respostas a perguntas inexistentes (179)
Cada vez me emociono menos. Actualmente, com os meu quarenta anos de idade emociono-me cerca de metade das vezes que me emocionava quando tinha vinte. Se isto continua assim, aos sessenta não vou rir nem chorar. Tenho medo que isso me aconteça. Se lá chegar, claro.
Acho que só as pessoas que se emocionam é que são capazes de se apaixonar a sério. As outras, quando muito, fingem que se apaixonam. Já me aconteceu apaixonar-me por mulheres estéreis de emoções. Desapaixonei-me logo no momento seguinte. Ao menos é fácil e não se sofre. Percebe-se logo que aquela mulher não nos interessa. Nem nós a ela, muito provavelmente. Para que é que uma mulher assim quer um homem que chora no cinema? Para nada, claro.
Por falar em cinema, na arte também é só isso que interessa. Um filme, um livro, um quadro ou uma música só são bons se emocionarem. Se fizerem rir ou chorar. O Amor também é assim, portanto também é arte. Estou a falar do Amor de todos os dias, deste que tenho agora pela Raquel e que, de vez em quando, disponho todo num único pensamento como se pendurasse um quadro numa parede. Olho para ele e penso "Uau! Fantástico! Que obra de Arte!".
Temos isto quando já não temos mais nada. Estou a falar da capacidade de rir e de chorar, ou seja, de Amar. Eu, como cada vez me emociono menos, proíbo-me de deixar de o fazer.
Acho que só as pessoas que se emocionam é que são capazes de se apaixonar a sério. As outras, quando muito, fingem que se apaixonam. Já me aconteceu apaixonar-me por mulheres estéreis de emoções. Desapaixonei-me logo no momento seguinte. Ao menos é fácil e não se sofre. Percebe-se logo que aquela mulher não nos interessa. Nem nós a ela, muito provavelmente. Para que é que uma mulher assim quer um homem que chora no cinema? Para nada, claro.
Por falar em cinema, na arte também é só isso que interessa. Um filme, um livro, um quadro ou uma música só são bons se emocionarem. Se fizerem rir ou chorar. O Amor também é assim, portanto também é arte. Estou a falar do Amor de todos os dias, deste que tenho agora pela Raquel e que, de vez em quando, disponho todo num único pensamento como se pendurasse um quadro numa parede. Olho para ele e penso "Uau! Fantástico! Que obra de Arte!".
Temos isto quando já não temos mais nada. Estou a falar da capacidade de rir e de chorar, ou seja, de Amar. Eu, como cada vez me emociono menos, proíbo-me de deixar de o fazer.
24 comentários:
humm, não chores mais...
Vês, já sorriste um pouco mais ;)
É natural, com o tempo, que diminuamos a intensidade ou mesmo a frequência com que nos emocionamos. Isso é bom, pois as emoções até mesmo um pouco acima do "normal" causam muitos estragos.
Não creio que seja possível que alguém não sinta emoções, a não ser que passe por uma cirurgia de lobotomia ou coisa parecida, lol!
Beijinho
Tem piada!
Eu agora aos 40 emociono-me muito mais do que 20.
cycle, fico feliz por chorar de vez em quando. :)
giovana, o gajo que inventou a lobotomia era aqui de perto de Aveiro, mais propriamente de Avanca. Deve ser dos ares. :)
joshua, ena! que sortudo. eu tenho é que deixar de ler jornais. :)
se perdeste a capacidade de te emocionares, isso pode significar que estás cristalizado ou a cristalizar...
brilho sem sombra.
as emoçoes são luz e sombra, e a dinâmica entre as duas, é que compõem uma sinfonia!
quando só temos luz, não há sinfonia, mas só uma canção. por muito bela que seja, é só uma canção.
a dualidade é que nos faz mais completos e permite-nos perceber e entender, aceitar e cooperar com outras visões da vida e dos sentimentos, tão distintas e diferentes das nossas. E com um olhar de que tudo é precioso para evoluirmos, ultrapassarmo-nos!
have fun!
anónimo, é isso mesmo que pode significar, sim. ou isso ou uma certa decepção com a os matutinos. :)
deixa de os ler!
e de escreveres por obrigação.
não expresses tanto o que pensas, porque poderá desaparecer, como desaparece a neve, quando cumpre o seu papel...e passará a outro estado.
não prescrutes tanto o que é o amor. poderá desaparecer, só pelo facto de tanto ser conversar e de tanto se tecer considerações, sobre o que não tem considerações possíveis.
have fun!
anónimo, por obrigação estou eu agora em casa a passar a esfregona. nunca escrevo por obrigação, mesmo que às vezes combata a preguiça mental. e é precisamente para expressar o que eu penso o mais possível. :)
Sabes onde fiquei isenta de emoções? no meio da guerra civil e como é possível não sei...as lágrimas secam, instala-se a indiferença e prevalece apenas a luta pela sobrevivência e solidariedade obrigatória - toma lá metade da mandioca que encontrei hoje. Tinha 24, 25 e 26 anos e aos 26 com uma filha de meses!
Passou e fui lutando e vencendo barreiras e hoje com sessenta voltei aos 20 emociono-me por tudo e por nada, hoje já chorei por uma notícia má e fartei-me de rir com o que a minha neta pequenininha fez ao pediatra, tudo porque apanhei o sorriso jamais esquecido e que afinal ainda continua mais vigoroso.
e está caladinho...tu aos 60 vais ser pior do que eu loll
Eu voltei ao primeiro estádio! Emociono-me muito outra vez! Choro de baba e ranho a ler um livro ou no cinema (até fico com vergonha de sair com os olhos inchados) e também me posso rir à gargalhada... ;)
eu emociono-me cada vez mais com maior facilidade e, isso sim, é típico da idade e do envelhecimento.
fiquei preocupada contigo.
fatyly, é mesmo essa sensação de desolação, a da guerra civil, digo eu. :)
malena, vergonha é que não precisas de ter. :)
sem-se-ver, não te preocupes. amanhã, se for preciso, já escrevo o oposto. :)
Eu quanto mais velho, mais choro e me emociono :)
Não bagaco numa guerra civil não se sente desolação...a sensação que deves estar a sentir e não tem nada a ver com a idade, resume-se ao estado actual do buraco em que nos meteram e que o povão queixa-se a todos e em todo o lado, a maioria de barriga cheia e na hora de "terem tido a faca e o queijo na mão" fizeram a mesma **** ...já não há pachorra...
e pensas no futuro de quem mais amas, o que não deves fazer de todo porque a vida dá tanta volta, mas tanta volta... e "proibe-te A SÉRIO de deixares de rir, de chorar e de Amar!"
Estou certa ou errada?
mike, mas não estás velho... :)
fatyly, deves estar certa, sim... :)
A idade permite-me entre outras uma aprendizagem e, um assimilar de emoções, dissemelhante. Na infância e ou adolescência, por exemplo, a intensidade com que se vive e, se desfruta dos momentos assemelha-se a um vulcão em perpétua erupção. A emoção sente-se ao rubro.
Com o passar dos anos, a irrupção permanece, no entanto, a forma como o observo e, o afronto difere. A idade permite-me vulgarizar ou intensificar as acções, as palavras … i.e., com a idade adquiri a vera causa que proporciona-me rir, sorrir ou chorar.
De facto, confesso! Nos dias de hoje, emociono-me com menos regularidade e, relego com mais pontualidade, no entanto, a intensidade que desfruto da emoção é mais vera do que quando possuía uma tenra idade.
Um delicado dia.
Ana
sente-se falta de emoções, quando não temos o suco espiritual...há quem alimentá-lo...
além do mais, deves estar a entrar numa fase que não te satisfaz o que tens, porque tudo é "déjá vu "...
have fun!
Ana (Ballet de Palavras), obrigado. gostei muito do teu comentário. :)
anónimo, fun terei. :)
Gostei muito! Fizeste-me compreender muitas coisas às quais não dei o devido valor.
daisy, eu é que agradeço. :)
Tenho constatado que quando mais velho ficamos, mais experientes e mais racionais nos tornamos. E quando mais racionais, mais fortes e profundas as emoções. Parece contraditório, mas faz sentido quando pensamos que para tudo existe um equilíbrio. E talvez, emocionar-se menos significa pensar mais, refletir mais e tornar-se mais sensível perante a realidade e as pessoas.
celeste, obrigado. é uma possibilidade, sim. :)
Eu emocionou-me cada vez mais... às vezes gostava de poder voltar a ter a racionalidade de outrora. Agora, por exemplo, choro só de se falar numa aula dA Lista de Schindler.
cármen, a Lista de Schindler emociona facilmente, seja através do filme ou do simples relato histórico. :)
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