pensamentos catatónicos (118)
Reprieve can now conclusively show that Portuguese territory and airspace has been used to transfer over 700 prisoners to torture and illegal imprisonment in Guantanamo Bay.
Fala-se em tortura à hora do café. Depois muda-se de assunto como se não fosse nada. Não entendo. Um torturador é o quê? Um homem normal com família e filhos, que depois dum dia a torturar pessoas, chega a casa para jantar, abraça os filhos e pergunta-lhes como correu a escola? Um homem que tortura é capaz de se apaixonar e de fazer declarações de amor a uma mulher? É alguém que não sabe realmente o que é sofrer? É alguém treinado para não ter emoções? Foda-se, pá.
11 comentários:
O pior é que, se calhar até é mesmo isso. Não digo que sejam normais, mas que tenham atitudes que se assemelhem com a normalidade, até me parece que sim, pelo menos exemplos disso não faltam!
As emoções aí ficam para segundo plano, ou pelo menos são controlados ao mínimo pormenor!
carla
carla, pois é carla, o pior é que se calhar é mesmo isso, apesar de isso ser incompreensível.
Há-os que chegam a casa e continuam a torturar. E há-os que torturam em casa para compensar serem torturados fora dela. A tortura é mais comum do que possa parecer... O país tem muitos profissionais nesse sector.
ikivuku, sim, não deixas de ter razão. mas há os torturadores profissionais e os impulsivos. neste caso falava dos profissionais... se bem que não se se há diferença. :)
Acho que é a primeira vez que aqui posto a minha pescada, embora siga com enorme prazer este blog há mais de um ano. Os meus parabéns pelo bom trabalho. quanto aos torturadores...Recomenda-se a leitura de "A Traição do Eu" e a "loucura da normalidade" ambos de Arno Gruen. O autor explica bem o tema, a sua génese e modalidades.
ya!! e a maioria dos funcionários públicos?? e a maioria dos operários? e a maioria das prostitutas?? e a maioria das pessoas que tem um emprego?? e a maioria de tudo e mais alguma coisa que tem um emprego enquanto emprego.. e não algo que propriamente preencha... não muda de disquete assim? com essa rapidez? às 11h e 55 falam de cheques e créditos bancários com os clientes e ao meio-dia estão a almoçar com o camarada e a falar de fodas não-dadas e de fodas que gostariam de dar?? e a prostituta que às 16h vende o sexo a um desconhecido e às 17h o oferece ao amante com amor?? e então?? não será que tudo isto não acontece todos os dias??
e o torturador?? não terá também ele apenas um emprego?? e então?? não pode estar às 19 h a torturar um gajo é às 19h 30 estar em casa a jantar tranquilamente com a mulher e os filhos???
a maioria das vezes a profissão que se tem, não deriva da nossa vontade que se tem, mas sim das circunstâncias sociais e políticas a que se foi sujeito...
e ser vítima dessas circunstâncias é aterrador...
daniel conceição, obrigado, por acaso vou mesmo procurar, dada a minha ignorância na matéria. :)
that's all folks, não encontro lágica nenhuma nessas comparações, mas pronto. :)
Muito interessante este post! Imagino o "torturador" como uma pessoa como qualquer um de nós, que para fazer o que faz, precisa de se abstrair completamente das consequências.
Todos os dias nós o fazemos. Se tivéssemos consciência de como a carne que comemos é "produzida", não continuariamos a pagar para o fazerem, no entanto abstraímo-nos. Quando passamos por um cão deitado na estada sem ter a certeza que está morto, paramos? É mais fácil abstrairmo-nos. Quando compramos produtos provavelmente produzidos por crianças, preferimos não investigar o processo para mantermos a nossa sanidade mental.
Com esses exemplos quero mostrar que não é fácil vivermos segundo o que acreditamos que está bem, pois o conforto da abstracção é por vezes forte de mais. Talvez o local onde se traça defina os conquistadores e os psicopatas!
jacek, sim, tens razão, mas neste tipo de tortura é diferente. quando compras uma bola de futebol cozida à mão no paquistão não olhas para as crianças que o fizeram olhos nos olhos. Quando torturas uma pessoa numa cadeia... sim, olhas. :)
bagaço, nem tem descrição a quantidade de lixo intelectual e de confusão mental que se lê e que se ouve sobre isto!
tal e qual como escreves. acerca deste tema, apenas uma coisa me parece apropriada, como tu dizes e mais que bem: ****-se (em pensamento) ;-)
micas :)
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