crónicas da cidade que sopra | Eva e os outros
Amanhã, por ser quinta-feira, no Diário de Aveiro.
Se fosse uma estátua não havia diferença nenhuma. Sentado à mesa do café, um homem idoso esconde-se na sua quietude. Tal como a chávena de chá vazia ao seu lado, sente que a sua vida já arrefeceu, e ensambla-a perfeitamente nestes primeiros dias outonais em que alguma coisa parece estar a chegar ao fim. Sabe que os outros olham para ele pelo canto do olho, com pena. Por isso é que é melhor que o façam como se observassem uma estátua em vez dum ser vivo qualquer. Não sabe bem porquê mas prefere assim. Acha que os outros também.
9 comentários:
Bela crónica... «a velhice é um naufrágio»... assim vi dito no blog Welcome to Elsinore. Assim é. Mas não tem de ser assim, sempre, como bem escreves. Há momentos em que nos atiram qualquer coisa que nos salva de naufragar.
elisa, às vezes... por isso é que falei do Dilon Djindjo no Bagaço Amarelo... :)
Esta crónica deixou-me com uma lágrima no canto do olho. Mas gostei! :)
joana, se a leste no jornal, percebo... mas não era o objectivo. obrigado. :)
Estas tuas fugas têm uma beleza muito especial, principalmente porque trilham caminhos interiores.
Carla
Mais uma que toca quem a ler. Parabéns!
Carla, obrigado. Tu está sempre aí... ;)
fatyly, obrigado... :)
Odeio quem despreza os velhos.
A tua crónica está óptima mas o meu comentário é para os que olham de soslaio para o que hão-de vir a ser um dia.
Bj
tangerina, eu estou contigo... :)
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