OsLove
Gosto que a Raquel me pergunte sobre o futuro. Preciso que a Raquel me pergunte sobre o futuro. Hoje quero ter a certeza que amanhã vou estar com ela. É isso o Amor. É isso uma viagem, seja a Oslo ou a uma vida inteira.
Desembrulhei este fim de semana a prenda que ela me deu quando fiz quarenta anos. A vantagem de se receber uma viagem é que, apesar de já sabermos o que é, não sabemos o que está lá dentro. As cidades são assim, primeiro são vistas por fora e depois vão-se revelando por dentro a pouco e pouco. Como uma prenda, como uma mulher, como todos nós. À medida que as penetramos.
O resto é uma questão de pele. E de repente somos só nós, eu e a Raquel numa cidade que nos é estranha e que nos estranha. E é tão bom ser estranho quando se Ama alguém. Ficamos sós no meio de tudo e de todos. Um eléctrico que calcorreia triste a cidade, um bêbado que tenta manter em pé o que lhe resta de dignidade, uma criança que me pede para lhe passar uma bola de futebol ou um segurança que nos explica que um museu está fechado ao público. Ninguém sabe que a cidade nos vai sorrindo em segredo. Ainda bem. Sou só eu e a Raquel. Depois há os outros. Os outros.
Escolhe três museus, diz ela. E eu escolho. É uma certeza para o nosso futuro próximo. Sorrio. O das Forças Armadas, o dos barcos Viking e a Galeria Nacional de Arte. Ela acrescenta o museu do Munch, o Kon-Tiki, o Parque Vigeland e o IceBar. Vamos a todos menos ao do Munch, o tal que estava fechado. Entre as visitas dividimos umas sandes, uma garrafa de água e alguma fruta que comprámos num supermercado. Digo-lhe que a Amo uma vez mas penso-o centenas. Talvez milhares ou, de facto, só uma. Uma que se prolonga por cada dia inteiro. Depois cai a noite.
Subimos ao telhado da Ópera House, ao futuro do que foi o nosso dia. A nossa comida dividida, as nossas mãos dadas. Ainda cá estamos. Oslo também. Amanhã acordamos juntos.
Desembrulhei este fim de semana a prenda que ela me deu quando fiz quarenta anos. A vantagem de se receber uma viagem é que, apesar de já sabermos o que é, não sabemos o que está lá dentro. As cidades são assim, primeiro são vistas por fora e depois vão-se revelando por dentro a pouco e pouco. Como uma prenda, como uma mulher, como todos nós. À medida que as penetramos.
O resto é uma questão de pele. E de repente somos só nós, eu e a Raquel numa cidade que nos é estranha e que nos estranha. E é tão bom ser estranho quando se Ama alguém. Ficamos sós no meio de tudo e de todos. Um eléctrico que calcorreia triste a cidade, um bêbado que tenta manter em pé o que lhe resta de dignidade, uma criança que me pede para lhe passar uma bola de futebol ou um segurança que nos explica que um museu está fechado ao público. Ninguém sabe que a cidade nos vai sorrindo em segredo. Ainda bem. Sou só eu e a Raquel. Depois há os outros. Os outros.
Escolhe três museus, diz ela. E eu escolho. É uma certeza para o nosso futuro próximo. Sorrio. O das Forças Armadas, o dos barcos Viking e a Galeria Nacional de Arte. Ela acrescenta o museu do Munch, o Kon-Tiki, o Parque Vigeland e o IceBar. Vamos a todos menos ao do Munch, o tal que estava fechado. Entre as visitas dividimos umas sandes, uma garrafa de água e alguma fruta que comprámos num supermercado. Digo-lhe que a Amo uma vez mas penso-o centenas. Talvez milhares ou, de facto, só uma. Uma que se prolonga por cada dia inteiro. Depois cai a noite.
Subimos ao telhado da Ópera House, ao futuro do que foi o nosso dia. A nossa comida dividida, as nossas mãos dadas. Ainda cá estamos. Oslo também. Amanhã acordamos juntos.
23 comentários:
Adoro ler os teus textos :)
Mais um fantástico :D
(em jeito de timidez e de quem não sabe que dizer com tais simples palavras, um mero: Gostei muito deste!)
E eu que tenho tido o infortunio de encontrar homens que acham que o dia de amanha logo se ve? "Se for para ficarmos juntos havemos de ficar, a força do universo tratará disso, nós não temos de fazer nada!".
É tipo isso. Mas temos. Temos, no minimo dos minimos, querer que exista amanha e que seja um amanha juntos...
carolina*, obrigado. :)
paulo, obrigado. :)
mary, acho que sim, que temos que fazer alguma coisa pelo que queremos. O que nos acontece é sempre fruto das nossas acções. :)
Gostei particularmente porque me sabe a sonho com misto de realidade... embora continue a vir cá sem o dizer sempre.
:))
Este sim, um grande sintoma da GRANDE crise dos quarenta. Aproveite-o meu caro
Parecia que estava a ler Paulo coelho :)
Espero um dia vir a amar assim... e que me amem assim...
Carla
é essa garra de querer, de lutar de olhar mais além que falta em tanta gente.
Adorei e divirtam-se pf
Beijos aos dois
eli, obrigado. :)
pois, é o que tento fazer. obrigado. :)
carla, obrigado. :)
fatyly, obrigado. :)
Então estiveste de parabéns recentemente!!! As maiores felicidades!!
O amor é mesmo assim... querer um futuro juntos... muito lá longe... mão na mão, bengala na outra! :)
Andei por Trás-os-Montes estas férias... ao passar em C. de Egas 'lembrei-me' de ti!! ;)
Com um até breve.
Não para Oslo, mas já tive viagens assim...(a Raquel tem muito melhor gosto para escolher museus)
beijinho
Gábi
redonda, eu sou um geek dos vikings. é por isso. beijinho. :)
blue eyes, já não vou para esses lados há algum tempo. e já tenho saudades... :)
ser idealista é tão melhor que ser optimista! bj
zé, é capaz, sim... os optimistas acabam desiludidos muitas vezes. :)
Tão lindo... o amor transforma-nos, deixamos de pensar no eu e no hoje e começamos a pensar no nós e no amanhã.Aproveita todos os momentos, isso é ser feliz:))
Gostei muito deste texto. Senti uma espécie de "saudades do que não vivi". Parece estranho, um paradoxo, mas talvez seja por desejar viver um "amor" assim...
Desejo-vos as maiores felicidades... e muito divertimento por aí :)
ac, é o que eu tento, agora que a vida me corre bem. obrigado. :)
rosa do deserto, obrigado. :)
É Pá, ando por aqui a ler-te em silêncio há uns tempos...Inicialmente acreditei tratar-se dum blogue e dum blogueiro em registo cómico-brincalhão e de alguma forma até pouco dado a sentimentalismos... Estilo "macho latino" que gosta é de cervejolas com os amigos e ´para quem as gajas são artigos descartaveis"... Vejo que me enganei. Redondamente! ès um quarentão sentimentalão e pelos vistos muito apaixonado. olha Pá, sei que isso pouco te interessa mas mesmo assim vou atrever-me a dizer-to, somos dois, Pá, somos dois...
; grande abraço
PS: É um prazer ler o teu blogue.
pedro gaivota, deves ter razão. é o melhor que podemos ser, de qualquer maneira. abraço. :)
olha q sorte. eu recebi uma torradeira.
sara, lol. :)
Claramente o texto de alguém que está apaixonado! E eu, apaixonada que estou, identifiquei-me em cada palavra: a sensação de estar numa bolha, em que existe o nós e do outro lado os outros; a felicidade e simplicidade das mãos dadas e o contínuo nó na garganta, um nó bom, o nó que grita a palavra Amo-te durante todo o dia; o acordar e saber que o nó continua lá! :) Encontrei "uma Raquel" para mim :)
mariana, isso é sempre uma boa notícia. ainda bem. beijinho. :)
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