8.07.2015

conversa 2146

(no carro dela)

Eu - Viste a ultrapassagem que acabaste de fazer?
Ela - Claro que vi, vou a conduzir.
Eu - Risco contínuo e um sinal a proibir ultrapassagens não te dizem nada?
Ela - Sim, dizem que tenho que ter cuidado a ultrapassar...
Eu - É mais que não podes ultrapassar. Aquela zona é perigosíssima...
Ela - O camião à nossa frente ia tão devagar... perdi a paciência.
Eu - Mas não podes fazer isto. Podíamos ter morrido...
Ela - A responsabilidade era minha.
Eu - Mas eu também vou no carro...
Ela - A responsabilidade continuava a ser minha. São sempre as mulheres a responsabilizarem-se por tudo. Já estou habituada.
Eu - Mas eu não quero morrer por tua responsabilidade!
Ela - E não morreste, pois não?
Eu - Esquece. Não faças mais isso, por favor. Vai devagar.
Ela - Estás a insinuar que eu conduzo mal? Detesto quando os homens fazem isso.
Eu - Conduzes muito bem. Melhor do que eu, de certeza... mas não respeitas as mais elementares regras de segurança.
Ela - Tem calma, homem. Perdi a paciência com aquele camião, que ia mesmo muito devagarinho. Foi tudo.
Eu - Mas não podes perder a paciência assim...
Ela - Se aturasses o que eu aturo em casa, a tua paciência também estava esgotada.
Eu - O que é que aturas em casa assim tão mau?
Ela - O meu marido.
Eu - Desisto...
Ela - Olha outro camião. Vou ultrapassá-lo já.
Eu - Não faças isso.
Ela - Estava a brincar!

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