4.07.2008

o amor que fez de Mugabe um monstro

Parece que o ódio de Robert Mugabe (actual presidente do Zimbabue) pelos ingleses, se deve a uma história de amor. Em 1970, quando estava preso na Rodésia (actual Zimbabue), a sua mulher sofreu uma tentativa de expulsão da Inglaterra, onde estava exilada, devido ao fim da validade do seu visto. Mesmo preso, Mugabe fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar essa expulsão: contactou três vezes elementos do governo britânico e nunca obteve resposta. Ela morreu em 1992.
A notícia do The Independent fala ainda duma relação muito forte entre ambos, atípica tendo em conta os hábitos africanos, já que ela tinha um papel intelectual e político activo, e também do filho que perderam em 1966.
É-me difícil, tendo em conta o Mugabe dos dias de hoje, imaginá-lo envolvido num amor tão intenso. Não percebo como é que alguém que já sentiu este amor por alguém é capaz de ser o responsável por tanta tortura e perseguição política, mas acredito que seja possível. Se calhar o amor é a 'matéria' que mais facilmente se transforma em ódio, quando desaparece dum momento para o outro e nos deixa juntar, ao sentimento de injustiça, o de impotência para ajudar. Agora é ele que é injusto, agora é ele que é potente. Até um dia destes...

9 comentários:

Anónimo disse...

Diz-se que o amor e o ódio andam muito perto.
Quem sabe quantas histórias de grandes ódios não tiveram por trás grandes amores?
Muitas nunca saberemos.

Ivar C disse...

i, grandes ódios depois de grandes amores, parece-me que sim... grandes amores depois de grandes ódios serão porventura menos. :)

Anónimo disse...

Um grande amor ou revolta podem gerar ódio.
Mas quem odeia dificilmente terá, depois, capacidade para amar.

Anónimo disse...

pois... mas agora parece que perdeu as eleições... eh eh... mas só parece... e com um bocado de azar ainda a recontagem dos votos vai avante... que venham os diamantes do suborno...

Ivar C disse...

that's all folks, perder perdeu... vamos é ver se perder eleições conta par alguma coisa. :)

rafaela disse...

acho que são os dois feitos da mesma massa talvez pela intensidade, mas acho também, que nenhum amor é desculpa para odiar o objecto desse amor, mas talvez as coisas que se atravessam... de qualquer forma os fins não justificam os meios, digo eu =)

Ivar C disse...

rafaela, acho que tens razão. pelo menos percebo o que dizes... :)

.::Von_Bitch::. disse...

Há uma lei fisica que diz: nada se perde, tudo se transforma
me lembro do nome do fisico mas recordo sempre disto quando se fala de relações amor/odio.

Ivar C disse...

von bitch. lavoisier... é o nome dele... e tens razão, é uma boa metáfora. :)