7.15.2009

défice

1] Entre a minha vida profissional, as exigências da minha actividade política, a minha vida amorosa e a escrita, a minha filha acabou por naufragar. Não há, para mim, muitas coisas piores do que olhar para a minha filha e sentir que ela está com um défice de pai, perceber que estou a falhar no que é mais importante para mim. Foi só por isso que estive uns dias sem aparecer aqui.

2] O défice, em Economia, tem também a ver com um consumo maior do que a capacidade produtiva. A propósito de défice de outra pessoa, já passei várias vezes por essa sensação. Acho que a sensação de défice acompanha sempre a sensação de amor e a relação entre ambas é, às vezes, parecida com a de Economia. Queremos consumir mais amor do que aquele que a outra pessoa produz.

Amanhã este blogue volta ao ritmo normal...

14 comentários:

bia disse...

Ia agora mesmo (antes de decidir voltar ao teu blogue para ver se já tinhas dado sinais de vida) enviar-te uma mensagem para saber se estavas bem...
O fundamental, no meu entender, é que tens consciência para entender e coragem para assumir que, de certa forma, falhaste ;) vais sempre a tempo...

beijinhos

Olga disse...

Nem que seja necessário ficar um mês sem aparecer por aqui. Os filhos estão sempre no topo da lista. :) São a maior riqueza da vida.

Ana disse...

É, acontece muito. Por vezes, com a correria dos dias, acabamos por descurar as pessoas que mais amamos... mas estamos sempre a tempo, e o mais importante, é ela saber que o pai a ama muito;)
Beijo

ComoHacerElAmor disse...

Na vida O amor nos presenta muitas vagas pra partilhiar , mais e sobre nossa consciência so presentar a o coraçao o que realmente precisamos.

Anónimo disse...

Obrigado Ivar, és uma ilha de sanidade às vezes, outras és só divertido. grande abraço. Bruno

Paula disse...

não a deixes nunca Bagaço...porque o tudo o resto passa, mas ela não, e ela vai sempre precisar de ti.
beijos

Bichana disse...

... está então explicada a tua ausência.

Ivar C disse...

bia, obrigado pela lembrança... senti-me bem. :)

olga, isso é mais do que verdade. :)

ana serrano, isso é importante, sim... mas tem que o saber na prática e não apenas na teoria. :)

como hacer el amor, :)

Bruno, abraço... sim, sou louco. :)

paula, isso é bem verdade e ainda bem que temos consciência disso. :)

bichana, :)

Maria Papoila disse...

A isso chama-se excesso de procura, neste caso procura de amor...mas a diferença entre o amor e a economia, é que a economia acaba por chegar ao equilíbrio naturalmente ou por intervenção do estado aumentando a oferta e diminuindo a procura, no amor alcançar o equilíbrio é mais difícil...como podemos reduzir a nossa necessidade de amor?! e como podemos pedir mais do que alguem tem para oferecer?! muitas vezes no amor, tal como na economia, o excesso de procura acaba por ser satisfeito por um parceiro externo...e enquanto que na economia isto leva ao equilíbrio embora com possível déficit externo, no amor pode levar ao fim da relação. Engraçado, nunca tinha pensado em comparar economia com uma relação.lol

ps: é bom ver um pai aperceber-se de que está a 'falhar' e fazer algo para mudar, mais pais deviam ser assim....embora ja tenha saudades de me rir com as 'tuas' conversas :P

Ivar C disse...

maria papoila, só discordo que a Economia volte ao normal naturalmente... isso é o que os agentes económicos e financeiros nos querem fazer acreditar... de resto acho que tens razão: muitas vezes o excesso de procura no amor acaba por ir parar a um parceiro externo... :)

Padme Amidala disse...

Pela filha, faz-se tudo :-) se for preciso ir à lua e voltar :-)

Eu bem que dei pela falta, mas foi pelos melhor dos motivos do mundo... O que há de mais maravilhoso do que os nossos filhos? :-)

Ivar C disse...

padme amidala, deve ser por isso que ando sempre na lua. :)

luís disse...

e... nunca te esqueças disso, mesmo que "amanhã" o teu blog volte ao seu ritmo normal! ;)

parabéns pelo reconhecimento do défice (amoroso).

Ivar C disse...

luís, tens razão, tens... :)