer
Quem me quer não faz minha cabeça
Não estou a fim
E agora eu já nem sei o que vou fazer da minha vida
O que será de mim
O que vou fazer do desejo que queima qui dentro
As vezes te vejo no meu pensamento
E aumenta a saudade no meu coração
Eu não consigo ir pra cama
Com outra pessoa
É só com voce que eu fico numa boa
Meu caso é voce e o resto é solidão

Sou louco por ela e ela por ele
E ele por outra e outra por mim
Me quer, eu não quero
Loucura de amar assim

coisas que acontecem a um divorciado...


jolienat wants to chat

refeições

1) almoço
uma lata de atum (directamente da lata), uma sopa de feijão aquecida no micro-ondas, um copo de sumol de laranja e uma tangerina (já no automóvel e daqui a bocadinho)

2)lanche
foda-se (só em pensamento), ainda tenho que registar o euromilhões e o totoloto. A ver se faço isso na hora do lanche.

3) jantar
vou levar duas bananas, três laranjas e uma refeição pronta-a-comer Rianxeira (salada de atum) para o trabalho. Estou farto do gajo que trabalha onde costumo ir jantar...

índice ivariano cai

O índice ivariano volta a pisar terrenos negativos, depois de um período em alta, fixando-se agora no 9. Mau tempo anuncia-se para o fim de semana.

conversa (ou discussão) 69 e mais umas merdas

Pronto, aconteceu. Tive a primeira discussão com uma mulher desde que me separei, ou melhor, uma mulher teve a primeira discussão comigo desde que me separei. Já a minha ex-companheira me dizia que um dos meus maiores defeitos era nunca discutir. Fiquei a saber que sou um monstro, que todas as coisas que digo e que escrevo são uma mentira, que não tenho sentimentos, etc, etc.
Bem, escusado será dizer que hoje nem me apeteceu sair. Mandei um sms à *****, que não tem culpa nenhuma disto (ou, se calhar, até tem mas não sabe) a desejar-lhe uma boa noite de sono. Agora estou em casa a beber vinho do Porto e a comer uns elefantes de chocolate muito giros (parece que estão embriagados) Côte d'Or Bouchée que me sobraram do Natal. Ainda esgrimi argumentos durante dois minutos, mas não me parece que a ******* me queira ver nos próximos vinte anos. Espero que continue minha amiga, pelo menos...

Ela – Tudo aquilo que dizes quando estás bem disposto, tudo o que escreves no jornais... é tuuuuuudo peta. És um monstro... sem um mínimo de sentimento.
Eu – Olha *******, tem calma. Esse é um dos princípios da escrita. É tudo mentira, claro que é. Não é uma mentira consciente, mas é, de facto, uma mentira.
Ela – Lá estás tu a contornar as conversas. Fala comigo directamente. Não disseste que gostavas de mim?
Eu – Disse, mas isso não é o mesmo que dizer que és a mulher da minha vida e essas merdas, percebes? Nunca te disse isso que me lembre. Também não és uma miúda, pá. Tens mais de trinta anos, não pensei que fosses ficar assim, percebes?
Ela – Quando te vi com a ***** no Clandestino percebi que havia qualquer coisas entre vocês... sou mesmo burra.
Eu – Sim, há qualquer coisa entre nós. Somos amigos. É verdade que não somos mais do que isso só porque ela não quer. Ela é a única que me dá dores de barriga quando estou perto dela, o que é que queres que te faça?
Ela – Não percebo, não percebo...
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

Bem, já li A Noite do oráculo, do Paul Auster, que a ***** me ofereceu. Agora comecei o Celestino Antes da Madrugada, do Reinaldo Arenas, que ela me emprestou. É como mudar da água para o vinho (sem intenções qualitativas), mas hoje é um bom dia para isto. Acho que os divorciados têm que mudar de ritmo e vida frequentemente: água- vinho - água de novo – coca-cola light – vermute – sucol de pêssego – chá de tangerina – sumol de laranja... é o que vou fazer.

Sábado o Rei José Cid está na Praça do peixe, em Aveiro, e aqui o divorciado trabalha. Saio de Espinho lá para a meia-noite e vou a correr para a minha cidade, mas de certeza que não chego a tempo...

1.11.2007

pagar para ter sexo

Hoje recebi um email duma senhora, a propósito das crónicas que publico às quintas no Diário de Aveiro, mais concretamente por causa da crónica de hoje, penso eu. Pergunta-me se eu costumo pagar para ter sexo, já que falo tanto de prostitutas nas crónicas da cidade que sopra. Pede desculpa pela pergunta mas tem mesmo curiosidade.

É assim, o princípio da crónica de hoje:

O limite do colchão é a linha do horizonte. Um armário fechado e alguma roupa arremessada com força desenham o céu que cobre extensões de campos brancos. É assim, a paisagem de Helena, nua e deitada de barriga para baixo numa cama despovoada. Um dos seus olhos fecha-se de encontro ao lençol de linho, o outro mantém-se aberto e enquadra esta cenário pós-sonho. É álgida a manhã, e beija-a duma forma suave e aleatória. Às vezes nos pés, outras nas nádegas, outras nas costas, outras em qualquer zona do corpo estagnado. E é como se toda a sua energia se concentrasse na mão esquerda, que agarra o lençol como se ele quisesse fugir. Chora a espaços, Helena, criando um pequeno lago naquele ecossistema do quarto.

Não, não costumo. E parece-me óbvio que não. A propósito de curiosidade, parece que costuma matar gatos...

maquilhagem

Já não sei o que é que hei-de fazer mais. Para já este é o novo aspecto do "não compreendo". É um corte radical, eu sei, mas estava mesmo fartinho do cor de rosa. Divorciei-me dele. É tudo uma questão de hábito. Também há mulheres que se maquilham e mudam de aspecto todos os dias...

pombos

Ontem fui tomar café com a minha ex-companheira. Ela é a única pessoa a quem posso contar tudo, mas mesmo tudo, o que se passa na minha vida. É também a única conselheira sentimental a sério que tenho, tanto porque é mesmo minha amiga, como por me conhecer muito bem. E lá me disse ela: “pára de fazer asneiras, pá. Vai por ali com calma, não vás por ali todo apressado.”
O problema disto é que o que ela me diz, está directamente relacionado com as conclusões a que o meu cérebro sabe que devia chegar mas não consegue. Ainda bem que o tempo melhorou. Preciso sair menos à noite e mais de dia. Aproveitar o que a luz matinal de Aveiro tem de único e vaguear pela baixa da cidade quando os pombos ainda têm coragem de debicar os passeios.
Por falar nisso, sinto-me um pombo. Às vezes debico, outras vezes fujo.

nada de Martas

Mudei o meu seguro automóvel para a OK teleseguro. Estava À espera de falar com a Marta mas nada. Primeiro foi uma Sofia, depois foi um tipo de que nem me lembro o nome, depois foi uma Raquel. Pronto, A Sofia e a Raquel vá lá que não vá, mas andarem a fazer publicidade com a Marta e depois espetarem-no com um tipo… não é justo. Ainda por cima a Sofia perguntou-me o estado civil e eu disse-lhe: divorciado. Para que é que depois me passou a um gajo?!

1.10.2007

ciúmes



Estamos mal, estamos. O site remodelado da Mayra Andrade já está on line e, na secção de fotografias, é só gajos à volta dela. Phónix! A vida é injusta.
Já viram estes olhinhos?! Não há divorciado que contorne isto sem ficar com dores de barriga...

conversa 68

Ela – Se não estivesses comigo com quem é que estavas?
Eu – Não sei…
Ela – Eu acho que sabes.
Eu – E o que é tu achas que sabes?
Ela – Era o que eu queria que tu me dissesses…

mulheres que eu gostava de poder não compreender (38)


Nome: Helena Paparizou
Origem: Suécia/Grécia
Info: Nasceu na Suécia mas é filha de pais gregos, e parece que optou pela Grécia mal apanhou juízo. Eu percebo, não deve ser fácil viver com a concorrência das suecas. Se bem que, depois do Abba, eu nunca consegui ter o fetiche pelas mulheres daquele país que a maior parte dos homens tem. Bem, pronto, não interessa. Não sei se já vos disse que adoro a Grécia e que gostava de ir para lá viver um dia. Nem é por causa das mulheres. É por causa de… dos… duma cena que agora não me lembro. Ai, pá… a vida é difícil.
çaite óficialle

fases astronómicas do divórcio

Quando nos casamos achamos que o divórcio é daquelas coisas que, a nós, nunca nos vai acontecer. Nem sequer conseguimos compreender muito bem como é que é possível que aconteça a outros. Depois, um dia, acontece-nos mesmo.
As cinco fases astronómicas do primeiro semestre pós-divórcio são mais ou menos estas: [1] Foda-se, o planeta está a girar ao contrário e vamos morrer todos, [2] Olha, o planeta está a girar ao contrário mas nós não morremos, [3] ena, afinal o planeta não está a girar ao contrário, [4] Bem, já nem quero saber como é que o planeta está a girar. Está-se bem, [5] Ei, planeta, pára um bocadinho que está a girar muito depressa. Estava-se bem na fase anterior.

tira, mete e tira



Para além de excelentes capas de discos, Artur Gonçalves deve ter sido o melhor músico português (quem sabe do mundo) a compor para divorciados. Conheci-o aqui e já saquei os mp3 todos disponíveis. Dj Bagaço Amarelo ataca de novo!


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do blog artur gonçalves

1.09.2007

conversa 67

Conheci o ****** na antiga escola secundária nº1 de Aveiro. Nunca mais o vi desde então até este Verão, em que nos cruzámos num centro comercial em Aveiro e fomos beber um copo. Eu bebi uma cerveja e ele uma água com sabor a limão. Continuas o mesmo, disse-lhe, e ele riu-se timidamente. Percebeu onde eu queria chegar. O ****** sempre foi um miúdo com problemas em relacionar-se, e por causa disso tinha uma alcunha cruel. Fiquei a saber que ele me vê como o seu melhor amigo do liceu (eu não tinha essa noção), talvez por eu ter sido o único a tratá-lo duma forma normal. Ele era o único que chegava sóbrio aofim dos jantares da escola (nas raras vezes que aparecia), e corava imediata e exageradamente quando uma rapariga qualquer se aproximava dele.
Palavra puxa palavra e acabámos a falar sobre a nossa vida. Eu tinha acabado de me separar. Disse-lhe que me estava a custar muito e que precisava de sair de Aveiro uns tempos, para ver se limpava a cabeça de maus pensamentos. Ele disse-me que era engenheiro e que vivia com a namorada. Percebi que ele ainda era um tipo pacato, não saía à noite nem tinha muitos amigos mas, menos mal, vivia com alguém que gostava muito dele. Trocámos números de telefone para marcar um jantar lá mais pró fim do ano.
Telefonou-me em Novembro. Tinha chegado a casa e encontrado uma carta de despedida da namorada. Ela tinha levado alguns móveis, objectos pessoais e tinha ido viver com outro homem mais ágil na cama. Sim, eu li a carta porque ele ma mostrou. Para ela escrever isto, disse-lhe eu, é porque está completamente desequilibrada. Mas desequilibrado estava ele: disse-me que a ia matar e chorava baba e ranho. Dada a minha recente separação percebi a revolta que ia ali dentro. Tentei acalmá-lo, propus-lhe apanhar a maior bebedeira da vida dele comigo ao lado, para o que desse e viesse, o que acabou por acontecer.
Um destes dias ligou-me de novo. Mais calmo mas com uma conversa mesmo estranha:

Ele – Ivar, posso te perguntar uma coisa pessoal?
Eu – Podes. Não sei se te respondo mas podes perguntar.
Ele – Quanto é que mede o teu órgão sexual?
Eu – Tás bem ******? Para que é que tu queres saber isso, pá? Olha que eu sou divorciado mas não sou gay. Se é isso que queres é melhor telefonares a outro…
Ele – Não é isso… estou a pensar… aumentar o meu pénis numa intervenção cirúrgica. Queria saber… o que é que tu achas que é um tamanho normal? Tens mais experiência que eu, de certeza…
Eu – Não tenho experiência nenhuma com pichotas, pá. Isso garanto-te (risos)
Ele – Acho que nunca mais vou estar com uma mulher na vida…
Eu – Olha, acho que se queres mesmo fazer isso… sei lá, é melhor falares com um médico. Mas acho que devias também falar com um psicólogo antes.
Ele – Achas que estou maluco?
Eu – Não são os malucos que vão aos psicólogos. Olha, se calhar devias era começar a sair mais vezes. Dá-me impressão que passas a merda da vida fechado em casa a ver televisão e a programar. Isso, garanto-te, põe-te maluco…
Ele - Sim, concordo que devia sair mais, mas primeiro quero ser operado.
Eu – Olha, não percebo nada disso. Estou até em crer que o tamanho não é tudo para as mulheres. Acho que tamanho a mais até te pode ser prejudicial. Tenta levantar uma barra cinco quilos e depois trinta e já percebes o que eu te estou a dizer. Também não me parece que a tua pichota deva ser o centro das atenções quando sais à noite. Descontrai-te pá.
Ele – Não. Tenho mesmo que fazer a operação.
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

Hoje andei a ver na net e encontrei esta notícia antiga do correio da manhã.

depois dum periodo estável, índice ivariano cai 4 valores

O índice ivariano cai 4 valores em cerca de quatro segundos. Um valor por segundo, portanto, dum pensamento que tive e que, não chegando a ser catatónico, também não é uma coisa que fascina. O meu objecto cardíaco é uma embarcação à deriva num mar agitado, e está à espera que o tempo melhore.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (37)


Nome: Pietra Montecorvino
Origem: Nápoles, Itália
Info: Nasceu em 1962. Até agora editou dois cd’s. Os que já vêm aqui há algum tempo talvez se lembrem duma italiana que eu conheci em Novembro passado mas que, para mal do meu objecto cardíaco, nunca mais vi. Pois… a Pietra tem qualquer coisa de… cof, cof… italiano. Ela não sabe, mas alguns dos momentos altos da sua carreira, acontecem quando o dj Bagaço Amarelo a toca no melhor bar de Aveiro…
sito ufficiale

1.08.2007

conversa 66

Ela – Fizeste tudo o que tinhas para fazer?
Eu – Não. Não fiz nada.
Ela – Mesmo assim chegaste atrasado dez minutos.
Eu – Mesmo assim ainda estive cá fora à tua espera outros dez minutos.

...

Ela – Acredito que o tempo é essencial numa relação.
Eu – O tempo é importante, sim. Não acho é que se deva confundir durabilidade com espera. O tempo pode ser uma coisa ou outra.
Ela – Sem espera não há durabilidade, normalmente. (risos)

a noite do Oráculo

Ontem à noite esqueci-me do tempo e dos compromissos (mas esqueci-me mesmo). Estava frio e fui com a ***** para um bar no meio da praia. Conversas soltas e, quando a deixei em casa, depois dum regresso pelo percurso mais longo possível, um abraço prolongado. Não cheguei a reparar em nenhum oráculo, mas falei-lhe do livro que ela me ofereceu e que estou a ler.

Não fique perturbada com o que lhe vou dizer, mas, desde então, não consigo deixar de pensar em si. Você bateu em mim como um martelo, e, quando se levantou e saiu do escritório, o meu cérebro estava feito em cacos. É possível uma pessoa apaixonar-se por outra em dez minutos?

Paul Auster, em "A Noite do Oráculo"

pensamentos catatónicos (48)

A melhor maneira de compreender uma mulher é, sem dúvida, perguntar a outra mulher o que quererá dizer aquilo que a primeira mulher nos disse.

Henry

Acabei de (re)ver a Maria de Medeiros, no papel de Anais Nin no filme "Henry & June", a dizer ao Henry Miller que o gajo não compreende as mulheres. A Maria de Medeiros é bonita e o Henry Miller foi o primeiro escritor que eu li todo, ou quase todo, de seguida. Já percebi porquê. Ah! A Maria de Medeiros é mesmo bonita.

1.07.2007

mulheres que eu gostava de poder não compreender (36)


nome: faltriqueira
origem: Galiza
info: Vi-as no festival do mundo celta 2003, em Ortigueira, a actuarem para muitos milhares de pessoas. Poucos meses depois tornei a vê-las em Águeda, desta vez com pouco mais de duma dúzia de espectadores. São cenicamente incríveis e, no concerto que vi na Galiza puseram o público todo a gritar Portugal. Alguém enganou este pessoal, pensei eu na altura. Mas tá-se bem.
site

amor e dedinhos de pé

Os domingos dum divorciado esticam-se no sofá, enquanto olham para os dedos dos pés. Leio mais duas páginas do livro do Auster e queria ter forças para continuar sem primeiro tomar café. Não, não consigo.

A minha filha insiste mais uma vez que preferia viver comigo. Diz isso enquanto engole mais uma colherada de ChocoBalls (cereais com chocolate). Repito-lhe que ela vai crescer rapidamente e que quando souber andar de autocarro e de táxi eu faço-lhe umas chaves. Depois ela é que decide. Agora o pai trabalha tanto de noite como de dia e não tem a mesma disponibilidade da mãe.

Levanto-me e empurro-me até à cozinha. Abro um iogurte. Tenho mais uma mensagem da *****. Diz que lhe apetece estar comigo hoje. Óptimo, a verdade é que adoro receber estas mensagens ao domingo. Quando deixo a minha filha na mãe fico sempre, inevitavelmente, com uma sensação de abandono (é a única sensação de abandono que tenho actualmente), e saber que alguém que gosto pensa em mim é um conforto. Talvez o conforto dum sofá, como este onde me estico e olho para os dedos dos pés.


"amor e dedinhos de pé" é o título dum filme de Luis Filipe Rocha

conversa 65

Ela - Não te podes queixar.
Eu - Posso, posso...
Ela - A mim parece-me que não podes...
Eu - Posso, posso. Por exemplo, acho que se te convidasse para jantar tu não aceitavas...
Ela - [risos]
Eu - [silêncio]
Ela - Não vais chegar a saber se não me convidares mesmo...

coisas importantes

Não sei. Queria dizer alguma coisa assim importante mas não me lembro de nada. Sei lá... pronto, só me lembro disto: as mulheres são o mais importante deste mundo, e também a segunda coisa mais importante, e também a terceira, e também a quarta...

nightmare on the elm street

Hoje o Beira-Mar joga com um clube que se chama Santana. Não sei de onde é que é, mas ando com o pesadelo de que vamos ser eliminados. Depois acordo mergulhado em suor a gritar: Não, não, não!

A parte boa é que ela agarra-me e diz-me para ter calma. Depois eu sinto o cheiro dela e acalmo-me. Nem sequer lhe pergunto se o Beira-Mar foi mesmo eliminado. Torno a adormecer numa espécie de Elm street.

mensagem de Sua Santidade o Papa

Estou com uns pequenos problemas no caralho da merda do meu Acer portátil. A propósito, se quiserem gastar dinheiro num portátil comprem um HP. Foda-se (só em pensamento).

Hoje fiz um jantar aqui em casa com amigos. Foi fixe, pá. Foi, foi. A minha filha curtiu éne e brincou a noite toda com os filhos dos amigos. Bem... durante o jantar recebi duas mensagens da ***** que ajudaram ainda mais a melhorar a noite. Agora, por favor, alguém que me explique porque é que uma mulher de quem gostamos imenso, nos diz que SÓ é nossa amiga e não quer ser mais do que isso, mas depois nos manda mensagens a dizer que está com saudades nossas e queria que estivéssemos ao lado dela. Pronto, basicamente é isso que não compreendo nela. Há mais coisas, mas essa é a principal. Ainda por cima já me viu com a *********. Não percebo, não percebo, não percebo...

Sei lá, como já bebi um coche, e o meu objecto cardíaco está naquele estado em que mais parece uma minhoca presa a um anzol mergulhado em alto mar, nem sei que vos diga, a não ser que espero que compreendam as merdas melhor do que eu.

Mas para isto não parecer mais uma mensagem da sua santidade o Papa, pergunto ainda porque é que um gajo tem que escrever um livro antes de conseguir algum contacto sexual com algumas mulheres. Foda-se (só em pensamento).

1.05.2007

conversa 64

(conversa enigmática ao telefone)

Ela – Então, Está tudo bem?
Eu – Hum, hum... e contigo?
Ela – Também... quer dizer...
(silêncio)
Eu – Quer dizer o quê?
Ela – Tá tudo... olha, sais hoje à noite?
Eu – Não. Estou com a minha filha e se calhar até nem estou em Aveiro...
Ela – Precisava falar contigo. Não te consegues desmarcar da tua filha só hoje?
Eu – Não... acho que a minha filha também precisa de falar comigo.
Ela – Mas ela tem outras alturas, não? É tua filha...
Eu – Não, ********* (trato-a pelo diminutivo) tu é que tens outras alturas se quiseres... preferia que nem me pedisses isso, para ser sincero. Telefona-me no domingo, se quiseres, ao fim da tarde.
Ela – Achas?!
Eu - Acho o quê ********* (trato-a de novo pelo diminutivo)?
Ela – Que te vou telefonar domingo?
Eu – Epá... não acho nada...
Ela – Não queres falar comigo hoje, mas no domingo como estás livre já pode ser, não é?
Eu – É. Claro que é. Não estou a perceber o problema...
Ela – Se calhar não queres é perceber o problema.
Eu – Pronto: não quero perceber o problema. É isso mesmo...
Ela- Tás a ver?
Eu (só em pensamento) – Foda-se!

coisas que fascinam (29) e pensamentos catatónicos (47)

Parece que não tenho que me comprometer com ela, nem assinar nenhum contrato de exclusividade. Pelo menos ainda não se falou nisso e não me parece que venha a ser necessário fazê-lo. Ainda bem...

Às vezes podemos gostar muito duma mulher que conhecemos apenas no dia anterior, mais até do que uma que já conhecemos há anos. Ela não concorda e está amuada comigo. Apetecia-me não ter este tipo de merdices na cabeça agora. Foda-se!

dj Bagaço Amarelo

Estas são as datas em que o divorciado vai fazer de Dj no Clandestino Bar, em Aveiro, durante o ano de 2007, e se nenhuma cabo-verdiana o convencer a emigrar:
22 JANEIRO, 26 FEVEREIRO, 26 MARÇO, 23 ABRIL, 28 MAIO, 25 JUNHO, 23 JULHO, 27 AGOSTO, 24 SETEMBRO, 22 OUTUBRO, 26 NOVEMBRO
Sempre às segundas à noite...

mulheres que eu gostava de poder não compreender (35)



nome: Sharbat Gula
origem: Afeganistão
info: ficou famosa por ter sido capa da National Geographic, numa fotografia de Steve McCurry, quando tinha doze anos de idade e a União Soviética invadira o seu país. Entretanto o Rambo foi lá ajudar os taliban a conquistar a liberdade (foi o que eu vi num filme) e, muitos anos depois, vários Rambos foram lá acabar com essa liberdade. O mesmo fotógrafo procurou-a e tirou-lhe um novo retrato, já com trinta anos de idade.
Sharbat nasceu em 1972, passou cerca de metade da vida dentro duma burka e resignada à sua condição de mulher. Sem acesso a educação, saúde, vida social ou outra merda qualquer. É uma mulher bonita, mas a vida maquilhou-a de tristeza.
Se quiserem saber mais sobre mulheres que, definitivamente, quase ninguém quer compreender, dêem um salto à página da RAWA.

1.04.2007

pipocas e sumol

Bem, este é um dos cuidados que um divorciado tem que ter: amanhã a minha filha vem passar o fim de semana comigo, por isso tenho que ir comprar pipocas e sumol de laranja. Vou ao carrefour, que está a vender pacotes de 4 garrafas de 1,5l ao preço de 3, depois vou ao Dia, onde um pacote de pipocas micro-ondas custa 0,32€.

Depois vou tomar um café e beber uma cervejinha. Talvez telefone à *********... Boa noite para vocês.

comentários promovidos

Da Fausta
E somos vítimas sabes do quê? De uma coisa mais antiga do que esse fdp* que, de facto, incutiu um medo do qual a nossa geração não se livrou e vai fazer passar ainda para outras. Uma coisa que vem da aceitação do cristianismo como fundamento, em cima do outro fundamento que era o judaísmo. Derrotadas as práticas ditas pagãs (essas sim, livres e descomprometidas) dos povos não vinculados a estes perceitos normativos... nada mais havia a fazer. Provavelmente o mundo ocidental não seria o que é... o cristianismo uniu-o, deu-lhe sentido... mas porra, arruinou-nos o direito de sermos felizes, a não ser que o sejamos na aceitação do sofrimento para ganharmos o reino dos céus. Ainda há dias dizias que não querias fazer mal a outra pessoa. Pois! O nosso mal é esse, sempre esse, esquecendo-nos nós que não temos que dar sempre a outra face; merda de princípio incutido na porra de um inconsciente moldado por fundamentos da treta.

*António Oliveira Salazar, fui eu o primeiro a chamar-lhe filho da puta.

Da Didas
Também houve um tempo em que eu pensava que o casamento era contra-natura. Agora parece-me que só é contra-natura o casamento à força

mais algumas buscas que vieram aqui dar este mês

mulheres boas
olha, sabes onde é que há gajas boas, mas mesmo boas? Tão boas que aquilo é mesmo de olhar para elas e dizer: - "que gaja tão boa"? É em Ermesinde. Se não acreditas vê o vídeo seguinte. O gajo é de confiança. Mas não te precipites...


levar no cu faz doer
não sei. Já ouvi dizer que há quem faça tráfico de droga assim...

mulheres para eu comer

já ouvi falar nisso. Acho que foi num acidente qualquer de avião em que os sobreviventes já estavam esfomeados. Mas não comeram só mulheres, também comeram homens.

mulheres sei ropa e sei cuecas

acho que não era sei, era sem. Também não era ropa, era roupa. Assim não vais lá, a sério...

TPC

A Fausta passsou-me um TPC: "Quando for grande quero ser…" e mandou-me passá-lo a mais três vítimas... aliás, leitores.

É preciso que se diga que, quando eu era puto, não havia telemóveis nem computadores, nem os pais tinham medo de deixar uma criança de seis anos todo o dia na rua a jogar futebol com os amigos. Lembro-me de ir para a escola com umas calças de fato de treino vermelhas, herdadas do meu irmão mais velho que, por serem muito largas em baixa, levavam uma mola da roupa em cada perna a fazer a dobra. Tudo normal para mim, até a minha mãe descobrir, claro. Depois lá me comprou um fato de treino novo, e eu fiquei surpreendido com o facto de a minha mãe ficar chocada por eu andar com molas da roupa presas às calças. Tanto melhor, de qualquer maneira, e ganhei um fato de treino novo com as cores do Beira-Mar.
Foi por essa altura que, quando o meu pai me perguntou o que é que eu queria ser no futuro respondi sem hesitação que queria ser médico ou farrapeiro. O meu pai riu-se e perguntou-me porquê. Médico porque o meu pai já na altura dizia que eles não faziam nada (lol, agora esta celeuma com o picar o ponto dá-lhe razão), farrapeiro porque havia um no caminho da escola, e eu adorava aquelas montanhas de trapos e papéis velhos que se viam cá de fora. Dizia-se que, às vezes, apareciam-lhe livros novinhos lá no meio, e eu achava-o um sortudo. O farrapeiro já não existe, ficava mesmo a caminho da escola (ao lado das traseiras do café Ramona, para quem é de Aveiro). Os médicos existem. De qualquer maneira nunca concretizei nenhum destes sonhos, mas consegui outro já de adolescente: ser um escritor falhado. Ser escritor é difícil, mas ser escritor falhado ainda é mais.
Para além destes sonhos profissionais quis ser marido, e a minha colega Helena, da escola primária, foi a primeira tentativa. Dávamos as mãos e corríamos no recreio, às vezes fugíamos para o parque perante os insultos dos colegas que nos apelidavam de “namorados”. Eu era relativamente grande mas também era um banana, e raramente retaliava pela força, depois uma vez lá me saiu um impulso mais violento e dei uma sova num miúdo a quem chamávamos Palha d’Aço (por causa do cabelo). Mas pronto, foi com a Helena que fui tentando descobrir o que podia significar ser marido, mas não cheguei a perceber porque é que raio os adultos se beijavam na boca, que aquilo não dava gozo nenhum. Era melhor dar as mãos de vez em quando e depois jogar à apanhada ou nos ferros. Depois a Helena ainda foi minha colega no ciclo, até que um dia, para acompanhar a mãe, foi viver para Lisboa. Foi o meu primeiro divórcio e nunca mais a vi.

Três vítimas seguintes:
Divas, Farinha Amparo e claudipédia

1.03.2007

pensamentos catatónicos (46)

O amor existente entre duas pessoas pode alimentar uma relação durante muito tempo, mas também pode consumi-la em pouco tempo.

monogamia e casamento

Estava aqui a pensar que a vida é estranha. Concordo totalmente com a Fausta: a monogamia é contranatura, portanto o casamento, tal como é praticado actualmente, também é. O casamento, aliás, é um emaranhado de princípios jurídicos que obrigam duas pessoas a aturarem-se mutuamente uma à outra para além do tempo que seria normal. É só isso.
A nossa sociedade organizou-se e vive sobre esta mentira. Ninguém é a mesma pessoa aos 20 anos, depois aos 30, depois aos 40. Aos 20 eu acreditei, de facto, que podia viver com a mesma pessoa a vida toda e ser feliz. Viver podia, ser feliz mesmo nem por isso. É claro que as coisas não assim tão a preto e branco. Hoje considero-me uma pessoa cheia de sorte, principalmente por causa da companheira que tive a maior parte da minha vida, e que teve a coragem de salvar a minha vida e a dela a tempo de salvar também a nossa relação (ainda somos muito amigos). A verdade é que ela é que se chegou à frente, ela é que levou com a pressão social toda e de todos. Ela foi a “culpada”, eu fui a “vítima”, perante os olhos de (quase) todos. Agora vejo-a como uma pessoa corajosa. Apenas.
Não vou falar mais disto aqui, embora houvesse mais a dizer, mas ao contrário do que possam pensar eu não gosto de me expor assim tanto como isso. O que disse chega para passar a mensagem.
Acho que há demasiada tristeza envergonhada e escondida (já nem estou a falar de violência doméstica e essas merdas). Era bom que a nossa sociedade pudesse reflectir e discutir sobre isto, e que as pessoas que apenas tentam ser felizes não tivessem que ser olhadas de lado pelos amigos. Os divórcios não têm que ser um drama, mas os casamentos normalmente são...

conversa 63

Ela – Eu sabia que a nossa história ainda estava por escrever. Não sabia que ia ser tão depressa…
Eu (silêncio consentido)

fantasias sexuais com outros homens

76% das mulheres americanas fantasiam com outro homem que não o marido, e 39% admite que se apaixonam regularmente por outro homem. É, pelo menos, o que está neste estudo publicado no Portugal Diário. A ver se arranjo dinheiro para fazer umas férias nos Estados Unidos, depois de fazer umas em Cabo Verde, claro. Aquilo parece chão que dá uvas.
Gosto particularmente do subtítulo "Sondagem revela que 76 por cento guarda segredos dos maridos". É que aqui em Portugal deve ser parecido, só que os segredos são mais do tipo "hoje poupei três euros no almoço mas não vou dizer nada. Amanhã compro um maço de tabaco".

índice porreirinho da vida

O índice ivariano sobe mais um valor. Está em dezoito e está muito bem. É o que se chama andar porreirinho da vida.

1.02.2007

conversa 62

Eu – Um café, por favor...
Ela – As entradas foram boas?
Eu – Sim... mais ou menos.
Ela – Está com olhos tristes...
Eu – Não são tristes, são cansados. Queria um café, por favor...
Ela – Parecem olhos de quem precisa de consolo.
Eu – São olhos que precisam dum café. A sério... dê-me um café, por favor. Ah! E cinco pães
Ela – Cinco pães?! Só costuma levar dois...
Eu – Pois, hoje levo cinco... se puder, claro.
Ela (pousando o café no balcão) – Claro que pode.
Eu – Obrigado.

(chega outro cliente)

Ele - Venha daí um café forte. Ainda estou a curar a bebedeira da passagem de ano. O jornal de hoje, tem?
Ela (em silêncio absoluto serve-lhe o café e afasta-se)
Eu (só em pensamento) - Foda-se!

o divorciado fica à espera...

...que este motivo de notícia no Portugal Diário esteja à venda: uns sapatos que aspiram.

Pensamentos catatónicos (45)

O maior problema de estar divorciado não é estar sozinho, é ter medo de voltar a estar acompanhado.

T2

No dia 1, que acabou agorinha mesmo, nem sequer aqui vim. Foi a primeira vez desde que comecei este blog. É que aqui o divorciado começa este ano com o objecto cardíaco aos saltos, mas ainda assim sem saber que caminho emocional trilhar. Às vezes acontecem-nos coisas que, mesmo sendo boas, não era suposto acontecerem, e são estranhas essas coisas. Opá, os nossos sentimentos não são a preto e branco. Se fossem isto era mais fácil, mas não são. Nunca pensei ser tão incapaz de perceber e definir o que sinto. Acho até que é principalmente por isso que sentimos necessidade de escrever, fazer filmes, desenhar, enfim: essas merdas todas. A tentativa é clarificar-me, o que nunca consigo. Uma vez disse que aqui que o meu objecto cardíaco era um T1. Pois acabei de construir mais um quarto, e acho que não vou conseguir viver bem disposto com um T2 aos saltos aqui dentro.
Sei lá, uma vidinha tão calma e direitinha que eu tive durante quinze anos, e agora sinto-me uma locomotiva descontrolada a querer sair dos carris.