5.20.2010

o direito de pernada ou o valor de uma jovem virgem...

O direito de pernada, ou direito da primeira noite, permitia ao senhor feudal desvirginar a noiva na sua noite de núpcias caso os recém casados pertencessem aos seus domínios territoriais, ou seja, fossem camponeses. A produção de riqueza, na idade média, estava essencialmente na agricultura e um pouco nos artesãos.
Os camponeses que conseguiam fugir desses domínios territoriais e chegar a um aglomerado urbano, ou vila, viam-se livre dessa escravidão se aceitassem pagar o imposto. Passavam a chamar-se vilões.
Com o fim do feudalismo e o crescente modelo capitalista, o direito de pernada foi passando do senhor feudal para o burguês. A virgindade feminina passou assim a ter um valor cada vez maior num mundo onde as doenças sexualmente transmissíveis proliferavam.

16 comentários:

MissPiggy disse...

Virgindade feminina??? O que é isso? E hoje em dia alguém dá valor a isso? Eu dou mas dará a maioria das pessoas? Aliás, parece-me mais que a vergonha da nova geração é exactamente em anunciar a sua virgindade, ou não?

Ivar C disse...

misspiggy, aqui eu estava a falar do valor da virgindade numa perspectiva económica, não social. :)

Anónimo disse...

Só com uma diferença: as mulheres antes não tinham escolha. Hoje têm!

Acho que sei do que está falando. Por exemplo, há mulheres que põem em leilão a própria virgindade. Não sei se isso virou moda, soube apenas de dois casos.

Enfim...

Unknown disse...

Bela perspectiva...

E que belissimo blog! ;)

Ivar C disse...

gigi, as mulheres... depende. há muitas mulheres que não têm escolha nenhuma mesmo. :)

Ivania santos By DIAMOND, obrigado. :)

Celeste disse...

eu cá gostaria de pertencer à burguesia...o que não faria, ui ui!

Malena disse...

Pior é a valorização dos falsos moralistas de hoje, com clubes e anéis que anunciam a virgindade como salvação!

Ivar C disse...

celeste, eu cá, antes disso, preferia ter sido senhor feudal. :)

malena, sim... eu cá não quero ser salvo. :)

Anónimo disse...

Bem, é por essas (e por outras) que as cidades livres (entenda-se livres de senhores feudais) faziam questão de ser leais ao Rei e não tolerar a presença de Nobres nos territórios da cidade. No caso português, o mais conhecido é o do Porto, que recusava a permanencia por mais de 3 dias a um nobre dentro da cidade. Houve um tal de Conde da Feira que tentou desafiar os burgueses, e comprou uma casa em terrenos da cidade. AO fim de três dias teve que fugir, disfarçado de criado, senão ainda era morto.
Enfim, estas histórias dão pano para mangas.
ejsantos

Ivar C disse...

ejsantos, os vilões tornavam-se muitas vezes cavaleiros para defender o Rei, sim. :)

Celeste disse...

Bagaço mas assim eras muito velho!

Ivar C disse...

celeste, velho mas feliz... :)

Fatyly disse...

Ainda há países que exercem "o direito de pernada" cada vez mais cedo, menininhas..., que nós não aceitamos ou até achamos animalesco, mas são culturas que demoram décadas a ser alteradas ou abolidas e infelizmente além de miúdas, dão à luz bebés e as doenças sexualmente transmissíveis não passa de um mito e...enfim o mundo cão!

Ivar C disse...

fatyly, pois há, pois há... :)

Sérgio C. disse...

Permitam-me um esclarecimento: o direito de pernada (ou em latim, o Jus Prima Noctis) é um mito sobre a Idade Média. Na verdade nunca existiu. Se bem que eu compreenda que estamos aqui a falar num registo simbólico. E parabéns pelo site e pelos comentários.
Sérgio C.

Ivar C disse...

sérgio c, obrigado. :)