respostas a perguntas inexistentes (144)
da Páscoa e do Amor de Jesus
Por estes dias celebra-se a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, mas não se celebra o Amor.
Dizem-se muitas mentiras sobre o Amor de Jesus, sendo que a maior de todas é a de que ele Amava toda as pessoas. A ter existido, acredito que Jesus tenha amado alguém, mas não todas as pessoas. Pelo menos, e para bem dele assim o espero, porque Amar todas as pessoas é a mesma coisa que não Amar ninguém.
Quem já experimentou Amar sabe que uma das definições de Amor é sentir que uma pessoa é especial. É querer tocar-lhe, ter sexo (ou, lá está, fazer Amor) com ela, dividir uma trinca num chocolate e passear de mão dada ao fim da tarde numa praia qualquer. Sempre sem condições.
Do Amor espero que todos, para bem também de todos, percebam isso mesmo: que a melhor forma de Amar passa pelo nosso egoísmo com quem Amamos. Só assim todos poderemos experimentar o Amor. Com alguém especial, claro.
31 comentários:
Admiro o teu blog, as vezes encontro me identificada com aquilo que escreves, mas deixa me dizer te que nao pensaste duas vezes desta vez. Não faço a mínima ideia o que é que Jesus sentiu, por aquilo que ele fez parece me bem provável que tenha amado todas as pessoas. A palavra equivocada aqui é o "amor", como se só houvesse amor entre um homem e uma mulher, ou um casal de homosexuais.
Parece-me bastante óbvio que também há amor entre o pai e uma filha, ou entre dois amigos, ou entre o avô e o neto, e etc.
É compreensivel a tua explicação de amor, mas existe um amor mais abrangente, mais compassivo, mais universal na mensagem da Páscoa.
Mas vamos lá tornar isso carnal que ideais e coisas bonitas já tem o mundo que sobre, não é?
m, o "carnal" é uma coisa bonita. na minha opinião é das mais bonitas que existem. Para a Igreja Católica está visto que não, de facto, é um factor de culpa. Existe amor entre um pai e uma filha, sim, mas mesmo esse não é por todos. Além disso, como qualquer político de Esquerda, sou um ideólogo, mas as ideias não devem vir de qualquer sentimento mas sim do racionalismo e do sentido de justiça. :)
Entendo o que escreve. o Amor e a pessoa especial..entendo.
não falo em nome da igreja catolica, mas daquilo que vejo, leio, estudei, e penso (um bocadinho também), se o sentimento igual ou parecido ao que um pai tem pela filha (talvez tirando-lhe a necessidade de responsabilidade) reinasse entre as pessoas, poupariam muitos mais conflitos que o sentido de justiça e o racionalismo tem gerado, assim também como o do poder e da ganância, estes últimos não são mais do que substantivos cliché para o mal que vai no mundo, muitas vezes disfarçados pelo sentido de justiça e racionalismo, senão mesmo fundidos.
A falar a falar, também quantos cristãos já mataram em nome daquilo que dizem seguir e acreditar. No fundo a estupidez humana vai aonde quer com imensas desculpas.
mas do que falam do amor de cristo, igreja católica e pecados e padres á parte porque nisso deixei eu de acreditar há algum tempo, é mesmo muito insensato (se me permites) confundir e comparar amores, até por uma questão de limitação das palavras.
Concordo... plenamente... :)
cristina, :)
m, a minha filha é especial para mim. nem todos os pais e filhas são iguais pela mera questão probabilística que nos rege a todos. o racionalismo e a justiça nunca geraram guerra nenhuma. A religião e a MacroEconomia sim. :)
tm, obrigado. :)
:)
m, :)
O amor é tão avassalador e absorvente que não dá para amar muita gente ao mesmo tempo... Morria-se afogado! :)
A Páscoa tem tudo a ver com o Amor. Tem a ver com alguém que deu a vida por nós, coisa que só se é capaz de fazer quando se ama alguém. Podes discordar da visão católica mas agora dizer que se contam mentiras já foi um pouco puxado. Cada um acredita naquilo que quiser e as outras pessoas só têm que respeitar as crenças dos outros. Realmente nós apenas conseguimos amar quem nos é próximo, quem nós conhecemos. Mas, na minha opinião, Jesus amou realmente toda a gente. Pois Ele era, tal como seu Pai, Perfeito. Nós sendo seres imperfeitos caímos no egoísmo de apenas amar quem nós achamos que seja merecedor do nosso amor. Agora Deus criou-nos como se cada pessoa fosse o seu próprio filho. É por isso que ele nos ama incondicionalmente, apenas um pai é capaz de amar incondicionalmente um filho. É sangue do seu sangue. Quando dizes que "Amar todas as pessoas é a mesma coisa que não Amar ninguém.
Quem já experimentou Amar sabe que uma das definições de Amor é sentir que uma pessoa é especial" até podes ter razão se te referires a uma pessoa, um mero mortal imperfeito. Agora para Jesus/Deus cada pessoa é especial. E Ele conhece-nos a todos, quer as nossas virtudes quer os nossos defeitos. E, tal como disse, ele ama-nos incondicionalmente. Ao contrário de nós que muitas vezes só porque o parceiro fez algo que não foi do nosso agrado já não queremos "tocar-lhe, ter sexo (ou, lá está, fazer Amor) com ela, dividir uma trinca num chocolate e passear de mão dada ao fim da tarde numa praia qualquer" porque essa pessoa falhou a nosso ver. Deus, independentemente das nossas falhas Ama-nos e está sempre disposto a dar-nos a mão.
Desculpa pelo discurso mas é algo em que eu acredito, aliás, eu tento ensinar isto aos meus meninos na catequese, por isso defendo as minhas crenças. Espero que não leves a mal. =)
Como já aqui foi dito existem vários tipos de amor e apesar de perceber o que queres dizer, só te faço uma pergunta consegues afirmar sem qualquer duvida que apenas amas a tua pessoa especial? Ou será que amas todos aqueles que são especiais (de forma diferente, claro!)para ti?
malena, essa é a minha visão. :)
lima e tequilla, eu sou agnóstico. só acredito naquilo que se pode provar. portanto, lamento, mas não acredito minimamente em nada disso. :)
filipa, consigo dizer que Amo duas ou três pessoas neste mundo, de facto de forma diferente, com a mesma facilidade que consigo dizer que detesto umas quantas. :)
Claro! =)
memyselfandi, :)
Quando amamos alguém, esse alguém é sem dúvida nenhuma especial para nós, ainda que para os outros não haja essa perspectiva. :)
deus existiu? lol
mas por outro lado, quando estamos apaixonados tudo parece melhor e é bem possível sentir que
gostamos de todas as pessoas no mundo e do mundo inteiro...Portanto, poderia ser um amor assim, de abertura ao outro e disponibilidade para o conhecer e para gostar dele ou o amar (mesmo que não tanto como à pessoa especial ou no caso de Jesus a Deus).
anónimo, a pergunta está bem feita. se existiu, já não existe mais. :)
redonda, podes ter a abertura toda por estares paixonada, que ela acaba quando um gajo da tv cabo te interromper o jantar para vender 500 canais privados por fibra óptica. :)
Sendo eu católica, há muito pouco praticante, fui catequista durante 8 anos sem enfiar aos garotos "noções deturpadas sobre quem foi Jesus", e sem medos e após imensas discussões ao longo da minha vida com teólogos, digo que de facto todas as igrejas (para mim não existem seitas) incluindo a Católica alteram a Bíblia em seu proveito. Tal como o Corão...é só um e afinal anda tudo à bulha em torno ou por causa dele.
Adiante...para mim Jesus foi um homem como qualquer outro homem, com defeitos e qualidades, que amou quem ele entendeu, fez sexo com quem lhe apeteceu, brincou, viveu como entendeu e deu-se como amigo (outra forma de amar) a "imensas as pessoas" mas teve azar ter nascido num época terrível e quem pensava e agia diferente limpavam-lhe o sarampo. Foi o que fizeram. Isto eu explicava aos miúdos (aplicando outras palavras) no tempo da ditadura e tive imensos problemas com igreja e até hoje estou por perceber porque não correram comigo!
Vejo Jesus em muita gente e por vezes quando apelidam e agridem alguém, questiono sempre...então pá, vais à missa todos os domingos, papas hóstias e ages assim? E se ele for Jesus?...entopem e é tiro e queda.
Assim como jamais digo que aquilo que acredito é mais credível do que a dos outros.
Gosto de uma igreja vazia, de um Santuário vazio...e tal como acredito que Jesus faria, se eu pudesse venderia toda a "riqueza e ostentação de muitas" em prol dos mais desfavorecidos. Prefiro dar uns cigarros ou uma sandes a quem me pede...do que dar para a igreja e quando acompanho a minha mãe à missa por alma dos meus e a cestinha do peditório passa por mim, só me dá vontade de retirar uns trocos loll
Parabéns pelo post e viva o Amor!
fatyly, pois... se Jesus foi como outro qualquer então existiu mesmo. Aliás, existiram vários. E na verdade é mesmo isso. Eu não sou católico mas acho que o mundo era melhor se todos os católicos fossem como tu. É só a minha opinião, claro. :)
Se todos os católicos fossem como eu e já agora se todos também fossem como tu e como muitos como nós, porque há milhões de seres humanos que não vivem de fachadas, que praticam diariamente "gestos", educam os seus filhos fora do materialismo e a terem apenas o que precisam, a respeitarem todos e sobretudo quem é diferente e sobretudo algo fundamental: o amor da partilha.
Até hoje não me arrependi e todos os meus seguem as minhas pegadas.
SE queres saber e tiveres paciência lê o meu post de 12 de Abril...e todos se indagam porque razão a minha neta do meio, que o ano passado esteve entre a vida e a morte, é tão fascinada no que lá está escrito? Pois...há coisas que a razão não explica, mas temos que respeitar:)
Um beijinho muito grande para ti e para os teus dois grandes amores:)
Não querendo ofender nem contrariar ninguém, Robert Sternberg (um psicólogo) elaborou um modelo para dar resposta aos "diferentes tipos de amor", um modelo triangular que envolve 3 componentes: intimidade, paixão, compromisso (o chamado amor consumado, integra as 3 componentes). Sternberg disponibiliza ainda um quadro em que procura situar os DIFERENTES tipos de relação e de amor.
É por esta razão que concordo que é impossivel Ele ter amado todas as pessoas, sobretudo de igual forma (se é que existiu).
Não sou religiosa e a única coisa que acredito é que se Ele existe, está demasiado ocupado para se preocupar connosco ;)
Bom post!
fatyly, vou lá ver. obrigado. :)
ciara, concordo plenamente. obrigado pelo teu comentário, vou pesquisar o assunto. :)
Discordo. Amor não é apenas desse modo. Então e uma mae com um filho não é amor? Pela forma como descreves não é...
Adoro o teu blog, mas tive de dizer isto :P
anónimo, lol. está à vontade. mas uma mãe por um filho continua a ser especial. :)
"Ágape", "Philia" e "Eros" não são para meter todos no mesmo saco, embora o Português (pese a riqueza da língua) seja parco na tradução destes conceitos sob o mesmo tecto de "Amor".
Se os separares talvez percebas melhor o sentido de outras palavras... :)
R.
R, eu não os meto no mesmo saco... mas acho que são todos especiais, de alguém para alguém. :)
Boa tarde.
Sigo o teu blog há algum tempo com agrado. Concordo com muita coisa que escreves mas o que me agrada mais é o modo como transmites que aquilo que escreves é o que vives realmente.
Pondo isto noutras palavras, apecio bastante o teu "conhecimento de causa" sobre aquilo que escreves, principalmente em relação ao amor...
Mas esta qualidade que mais aprecio caiu por terra por alguns minutos, aqueles em que estive a ler e interiorizar este post.
Não vou fazer um número de pastor brasileiro nem te vou tentar explicar nada. Quero apenas dizer-te que pela primeira vez te vi "falar" sem conhecimento de causa.
Sou católico e espanta-me que o dia-a-dia da nossa sociedade esteja repleto de pessoas que "não acreditam em nada disso", como tu dizes, e continuam a falar "disso" e a criticar "isso".
O amor que vem de Deus é muito maior que o que trinca o chocolate ou do que quer fazer amor. Mas isso não se vive num ano ou 2, vive-se e aprende-se com a vida. E Deus ama-te também a ti, como sonho que és para Ele. Com total consciência disto é possível amar quem está ao meu lado, mesmo que não o conheça.
Penso que pões o amor "homem-mulher" como primeiro lugar, como objectivo a atingir, como "isto é que é" e pensas no (possível) amor de Deus como um amor mais fraco, como tu próprio dizes, "amar todas as pessoas é a mesma coisa que não amar ninguém". O "twist" disto está exactamente no contrário (na minha opinião, claro). O amor de Deus é maior que todos os outros e por isso permite amar a todos. A nossa dificuldade em percebê-lo e à sua dimensão é assunto para uma vida de conversa, que nem tu nem eu estamos dispostos a ter ;)
Apenas me espantou ires buscar um assunto do qual, vejo pelo teu post, pouco ou nada entendes. Acho-te um "vivente" fantástico do amor e nenhum mal haveria de falar do que não conheces pois daí vem o conhecimento. Apenas não concordo do modo como o fizeste...
Também o amor que sentes por alguém é com condições e não incodicional como referes. É sem condições quando é correspondido. Se quem amas te tratar como um lixo, deixarás de amar por mais que custe. Jesus amou realmente sem condições o povo que o agrediu e crucificou...O amor incondicional é esse.
Ah, na Páscoa não se celebra a crucificação e ressureição de Cristo. Essa resposta "automática" que nos dão e nos fica para toda a vida na ponta da língua afasta-nos para o realmente importante: o Amor. Na Páscoa celebra-se o Amor. Amor incondicional de Jesus que morreu pelo povo, a sua paixão. Dizer que se celebra a crucificação e ressurreição é como dizer que no 25 de abril se celebram os tanques e os cravos e não a liberdade.
Agradeço-te pelo que me tens "dado" com os teus posts. Neste tive necessidade de dizer qualquer coisa. Não pretendo ter nenhum tom agressivo, pretendo apenas expor-te a minha opinião (acho que aprecias que os leitores o façam).
Continuarei a seguir o blog, força aí já que neste assunto do Amor, estamos todos no mesmo barco e todos ansiamos o mesmo.
Um abraço!
olá anónimo, obrigado pela tua opinião, que é válida e sentida e por isso respeito-a. Eu não acredito na existência de Deus e, mais do que isso, acho que temos um mundo pior por responsabilidade das religiões monoteístas ocidentais. Mas sim, é só a minha opinião e tens direito a discordar de mim. um abraço. :)
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