4.29.2009

pensamentos catatónicos (176)

Acho que tive momentos da minha vida em que não soube distinguir se o que sentia por algumas amigas minhas era amizade ou paixão. Mais ainda, acho que essa confusão foi a causa de algumas instabilidades emocionais por que passei.
Quando nos envolvemos sexualmente com uma amiga e depois chegamos à conclusão que não o devíamos ter feito, cria-se às vezes uma barreira na própria amizade. Uma barreira tão grande que nem percebemos que estamos a perder o essencial do que é uma relação: a própria amizade.

23 comentários:

Paula disse...

gostei muito...
diz-me muito.

o do lado disse...

Há algum tempo que sigo o teu blogue. Parabéns! Consegues por em palavaras aquilo sinto imensas vezes! Como estou a viver alguns momentos de instabilidade afectiva, o que escreves muitas vezes tem sido um porto de abrigo.
Este post tocou-me especialmente...

Ivar C disse...

paula, diz a muitas pessoas, se calhar... :)

o do lado, às vezes, mas só às vezes, acho que nosso problema é não simplificarmos as emoções... mas isso é tão difícil. abraço. :)

Stiletto disse...

Já passei por isso. Hoje ainda somos amigos mas aquela cumplicidade que havia entre nós desapareceu. Durou quase 1 ano mas a verdade é que a amizade durava há muito mais e hoje já não é o que era.

Myosotis disse...

Se compreendes as mulheres não sei, mas que compreendes os comportamententos humanos e sabes analisá-los na perfeição, disso não tenho dúvida.

maestrina disse...

pois... afinal somos humanos... há que estranhar se, após determinados envolvimentos de determinados, agirmos como se nada fosse... pois poderá ser sinal de que não foi nada que interesse...

Olga disse...

Porque já não dá para voltar atrás e fingir que nada se passou.
Porque esse desencontro trouxe um sentimento de rejeição e mágoa que dificilmente deixam que se recupere a confiança que existia na amizade.

AnAndrade disse...

Pois...
Acho que todos caímos já nesse erro, ainda que não, provavelmente, pelas mesmas razões.
É tramado que só pensemos nisso como devíamos depois de a borrada estar feita.
Porque às vezes, muitas vezes, é mesmo irremediável. E é pena, mas se calhar não poderia ser de outra maneira.

Bjs.

Ivar C disse...

stilleto, exactamente. tenho a mesma sensação em situações similares e isso entristece-me. :)

myosotis, obrigado pelo elogio... e pela simpatia. :)

maestrina, mas não é disso que estou a falar... é duma sensação de incompatibilidade entre a amizade e uma envolvência sexual. :)

olga, sim... mas nem sempre é isso. às vezes é também como que a perda duma expectativa e dum segredo qualquer. :)

AnAndrade, não gosto de lhe chamar borrada. até porque não o é... :)

Anónimo disse...

Concordo contigo.

Ivar C disse...

joana, :)

**Gi** disse...

Oohhh... :-(

A sociedade nos impõe regras. Se estas não existissem, uma transa não seria mais do que um carinho maior pela pessoa querida :-)

Ivar C disse...

giovana, tens toda a razão. mais do que a sociedade nos impor regras, é esta herança cultural judaico-cristã que nos faz isto. a mim também faz... :)

Larose disse...

Já me aconteceu ....é uma sensação horrível ....e só passados anos é que as coisas se vão recompondo, mas já passou muito tempo para voltar ao que era!

Missanguita disse...

Este é que é o problema... infelizmente... é mesmo esse o problema...

L. K. disse...

Sinto que todos nós tivemos essas alturas, umas vezes cedemos outras não.

Também tive alturas dessas mas não me permiti ceder, não achei justo e continuo a não achar, estragar-se uma amizade boa e saudavel pela breve mitura de corpos.
Nunca me arrenpendi, apesar de às vezes pensar de como teria sido, no entanto já falei com amigos sobre o que poderia ter acontecido e acabei a reafirmar a minha crença de que me são bem mais queridos e proximos sem a culpa do prazer.

Olga disse...

Também...ou o facto de só se querer o que não se pode ter...

Ivar C disse...

larose, sim... por outro lado, quando se consegue passar essa fase, pode ser muito bom. :)

missanguita, :)

lizard king, aí está o que eu não compreendo: a culpa do prazer. e no entanto sofro do mesmo. :)

olga, sim... o que não se pode ter quer-se sempre ter... :)

Anónimo disse...

Já passei pelo mesmo!
Mas em vez de se criar uma barreira, ficamos ainda mais cúmplices e, no dia seguinte, ainda nos rimos da parvoíce que foi!
Ainda hoje, cada vez que a conversa surge, rimo-nos como se não houvesse amanhã e agimos como se nunca tivesse acontecido.
Acho que temos uma amizade demasiado pura para se deixar estragar por um acto de rebeldia de ambos!

Isabel disse...

Não podias ter publicado isto em altura mais apropriada. Pessoalmente isto aconteceu-me há coisa de 4 dias e a diferença já se nota :/.
Como dizem os Brasileiros "é deixar rolar"...

Ivar C disse...

AnNa, essa é uma forma melhor ver a coisa, sim. :)

Isabel, sim... é deixar rolar. :)

bia disse...

entendo o que queres dizer... acho que às vezes estamos de tal forma frágeis e a precisar de atenção e carinho que confundimos as coisas, mas é assim mesmo...
há arrependimento?

Ivar C disse...

bia, não costumo usar a palavra arrependimento... é mais um... desconforto. :)