4.25.2008

25 de abril com amor

Não concordo com a visão pessimista que chama desinteressada à camada jovem que 'sabe pouco' sobre o 25 de Abril. É normal que a distância temporal traga consigo também alguma distância emocional. Eu, pelo menos, não vivo o 5 de Outubro de 1910 com emoção. As revoluções como a de 25 de Abril de 1974 servem precisamente para isso: para que as gerações futuras se possam preocupar com outras coisas.
O amor também é uma revolução. Apaixonamo-nos e há uma sublevação dentro de nós. Depois alteramos a política que nos orientara até então. Mudamos os horários, os hábitos e os costumes, tudo por causa dum amor. Mas com o tempo essa política vai-se reajustando, exactamente à medida que o amor diminui ou perde intensidade, e nos vamos preocupando cada vez mais com outras coisas...
Bom 25 de Abril para todos. Se possível com amor.

12 comentários:

Gato Aurélio disse...

Um homem que não ama uma mulher, não pode ser revolucionário.
Existe uma carta de um poeta italiano muito antigo, não me recordo o nome, que diz:
“agradeço o amor que você me revelou, porque me faltava algo essencial para ser um revolucionário completo, que era amar um ser humano da forma como eu te amo”.

A revolução é uma forma intensa de amor.
Tem traços de amor: satisfação, a aventura, o deslumbre, o coração batendo descompassado.
E, principalmente, a certeza de que vamos nos encontrar no cair da tarde num jardim.

O que acontece no tecto da revolução é que a noiva é a história.
Não conheço nada que se pareça mais com a fé revolucionária que a fé do amor.
E não conheço nada que se pareça mais com a fé do amor, que a fé de fazer a revolução.

Quando me perguntam: pode um poeta se sentir bem em fazer a revolução?
Repondo: pode um poeta se sentir bem fora da revolução?


( Roberto Fernandes Retamar - combatente da Revolução Cubana)

;O)

Anónimo disse...

Olá amigo!

Gostava também de comentar esta! Tens toda a razão, no entanto, penso que cabe às gerações mais antigas manter vivo o espírito de Abril!

Para mim, Abril significa a justiça, a paz, a liberdade, o amor...Não gosto de reduzir Abril às politiquices, aos interesses e às jogadas que necessariamente o originaram, talvez seja ingenuidade da minha parte...mas não quero saber!

Quando penso em Abril, penso naqueles que de forma generosa e desinteressada se bateram por um Portugal melhor, mais justo, mais fraterno, mais democrático, com pessoas mais bem formadas e educadas. Há dois nomes que gostaria de destacar, o Zeca e o Salgueiro Maia! Dois símbolos maiores do nosso Portugal!

Um abraço e desculpa lá, mais uma vez, as redundâncias que escrevi!

Anónimo disse...

Ah! E 25 de Abril, SEMPRE!

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente...

Ivar C disse...

gato aurélio, obrigado por esta participação. :)

anónimo, não são redundâncias. acho que tens toda a razão. eu acho que todos devem manter abril vivo mas, na minha opinião, manter abril vivo não é lembrar o zeca nem o salgueiro mais (que devem ter um lugar na História, claro). É, por exemplo, não engolir o tratado de Lisboa da maneira que estamos a engolir.
Acho que Zeca e o Salgueiro Maia pensariam da mesma maneira. Um grande abraço. E 25 de ABril sempre! :)

maizum, um abraço. :)

Anónimo disse...

É engraçado como as pessoas mudam, hoje o sr. cavaco estava preocupadíssimo com a camada jovem que nada sabe sobre o 25 de Abril, há uns anos quando era primeiro ministro, dizia que as comemorações já não se justificavam e até chegou a sugerir que o feriado fosse abolido...

paddy disse...

Talvez, mas eu nasci muito depois do 25 de Abril e penso ter uma boa noção do que era a vida em ditadura. Mas claro que quem a viveu é sempre diferente...

Ivar C disse...

that's all folks, também pensei nisso. o facto é que o cavaco nunca foi um estudante opositor ao regime. era um alinhado e um yes man.

paddy, ainda bem que é assim. tb não estou a fazer a apologia da ignorância. :)

coisas minhas disse...

por ser uma jovem nao vivo o 25 de abril komo kk outra pessoa que o teha vivido na pele...

nao imagino como seria viver naquele tempo..

bjito

Nuno disse...

Grândola Vila Morena! a minha terra! :D bem... eu também nasci bem depois do 25 de Abril... mas acho que tenho uma boa noção do que aconteceu. Mas isso também deve ter um pouquinho a ver com a minha localização geográfica. lol Quanto à parte do amor ser uma revolução, subscrevo e assino por baixo. lol
Enfim, cumprimentos de um grandolense.:D

Maria Arvore disse...

Concordo contigo: mais do que falar ou fazer outras coisas inócuas é necessário agir.

Mas quanto mais conheceres, mais eficaz será a tua acção. Por exemplo,
ignorar o que lembrou o that's all folks pode levar agora a aplaudir o Cavaco. As eleições não se ganham com a falta de memória?... ;)

E a memória também é uma forma de amor. :)

Ivar C disse...

tanokas, isso já é saber bastante sobre o 25 de abril. jitos :)

anti, já estive na tua terra e gostei muito. :)

maria árvore, subscrevo o que dizes. :)