3.15.2012

rotundas

Hoje de manhã, numa das muitas rotundas da cidade de Aveiro, dois homens chatearam-se de tal maneira que cada um saiu do seu automóvel para intensificar a zanga. Um deles tinha feito a rotunda quase toda por fora, obrigando o outro a uma travagem brusca para evitar a colisão. Não colidiram os carros, colidiram depois os condutores. E quando eu passei pelo local, já eles estavam numa espécie de jogo do empurra.
Quando uma discussão passa a conter o elemento físico, é porque já nenhum dos intervenientes quer demonstrar que tem razão. Quer, isso sim, impor a sua maneira de ver as coisas. É esclarecedor que as rotundas dêem tantas dor de cabeça aos portugueses. Por um lado quer dizer que não as sabem fazer, por outro quer dizer que insistem em fazê-las.
Um país que têm problemas com as rotundas é, inevitavelmente, um país com problemas de Amor. A violência doméstica é também isso mesmo. Uma discussão física numa rotunda em que alguém se esqueceu que há uma estrada, ou várias, a percorrer já a seguir. Naquela rotunda, rodando sobre ela mesma para todo o sempre, fica uma vida perdida.

10 comentários:

A Minha Essência disse...

Gostei da analogia! ;)

Outra coisa interessante, somos os que mais temos chatices com as ditas. Os condutores provavelmente na altura de tirar a carta, devem ter passado a explicação das mesmas, porque não acertam uma para a caixa e, incrivelmente, somos o país com mais rotundas! :S

Sofia disse...

É terrivel...! A mim já me apontaram uma arma por eu ter buzinado...foi agoniante. E traduz igualmente o facto de que há muitas pessoas perturbadas atrás do volante...
Beijinho,
Sofia

Malena disse...

Detesto rotundas...

:)

Anónimo disse...

Sei que és ateu, mas não resisto a esta:

"Perdoai-os, meu Deus, porque eles não sabem o que fazem"

EJSantos

Anónimo disse...

E mais problemas virão com as novas Turbo Rotundas [http://goo.gl/nOUxD]

Anónimo disse...

como é que só o descobri á 2 dias???! ;)Carla S

Ivar C disse...

a minha essência, as rotundas são tão simples de fazer... nunca percebi a confusão. :)

sofia, bem... posso dizer-te que sei o que é ter uma arma apontada à cabeça. :)

malena, eu gosto. de rotundas e de novelas. :)

ejsantos, lol. :)

paulo césar, ei! que cena baril. :)

carla s, isso nem é mau. eu ainda não me descobri a mim mesmo. :)

Fatyly disse...

Não tenho qualquer problema nas rotundas e não entendo a confusão de alguns...talvez não saibam as regras!

E usas as rotundas como metáfora para tão grande flagelo. Subscrevo!

PS: por durante três anos de guerra civil ter tido tantas armas apontadas...Acho que desliguei o motor das emoções, porque há dias um palerma de um puto apontou-me uma e acreditas que continuei a andar sem qualquer perturbação? O certo é que ele deve ter ficado tão confuso por eu não ter tido nenhuma reacção...não sei!

O carro é a maior arma mortífera e muitos andam ao volante com a carga de problemas que têm e os outros é que pagam!

Fatyly disse...

Já agora outra que me aconteceu:

Fiz uma rotunda e segui por uma estrada...fiz sinal de luzes e gritei ao que vinha em sentido contrário "cuidado com o burro", o gajo respondeu "vai à merda sua vaca".

Eh páaaaaaa, dei a volta porque tinha a certeza que ele tinha pago pela língua...e não é que se espetou contra o burro e matou o animal? A coisa podia ter sido bem mais grave...e olhei para o idiota e acredita: não parava de rir e ele percebeu porquê!!!!

Ivar C disse...

fatyly, lol. :)