pensamentos catatónicos (147)
A faca desliza um pouco enquanto corto a cebola e fere-me o dedo. É normal, acho que me corto uma em cada três vezes que cozinho. Sangro e, por isso, vou à casa de banho desinfectar a ferida. Sento-me no banco e espero um pouco, enquanto estagno o sangue com algodão embebido em água oxigenada.
No chão estão alguns cabelos compridos que eu sei de quem são. É estranho. Estes cabelos e a minha ferida na mão fazem-me ter um pensamento catatónico: há mais de um ano que não dou a mão a uma mulher na rua.
18 comentários:
Ai o medo, ai o medo, quando é que as pessoas deixam de ter medo?
Mary
things could change...in a second!!!
One life live it well!!
Mary, acho que é quando deixarem de ter maridos. lol :)
papinha, eu sei... :)
É daquelas recordações, como um gancho de cabelo, um dos brincos, ... Vais encontrá-las e ter mais pensamentos. E cá estaremos para te ler.
Bagaço...
Estes teus pensamentos catatónicos... fazem-me "mossa"...
Andar de mão dada na rua.
Andar na rua com a nossa mão dada a alguém.
Mão dada.
...
Gosto de ti...
Um beijo
Ana
Pois.. o confronto com a realidade.. deixa! o que acontece é que o tempo passa muito depressa..:)
Elle.
E queres com isto provar que...?
É mais dificil dar a mão que cortar cebola...?
;)
tiago, yep... as coisas são lixadas porque nunca são só coisas. :)
Ana, :)
fénix, sim... tens razão. :)
pax, a cebola, pelo menos, faz chorar. :)
...ou que preferes cortar a mão que da-la...?
;)
pax, às vezes até prefiro. :)
Li numa revista que não se devem desinfectar as feridas feitas com objectos que à partida não estão contaminados com nada. Desinfectar mata as porcarias, mas também mata os glóbulos brancos que estão lá para matar as porcarias e isso é muito mais grave, porque enfraquece o sistema imunitário e faz com que a partir daí ela possa infectar muito mais facilmente.
Não desinfectes as tuas "feridas", deixa a vida seguir o seu caminho ;)
o homem da terra, era um cortezito de nada. provavelmente matei dois ou três glóbulos brancos dos quais até sei o nome... :)
E sabe bem estar de mão dada, andar de mão dada...
sobrevivente, yep. :)
"Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão.
Momentos que são meus e que não abro mão.
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
......"
;O)
É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
gato aurélio, estava a ler isto e a minha filha veio do quarto com um desenho e disse-me "é para ti papá!" :)
;O)
gato aurélio, :)
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