7.06.2011

respostas a perguntas inexistentes (165)

O tamanho da palavra Amor

Um Amor nunca é pequenino, senão não é um Amor. Chamem-lhe o que quiserem: um chamego, um encanto ou um gosto, mas se não for grande não lhe chamem Amor. O interessante é exactamente isso: ser grande apesar de não ter tamanho e ser grande apesar de vir do nada. Já me aconteceu sentir que não podia viver sem uma mulher cuja existência desconhecia poucos dias antes. Foi uma coisa grande que veio do nada, e que por acaso em pouco tempo voltou a ser nada. Zero.
O meu erro foi esse: não medir a coisa antes de lhe dar um nome. Se o tivesse feito não lhe chamava Amor. É que esta capacidade que uma paixão tem de ganhar tamanho a partir do nada e de voltar ao nada em pouco tempo desacredita injustamente o Amor. É por isso que há pessoas que deixam de conseguir Amar. Já viram esse gigante aparecer e desaparecer demasiadas vezes. São essas pessoas que deixam de usar a palavra Amor e passam a usar outra qualquer. Chamego, encanto ou gosto. É justo, mas acima de tudo é realista.
Acho que já me aconteceu. Não que alguma vez tenha deixado de usar a palavra Amor, mas pelo menos deixei de acreditar nela quando a dizia. Aliás, talvez a tenha dito insistentemente a pessoas erradas só para ver se conseguia acreditar outra vez. Não deu resultado.
O truque, acho eu, é exactamente perceber o tamanho da palavra antes de a dizer, ou melhor, antes de a pensar. Se não for suficientemente grande para nos ocupar totalmente então não é o tamanhão da palavra Amor, é o tamanhinho da palavra chamego, por exemplo. Não é grave. É o que é. E é melhor para todos saber o seu tamanho.

13 comentários:

Fatyly disse...

Subscrevo e concordo, mas já estou a ver o pessoal de fita métrica na mão lol

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Já o confundi algumas vezes, já o encontrei uma que nesta altura não me deixa margem para dúvidas quando aconteceu. Beijos

Ivar C disse...

fatyly, lol lol :)

pipoca dos saltos altos, percebo... :)

Anónimo disse...

Tenho problemas com a palavra "amo-te". Nunca a quis usar assim do nada - que se transforma em tudo. Apesar de a ter sentido algumas vezes, raramente a usei. Hoje sinto-a, mas não a digo. Uso outra, mas já acrescento que a palavra é curta. É isto mesmo que lhe digo: a palavra já é curta para aquilo que eu sinto. Não pude deixar de cá vir dizer isto: afinal, o amor existe mesmo - seja lá qual for o nome que lhe queremos dar - e quando é sentido assim, grande, enorme, intenso, nem sequer há palavras que cheguem. Por isso digo sempre: basta sentir e dar e deixar receber. O amor deve mesmo ser isso: não passa a ser explicado por palavras curtas ou compridas. O amor é. Só. ;)
(Gosto do blog e passo por cá todos os dias)

Beijinhos grandes.

Ivar C disse...

anónimo, obrigado. :)

João F disse...

Não devemos ligar à palavra mas sim ao sentimento. Dar todo o sentimento que temos e com certeza também o teremos em troca.
Abraços

Helena disse...

Portanto Bagaço, devemos focar-nos no tamanho e na temperatura do Amor. Já aprendi! Obrigada :)

Ivar C disse...

joão f, abraço. :)

helena, no tamanho mais, pelo menos às vezes. :)

Ana Luísa disse...

É caso para dizer que o tamanho (realmente) importa!! :)

CurlyGirl disse...

"Se não for suficientemente grande para nos ocupar totalmente então não é o tamanhão da palavra Amor, é o tamanhinho da palavra chamego, por exemplo."

Percebo perfeitamente. (In)felizmente.

Anónimo disse...

Houve um momento durante a leitura do texto que fiquei com medo.
Medo do " Já viram esse gigante aparecer e desaparecer demasiadas vezes. São essas pessoas que deixam de usar a palavra Amor e passam a usar outra qualquer. Chamego, encanto ou gosto. É justo, mas acima de tudo é realista"
Medo porque, lá pelo meio, perdeu-se o coração...

Ivar C disse...

ana luisa, mainada. lol. :)

curlygirl, não tem que ser infelizmente. :)

cris, mas o truque é precisamente não ter medo. :)

Estudante disse...

Oh! ^^ este é o meu post preferido até agora!

Realmente o "Amor" é um palavrão! Então também não é necessário dizermos "amo-te" acompanhado de um "muito, muito". Amo-te é a plenitude :)