pelo dedo mindinho do pé
Existem as pessoas que dizem frequentemente asneiras, as que só as dizem de vez em quando e as que quase nunca as dizem. As caralhadas estão longe de ser uma questão transversal à sociedade e, suspeito eu, são também uma questão de género.
Os homens são, em geral, mais asneirentos do que as mulheres. Nunca fiz essa conta, claro, mas estou convencido que sim. É que as mulheres, embora também as digam, fazem-no menos vezes e apenas quando estão chateadas. É preciso ser mulher para conseguir tratar bem um palavrão, de forma a dar-lhe delicadeza suficiente para a transformar num aromático voo de borboleta.
Nas mulheres, assim, as asneiras são para ser levadas a sério. Quando o vocabulário vernáculo mais pesadão ultrapassa os lábios femininos é porque alguma coisa está realmente mal. É por isso, e só por isso, que um homem não deve dizer muito asneiredo quando está acompanhado por uma mulher. Descredibiliza o palavrão. Retira-lhe substância e torna-o ordinário. É uma espécie de história do Pedro e do Lobo: se um gajo diz asneiredo a mais, chegará o dia em que quer dizê-lo porque está realmente fodido chateado com a vida e ela não o leva a sério.
Aliás, quando um homem chega a esse intenso nível obscurantista do vocabulário, é quando uma mulher começa a fazer contas e a pensar que escolheu como companheiro para a vida, não um homem, mas sim um martelo pneumático com pénis. É também quando ela, para se distanciar de tal alarvidade, passa ao nível zero de asneiredo.
É claro que uma mulher que afirma nunca ter dito nenhum palavrão na vida mente descaradamente, a não ser que nunca tenha batido com o dedo mindinho de um pé na esquina de um móvel, percalço que já aconteceu a todos os habitantes deste planeta que vivem em casas ou apartamentos. Portanto é essa a forma de fazer uma mulher entender o armazém interminável de palavrões que existe dentro de cada homem. Pelo dedo mindinho do pé. Aí, garanto eu, somos todos iguais.
24 comentários:
Fazes-me sentir mal, a mim, que desenrolo um rosario de asneiras a toda a hora - exceto quando estou deriamente chateada, magoada, ofendida ou ferida. Eh ai que o meu tom de voz desce de volume, se agrava, e os palavroes desaparecem. Por isso eh verdade, nao eh transversal, nem generalizavel.
xaa olsdal, este é um dos exemplos em que eu próprio não me levo a sério. :)
é uma boa teoria...
tétisq, :)
Eu sou daquelas que só diz asneiras quando bate com o dedo mindinho do pé... Ou quando faço um disparate irremediável. E normalmente, digo em surdina.
ahahhahahhah
MUITO BOM!!!
eu não sou asneirenta por principio.....sei-os dizer mas fico constrangida....e agora com o mini ainda mais cuidado tenho que ter...
mas
CALMA LÀ
bater com o dedo mindinho num movel??? aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
bjo bagaço
curlygirl, dizê-lo alto alivia mais. está cientificamente provado. :)
quase nos "entas", é o meu maior pesadelo. :)
Eu digo´"ó foda-se" quando o transito não anda. Foda-se quando o leite transborda. Foda-se quando os miudos gritam. Foda-se quando o telefone não pára de tocar. Foda-se quando o gajo do lado não se cala. Foda-se na fila do supermercado. Foda-se quando me dá vontade de fazer xixi a meio da noite. Foda-se, foda-se, foda-se.
Se não fosse o foda-se eu já tinha dado em maluca.
Carla
Carla, compreendo isso bem. :)
Toda a gente sabe que "caralho" é a maneira correcta de ler os pontos finais em português...
Barata
Eu só digo asneiras quando estou realmente chateada e aborrecida.
Aí sim lol
Eu só digo asneiras quando estou realmente chateada e aborrecida.
Aí sim lol
barata, caralho é o cesto da gávea. :)
a bomboca mais gostosa, confirmas a minha tese, portanto. :)
Não deveria ser, mas é enquanto trabalho que sou mais "asneirenta" rsrs (gostei disso). Falo besteiras e palavrões, porque assim me parece que o dia fica menos chato. Acho que as mulheres escondem bem isso dos homens e no fundo no fundo não é só pelo dedo mindinho dos pés que somos bem parecidos.
kelly, no trabalho é compreensível. :)
eu concordo totalmente! eu evito dizer palavrões, às vezes sai-me um ou outro, lá está, quando estou mais enervada, mas evito ao máximo, acho que fica feio, mas há mulheres piores que homens, que numa frase com 5 palavras dizer 6 palavrões. :)
Ana M, uma mulher dessas é, de certeza, muito criativa. :)
Eu sou mais de dizer "porra e que merda" mesmo quando bato com o mindinho ou quando me queimo.
Nem no trânsito uso o arsenal de asneiras loll
Sou bastante conversadora, mas chateada ou enervada...calo-me e quando me vêm assim sabem que não estou bem:)
Agora deixa-me que te diga, que é uma delícia ouvir um ou uma nortenha e das vezes que fui ao Bulhão...saía a chorar de tanto rir com o que ouvia.
Quando dizes:
Aliás, quando um homem chega a esse intenso nível obscurantista do vocabulário, é quando uma mulher começa a fazer contas e a pensar que escolheu como companheiro para a vida, não um homem, mas sim um martelo pneumático com pénis.
fiquei a pensar...e olha que é mesmo verdade!
Gostei!
Sim a tua tese está 100% confirmada. Ultimamente o meu reportório de asneirada teve um incremento considerável.
fatyly, o transito é outro teste sério ao asneiredo. se passas nesse teste, passas em quase tudo. :)
olga, bateste com o mindinho... :)
Eu digo asneiras. Sempre. Faz parte do meu charme ou falta dele :D
verónica sousa, lá está... o asneiredo precisa duma análise profunda para se saber tem charme. :)
A única asneira que eu já disse, voluntariamente, foi m**** antes de começar um espetáculo de teatro, aos atores meus amigos. Quando tenho um desses imprevistos de bater e magoar-me a sério, grito, mas não é nenhuma asneira, é AAAAIIII! E não é mentira.
bruxa mimi, lol. :)
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