12.16.2008

grunhos filhos da puta

O gajo que no café nos parece a melhor pessoa do mundo. O gajo com quem bebemos uma cerveja e discutimos amigavelmente um jogo de futebol que acabámos de ver, em casa pode ser uma besta que agride a mulher constantemente. Nos últimos dias as decepções que tenho tido a este respeito têm sido um exagero. Na verdade eu não fazia ideia que isto era tão mau, que há homens terrivelmente calculistas e que não se importam de fazer mal aos próprios filhos para magoar a mulher ou ex-mulher.
Homens que batem em mulheres grávidas, homens que não deixam a mulher abrir a boca lá em casa, homens divorciados que desligam o telemóvel quando estão com os filhos para a mãe não poder contactá-los, homens que passam o dia a agredir verbalmente a companheira reduzindo a sua auto-estima a zero, homens que empurram a mulher para responder a qualquer pergunta que seja, homens que ameaçam a companheira de morte. Sei lá... desculpem lá o desabafo mas estes dias têm sido um exagero... e há cabrões que ainda se orgulham disso
A única designação que encontro para um gajo que faz isto é grunho filho da puta e, se estás a ler isto e já o fizeste de algum modo, és apenas mais um.

33 comentários:

M disse...

Sempre existiram, Bagaço...o que aumentou foi a divulgação dos casos e o trabalho incessante de instituições como a APAV...

Paulo Lontro disse...

Não tens que pedir desculpa a ninguém, denunciar e chamar-lhes filhos da puta é o mínimo que podemos fazer já que teria consequências partir-lhes os dentes com um soco e meter-lhes um pau um determinado sítio.
Eu não aceito a s tuas desculpas, prefiro dizer-te obrigado!

Anónimo disse...

Essa designação está mais que correcta...bando de canalhas...

JonyFingers disse...

Concordo claramente.

Mais ainda; por vezes elas gostam e acham que aquilo é por amor e que elas é que têm culpa.

grunhos, batatas, covardes ...

Anónimo disse...

Compreendo o teu ponto de vista e desculpa lá o comentário mas, acordaste agora?Isto é o bicho-homem no seu explendor (entre outros explendores).

Ivar C disse...

sayuri, sim, tens razão... mas isso não é uma boa notícia. :)

paulo lontro, tens razão. obrigado. :)

fá, :)

JonyFingers, sim, às vezes há um síndrome nas vítimas. que se assemelha a isso. :)

anónimo, não acordei agora... mas agora tem sido um exagero à minha volta. :)

Anónimo disse...

À tua volta, queres dizer, com pessoas que conheces e com quem te cruzas todos os dias?

Ivar C disse...

anónimo, à minha volta quero dizer "com pessoas que conheço e me cruzo regularmente". :)

AnaA disse...

Além desses filhos da puta todos, ainda há aqueles que perseguem as mulheres que os deixaram a ponto de elas não estarem seguras em lado nenhum... Nem elas nem os filhos.

Ivar C disse...

inocente, sim... eu sei isso. :(

Anónimo disse...

O meu pai sempre bateu na minha mãe, desde que me lembro, era mau e em vezes que ela tentou fazer queixa à polícia os próprios polícias retraiam-se e diziam que entre marido e mulher...e a minha mãe com a boca toda ensaguentada, a levar pontos, as nódoas negras constantes, o olho que passou a ver menos bem, etc etc. Chegou ao ponto de lhe encostar uma arma à cabeça, chegou ao ponto de disparar e só falhar por estar demasiado bêbado. E eu cresci também a ser espancada, também a ser humilhada, sem que ninguém nada fizesse por mim. Lembro-me da coisa mais revoltante que ele me fez, obrigou-me a estar a cerca de 5 metros dele parada e em pé enquanto me atirava batatas e cebolas que tinha junto a si, depois obrigava-me a apanhar tudo, devolver-lhe para mas voltar a atirar. Lembro-me das noites em que me acordava para me bater, dos pontapés que me dava...lembro-me de dormir dentro do guarda-roupa toda tapada para me sentir protegida. Lembro-me de me chamar estúpida, de dizer que eu era uma merda, ah e também me lembro de me bater com a parte de cabedal da trela do cão, com um chinelo de plástico duro que me deixava vergões durante dias. Lembro-me depois de já em adulta estar grávida e ter reagido menos bem contra o senhor que me ameaçou dar-me um pontapé na barriga porque eu recusei abortar. E fui eu que tive problemas em tribunal e fui eu que saí a perder, porque o que ele disse nada conta. Puta de vida, vida filha da puta.

ecila disse...

Essa é a realidade... como ves, também é para nós dificil de entender alguns homens. Por isso prefiro a palavra pessoas. Há pessoas que sao realmente cabroes/as e nao sao, infelizmente, tao poucos/as quanto isso :-(

pieces of me (Luna) disse...

pessoas que deviam sofrer na pele pelo menos metado do que fazem sofrer os outros.....

e ja so digo metade...

SunGod disse...

se houver voluntários eu apoio a formação de uma milícia popular e vamos todos tratar desses gajos à moda medieval...houve uma feira cá em leiria de aparelhos de tortura medievais que de repente me faz ter ideias... hmmmm!!! vida de inquisidor devia ser um espectáculo :P

Ivar C disse...

anónima, obrigado por este comentário. vou passá-lo a post, está bem? é por isso que eu acho que se tem que falar nisto e que, de uma vez por todas, a vergonha social seja do agressor e não do agredido. :)

ecila, claro que tens razão. o nome deste blogue pretende ter qq coisa de humor. :)

pieces of me (Luna), eu digo o dobro. :)

sungod, vi essa exposição em 1995 em Évora e uns anos depois no Porto. É excelente. :)

Isa disse...

E depois ainda há aqueles que sendo uma bestas, cobardolas, porcos e cabrões por fazerem tudo (e às vzs mais um bocadinho) que enumeraste, ainda posam de anjos e muito boas pessoas!
E quando oiço "Não pode ser!O ****?! Não! Ele não é capaz!", só me apetece correr meia humanidade a insecticida e desistir de fazer parte dela!
são mm uns CABRÕES!

Ivar C disse...

Isa, esse "não pode ser"... já passei por ele, admito, até que percebi que afinal podia mesmo ser. :)

Isa disse...

Acho k m expressei mal... a meia humanidade k m dá vontade d extreminar ñ é k é enganada pela carinha d anjo e simpatia desses espécimes. Falo mm das criaturas k, cm cd vz são em maior número, corremos sérios riscos d estar perante uma epidemia. Talvez das piores, pk esta ñ há maneira d a reconehcer cm tal!
Eu tb já fui das que não acreditava até ao dia em k percebi k tanto podia sr k ainda é pior do k à imaginação m podia vir tr!
Lamentável, ms real!
Tlvz 1 dia isto mude!Tlvz...

Anónimo disse...

Sim, essas coisas existem e acontecem e mesmo que algum deles lesse este post, não se iria reconhecer, porque para eles o mal está nos outros...eles até nem fazem nada de mal, pobrezinhos...

toma lá Fresquinho disse...

que eu saiba à minha volta, não tenho casos desses...que eu saiba! e os homens com quem me relaciono(salvo seja!) aparentemente todos condenam estas situações...não tenho amigas com dores nas costelas nem nódoas negras provenientes de portas do armário da cozinha!
mas a única pessoa por quem ponho as mãos no fogo sou eu próprio!

justiça pelas próprias mãos era o que eu faria se soubesse que as minhas primas ou tias ou amigas levavam tareias dos maridos/namorados! ai se fazia!

Anónimo disse...

E o homem que é patrão e que trata os seus colaboradores dessa mesma maneira? e quando se olha para tudo e se pensa que a economia est+a como está e mais vale ficar por aqui do que tentar a sorte de outro lado. E quando já não sabemos se somos nós que estamos errados e ele o homem patrão é que está certo. A sociedade deixa e olha para estas coisas seam dentro d eprtas ou não da mesma maneira: não é nada comigo!
Vivemos no mundo da aparência e se da aparência se vive estas situações humilhantes vão continuar.


Mary

Ivar C disse...

isa, expressaste-te bem... eu não parti do princípio que me querias matar. :)

metade da laranja, talvez tenhas razão. não sei... :)

toma lá fresquinho, percebo o que dizes... eu, realmente, há caso em percebo quando leio coisas do tipo "mulher mata marido depois de anos de maus tratos". :)

Mary, a situação patrão/empregado também se passa, sim... mas os trabalhadores têm uma capacidade de organização que as vítimas de violência doméstica não têm... :)

SunGod disse...

eu era para comentar mais um pouco, até que li o post da mary...e neste momento só me passa pela cabeça cenas de tortura sádicas, proibidas até num filme do Saw Unrated... e desculpa lá o desabafo bagaço... mas filhos da puta que deviam era de lhes nascer um pinheiro no cu e virado ao contrário de preferência... ou isso ou cair-lhes uns 5 litros de ácido em cima com muita paciência (tipo gota a gota, quais prisioneiros do regime salazarista) para queimar bem devagarinho, começando pelas pontas dos dedos, nariz e outras extremidades (não, não é essa que estão a pensar) e por fim arrancar-lhes o coração com uma colher...de sobremesa!!! isso é que eu tinha prazer em fazer...ai garanto!
tinha é que arranjar forma da "vítima" ficar acordada durante o processo...
epah, desculpa lá o "desabafo" mas há coisas que me tiram do sério, mesmo, embora nunca tenha presenciado nenhum desses casos, que eu saiba, mas é abominável!
Mary, hoje os meus pensamentos estão contigo e com outras pessoas que passam/passaram pelo mesmo!

Unknown disse...

Concordo plenamente. Mesmo sendo um puto de 24 anos já começou a ouvir histórias de casos assim à minha volta...fala-se muito da violência no namoro juvenil e isso acontece mesmo.

Para mim não são homens, isso não é a designação de homem. Não percebo como é que as mulheres se deixam levar com muitas vezes homens a sério ao lado delas sempre a apoia-las.

Ivar C disse...

sungod, lol. :)

muad'dib, ainda bem que tens 24 anos e pensas assim. :)

Si disse...

Esta semana fiquei a saber que a irmã de uma colega (aqui no Reino Unido), tem 21 anos e farta-se de levar porrada do namorado, que é +/- da mesma idade, e não quer apresentar queixa! Diz que ele precisa de carinho e que o ama muito e por isso não faz nada. Na última vez chegaram a chamar a polícia, mas na hora H ela não quis falar nada!
Não consigo entender o que "estes" tipos lhes fazem para que elas percam o senso comum!
E não entendo como as marcas (da porrada) são óbvias e a polícia não pode fazer nada porque a miúda não apresenta queixa!...

Ivar C disse...

si, eu também não... mas para mim é óbvio que não a devo censurar a ela. se ela faz isso é porque está transtornada e já não é bem ela. :)

Red disse...

violência no namoro. números que eu nunca imaginava na vida. no casamento é o mal que se sabe. mas no namoro, em que a vitima nem sequer tem a desculpa dos filhos e do casamento e muitas vezes de estar a viver junto e do raio que parta? não percebo. juro que não percebo. mas é exactamente para perceber coisas incompreensíveis que estou em psicologia. vamos lá ver se no fim do curso aprendi alguma coisa.

Ivar C disse...

red, não nos percebemos, é certo, mas tb não percebo que se culpe tão facilmente a vítima quando ela não sai rapidamente da situação. :)

Anónimo disse...

Olá, Bagaço.
Também estou em psicologia,e não sei se é durante este curso que me vão transmitir o que leva as vítimas a não sairem de casa, ou a sairem de relações mesmo de namoro. Ou melhor, não sei se o curso em si faz os futuros psicólogos terem essa noção - sinceramente , penso que não.
Primeiro, é através da experiência que se tem essa possibilidade, da experiencia de conhecer de perto as pessoas e os seus casos. Mas acima de tudo, é despirmo-nos de preconceitos que temos, de ideias, e a capacidade de nos pormos no lugar do outro é por nós muita vez deturpada: não somos o Outro(a) nem vivemos a sua história unica e que faz dele(a) unico.
As vitimas não saem da relação, ao contrário do que se pensa, não por sofrerem de algum síndrome que possam sofrer e que, aparentemente, parece que "gostam" desse padrão; as vitimas não saem porque despersonalizam, porque está em causa os seus valores/familia, porque não têm condições psicológicas para discernir. São elas que estão lá, nós estamos de fora.
É tudo vivido de forma muita vez intolerável do ponto de vista afectivo e deixa de se ver a porta de saida, mesmo que para nós de fora ela esteja à vista.
E sei, porque hoje estou fora, mas já estive dentro. E sabes que mais? De fora, e mesmo de quem de perto conhece a minha historia e os intervenientes, ninguem diria.


Um Ano Novo com menos "normatividade" face à violência doméstica, e menos juizos de valor.Porque falamos dum terreno demasiado arenoso e delicado.
Abraço de Lisboa,Feliz Natal.
Moura

Ivar C disse...

Moura, eu penso como tu... não tento encontrar uma explicação para a vítima não sair. sei que se não sai é porque há um motivo e esse passa sempre por algum óbvio desequilíbrio. Abraço para Lisboa. :)

ladybug disse...

Só quem vive esta vida poderá entender o porquê de continuar com o agressor. E o mais engraçado é que de facto, o agressor perante a sociedade é um gajo fixe, que até bebe uns copos em bares fixes, aquele gajo que até tem pinta e aparentemente com bastante cultura. Por vezes até sabemos que ele é assim um pouco passado, mas achamos-lhe piada. Nós, os que não temos que viver abafados, calados, analisados vezes sem conta. Nós que não temos que prestar contas.

Ivar C disse...

ladybug, este crime é transversal à sociedade, sim. e pode vir de muito "boa gente". :)