5.12.2009

greve de sexo

Um grupo de mulheres quenianas, cansadas da violência que assolou o país depois das eleições de 2007, fez greve de sexo durante sete dias para pressionar os seus líderes políticos a chegar a um acordo sobre a reforma da segurança no país. A medida parece ter dado resultado porque os líderes já se encontraram para debater o assunto mas mesmo assim, um queniano cuja mulher aderiu à greve, começou a sentir "dores nas costas, stress e dificuldade em adormecer". Por isso processou as activistas e pede uma indemnização por danos nos seus direitos matrimoniais. [ler no Globo].

Depois de ler esta notícia fiquei com uma vontade enorme de ir viver para o Quénia. É que estou farto que em Portugal se fale de violência por tudo e por nada. Ele é o Bairro da Bela Vista em Setúbal, ele é o Bairro da Quinta da Fonte em Loures, ele é a escola Carolina Michaelis no Porto... enfim... No Quénia é mais fixe. Ninguém liga nada à violência. Podem matar-se à catanada uns aos outros que não faz mal nenhum. Agora... passar sete noites sem pinar é que não. Isso é gravíssimo e os líderes políticos reúnem-se logo de emergência. Gostava de viver num país assim...
A única coisa que me intriga nisto tudo é saber que raio de sexo é que fazem no Quénia para, à falta dele, os homens ficarem com dores nas costas. Ora... ora... ui... acho que não percebo.

18 comentários:

o vizinho do blog ao lado... disse...

Também fiquei intrigado com o tipo de sexo do Quénia para provocar tantos efeitos secundários na sua ausência?
Como diz e muito bem o mundo pode estar mergulhado em violência, mas já se está habituado, não será por morrer mais uns quantos ou menos um que se vai tentar resolver os problemas. Agora grave mesmo, é estar 7 dias sem pinar mais um dia ou dois e mundo parava.

Anterus Belchans disse...

Eu acho é que o país está como está porque cá já se faz essa greve de sexo há já muito tempo. Só que, à boa maneira portuguesa, escondem tudo, difarçam, montam cabalas, armam teorias da conspiração, e como sempre, nada se descobre.

Logo, se calhar, estamos em abstinência e nem sequer o sabemos.

Bom post. Cumprimentos.

Ana Camarra disse...

E há serviços minimos?!

beijos

Anónimo disse...

Ia falar para ir viver no Rio de Janeiro, mas não ia dar muito certo. Pois, mesmo com a extrema violência, a "putaria" existe inclusive na política, eheheheh

Bichana disse...

Lolololol, só tu!!! Demais.

Anónimo disse...

ha coisas que nao sao para perceber :)

Ivar C disse...

o vizinho do blog ao lado, estamos entregues à bicharada... sem ofensa para a bicharada, claro. :)

anterus belchans, aí está uma tese interessante. se alguns gajos f*****em mais, f****m-nos menos a nós todos.... :)

Ana Camarra, eu sou de esquerda e pela protecção da força de trabalho, que é quem realmente cria riqueza. sou contra os serviços mínimos. :)

giovana, aí está algo em que o Rio não é muito diferente do que eu conheço... :)

bichana, :)

apple, exactamente... :)

Anónimo disse...

OS BANDOS DOMINAM NOS BAIRROS SOCIAIS

Os partidos de esquerda desculpam sistematicamente a criminalidade com o a pobreza e o desemprego. Parece terem receio de uma atitude mais enérgica na luta contra o crime. Será que ficaram traumatizados desde os tempos do fascismo? Esta postura está a desorientar o seu próprio eleitorado natural: os mais pobres que são também os mais desprotegidos face à criminalidade. Assim, os partidos de esquerda têm muita responsabilidade relativamente ao crescimento da extrema direita que tem um discurso bem mais sensato sobre o combate crime. Barack Obama – que se poderá considerar de esquerda – prometeu ser implacável no combate ao crime e defender ao mesmo tempo os mais desfavorecidos. Não me parece que isso seja incompatível.

Todos os dias vemos fechar Empresas jogando muita gente no desemprego e na pobreza. Frequentemente, ficam muitos meses de salários por pagar, levando essas pessoas a uma situação de desespero. Se fosse esse o motivo dos desacatos que se têm visto nos bairros sociais, então eles aconteceriam preferencialmente nas manifestações junto aos antigos locais de trabalho, onde se aglomeram muitas pessoas na mesma situação.
Não! o que se viu no Bairro da Bela Vista foi a homenagem a um criminoso abatido em flagrante pela polícia, numa atitude de desafio à própria polícia como que para testar a sua capacidade de reacção e para uma demonstração de força no bairro.

Há 50 anos a pobreza em Portugal não era menor que a de hoje e a criminalidade violenta era praticamente inexistente. Se mais pobreza implicasse mais criminalidade, então não teria sido assim. As estatísticas nem reflectem a nossa realidade porque muitas vítimas já nem se queixam porque sabem que os criminosos são rapidamente postos em liberdade, mesmo quando são capturados e depois ficam sujeitos a represálias. Mela mesma razão, vítimas e testemunhas escondem a face quando são entrevistadas pela televisão.

Já há algum tempo um Mayor de Nova Iorque decidiu que não se deveria menosprezar a pequena criminalidade nem os pequenos delitos, porque a sensação de impunidade se instala nos jovens delinquentes, estes vão facilmente progredindo para infracções cada vez mais graves até que a situação se torna incontrolável. Implementou então a célebre "Tolerância Zero" que, como se sabe, deu óptimos resultados, reduzindo num só ano a criminalidade em Nova Iorque em cerca de metade.

A actual política portuguesa de manter na rua os criminosos, mesmo depois de várias reincidências, faz (como dizia o Mayor ) crescer a sensação de impunidade: o criminoso continua com as suas actividades criminais, vai subindo o nível dos seus delitos e serve de exemplo para que outros delinquentes mais jovens sigam o mesmo caminho.

Mas existem muitas pessoas trabalhadoras e humildes nos bairros sociais que não levantam problemas e que só desejam que os deixem viver em paz, o que não acontece, porque estão reféns dos bandos de criminosos que dominam nesses bairros. Não se pode contar com essas pessoas para testemunharem qualquer acto criminoso a que assistam porque têm medo, medo de represálias porque não se sentem convenientemente protegidas pela polícia que também não pode estar sempre presente. Lembra as favelas brasileiras...só que no Brasil polícia e militares juntam esforços para combater o domínio dos bandos nas favelas e tem havido baixas parte a parte mas a polícia começa a chegar onde antes não se aventurava. Por cá, enquanto o crime cresce e toma posições de domínio, a polícia, apesar de vontade, nada pode fazer porque lhe falta a autoridade. Entretanto, Governo, Partidos, Bispos e outras organizações não compreendem o que se está a passar e fazem conjecturas absurdas sobre o motivo dos desacatos que é por demais evidente. Será que temos que cair no fundo?

Ah! esquecia-me de uma coisa: espero que os indivíduos filmados a fazer "cavalinho" com as motos sejam punidos pelo menos por CONDUÇÃO PERIGOSA. É incorrecto multar o pacato cidadão apenas porque ultrapassou 50 Km/hora e deixar impunes estes exemplos exibicionistas...

Zé da Burra o Alentejano

Ivar C disse...

zé da burra, o obama não pode ser considerado de esquerda... e acho piada às críticas que culpam a política da esquerda pela criminalização quando a esquerda nunca esteve no poder. :)

Anónimo disse...

Mantém-te em Portugal. Por aqui nunca se há-de haver greve de sexo, vai haver sempre alguém que te foda: colegas do trabalho, governo, finanças... é só escolher!

Milú disse...

Bem... Começar por se falar em sexo e acabarmos em disputas políticas, digamos que, não é lá muito habitual. Nem será, certamente, um efeito colateral… Cá para mim, sem desprimor ao outro tema, prefiro abordar o primeiro. Greve do sexo é, no mínimo, aliciante... Rsrsrsrs. Mas como sou sempre a favor do diálogo, continuo a pensar que não há nada como uma boa conversa para se alinharem os pontos. Agora, deitar as culpas à esquerda pela violência que, actualmente, grassa na sociedade e culpabilizá-la por ela é, realmente, deveras curioso, para não dizer inusitado e inédito. Visionários há muitos… eu sei.

Um beijo

Julia disse...

obrigada Bagaço ,
fico te devendo essa ;)
um abraço
Julia

bia disse...

os senhores nos anos 60 é que estavam certos... peace and love! menos violência e mais sexo!! pelo menos no Quénia parece ser terapêutico :)

Ivar C disse...

anónimo, lol. :)

milú, é esquisito, sim... isso tem a ver com um discurso populista da direita que acha que a violência se resolve com... mais violência. :)

Júlia, lol... não me deves nada... :)

bia, se bem que no Quénia eles não levam isso da "peace" lá muito a sério... :)

LittleHelper disse...

E aguentar com... deixa cá ver, 8 Quénias e meio. Já devia ter uma bruta dor de costas, não!? rsrsrsr

Raio de Mundo!

Ivar C disse...

little helper, lol... sim, este mundo é esquisito. :)

Trolha disse...

Há meses que me queixo do mesmo? Mas onde apresento a queixa?

Ivar C disse...

trolha, a queixa é sobre uma greve do sexo ou sobre demasiada violência na tv? a primeira é num gabinete particular qualquer... a segunda é melhor desligar o televisor e pronto... :)