respostas a perguntas inexistentes (192)
improviso
Nunca tive saudades da juventude. Ser adulto foi a melhor coisa que me aconteceu em quase todas as vertentes da vida, e no Amor também. Do que tenho saudades é de não contar o tempo. Não aquele que vai passando mas sim o que falta passar, esse que contabilizo atabalhoadamente por nem sequer saber quanto é. E é assim que Amo. É bom, mas também é uma pena.
Deixei de me ver ao espelho, porque na verdade nunca o fiz para me pôr mais bonito. Aliás, nunca acreditei que pudesse almejar beleza alguma. Acreditei, isso sim, que tinha toda uma eternidade para ser a estrela principal de um Amor qualquer, e por isso sempre me vi ao espelho para ensaiar gestos e palavras. Só isso, ou talvez tudo isso. Nem sei bem. Sei que foi por aí que o Amor me faltou algumas vezes. Porque o ensaiei em vez de o improvisar.
É isso que é ser adulto, saber Amar de improviso neste incontável tempo que sobra. O Amor penteia-se ao espelho devagar enquanto eu olho ansioso para o relógio da vida. Peço-lhe em silêncio que pare, que me sirva um beijo numa taça de anis. Que me canse. É por isso que o meu reflexo lhe sorri enquanto os seus cabelos dançam na tempestade de vento do secador eléctrico. É igual à minha, essa tempestade, violenta e contida. É assim que se improvisa.
Nunca tive saudades da juventude. Ser adulto foi a melhor coisa que me aconteceu em quase todas as vertentes da vida, e no Amor também. Do que tenho saudades é de não contar o tempo. Não aquele que vai passando mas sim o que falta passar, esse que contabilizo atabalhoadamente por nem sequer saber quanto é. E é assim que Amo. É bom, mas também é uma pena.
Deixei de me ver ao espelho, porque na verdade nunca o fiz para me pôr mais bonito. Aliás, nunca acreditei que pudesse almejar beleza alguma. Acreditei, isso sim, que tinha toda uma eternidade para ser a estrela principal de um Amor qualquer, e por isso sempre me vi ao espelho para ensaiar gestos e palavras. Só isso, ou talvez tudo isso. Nem sei bem. Sei que foi por aí que o Amor me faltou algumas vezes. Porque o ensaiei em vez de o improvisar.
É isso que é ser adulto, saber Amar de improviso neste incontável tempo que sobra. O Amor penteia-se ao espelho devagar enquanto eu olho ansioso para o relógio da vida. Peço-lhe em silêncio que pare, que me sirva um beijo numa taça de anis. Que me canse. É por isso que o meu reflexo lhe sorri enquanto os seus cabelos dançam na tempestade de vento do secador eléctrico. É igual à minha, essa tempestade, violenta e contida. É assim que se improvisa.
8 comentários:
"Peço-lhe em silêncio que pare, que me sirva um beijo numa taça de "anis" não de coca-cola:). Que me canse."
Ai bagaco, bagaco...hoje talvez por estar mais sensível não consigo dizer nada...excepto
Um grande abraço e beijos para ti, Raquel e filhos...o tempo é só vosso e amai-vos muito!
fatyly, obrigado. espero mesmo que tenhas um Bom Natal. :)
Raios de rapaz que escreve bem cumó caraças!!! ;)
malena, anda lixado com o acordo... :)
mais um óptimo texto! afinal o bagaço revela-se um romântico irremediável...
bee, obrigado. :)
meu caro, como é que o Amor, poderia ser compatível, com coisas racionais, como o previsto ?!
anónimo, eu prevejo racionalmente que vou estar apaixonado até ao fim dos meus dias. Também racionalmente admito que posso estar errado. :)
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