crónicas da cidade que sopra | estão a tentar
Amanhã, por ser quinta-feira, é publicada mais uma crónica da cidade que sopra no Diário de Aveiro.
Prende o cigarro da manhã brandamente entre os lábios, enquanto se vê nua no espelho do quarto acariciando lentamente o corpo com uma toalha verde. Algumas gotas de água saltam-lhe da ponta dos cabelos para a pele macia, e aceleram em direcção ao solo numa vã tentativa de suicídio colectivo. Vai repetindo para si mesma a frase que acaba de ler na na embalagem que atirou para cima da cama: fumar pode matar. Aquela toalha com que se limpa foi uma prenda dum casamento falhado, e o corpo dá sinais evidentes de envelhecimento: alguns cabelos cinzentos que rareiam entre os outros como ervas daninhas, os seios que vão perdendo a altivez, as rugas que começam a desenhar o contorno dos olhos. Ainda não acendeu o cigarro mas pensa que viver também pode matar. E repete: viver pode matar.
11 comentários:
Dizes que não compreendes as mulheres, mas consegues descrever, muitas vezes, os sentimentos femininos como se os sentisses.
E, sim viver pode matar (de mil e uma formas)
Carla
carlinha, é que os sentimentos femininos e os masculinos não são assim tão distantes. obrigado! :)
Ui! Tou com a Carla.
elora, ui?! :)
Estilo quando alguém pica um dedo.
humm.. elora... ok. ;)
Xiiii também tou com a Carla:)))
carla,vês?! está tudo contigo... :)
Comigo não, estão é contigo!
Continua nessa bela viagem pelo mundo dos sentimentos. Consegues transformá-los em belas palavras com alguma facilidade, o que, passo o trocadilho, não é nada fácil!
Carla
Quando escreves coisas dests, fico parva sem saber o que dizer e geralmente não digo nada. Pronto, era só para te dizer que não digo nada mas li e fiquei sem palavras.
obrigado, tangerina. ;)
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