respostas a perguntas inexistentes (53)
Os comboios não são um local de engate por excelência mas, pelo menos nas viagens de longo curso, desejamos sempre que ao nosso lado se sente uma mulher bonita e bem cheirosa em vez dum gajo com bigode e ar de gnr reformado. É uma mera formalidade do espírito, este desejo, e por isso é também automático.
Foi por isso que ele se congratulou quando percebeu que ao lado dele se ia sentar a mulher que, à entrada da carruagem, lhe provocara uma erecção espontânea ao tocar-lhe com o rabo enquanto se curvava para arrumar as malas nas prateleiras da entrada. A erecção esticou-lhe alguns pêlos púbicos que provocaram dor mas, ainda assim, considerou que com aquele acontecimento ganhara o dia que, por ser o dia dos namorados, o fazia sentir uma esquisita solidão sexual.
Para além de um rabo cheio e redondo, tal como ele gostava, o resto do corpo dela também lhe parecia bem: os lábios carnudos, os cabelos negros e frisados a roçar uns ombros finos, os seios pequenos mas orgulhosos, uns óculos redondos a escorregar num nariz pequenino, as pernas altas e uma barriguinha lisa a querer espreitar por entre o cinto e a camisola propositadamente curta.
Ela sentou-se. Ele, ainda com o pénis a meia-haste, olhou-a pelo canto do olho e, embora estivesse mortinho por ler a reportagem do último Porto-Benfica, abriu o jornal numa longa notícia sobre crise económica mundial. Não sabia muito bem porquê mas tinha a percepção que um homem que lê notícias sobre a crise deve parecer muito mais interessante do que um homem que lê notícias sobre jogos de futebol.
No seu cérebro, a reportagem sobre a crise e o apetite sexual pela passageira misturavam-se num cocktail explosivo: milhares de desempregados e o rabo dela, crédito mal parado e as mamas dela, injecção de dinheiro na banca e os lábios dela. Depois, já sem qualquer mistura com ingredientes libidinosos, viu o nome da empresa onde trabalhava numa lista de empresas próximas da falência. Perdeu a excitação e tentou adormecer.
11 comentários:
Epá, eu até nas viagens de casa para a faculdade, e vice-versa, desejo que se sente a meu lado uma mulher bem jeitosa! eheh
Pelo menos tens sorte!! Sim, porque viajei para lisboa na semana passada e mais parecia o comboio da terceira idade... pelo menos ao meu lado!! Nada contra, mas não vi caras jovens nas viagens!!
Só a mim não me calha um rapaz jeitoso ao meu lado!! :(
Uma descrição perfeita do macho medíocre!
N.
tiago rodrigues, eu também... até na fila da mercearia. :)
bia, sim... mas este texto é ficção. :)
N. :)
e eu à espera que acabasse em algo torrido.... pronto..la se foi o dia do rapaz...
pieces of me (Luna), nem mais. :)
Afinal o desemprego abre-nos a porta para ficarmos tesos ou sem tusa?!
LOLOLOLOL :) Esse deve ser a mesma personagem que estavaa lêr o jornal para escolhar uma "acompanhante" e escreve o número dela no telefone e o telefone toca...e a acompanhante que tinha deixado "feliz" era mulher dele.
Eu fiz durante 3 anos muitas viagens Porto-Lisboa e vice-versa e era sempre o meu pensamento, mas só me calhou para ai uma vez uma rapariga jeitosa ao lado. De resto ou erna gajos ou uma velhs gordas que ocupam dois lugares.
Abraço
jg, ambos. :)
ominona, eu faço algumas vezes a viagem Aveiro Lisboa e não me queixo. :)
Infelizmente, os homens sao mesmo assim, somos todos iguais, principalmente a parte de acharmos que ao ler uma secçao "inteligente" do jornal, elas vao-se babar e cair aos nossos pés...
Muito bom o texto, parabens!
T, obrigado. :)
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