1.30.2009

pensamentos catatónicos (163)

Podem chamar-lhe choque térmico. Eu chamo-lhe só choque porque não tenho a certeza que seja só térmico. Estou a falar de, num abraço, as mãos frias de um tocarem nas costas quentes do outro. A sensação poderia até ser boa, mas a mim lembra-me sempre uma vez em que me obrigaram a tomar banho de água fria em pleno Inverno...

a dama do silêncio

Não há muitas mulheres na História dos serial killers, mas a mexicana Juana Barraza Samperio, nascida em 1957, pode 'gabar-se' de ter assassinado mais de quarenta pessoas entre os finais dos anos 90 e 2006, altura em que foi presa. Por matar essencialmente mulheres de alguma idade, era conhecida como a "mata-velhinhas" (mataviejitas), mas a sua alcunha enquanto lutadora de luta livre era "a dama do silêncio".
Em março de 2008 foi condenada a mais de 759 anos de prisão. Quer-me parecer que não os vai cumprir na totalidade, mas fica para a História como uma das pessoas que mais trabalho deu à polícia mexicana nos últimos tempos.
Há bocadinho estava a olhar para esta fotografia dela, quando foi detida em 2006, e a pensar que se fosse eu o polícia fotógrafo a tirá-la, ou fugia ou, pelo menos, não dormia bem nessa noite.

conversa 1146

Ela - Não pára de chover. Começo a perceber porque é que os suecos, apesar do bom nível de vida que têm, estão sempre a dar tiros na cabeça. Não vêem o Sol.
Eu - Não estás a pensar dar um tiro na cabeça só por causa do mau tempo, pois não?
Ela - Na minha cabeça, pelo menos, não...

1.29.2009

duas coisinhas à parte

1] Eu já devia ter organizado todas as conversas do grande e espectacular concurso incompreensível. Só ainda não o fiz por preguiça. Prometo resolver isso brevemente e atribuir o prémio (um livro "não compreendo as mulheres" e uma pastilha elástica). A sério que prometo.

2] Dia 11 de Fevereiro entre as 10 e as 11 da manhã, se até lá eu não for atropelado por uma amiga minha que anda a tirar a carta, vou estar nos estúdios da BestRock FM para o programa do Miguel Peixoto. Até lá ainda torno a avisar...

crónicas de engate (1)

É a primeira vez...

É a primeira vez que passa as páginas do desporto sem sequer ler as gordas ou ver os resultados da primeira liga espanhola e, enquanto dá mais um gole numa cerveja excitada, estende a secção relax no balcão como se estendesse uma bela manta de retalhos para se deitar a seguir. Há qualquer coisa de agradável naquela invulgar disponibilidade feminina para o sexo: loira atrevida, quarentona boazona, chinesa boa de boca, morena com corpo escultural ou ruiva fofinha.

É a primeira vez que percorre livremente estes anúncios com os olhos, como se fosse ainda uma criança correndo numa praia deserta, à espera de mergulhar na onda mais apetecível. Com os olhos e com a imaginação, que nesse mundo onírico vai satisfazendo discretamente a sua libido enquanto titubeia o olhar nas duas empregadas do café. Decidiu classificá-las pelo que de melhor têm: uma é a empregada das mamas, outra é a empregada do rabo.

É a primeira vez que insiste no álcool àquela hora da tarde, e a seguir à primeira cerveja pede outra. Mantém o dedo indicador numa moreninha marota que atende em casa e promete sigilo, e como se o cartaz envelhecido que diz que as bebidas expostas são para consumo da casa fosse uma espécie de sinal, tira o telemóvel do bolso e guarda na memória aquele número. Moreninha marota, escreve ele rapidamente nas pequenas teclas dum nokia novinho em folha.

É a primeira vez que tem um dia livre depois do divórcio. E desse dia livre quer fazer o primeiro dia do resto da sua vida. Na verdade, pensa ele, já foi primeiro em muitas coisas. De manhã comprou pela primeira vez um after-shave caro, depois fez a barba enquanto tomava banho e, pela primeira vez em muitos anos, tomou esse banho sem se masturbar, à espera que um desses anúncios lhe proporcione uma noite inesquecível. Também a pensar nessa noite inesquecível, vestiu umas cuecas novas e um par de meias pouco usado. Agora pede uma terceira cerveja e a conta. É a empregada das mamas que sorri e lhe satisfaz o pedido e, enquanto lhe observa o peito baloiçante como um barco, ganha um tesão de que já não tinha memória.

É a primeira vez que responde com vontade a um sorriso. Quer voltar a tentar o amor, claro, mas tantos anos passados numa relação despovoada de calor e de sexo, fazem-no querer começar a satisfazer os seus desejos pelo corpo. É sempre o mais fácil, pensa. Além disso, a própria cerveja já se ocupou parcialmente da mente. Resta-lhe esperar que o tesão perca vigor para poder sair do café sem dar nas vistas, mas o facto do telemóvel começar a vibrar no bolso não o vai ajudar nada nesse aspecto. No visor aparece o nome moreninha marota. Não pode ser, conclui ele, mas atende na mesma. Estou? - Pergunta. E está mesmo. É a ex-mulher dele a telefonar doutro telemóvel por não ter saldo no dela, explica ela. Diz-lhe também que ele tem que passar lá em casa e ficar com os miúdos porque ela arranjou um emprego novo e tem que ir trabalhar à noite.

É a primeira vez que olha para as empregadas do café e repara que elas têm o nome próprio impresso num crachá que trazem ao peito. Deixam de ser a empregada das mamas e a empregada do rabo. Perdeu o tesão. A cerveja fica a meio, paga e vai-se embora.

conversa 1145

Eu - Queres ver um filme comigo lá em casa, hoje à noite?
Ela - Se não te importares que eu adormeça ao teu lado... é que os teus filmes, eu já sei que são uma seca.

conversa 1144

Ela - Estou tão cansada.
Eu - Muito trabalho?
Ela - Mais ou menos. Andei toda a manhã à procura dum rímel decente... o último que comprei deixou-me num estado que parecia que tinha levado um murro nos olhos...
Eu - E já encontraste um rímel melhor?
Ela - Não. Vou almoçar e continuar a procurar à tarde...

1.28.2009

adivinha quanto gosto de ti

Antes de continuar este post, devo dizer que não tenho nada pessoal contra o André Sardet. Aliás, nem o conheço pessoalmente. Na verdade, tirando o facto da música "adivinha o quanto gosto de ti" estar sempre a passar na rádio enquanto eu conduzo e a obrigar-me a mudar de estação, não tenho mesmo nada contra.
Oh André, pá! como é que raio te lembraste de escrever esta letra?



Já pensei dar-te uma flor, com um bilhete, mas não sei o que escrever,
Sinto as pernas a tremer quando sorris para mim, quando deixo de te ver...
Ora bem, ele pensou em dar-lhe uma flor com um bilhete mas não sabe o que escrever... hum... hum... ei! espera aí, eu pensava que primeiro surgia a necessidade de dizer alguma coisa e depois é que pensávamos na maneira como o fazer: por telefone, por email ou, em alguns casos raros, vá lá, por um bilhete com uma flor...

Vem jogar comigo um jogo, eu por ti e tu por mim. Fecha os olhos e adivinha, quanto é que eu gosto de ti.
Mas que raio de jogo é este? Um joga pelo outro e depois ela tem que adivinhar quanto é que o André gosta dela? Oh André, olha... há jogos muito mais interessantes: xadrez, monopólio, civilization IV... sei lá, qualquer coisa que não meta adivinhações...

Gosto de ti desde aqui até à lua,
Gosto de ti, desde a Lua até aqui.
Gosto de ti, simplesmente porque gosto, e é tão bom viver assim...
Pronto André, como é que tu querias que a rapariga ganhasse o jogo? Tinha que fechar os olhos e adivinhar que gostas dela desde aqui até à lua e da lua até aqui. Não é nada fácil, deixa-me que te diga. Além disso, a distância daqui à lua e da lua aqui é a mesma. mais ou menos 380000 quilómetros. Para a próxima basta dizeres: "gosto de ti 380000 quilómetros".

Ando a ver se me decido como te vou dizer, como te hei-de contar. até já fiz um avião com um papel azul, mas voou da minha mão... Vem jogar comigo um jogo, eu por ti e tu por mim. Fecha os olhos e adivinha, quanto é que eu gosto de ti.
Olha André... começo a perder a paciência. Se andas a ver se te decides como lhe vais dizer seja lá o que for, porque é que não aproveitas o tal bilhete com a flor? É que isso dos aviões de papel, independentemente da cor, não resulta muito bem. Um tipo manda-os para um sítio mas eles vão parar a outro... acredita em mim. E deixa-te lá de jogos malucos duma vez por todas.

Quantas vezes parei à tua porta, quantas vezes nem olhaste para mim, quantas vezes eu pedi que adivinhasses, o quanto eu gosto de ti.
André, eu a avisar-te para te deixares de jogos malucos e tu vais logo com essa paranóia para a porta dela? Imagina que ela abre e te vê ali especado sem fazer nadinha. Se te perguntar o que é que tu estás ali a fazer, tu vais ter que responder: "estou a ver se adivinhas o quanto gostas de mim...". A sério que ela te vai fechar a porta na cara e chamar a polícia ou o INEM...

conversa 1143

Ela - Alguma vez tiveste um orgasmo antes da mulher?
Eu - Claro... acontece a todos...
Ela - E ela não ficou assim... insatisfeita? Ou consegues dar duas seguidas?
Eu - Isso das duas seguidas, sem comprimidos, é um mito urbano. Mas é para isso que temos língua e dedo.
Ela - Boa. Tenho que dizer isso ao meu marido.

conversa 1142

Ela - A verdade é que uma relação sem uma discussão de vez em quando é uma relação morta. Gosto que se discuta de vez em quando.
Eu - Tem calma contigo, mas é.
Ela - Há homens tão panhonhas... por mais que uma mulher os pique nunca se zangam...
Eu - Tem calma.
Ela - Apetece chegar e espetar-lhes uma agulha no rabo.
Eu - Tem calma, a sério...
Ela - E pára de me dizeres para ter calma.

coisas que fascinam (79)

Enquanto folheio as páginas do jornal bebo o terceiro café do dia. Quente e duma só vez, aquecendo primeiro a ponta dos dedos na pequena chávena. E é nesse instante, em que as minhas mãos frias abraçam sofregamente aquele calor, que cresce em mim uma espécie de saudades do abraço dela. Fecho o jornal sem me lembrar duma única notícia que tenha lido. É que hoje o mundo não me interessa nada.

diamonds are a girl's best friend

Segundo um estudo publicado por dois cientistas da Universidade de Newcastle, os homens considerados ricos pelas suas parceiras proporcionam mais prazer às mulheres durante as relações sexuais.
Num total de 1.534 mulheres com maridos ou namorados, 121 delas responderam ter sempre orgasmos durante as relações sexuais, 408 disseram ter orgasmos com frequência, 762 tinham orgasmos “às vezes” e 243 raramente tinham orgasmos.
Entre vários factores identificados como influenciadores na frequência de orgasmos pelas mulheres, a riqueza do parceiro foi a mais determinante. [ler no JN]

Ora bem... eu, para começar, estou feito ao bife. Acabei de chegar à conclusão que as mulheres fingem ter orgasmos comigo. A única esperança que me resta é que continuem a fingir, ou então tenho que acertar no totoloto. A partir de agora sei que cada vez que a minha parceira sexual gemer, está a pensar no Bill Gates ou no Warren Buffet...

1.27.2009

conversa 1141

Ela - Eu lembro-me de ti. Não andaste na escola comercial em Aveiro?
Eu - Andei.
Ela - Pois, eu lembro-me de ti. Tinhas um amigo mesmo muito giro...

papel, papel e mais papel...

Acordo de manhã e descubro que a minha vida se tornou num monte de papéis desordenados, todos com uma obrigação qualquer inerente: pagar a água, pagar a luz, pagar o gás, avaliar a casa, pagar o seguro automóvel, passar os recibos dos condóminos do meu prédio, comprar alhos e cebolas, ir ao médico, fazer mais isto e mais aquilo...
Fico com saudades de quando não havia papéis na minha vida. Mais, fico zangado com quem inventou o papel. Em vez de dedicar a minha vida a algo decente como uma mulher, tenho que andar a perder tempo com coisas que detesto. Depois faz-se luz... vou ver quem inventou o papel e foi um eunuco chinês chamado Ts'ai Lun... tinha que ser um gajo sem tomates...

como falhar completamente a vida

Nunca fui bom em nada. Quando era miúdo não jogava bem futebol nem era bom aluno na escola. Pior do que isso: também não era mau aluno. Para se ter algum sucesso quando se é miúdo tem que se ser bom ou mau aluno. Eu era daqueles em que ninguém reparava, mediano e silencioso quanto baste para ser sempre o último a integrar um grupo daqueles que às vezes se formam para fazer trabalhos estúpidos de grupo, que não são muito mais do que colar coisas estúpidas em cartolinas grandes e coloridas. E eu era sempre o último porque ninguém me escolhia. Era sempre a professora que, quando dava por mim num canto da sala, me integrava à força. De facto, a única coisa que me lembro de gostar na escola primária foi de ter uma namorada chamada Helena com quem brincava no baloiço do parque municipal de Aveiro. Os outros chamavam-nos 'namorados' como se isso fosse mau e atiravam-nos pedras.
A adolescência, a que eu ainda chamo a terrível fase Clearasil, não melhorou nada. Para além de continuar a jogar mal futebol e não ser bom nem mau na escola, a coisa agravou-se porque as exigências por cumprir passaram a ser mais. Com dezasseis anos veio o trauma das sapatilhas de marca que eu nunca tinha apesar de todos terem, as borbulhas e pontos negros, os penteados que eu não era capaz de fazer e, claro, a Samantha Fox. Nunca tive umas sapatilhas que não fossem Sanjo (e que saudades tenho eu agora delas) ou Chute, nunca tive coragem de comprar Clearasil (que era um creminho de sucesso entre a adolescência portuguesa) e nunca admiti o meu fetiche pelas mamas enormes da Samantha Fox. Claro que, se em miúdo a única vantagem era eu ser o único a ter namorada, essa vantagem desvaneceu-se na adolescência porque passei a ser o único que não tinha. É que entretanto, todos os gajos que me atiravam pedras na escola primária por eu ter namorada, descobriram para que é que servia a pila.
Tudo podia ter-se resolvido na minha passagem para jovem adulto, até porque aí já não interessava muito jogar bem futebol nem ser bom ou mau aluno. Além disso, eu já usava botas ou sapatos e as borbulhas tinham desaparecido. Mesmo a fixação pela Samatha Fox diluíra-se lentamente nos sonhos húmidos de toda a adolescência. Estava tudo pronto para, à primeira oportunidade, arranjar uma namorada e ter uma vida mais ou menos normal. E foi esse o problema, eu pensava que ao ter uma namorada se conseguia ter uma vida normal mas não, ao ter uma namorada quando se é jovem adulto, a vida é tudo menos normal. Da fase Clearasil passei à fase 'oh caraças, ela amuou outra vez'. Nunca mais tive umas férias sem amuos por causa do lugar onde a tenda ficou instalada; nunca mais consegui ir ao cinema sem discutir meia hora a escolha do filme e, mesmo assim, ela amuar porque afinal era outro que devíamos ter ido ver; nunca mais consegui ir ao restaurante sem aturar um amuo porque comi uma sobremesa e ela, porque achava sempre que estava com uns quilinhos a mais, não podia comer açúcar; nem nunca mais consegui superar o nervosismo por ter que adivinhar se ela tinha ido ou não ao cabeleireiro, senão era porque não reparava nela e era um egoísta de todo o tamanho.
Menos mal, em conversas com amigos percebi que a fase 'oh caraças, ela amuou outra vez' era mais ou menos comum a todos. Convenci-me que a vida era assim e tentei ser feliz com esses amuos. Bastou-me treinar o suficiente para rir para dentro e não para fora com alguns deles. Foi aí que se deu o terramoto. Um gajo passa anos a habituar-se a viver com uma mulher, abdicando dos filmes preferidos, sobremesas preferidas, restaurantes preferidos, e mais, a dizer todos os domingos de manhã: "bom dia, estás diferente... foste ao cabeleireiro?" para o caso de ela ter ido mesmo, e ela diz-nos de repente que a vida toda dela foi uma merda por nossa causa.
Tudo bem, se foi por nossa causa, então bazamos. Não faz mal...

1.26.2009

em recuperação...

Tive uma intoxicação alimentar e ainda estou em recuperação. Amanhã acho que já consigo escrever coisas mais ou menos decentes outra vez...

conversa 1140

(ao telefone)

Eu - Estás bem? É que eu estou mal disposto. Acho que tive uma intoxicação alimentar com o jantar de ontem.
Ela - Pois... tivemos todos. Havia qualquer coisa estragada, provavelmente o camarão.
Eu - Nem me consigo mexer...
Ela - Mas conseguiste telefonar... para me chateares quando estou doente fazes sempre um esforço.

demasiado loiras

Diz o UKDailyMail que duas adolescentes foram ameaçadas de expulsão da Rednock School, pelo director David Alexander, por serem demasiado loiras. Para a expulsão não se confirmar, as miúdas terão que pintar o cabelo de castanho.

Eu acho bem. Vocês podem pensar que isto é prejudicar uma pessoa só porque ela nasceu loira mas, na minha opinião, é apenas equilibrar os pratos da balança. É que as loiras têm sempre vantagem no acesso às vagas dos melhores empregos, tipo aqueles empregos em que a única coisa que é preciso fazer é estar quieta. São os chamados trabalhos de corpo presente, como por exemplo estar quietinha em cima do capô dum carro caro numa feira de automóveis, estar quietinha ao lado do presidente dum clube de futebol num jantar de angariação de fundos para a casa do adepto duma terriola qualquer, estar quietinha atrás do apresentador dum concurso de televisão com um prémio na mão, estar quietinha para ser fotografada e sair numa revista de moda ou estar quietinha ao lado do Santana Lopes. Enfim, tudo empregos em que o mais importante é... estar quietinha.

1.22.2009

conversa 1139

(na casa dela, enquanto eu cozinhava)

Ela - Que é isso?
Eu - É comida...
Ela - Mas esse grelhador, onde é que o foste buscar?
Eu - Ao teu armário.
Ela - Nem sabia que tinha um grelhador.

mulheres e planetas

Um exoplaneta é um planeta que orbita uma estrela que não o Sol. A comunidade científica está à procura de um exoplaneta que tenha vida ou seja habitável, mas até agora só encontrou planetas demasiado grandes, muito quentes, muito frios, muito densos ou demasiado próximos da sua estrela. Há dois métodos para encontrar exoplanetas: o da detecção indirecta e o da visualização directa. A detecção indirecta passa por identificar a agitação de uma estrela (devido à força gravitacional da órbita do planeta) ou pela ligeira ofuscação da estrela quando esse planeta passa à sua frente. Nalguns casos é possível a observação directa, com telescópios potentes que são capazes de separar a luz ténue do planeta da luz da sua estrela. [ler na wired]
Estava a ler isto e a pensar como a busca por um planeta e por uma pessoa são tão parecidas. Em primeiro lugar, porque se procura algo onde haja vida ou onde se possa viver. Em segundo lugar porque também quando procuramos um parceiro, utilizamos os métodos de observação indirecta e directa. Por exemplo, no primeiro passeio que se faz com uma mulher, e para não parecermos demasiado invasivos, podemos aproveitar o seu reflexo na montra duma loja pronto-a-vestir enquanto ela olha para o preço duma peça qualquer. Mais à noite, e se conseguimos passar a fase da observação indirecta, temos que procurar aproveitar o método da observação directa, isto é, ser capaz de manter o nosso olhar no olhar dela sem fugir. Se os olhares não fugirem um do outro durante alguns segundos, enfim, talvez aquele planeta seja habitável.

1.21.2009

conversa 1138

Ela - O gajo convidou-me para jantar fora e levou-me à praça de alimentação dum shopping. Acreditas nisto?
Eu - E depois?
Ela - E depois?!!!! Que mau gosto...
Eu - Pelo menos convidou-te para alguma coisa. Quer dizer que pensou em ti e gosta de estar contigo. Eu já ficava todo contente se algumas mulheres me convidassem para jantar num shopping.
Ela - Se te estás a fazer a convite meu, tira o cavalinho da chuva...

o síndrome da Branca de Neve

Acho que o pessoal da minha idade sofre do síndrome da Branca de Neve, isto é, supõe-se que é ao homem que cabe toda a iniciativa do engate. Basicamente, a miúda não tem que fazer nada e o homem que se amanhe. Se ele não toma a iniciativa é porque é maricas ou introvertido, se ele toma a iniciativa é porque é abrupto e só pensa em sexo. Basicamente, meus amigos (e isto é só para os homens), estamos lixados. Com a agravante de que o contexto do conto dos irmãos Grimm, e da sua adaptação para o cinema pela Disney, mudou totalmente.

O princípio de deixar a iniciativa ao homem é mais ou menos este: ela está deitadinha sem fazer nada numa campa de vidro, a fingir que está morta, e um gajo tem que chegar lá e dar-lhe um beijo. Se ela quiser acordar até acorda. Se ela não quiser acordar, metemos o rabinho entre as pernas e vamos embora discretamente. Claro que hoje a campa de vidro é mais um bar com consumo mínimo obrigatório, o beijo é mais uma pergunta do tipo: "olá, posso pagar-te uma cerveja?", e o eventual acordar dela é mais uma resposta como esta: "uma cerveja não, mas podes pagar-me um vinho do Porto e tudo o que já consumi".

Ok, até pagamos. Estamos tesos e a fazer contas até ao fim do mês, mas isto anda tão mau que temos que apostar em tudo. O pior é que a porcaria do cavalo, hoje em dia, é um carro que anda com o depósito quase sempre na reserva; e a merda do castelo é um T1 nos subúrbios da cidade cujas mensalidades já não pagamos há alguns meses. Mas tudo bem, enterramo-nos mais um bocadinho no cartão Visa para pôr gasolina, escondemos a carta do banco a ameaçar levantar a hipoteca, e lá a levamos para casa.

Ok, até levamos. Dá-se uma queca e a Branca de Neve engravida porque, segundo ela, se esqueceu de tomar a pílula. A família dela aparece lá no castelo e obriga-nos a casar. Perante o convite simpático dum pai armado com um cutelo e uma mãe com um rolo da massa, aceitamos de bom grado.

Ok, até casamos. Finalmente, fora do ambiente dos bares de engate e longe da família, conseguimos dar uns passeios calmos no campo. É nessa altura que a Branca de Neve desaparece. O campo deu-lhe saudades dos anões e ela pede o divórcio. Os anões, pelos vistos, faziam-na mais feliz. Tudo por nossa culpa, que andamos sempre nervosos e só pensamos em dinheiro.

Ok, até nos divorciamos. Enterramo-nos mais no empréstimo do T0 porque temos que lhe dar metade da parte já amortizada, levamos a merda do cavalo à oficina para ver se ele vive mais uns anitos... e voltamos a beijar uma mulher numa campa de vidro, ou seja, num bar qualquer com consumo mínimo obrigatório.

ia ao cabeleireiro, diz ela

Uma mulher norte-americana atropelou um motociclista, mas não parou para ajudar porque tinha hora marcada no cabeleireiro. [ler notícia no Portugal Diário]. Eu até a compreendo, isto de ajudar os outros quando se está despenteado é difícil de certeza.

conversa 1137

Ela - Esta é a pior fase do ano para estar sem dinheiro.
Eu - Eu acho que para estar sem dinheiro qualquer fase é má.
Ela - Sim, mas agora estamos em plena época de saldos.

sete pecados mortais

A Pépé lançou-me um desafio: A confissão dos meus 7 pecados mortais, ou seja, a Gula (comer a toda a hora e/ou além do necessário), a Avareza, (cobiça de bens materiais e/ou dinheiro) a Inveja (desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa), a Ira (é a função dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável), a Soberba (falta de humildade, alguém que se acha auto-suficiente), a Luxúria (apego aos prazeres carnais) e a Preguiça (aversão a qualquer trabalho ou esforço físico).

a Gula: nunca cometi o pecado da Gula, excepto com arroz de polvo, bacalhau assado, arroz de marisco e mousse de manga.
a Avareza: nunca cometi o pecado da Avareza, excepto jogar no Euromilhões todas as semanas.
a Inveja: nunca cometi o pecado da Inveja, excepto querer ter pelo menos 10% do sucesso que o Brad Pitt tem junto das mulheres.
a Ira: nunca cometi o pecado da Ira, excepto quando procuro lugar para estacionar no Norte Shopping e me apetece matar o gajo que acabou de ocupar um lugar que eu é que tinha visto.
a Soberba: nunca cometi o pecado da Soberba, isto porque sou tão bom que nunca na vida poderia pensar que sou melhor do que realmente sou.
a Luxúria: nunca cometi o pecado da Luxúria, excepto quando tenho sonhos húmidos com a Mayra Andrade, o que só acontece uma vez por dia. Ou melhor, por noite.
a Preguiça: nunca cometi o pecado da Preguiça, e juro que não é culpa minha a minha cozinha ter mais louça para lavar do que lavada.

E agora, como não sou nadinha preguiço, passo isto a quem quiser... :)

1.20.2009

mamilos firmes e hirtos



Isto vende-se no Japão. Chama-se Beauty Nipple e é um bocal de plástico que as mulheres colocam debaixo da camisola, no bico da mama, para ficarem com os mamilos mais sexys. Eu cá acho bem. Não sei se os mamilos ficam mais sexys ou não, mas tenho a certeza que pelo menos ficam mais duros. Firmes e hirtos como diria o Alexandrino.
Andar no engate no Japão deve ser perigoso. Num bar qualquer conhecemos uma miúda bonita e, quando chegamos à caminha, afinal nem sequer era uma miúda. Era uma cobra cheia de aplicações em plástico à volta. Não compreendo as mulheres, é certo, mas as japonesas é que não compreendo mesmo.

conversa 1136

Ela - Preciso fazer-te uma pergunta.
Eu - Diz.
Ela - Fui para a cama com um gajo e não percebo bem o que se passou...
Eu - Porquê?
Ela - Ele não disse nada, a não ser ter gritado algumas vezes durante o acto. Depois veio-se em menos de três minutos como se estivesse a ter um ataque cardíaco e, no fim disse que tinha sido espectacular e adormeceu. Eu nem aqueci, pá.
Eu - E que pergunta me queres fazer?
Ela - Ele tem quase a tua idade... mas fiquei com a sensação que fui a primeira mulher dele. Achas possível?
Eu - Sei lá... ou isso ou sofre de ejaculação precoce.
Ela - Caraças. Não acerto uma.

quer casar, diz ela

Esta senhora chinesa chama-se Wang Guiying e tem 107 anos. Está à procura dum marido. Diz que finalmente perdeu o medo do casamento que teve durante a sua juventude.
Wang diz ainda que tem medo de se tornar num fardo para os seus sobrinhos, que actualmente tomam conta dela, e que estão neste momento a começar a constituir família.
Eu acho que se deve respeitar profundamente a decisão da senhora, que desde os 102 anos deixou de realizar tarefas domésticas por ter partido uma perna, mas porque a admiro devo dar-lhe também um conselho sério nesta sua busca pela felicidade: oh mulher, apanha juízo e não estragues a tua vida!

conversa 1135

Ela - Às vezes acho que o amor está sempre ao contrário.
Eu - Ao contrário?
Ela - Sim. Quando nos queremos aproximar de alguém, afastamo-nos. Depois acabamos por nos envolver com alguém que até nem queríamos.
Eu - E estás triste porquê? Porque te afastaste de alguém ou porque te aproximaste?
Ela - Estou triste porque me aproximei dum gajo de quem eu pensava que gostava e, neste momento, já nem o posso ver à frente.
Eu - Menos mal. Isso resolve-se. E não o podes ver à frente porquê?
Ela - Porque ele é irmão do gajo de quem eu me queria aproximar.

couscous prosjekt, o regresso...



Hoje, terça-feira dia 20, os Couscous Prosjekt regressam à sua actividade normal no Clandestino Bar, em Aveiro, mais ou menos a partir das 22:12. O Chico Buarque vai lá estar, é claro, mas se alguma morena de Angola ou da Senhora da Hora quiser aparecer, também é bem vinda.

seios dim



No final dos anos sessenta, a Dim vendia assim o seu produto às mulheres francesas. No primeiro exemplo, convencendo as mães que se usassem sutiãs da sua marca, o aspecto dos seus seios se assemelhariam aos seios das suas filhas jovens (as mães das raparigas Dim usam Dim também); no segundo exemplo, exemplificando como os outros veriam os seus seios Dim (para ver os seus seios assim).
Nos anos sessenta a indústria da beleza feminina cresceu imenso e, fruto também ainda da efémera cultura hippie, exigiam-se seios pequenos e firmes. Nesta altura começara, para muitas francesas, a febre das dietas para emagrecer e a greve ao pão.
No ano anterior ao lançamento deste anúncio, aquele país passara pela revolução do Maio de 68. Mas não só, também na então Checoslováquia se dera a Primavera de Praga e no México se o massacre dos estudantes e esquerdistas que protestavam nas ruas contra o regime autoritário de Gustavo Diaz. Nos Estados Unidos, a sufocarem na guerra do Vietname, tinham sido assassinados Martin Luther King e Robert F. Kennedy. Era muita agitação no mundo para uma Europa ainda com fortes memórias da segunda Guerra Mundial. O melhor era que as mulheres andassem bonitas. Pelo menos com umas mamas bonitas...

respostas a perguntas inexistentes (48)

ou o amor em quatro actos

1] Talvez uma cerveja e um abraço. Talvez um abraço e uma cerveja. Nem sequer sabem bem. Sabem que a ordem das coisas não interessa. O dia até pode seguir-se à noite e não a noite ao dia. Não interessa.
Do abraço passa-se a um beijo. O amor passa a ser aproveitar o facto de estarem vivos. Aliás, o amor é só isso, mas esse é um só tão grande que não lhe percebem a ordem. Sempre a merda da ordem, e passam a detestar essa palavra.

2] Talvez um filme qualquer. Um filme qualquer porque sabem que não o vão ver. Os filmes sempre foram uma boa desculpa para duas pessoas se sentarem uma ao lado da outra, apagarem a luz, e depois foderem. Devagar, até à ficha técnica.
Talvez pousem a cerveja no chão e se fiquem pelo abraço. Depois, talvez a cabeça dela pouse no ombro dele. Talvez a mão dele lhe percorra desordenadamente o queixo, os cabelos, as pernas, a barriga, a face e por fim a vagina. Talvez ela gema, talvez não. Talvez ela sorria e ele goste. Talvez sim.

3] Talvez as cervejas tenham caído com um pontapé excitado e agora rolem no chão flutuante. Talvez eles rolem também, um no outro, ou talvez flutuem. E se a cerveja vertida se infiltra nas fendas do chão, ele infiltra-se nela. Ela nele. Talvez se venham. Talvez as cataratas do Niágara não vertam tanto e talvez não morram tanto. Não há vida e morte nas cataratas. Naquela sala dum apartamento emprestado, sim, há. Ou houve, porque talvez tenham morrido.

4] Talvez não, não estejam mortos. Os corpos reagem a um lençol de brandura que os tapa de frio. De calor e de frio, aliás. A ordem não interessa. Talvez a mão dela ainda abrace um pénis cansado e a mão dele um seio usado. Talvez respirem e abram os olhos devagar. Talvez a ficha técnica passe na televisão e ninguém saiba o fim do filme. Talvez não faça mal. O amor é só isso: aproveitar o facto de estar vivo. Talvez os dois o saibam. E isso é saber tanto.

1.19.2009

conversa 1134

(no café)

Eu - Raspei a mão ali num muro... fiz esta ferida.
Ela - Toma lá água oxigenada.
Eu - Andas com água oxigenada na carteira?
Ela - Não imaginas as coisas que uma mãe pode ter na carteira.
Eu (risos)
Ela - Não imaginas porque nunca foste mãe. És pai e os pais não ligam nada a nada. Andam com a sua carteirinha com documentos e dinheiro e não querem saber de mais nada.
Eu - Tem calma, não te zangues.
Ela (levantando a voz) - As mães é que têm que andar com fraldas, leite, medicamentos... enfim, tudo. Depois eles gozam quando vêem as mulheres com carteiras cheias.
Eu - Tem calma, eu não estava a gozar.
Ela - Desinfecta lá isso depressa senão ainda me arrependo.

mulheres que eu gostava de poder não compreender (76)



nome: Simone Simons
origem: Holanda
info: Simone Simons é a vocalista do projecto de metal sinfónico Épica. Nasceu na Holanda em 1985 e tem uma voz encantadora. A mim aconteceu-me ouvi-la primeiro, imaginá-la e vê-la apenas depois. Imaginei-a muito bonita, mas não tanto como ela realmente é.

conversa 1133

Ela - Ainda achas que eu sou estúpida?
Eu - O quê?
Ela - Ainda me achas estúpida?
Eu - Porque é que estás a perguntar isso?
Ela - Porque quero saber.
Eu - Eu nunca te chamei estúpida.
Ela - Chamaste na sexta à noite, ainda por cima à frente de todos.
Eu - Chamei?! Não chamei nada.
Ela - Chamaste com a cara. Não disseste nada mas pela cara que fizeste não podias estar a pensar outra coisa.
Eu - O quê?
Ela - Vês?! Estás a fazer essa cara outra vez. Pelo menos agora estamos sozinhos.

fica comigo agora

A culpa não é do Hélio dos Passos. A culpa é das mulheres, elas é que nos põem assim...



Fica comigo agora / Viajar no mundo dos sonhos / Por que já está na hora / Nas ondas tomar o banho / Você vai ficar tão feliz / Dançar e passear na areia / Sempre pode até dormir / Na praia como uma sereia...

unhas

Era mais um blind date. Só isso...
Espero que sejas daqueles homens que cortam as unhas dos pés, disse-me ela no primeiro café que tomámos. Pousei a chávena quente e olhei para ela, analisando-lhe minuciosamente o rosto para tentar perceber se falava a sério ou a brincar. Não descortinei a mínima vontade de sorrir, ou seja, falava a sério.
Que fiquei a saber que havia dois grandes grupos de homens: os que cortam as unhas dos pés e o que não cortam as unhas dos pés. Agradeci-lhe por me ter ensinado isto e não respondi, na esperança que a dialéctica sobre unhas dos pés ficasse por ali, com aquele pequeno e desenxabido travo de humor.
Não ficou. Ela limpou as paredes internas da chávena dela com o dedo indicador da mão direita e lambeu-o lentamente. Depois disse-me que adorava lamber também os dedos dos pés mas que, nos escuro, às vezes se feria nos lábios por causa de unhas demasiado compridas, e fiquei ainda a saber que tinha deixado o marido por causa disso.
Aproveitei o inócuo telefonema de um amigo para a informar que tinha que sair urgentemente, prometendo ligar-lhe mais tarde mas sem a mínima intenção de o fazer. Já no carro, enquanto conduzia, não percebia porque é uma mulher tão bonita começara uma conversa comigo a falar sobre unhas dos pés, e nunca percebi se fugir daquela maneira foi a melhor opção.

1.16.2009

pensamentos catatónicos (162)

Hoje fui à casa de banho dos homens de um café em Espinho. Quando ia a entrar, uma mulher saiu. Eu dei um passo atrás para confirmar se o bonequinho da porta era o do meu género. Era e entrei. No fundo da sanita estava um penso higiénico usado. Que raio de pessoa é que se acha no direito de deitar um penso higiénico na sanita duma casa de banho?

conversa 1132

Ela - Porque é que me disseste que eu era bonita?
Eu - Porque és. Decidi que, cada vez que tiver alguma coisa boa para dizer a alguém, devo dizê-lo mesmo. Se tiver uma coisa má para dizer é que devo pensar duas vezes antes de o dizer.
Ela - Só isso?
Eu - Só. Não chega?
Ela - Chega... estava a perguntar se só achas que eu sou bonita. Não achas mais nada de mim?
Eu - Acho... mas na altura só me apeteceu dizer isso.
Ela - Então é porque no resto pensaste duas vezes e decidiste não dizer.

Milai Bensabat



Não é possível falar dos anos sessenta em Portugal sem falar da Crónica Feminina, uma publicação dedicada às mulheres cuja popularidade a fez atingir os 140 000 exemplares de tiragem. Milai Bensabat, directora e editora da revista, foi desde o primeiro número (em Novembro de 1956) a cara deste projecto de sucesso.
A Crónica Feminina abordava temas variados e triviais, mas ainda assim captou a atenção e a fidelidade de milhares de mulheres portuguesas, de tal forma que chegou a ser vendida em Portugal continental e simultaneamente nas então colónias portuguesas. Foi a primeira revista portuguesa a produzir um fotonovela, facto que ajudou definitivamente o seu crescimento.
O projecto só acabou nos anos setenta a após a proibição da distribuição de um número já impresso. Bensabar, no entanto, já abandonara a revista em 1966 para abraçar outro projecto similar: a revista feminina Magazine.

conversa 1131

Eu - Estás a rir de quê?
Ela - Nada. Coisas de mulheres...
Eu - Diz lá...
Ela - Coisas de mulheres, já te disse.
Eu - Ok... pensei que te estavas a rir de mim, era só isso.
Ela - E estava. Rir de ti é uma coisa mulheres.

1.15.2009

o desemprego e o sexo para totós

1] O Partido Socialista vai "chumbar" os três projectos de lei para alargar o subsídio de desemprego, do PCP, Bloco de Esquerda e CDS-PP, que hoje são debatidos na Assembleia da República. [ler notícia no Expresso]
Ao contrário do que o Partido Socialista quer fazer crer, os desempregados não são pessoas falhadas nem pessoas que não querem trabalhar. No modelo de produção capitalista em que vivemos, e que é manifestamente apoiado pelo partido do Governo, os desempregados são um factor fundamental à concentração de riqueza, pois servem como exército de reserva para as unidades de produção. Por este motivo o subsídio de desemprego devia ser garantido e vitalício, já que os desempregados são vítimas da organização política que lhes é imposta.
Nunca gostei que me impusessem a normalidade. A maior parte das pessoas convenceu-se que esta dicotomia da mão-de-obra em empregados e desempregados é normal, que o mundo é assim e não pode ser de outra forma. Isso tem a ver com o facto da nossa memória colectiva não ter arquivado um modelo de produção sem desempregados. Mas ele existe e é possível. É por isso que a luta por um subsídio de desemprego a sério deve ser apenas um passo. O objectivo é mudança total do modelo de produção.
Gostava de encontrar mais pessoas que percebam que não têm que levar com esta merdice de normalidade que nos é imposta, e que somos nós todos que devemos decidir o que é normal ou não. Gostava que essas pessoas se organizassem e fizessem qualquer coisa para alterar isto. Sem medos.

2] Também as crises económicas, ao contrário do que nos querem fazer crer, não fazem parte dum ciclo natural da Economia. São provocadas propositadamente para que o capitalismo se possa reorganizar, leia-se, para que os grupos económicos possam engolir os mais fracos mais facilmente. Foi assim em 1929 e está a ser assim agora. Depois inventam desculpas para criancinhas do género: os bancos emprestaram dinheiro a quem não podia pagar empréstimos. Não me fodam: nem eu empresto dinheiro a quem não me pode pagar. Vocês acham que o gerente dum banco o ia fazer? Porquê? Por misericórdia... deve ser isso.
As crises económicas não são só falta de dinheiro num lado e dinheiro a mais noutro. As crises económicas têm um impacto enorme na nossa vida emocional, e essa também uma forma de manter as pessoas quietinhas no seu lugar, à espera que alguém lhes faça o favor de as meter num emprego precário e mal pago onde vão ser exploradas a vida toda. Até o sexo fica mais conservador em períodos de crise económica, segundo um sociólogo britânico. [ler notícia no yahoo]. A minha proposta é simples: decidam vocês o que deve ser a vossa normalidade, e se não quiserem começar já por algum activismo político, ao menos fodam sem conservadorismos.

atrair a velha com dinheiro

Ainda tenho o recorde mundial de michu mas agora, depois de estar a treinar até às cinco da manhã, também tenho o recorde mundial de granny turismo. O Granny Turismo consiste em atrair uma velhota com uma nota de 50 dólares, o mais perto possível dela para que percorra a distância rapidamente.

1.14.2009

Alizé Cornet vs Nélson Évora

A tenista francesa Alizé Cornet (na foto) provocou um escândalo ao jogar com uma indumentária demasiado sexy, ou seja, uma camisola quase transparente e uma saia muito curta, na taça Hopman realizada em Perth. Agora, a organização do próximo Open da Austrália promete multar em mil euros as tenistas que fizerem o mesmo. [ler notícia no AS]

Esta posição da organização australiana, para além da celeuma causada pela jogadora francesa, deve-se ainda à opinião da Angela Conway, presidente da Associação Vitoriana da Família Australiana, que lembra que os desportistas têm que ter consciência da influência que têm nas crianças; e pela opinião da histórica tenista Margaret Court que acha que a Cornet passou dos limites.

Eu acho é que querem matar o ténis. Mais nada. Qual é a piada de estar a ver um jogo com duas mulheres a atirar a bola dum lado para o outro, por cima duma rede, se elas estiverem vestidas? Nenhuma. Isto, na verdade, só não me revolta porque por mim podem matar o ténis à vontade. É-me igual ao litro. Gajas nuas, ou quase nuas, posso eu ver na internet quando me apetecer.

O que eu gostava de perguntar aos gajos da organização do Open da Austrália, já que garantem que as jogadoras vão estar debaixo de vigilância apertada mas dos jogadores nem falam, é o que eles pensam desta fotografia do Nélson Évora durante os últimos jogos Olímpicos, na China. Eu cá acho que os atletas do triplo salto é que deviam ter cuidado na maneira como se vestem, e a sério que não quero matar o triplo salto. Aliás, também me estou nas tintas para a porcaria do triplo salto. O que eu quero é acabar com o facto de todas as minhas amigas passarem os dias a sonhar com o Nélson...

conversa 1130

Ela - Então, estás de volta?
Eu - Sim... cheguei há bocado.
Ela - E está tudo bem?
Eu - Sim, e contigo?
Ela - Está tudo bem, tirando o meu rabo estar a ficar muito grande, está tudo bem.

conversa 1129

(em França, com a amiga duma amiga duma amiga, no dia seguinte à conversa 1128)

Ela - Afinal a ****** disse-me que em Portugal há universidades.
Eu - A sério? Nunca vi nenhuma...

conversa 1128

(em França, com a amiga duma amiga duma amiga)

Ela - Em Portugal há alguma universidade?
Eu - Não. Em Portugal, quando acabamos o liceu, vamos todos para Burkina Fasso, que tem as melhores universidades do mundo...
Ela - Aqui em França há boas universidades...
Eu - Eu sei. Alguns vêm para cá... mas são só os que não conseguem entrar em Burkina Fasso.
Ela - A sério?
Eu - A sério.

coincidência das coincidências

Coincidência das coincidências: ausentei-me do país para visitar uma amiga minha que vive em França e é casada com um muçulmano albanês e, quando regressei, a primeira coisa de que ouvi falar foi do aviso feito pelo José Policarpo às mulheres portuguesas que é um "monte de sarilhos" casar com muçulmanos.
Eu até acho que o José tem razão. Esqueceu-se foi de referir que o casamento é sempre um monte de sarilhos, seja com muçulmanos, cristãos ou outra coisa qualquer. A não ser, claro, que as pessoas se possam divorciar quando muito bem entenderem. Pena é que o José não concorde com o divórcio...
A minha amiga lá vai vivendo feliz, ele muçulmano e ela cristã, basicamente porque cada um respeita o outro. Em tom de brincadeira, ela até me disse que é uma maravilha viver com um muçulmano, porque os muçulmanos não bebem e é sempre ele a conduzir quando vão jantar fora e ela bebe uma garrafa de tinto sozinha. Fiquei seriamente a pensar nisso...

1.11.2009

pensamentos catatónicos (161)

Li algures que o Salman Rushdie acha que os homens precisam mais da companhia das mulheres do que as mulheres da companhia dos homens. Tentei provar mentalmente, a mim mesmo e de acordo com a minha experiência, que isto é mentira. Não consegui.

como ele e ela compram perfume ou água de colónia num supermercado

ele:
1] entra no supermercado e vai à secção dos perfumes e águas de colónia, calculando o máximo que pode gastar na compra.
2] afasta-se um metro da prateleira para poder ver os preços todos duma só vez.
3] escolhe um de acordo com a sua disponibilidade financeira no momento.
4] vai à caixa e paga.

ela:
1] entra no supermercado e vai à secção de pronto-a-vestir, depois vai à secção das malas, depois vai à secção do calçado, depois vai à secção das promoções, depois vai à secção das plantas e depois vai à secção dos perfumes e das águas de colónia.
2] aproxima-se da prateleira e experimenta nos braços todas as amostras de cada produto existente. Se algum não tiver a amostra respectiva, ela abre uma embalagem nova e experimenta na mesma.
3] telefona a uma amiga a pedir um conselho.
4] vai à secção de decoração e volta.
5] escolhe um sem ter a certeza que é esse mesmo que quer e vai à caixa pagar.
6] quando está quase a chegar a vez dela, arrepende-se e volta para trás para trocar por outro.
7] volta à caixa e tenta recuperar a vez dela, o que gera uma pequena discussão com as pessoas da fila.
8] finalmente paga e telefona à mesma amiga a dizer que comprou um perfume ainda melhor do que aquele que ela aconselhara.

conversa 1127

Ela - Os homens, normalmente, são uns incompetentes na cama.
Eu - Incompetentes porquê?
Ela - Quase todos cometem os mesmos erros. Às vezes até parece que falam entre si e combinam...
Eu - Que erros? Já agora quero saber.
Ela - O erro principal é não perceberem que normalmente pesam mais do que as mulheres e ficam ali, em cima delas, como se fossem um peso morto. Uma mulher às vezes nem respirar consegue...
Eu - Ah!
Ela - Pela tua cara já fizeste isso...
Eu - Naaa...
Ela - E olha que ficar debaixo de ti, com esse corpanzil de lutador de wrestling, não deve ser fácil...

conversa 1126

Ela - Vou explicar-te como é que podes ter uma vida mais... pacífica, digamos assim, com as mulheres.
Eu - E como é?
Ela - É muito simples. Basta fingires que acreditas em tudo o que elas dizem.
Eu - Normalmente já acredito em tudo o que as mulheres me dizem.
Ela - O problema é esse. Não podes acreditar mesmo. Tens só que fingir que acreditas.

1.10.2009

love will tear us apart

Fiz, a partir do youtube, uma colectânea com algumas versões do "love will tear us apart", do Joy Division, incluindo o próprio original. As versões são do Albert Kuvezin, Anton Corbijn, the cure, narina pallot, paul young, susanna and the magical orchestra, the king e dos portugueses moonspell. Optei por deixar de fora a versão das nouvelle vague (porque estou farto de a ouvir) e dos U2 (porque estou farto de os ouvir). Se quiserem, podem baixar as músicas via rapidshare aqui: http://rapidshare.com/files/181877662/lovewilltearusapart.rar (copiem o link para o vosso browser). Se não quiserem também podem, mas não vale a pena. É uma prenda de fim de semana...

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions won't grow
And were changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
Our respect run so dry?
Yet theres still this appeal
That we've kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just cant function no more?
When love, love will tear us apart again

1.08.2009

a roleta russa do sexo

Em Espanha, mais particularmente em Madrid, Barcelona e Valência, está a ganhar cada vez mais adeptos a moda da roleta russa do sexo. O jogo, chamemos-lhe assim, consiste em convidar um ou mais seropositivos para uma festa sem que ninguém saiba quem são com a obrigação de, durante uma orgia com todos, praticar barebacking (penetração anal sem protecção). [ver notícia]

conversa 1125

(ao telefone)

Ela - Estou mesmo muito chateada contigo.
Eu - Mas porquê?
Ela - Não sabes?
Eu - Não...
Ela - Ora pensa...
Eu - Diz lá... não me faças perder tempo.
Ela - Olha, espera aí. Estão a telefonar-me. Tenho que desligar. Depois telefono...
Eu - Não desligues agora.
Ela (desliga)

o elixir do amor

De novo a dopamina (o neurotransmissor que promove a sensação de prazer), mas desta vez associada à oxitocina (uma hormona que favorece os comportamentos maternais), pode ajudar a fabricar um elixir do amor, ou seja, uma bebida que faça o coração mais petrificado do mundo apaixonar-se. A mim parece-me bem... [ver notícia]

conversa 1124

Ela - Queres passear comigo neste fim de semana?
Eu - Passear?! Nunca me tinhas convidado para passear...
Ela - Este Natal engordei dois quilos. Preciso de alguém para andar a pé comigo o mais possível.

a mulher mortal

Nesta publicidade ao perfume Poison (Veneno), da Christian Dior, o centro da nossa atenção confunde-se entre a mulher e a visão duma caveira. Há alguma semelhança entre uma mulher perfumada e uma caveira? Certamente que não. Mas eu, pelo menos, já senti que algumas mulheres se conseguem aproximar bastante do mortal. Deve ser isso...

o aveiro

Amanhã, sexta-feira, o semanário O Aveiro publica uma pequena entrevista comigo, a propósito do livro "não compreendo as mulheres". O mesmo jornal é distribuido sábado com o Expresso em alguns concelhos do distrito de Aveiro.

1.07.2009

respostas a perguntas inexistentes (47)

Ele queria salvar o casamento, principalmente por causa da família. Ela respondeu-lhe que queria salvar a vida, e que para salvar a vida, o casamento tinha que morrer. E foi assim que fizeram amor uma última vez.
Na noite seguinte nem ele nem ela conseguiram dormir. Ele no sofá da casa do melhor amigo, ela na cama grande duma amiga divorciada há alguns anos. Não percebiam aquele último exercício de amor...

conversa 1123

Ela - Sonhei contigo. Achei que ias gostar de saber.
Eu - E como foi o sonho?
Ela - Não me lembro.
Eu - Não te lembras? Então eu devia gostar de saber porquê?
Ela - Eu sonhei contigo. Tens que ficar contente com isso e mais nada. Agora deixa-me jantar em paz.

conversa 1122

Ela - Tenho um problema sexual, acho eu.
Eu - Qual é?
Ela - Não fico húmida e depois a penetração dói-me.
Eu - Não te preocupes. É uma fase...
Ela - Já te aconteceu?
Eu - Já vi acontecer. Tens duas hipóteses: ou pedes ao ****** para começar o sexo com um minete, o que normalmente ajuda, ou compras lubrificante.
Ela - Tens cada uma.
Eu - Cada uma?!
Ela - Sim, já viste o que me estás a dizer? Pensei que tinhas uma sugestão melhor...
Eu - Mas...
Ela - Deixa lá, esquece o que eu te disse.

condenada a ler Pessoa

Uma portuguesa, condenada no Brasil por tráfico de droga, viu a sua pena a quatro anos de prisão ser substituída pela obrigação de realizar trabalho de próprio punho sobre o poeta português Fernando Pessoa. [ler notícia]

Eu cá acho bem. A sério que acho, mas se fosse comigo virava-me para o juiz e dizia que queria centrar o trabalho do meu próprio punho nalguns dos versos mais conhecidos do poeta:

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

E posto isto... ia para casa.

coisas que fascinam (78)

Decidi que o amor não existe. Aliás, decidi que ainda bem que não existe. Só aquilo que não existe é que se pode inventar, e assim posso inventá-lo todos os dias.

como ele e ela tomam banho de manhã...

ela:
1] levanta-se voltando a colocar o lençol na mesma posição
2] despe o pijama, que dobra cuidadosamente, e enrolha uma toalha à volta do corpo.
3] entra na casa de banho e analisa cuidadosamente a sua pele facial no espelho para ver se tem rugas, borbulhas ou pontos negros.
4] levanta a tampa da sanita, urina, baixa a tampa da sanita de novo.
5] liga a água quente espera alguns segundos para se molhar.
6] usa champô e depois um amaciador.
7] com uma lâmina retira alguns pêlos.
9] ensaboa o corpo todo fora do alcance da água e só depois se torna a molhar.
10] desliga a água, sai da banheira e seca-se de novo em frente ao espelho.
11] coloca cremes hidratantes e espera algum tempo antes de se vestir com uma roupa lavada.

ele:
1] levanta-se empurrando os lençóis com os pés até estes o destaparem totalmente.
2] deixa a roupa interior no chão e vai nu para a casa de banho.
3] abre a torneira e molha-se imediatamente enquanto urina para o ralo
4] usa champô e aproveita a espuma para lavar o resto do corpo.
5] coça os tomates várias vezes
6] fecha a torneira, seca-se com a primeira toalha que encontra, e veste a mesma roupa do dia anterior se achar que ainda não está a cheirar mal.

1.06.2009

a culpa é delas

Um professor de 28 anos, acusado de ter abusado de várias alunas com idades entre os 13 e 15 anos, atribuiu a culpa do sucedido às próprias alunas. Diz ele que foram elas (alunas) que se atiraram a ele e que se deixou levar pela aluna com quem terá tido relações sexuais. [ver notícia]
Venho aqui escrever em defesa deste pobre homem, com apenas 28 aninhos, que inocentemente se deixou tentar pela devassidão inerente a mulherões de 13 e 15 anos. Na verdade defendo a tese (que as mães de Bragança, mesmo sendo mulheres, também defendem) que a culpa é sempre das mulheres, mesmo quando dizem que são violadas. Aposto que estas miúdas se sentavam sempre na primeira fila da sala de aula, de perna cruzada, exibindo as suas peúgas com a Lassie e o seu acne juvenil quase a explodir. Isso praticamente é a mesma coisa que dizer "come-me" ao professor.
Agora só espero que que o senhor doutor juiz absolva este homem de bem e ponha mas é estas moças na linha. Enfim...

conversa 1121

Ela - Ainda andas com a ******?
Eu - Sim.
Ela - Isso não vai durar muito.
Eu - Porquê?
Ela - Porque não. Tu não tens nada a ver com ela.
Eu - Nem a conheces.
Ela - Mas já me falaram dela. Não tens nada a ver com ela.
Eu - Isso é a tua forma de me desejar sorte?
Ela - É.

1.05.2009

as grávidas querem cerveja?


A  cerveja sem álcool Nova Schin decidiu promover o seu produto com uma grávida gira. A ideia é fácil de perceber: as grávidas não podem beber álcool, logo, se uma grávida pode beber Schin é porque ela não tem os malefícios do álcool. Sinceramente não acho uma ideia feliz. Há mil e um motivos para promover o consumo de cerveja sem álcool mas a gravidez não é uma delas. A prevenção rodoviária, por exemplo. Além disso, quem já foi pai uma vez na vida, sabe que naqueles impulsos que a mulher grávida tem às quatro da manhã e em que pede coisas esquisitas para comer ou beber, pode surgir tudo menos cerveja. Gomas, farturas, ovos estrelados com presunto, batatas fritas, batido de manga e coca-cola sim... mas cerveja não.

oito

A Pieces of Me (Luna) desafiou-me a escrever uma lista de 8 coisas que sonho fazer. Pois bem... aqui vai:
1] Comprar a marca de queijos "A Vaca que Ri" e, com ela, patrocinar uma campanha política da Hillary Clinton à presidência dos EUA.
2] Ir para a cama com uma filipina gira.
3] Ter a série toda em dvd's originais d'A Ovelha Choné.
4] Ir para a cama com uma caboverdiana gira.
5] Ter o meu nome, Bagaço Amarelo, associado ao computador sucessor do Magalhães e que, quando o Hugo Chávez o comprar para distribuir nas escolas venezuelanas lhe chame "El Bagacito Amarillo".
6] Ir para a cama com uma japonesa gira.
7] Disfarçar-me de Monstro das Bolachas no Natal.
8] Ir para a cama com uma letã gira.

Agora passo isto a quem quiser responder. Basta ver as regras no blogue acima referido. Eu não ponho aqui as regras porque não gosto de seguir regras, percebem?

amor para sempre

O amor pode durar para sempre. Pelo menos é o que indica um estudo científico que analisou, através de um scanner cerebral, as reacções químicas manifestadas por casais de longa data e por casais em início de relacionamento amoroso. O cérebro de alguns casais com mais de 20 anos libertou a mesma quantidade de dopamina que o cérebro de outros casais recentes.
A dopamina é, segundo a página da faculdade de ciência e tecnologia da UNL, um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a motivação.
Este estudo contraria outros anteriores que dão como certo o fim do amor ao fim de cerca de sete anos ou mais um bocadinho. [ver notícia]

conversa 1120

(depois de eu a cumprimentar com dois beijos na face)

Ela - Fizeste a barba?
Eu - Sim.
Ela - Cheiras a after-shave do mais rasca que há. Devias deixar de ser forreta e de comprar o after-shave nas lojas dos trezentos...
Eu - Não compro nas lojas dos trezentos, compro nos supermercados.
Ela - Mas de certeza que compras aqueles mais baratos. Isso, para além de ter um cheiro insuportável, dá-te cabo da pele.
Eu - Não uso sempre os mais baratos. Uma vez por outra lá compro um mais caro, mas tens razão, este é dos baratos.
Ela - E para vires ter comigo pões um after-shave barato?
Eu - Não... pus um after-shave barato porque fiz a barba e era o único que tinha para desinfectar as feridas que fiz na cara.
Ela - E porque é que te cortaste todo a fazer a barba?
Eu - Porque as lâminas de barbear que uso também são das mais baratas. São daquelas Bic amarelas...
Ela - Também costumas comprar o champô mais barato?
Eu - O mais barato não... mas quase. Normalmente é o segundo ou terceiro mais barato.
Ela - Realmente tenho que começar a mudar de amigos... nunca poderia apresentar aos meus pais um homem como tu.

o docinho

Os gatos tornaram-se uma presença obrigatória nas casas de mulheres divorciadas ou separadas com mais de trinta anos. Eu dou-me mal com gatos, já o disse aqui, e cada vez que tento estabelecer comunicação com um, mesmo que de uma forma suave e amigável, acabo mordido e arranhado.
Hoje, mais uma vez, ando com a minha mão direita num estado vergonhoso. Tudo porque inocentemente a estiquei até à cabeça dum bicho desses para lhe fazer uma festa. Em troca, o sacana mordeu-me o dedo polegar e fez-me com as unhas três rasgos profundos. Dei-lhe instantaneamente uma chapada e ele caiu da banca da cozinha. A dona, quando ouviu aquela bola inútil de pêlos a miar como se alguém o tivesse acabado de torturar, entrou na cozinha e perguntou-me agressivamente o que é que eu tinha feito ao Docinho. Docinho?! Quem é que raio decide chamar Docinho a um ser que, para além das fezes malcheirosas, a única coisa que sabe fazer é comer e espalhar pêlos pela casa toda? Come on. Nem lhe respondi directamente, apenas lhe perguntei se tinha água oxigenada para desinfectar o estrago que o seu Docinho tinha feito na minha mão. Se o Docinho fez isso é porque lhe fizeste alguma coisa antes, respondeu.
Gostava de esclarecer de uma vez por todas, para quem ainda não descobriu, que os gatos são uns seres desprovidos de qualquer tipo de sentimentos, hipócritas e fétidos, cuja única qualidade que têm é que na panela, se forem bem tratados, se podem chegar a assemelhar a um coelho guisado.
No fim, quando saí para regressar a casa, olhei para cima e lá estava ele, empoleirado na janela dum segundo andar a rir-se de mim. Só em pensamento prometi a mim mesmo que qualquer dia há-de escorregar dali mesmo...

conversa 1119

Ela - Tu és o adulto menos adulto que eu já vi na minha vida.
Eu - Isso é bom ou mau?
Ela - É bom... mas ao mesmo tempo é assustador.

1.02.2009

uma vida normal

A partir da próxima segunda-feira vou voltar à minha vida normal e, portanto, este blogue também. Os últimos dias foram passados entre Aveiro, Arrentela (Seixal), Brunhido (Valongo do Vouga) e Salamanca. Não sei bem o que é uma vida normal mas vou voltar a ela.
Aos leitores e leitoras deste blogue agradeço a presença que, mesmo que não acreditem, contribui decisivamente para a minha felicidade. Por isso, em vez de um bom ano de 2009, prefiro desejar-lhes uma óptima vida normal.

as velocidades do amor

Gosto quando a vida vai devagar sem saber para onde. A existência do "para onde" não me interessa porque assim nunca chego lá e, desta forma, posso continuar a andar devagar. Na minha vida percebi que o amor tem velocidades e que começa a morrer à medida que acelera.
Não sei se isto faz sentido para todos. Para mim faz...

a vantagem do amor

A vantagem do amor não é o amor em si, porque esse é um sentimento trespassado por um conjunto insondável de outros estados de espírito, de outras atitudes, de outras emoções, de outras opiniões, de outros sentidos de vida. A vantagem do amor está, portanto, em identificar e descobrir cada uma dessas pequenas partículas, que individualmente o consomem.

Eugénia Brito in "Fecha a Porta Devagar", atelier produção editorial, 2008

Amanhã, dia 3 de Janeiro, vou estar na apresentação do livro da minha amiga Eugénia, no Centro Cultural de Arcos de Valdevez às 17:30. Estão todos convidados...

conversa 1118

Eu (dando-lhe um cd embrulhado) - Não compro prendas de Natal mas apeteceu-me comprar-te uma de ano novo.
Ela (desembrulhando) - O mistério das vozes búlgaras?! Não conheço...
Eu - Não?! Não faz mal. Ficas a conhecer...
Ela - Espero que seja música que dê para eu ouvir enquanto passo a roupa a ferro.
Eu - O que é que costumas ouvir quando passas a ferro?
Ela - Música popular portuguesa.
Eu - Tens aí um talão de troca. Não o percas.