2.22.2009

pusilânime

Das mais de 20 000 ocorrências de violência doméstica registadas pela GNR e pela PSP, apenas 213 chegaram à fase da sentença. [ler no Público]
A violência doméstica nunca é só uma agressão. Mais do que uma agressão, é uma forma pusilânime de roubar a vida de outro(a). Elisabete Brasil, da União de Mulheres Alternativa e Resposta, defende a criação dum tribunal único para tratar casos deste âmbito. Com estes números não há como não lhe dar razão.

5 comentários:

redonda disse...

Não me parece que o problema resida nos tribunais existentes, mas talvez na necessidade de criar outras formas de apoio âs vitimas. Na altura do julgamento estas são na maioria das vezes a única testemunha e quando chega à audiência, optam pelo silêncio, porque entretanto se reconciliaram ou porque têm pena e esperança que é desta que o marido ou companheiro muda e este sem prova é absolvido.

L. K. disse...

Tendo em conta, que em Portugal apenas existem 30 casas abrigo, espalhadas pelo país e arquipélagos e é considerado suficiente (?!?), o que será justo tendo em conta os casos que chegam a tribunal.

Concordo em absoluto que se crie um tribunal unico para tratar destes casos, como também concordo e acho de caracter urgente criarem-se Leis que protejam a vitima não tendo de ser esta a sair do seu lar e a esconder-se, como criminosa.

Num país, em que o agressor permanece no lar e a mulher e filhos são obrigados a largar tudo para se protegerem, onde não existe ordem de restrição relativamente à aproximação do agressor às vitimas ou ao sitio onde se encontram...parece-me que muito há a fazer e a repensar...e volto a dizer não estou satisfeita com a lei que foi a AR a 12 de Fevereiro, não veio facilitar ou melhorar, apenas aumentar a burocracia. Não me parece que seja solução ou parte dela.

Ivar C disse...

redonda, concordo que que o problema é mais abrangente do que uma ida ao tribunal, mas acho que este era uma passo em frente por permitia, pelo menos, intimidar mais a maioria dos agressores. :)

lizard king, eu concordo contigo em tudo. :)

Anónimo disse...

Ao defenderem mais uma instituição tribunal é o mesmo que dizer que as existentes não servem para um caroço.
Se as instituições existentes não são dignas do seu nome, é nosso dever exigir que o sejam. Porquê criar novas?
São 30 casas abrigo. (bem haja!)
Onde estão a família, os amigos? Não existem; existem e fecham os olhos; existem e acham... normal. O vizinho fecha os olhos, a sociedade fecha os olhos.
Não seria melhor começar a trabalhar esta sociedade que anda de olhos fechados?
Colocar a resolução deste problema num tribunal, mostra que não há preocupação com as vítimas, só um empenho em castigar ou afastar os culpados.
Somos melhores por ter havido um tmi - tribunal militar internacional - julgamentos de nuremberg?
Retirar do nosso dicionário a palavra vítima será uma vitória para todos nós.

paula

Ivar C disse...

paula, falar da família e dos amigos é não ter noção da realidade e da solidão que a nossa sociedade é capaz de gerar. temos normalmente a tendência errada de achar que nós somos a normalidade e, se temos família pronta a ajudar, é porque todos têm. Não é assim.
O Estado não deve nem pode esperar que as chagas se resolvam eventualmente através de mecanismos que não regula, como a família ou amigos e, claro, se os tribunais não funcionam bem, há que alterar a maneira como o fazem... :)