12.14.2012

respostas a perguntas inexistentes (240)

eu tenho dois amores, dizia ele

No ensino básico, em Matemática, ensinaram-me que um mais um é igual a dois. Deram-me como exemplo qualquer coisa tão estúpida como uma peça de fruta, creio que uma banana da Madeira, e explicaram-me que uma banana mais uma banana é igual a duas bananas. Erro crasso, passei a acreditar piamente nisso.
A Matemática, ou pelo menos a Álgebra, tem esta mania estúpida de escrever a vida sem a perceber. Até pode ser que uma banana mais uma banana seja igual a duas bananas, mas certamente que uma gota de água da chuva mais outra gota de água da chuva não é igual a duas gotas de água da chuva. Basta ver chover para perceber que o resultado é uma pequena poça de água.
Para piorar a coisa, o Marco Paulo veio cantar aos portugueses, creio que no princípio dos anos oitenta, que tinha dois Amores. Quem o ouvia dava conta de uma morena e de uma loira, deduzindo assim que um Amor mais outro Amor é igual a dois Amores. Pura mentira. Um Amor mais outro Amor é quase sempre igual a menos do que dois Amores. É uma questão de tempo. Mas a equação da soma ou subtracção do Amor é inócua de sentido, porque nela faltam sempre os factores que ninguém consegue entender.
Acredito que o Amor elevado à sua máxima potência é sempre igual a um. A partir do um, quanto mais se soma, menos se tem. Mesmo que a coisa não seja óbvia à primeira. O um é um número difícil de entender neste contexto, porque por ser o primeiro dos números inteiros nos parece sempre pouco. Um comparado com cem, por exemplo, assemelha-se a uma insignificância. No entanto, quando de Amor estamos a zero, buscamos o um como se fosse tudo. E é mesmo. Só que ninguém nos ensina isso na escola.

20 comentários:

Eli disse...

É porque não me "apanhaste" como professora!

(Ahahahahahahahahaha)

Anónimo disse...

Essas coisas não se ensinam nos bancos de escola, mas sim na escola da vida. Pena que muitas vezes para compreender isso temos que passar um mau bocado.

Anónimo disse...

Olhe que sim! Aprendi no recreio da escola, que eu mais as minhas 2 amigas eramos mais fortes que os 7 rapazes.
Sozinha, era gozada, com elas não.
Aprendi também na sala de aula que, se eu ajudasse o colega do lado, que era um nabo a história, ela também me ajudava nos problemas de matemática, e assim formamos uma unidade de estudo.
E tudo isto foram os tubos de ensaio daquilo que é o Amor nas nossas vidas.
Ainda que de forma indirecta, a escola, o recreio da escola, ensinou-nos muita coisa acerca do Amor. Verdade ou mentira? :)


Carla

Ivar C disse...

eli, lol... gostava de ter apanhado, pronto :)

moon, os maus bocados são um dos pilares dos bons bocados. :)

carla, isso das mulheres serem mais fortes que os rapazes todos nós aprendemos numa determinada altura da vida. :)

Anónimo disse...

Sigo o seu blog religiosamente e adorei este post em particular. Precisava mesmo de ler o que escreveu neste post.Obrigada.

Ivar C disse...

anónima, eu é que agradeço a presença. :)

Be disse...

No meu caso, essa matemática é muito mais difícil, já que tem umas quantas fórmulas pelo meio.
1+1=1, com o tempo voltaram a ser 2. Posteriormente viraram 3, depois 4 e, por fim, 3 de novo. Aí concluí, tal como tu que no amor 1+1 ou +2 ou +3 é sempre igual a um. E quando deixa de ser, alguém tem de sair da soma...

Unknown disse...

Sabes o que dizia o meu professor de Filosofia?
Que uma banana mais uma banana dava uma pasta nojenta de banana e não duas bananas!
E eu concordo perfeitamente com isso!

Ivar C disse...

Na Mesma, é o tempo... que também é uma variável. :)

eva maria, ena! bom prof! :)

Carmo disse...

«...quanto mais se soma, menos se tem», é o que eu vejo a passar-me pelos olhos. E não percebo, só tenho que aceitar.

Bom fim de semana.

Anónimo disse...

Numa fase que muitos não se querem comprometer (eqüivale a ser comprometido com varias), que é tudo taaao moderno que o poliamor é possível (para uma pessoa porque para as outras é impossível porque na realidade todas esperam ser exclusivas), alguém escreve o que penso. O amor é monogamico, apenas numa direção.
Quando se ama quer-se estar com a pessoa. Pode-se gostar da companhia de uma, do sexo com outra, da inteligência de outra, do dinheiro da outra ou do aspeto de outra. Mas nao amar.
Amar muitas é nao amar nenhuma, ser imaturo para nao tomar decisões ou ter uma estima tão baixa que necessita que o bajulem e ouçam os seus lamentos, qual passarinho inocente. Ainda hoje conversei sobre o assunto com alguém que acha que é possível.

Ivar C disse...

carmo, não acho que se tenha que aceitar... mas isso sou eu. :)

anónimo, é legítimo achar possível, mas eu também não acho. :)

Anónimo disse...

Bagaço: eu nao acredito que se ame duas pessoas, pode-se gostar, pode querer viver o melhor de dois mundos, ter síndrome do sol, ser imaturo, sem culpa.
"Necessidade compulsiva por sedução, necessidade intensa de seduzir o tempo todo, envolvimento sexual fácil mas fracasso no envolvimento emocional", "intolerante à rotina, monotonia e tédio", "medo de assumir os compromissos normais das pessoas maduras. Eterno imaturo, infantil", "viver no melhor dos dois mundos", http://delivro.blogs.sapo.pt/3303.html
Típico de sociopatas, nao de pessoas saudáveis. Não?

Ivar C disse...

anónimo, eu não acredito que eu seja capaz de Amar duas pessoas. Mas não generalizo isso. :)

Bang disse...

dois amores é igual a amor nenhum.

abraço.

Ivar C disse...

bang, exacto. abraço. :)

Carmo disse...

Já não me diz respeito, cada um que viva de acordo com a sua vontade.

Ivar C disse...

carmo, é por aí. :)

Ananás Abacaxi disse...

Entrei hoje pela primeira vez neste blog. Fiquei agradavelmente surpreendida, não só pelo conteúdo do blog, mas por responder simpaticamente às pessoas que o comentam. Nem todos os bloggers com muitas visualizações o fazem... é bonito.
Mas bonito, bonito é este texto!

Ivar C disse...

My poppycockness, obrigado. as pessoas que cá vêm são importantes para mim. nem outra coisa podiam ser... :)