respostas a perguntas inexistentes (184)
ti ti ti gosto mais de ti
De qual é que gostas mais? Quando somos crianças estamos sempre a perguntar isto em relação a tudo e, na verdade, também a responder. Gostas mais do amarelo ou do vermelho? Gostas mais do mar ou do campo? Gostas mais do pai ou da mãe? Depois crescemos e a coisa continua, embora de forma mais subtil. Sublinhamos no nosso grupo social os filmes de que gostamos mais, as músicas, os livros ou as cidades. Ainda há bocado tive essa discussão sobre vinho, por exemplo, e discuti os gostos entre as regiões da Bairrada, Douro, Alentejo, Dão e Setúbal. Queremos sempre gostar mais duma coisa do que doutra, mesmo que não saibamos muito bem porquê, e a razão é simples: do que gostamos mesmo mais é de gostar, e ao gostarmos mais do que quer que seja, aproximamo-nos rapidamente do verbo.
Daquilo que gostamos passamos a fazer parte, numa simbiose que exibimos com mais orgulho do que Razão. É por isso que, sem saber muito bem porquê, somos do Benfica ou do Futebol Clube do Porto. Somos e pronto, gostamos de o ser e somo-lo com intensidade, que gostar é sempre intenso. A vida torna-se mais fácil quanto mais gostamos de alguma coisa e de quantas mais coisas gostamos. Aliás, quando não gostamos de nada é porque andamos tristes e deprimidos. Torna-se urgente gostar do que quer que seja, nem que seja através do método aleatório desenvolvido na infância do "ti ti ti gosto mais de ti".
Gostar é assim uma questão de sobrevivência, é o último alimento que nos resta numa vida árida. Quem gosta sobrevive, quem não gosta morre. É por isso que quando não se Ama ninguém, pelo menos gosta-se. É essencial.
Já gostei de muitas mulheres que não cheguei a Amar. Aliás, sempre que não Amo ninguém passo a vida a gostar de alguém. Ainda bem, porque gostar é muito mais fácil de acontecer do que Amar, e por isso acontece também mais vezes ser recíproco. Acho que é assim que costumamos sobreviver a nós mesmos e à aridez dos nossos tempos de solidão. A gostar. Goste-se ou não.
De qual é que gostas mais? Quando somos crianças estamos sempre a perguntar isto em relação a tudo e, na verdade, também a responder. Gostas mais do amarelo ou do vermelho? Gostas mais do mar ou do campo? Gostas mais do pai ou da mãe? Depois crescemos e a coisa continua, embora de forma mais subtil. Sublinhamos no nosso grupo social os filmes de que gostamos mais, as músicas, os livros ou as cidades. Ainda há bocado tive essa discussão sobre vinho, por exemplo, e discuti os gostos entre as regiões da Bairrada, Douro, Alentejo, Dão e Setúbal. Queremos sempre gostar mais duma coisa do que doutra, mesmo que não saibamos muito bem porquê, e a razão é simples: do que gostamos mesmo mais é de gostar, e ao gostarmos mais do que quer que seja, aproximamo-nos rapidamente do verbo.
Daquilo que gostamos passamos a fazer parte, numa simbiose que exibimos com mais orgulho do que Razão. É por isso que, sem saber muito bem porquê, somos do Benfica ou do Futebol Clube do Porto. Somos e pronto, gostamos de o ser e somo-lo com intensidade, que gostar é sempre intenso. A vida torna-se mais fácil quanto mais gostamos de alguma coisa e de quantas mais coisas gostamos. Aliás, quando não gostamos de nada é porque andamos tristes e deprimidos. Torna-se urgente gostar do que quer que seja, nem que seja através do método aleatório desenvolvido na infância do "ti ti ti gosto mais de ti".
Gostar é assim uma questão de sobrevivência, é o último alimento que nos resta numa vida árida. Quem gosta sobrevive, quem não gosta morre. É por isso que quando não se Ama ninguém, pelo menos gosta-se. É essencial.
Já gostei de muitas mulheres que não cheguei a Amar. Aliás, sempre que não Amo ninguém passo a vida a gostar de alguém. Ainda bem, porque gostar é muito mais fácil de acontecer do que Amar, e por isso acontece também mais vezes ser recíproco. Acho que é assim que costumamos sobreviver a nós mesmos e à aridez dos nossos tempos de solidão. A gostar. Goste-se ou não.
16 comentários:
e dormir não?
Gosto! Muito bom. Tens com cada pensamento...
Na parte extra-relações, o gostar mais de alguma coisa é o que nos dá mais personalidade. É o que faz com que haja tema de conversa. É o que nos define.
Se eu gostar de todas as bandas, de todos os filmes, de todos os vinhos e de todos os sítios vou dizer o quê? Gosto de tudo... não há nada que me defina, a não ser o facto de eu não não-gostar de nada.
Nas relações, a mesma coisa, temos necessidade de gostar mais de alguém até amarmos (porque amar fica noutro patamar que já nem se mistura com este assunto). Mas esse gostar de alguém não precisa de ser para a 3ª pessoa. Podemos ficar apenas a gostar de nós próprios.
Cheguei ao seu blog por indicação do grande amor da minha vida. Aquela pessoa que podemos dizer que realmente amamos. Tenho vindo regularmente aqui e só hoje me deu a ‘vontade’ de comentar. Concordo totalmente com o que diz e se me permite posso acrescentar uma ou outra coisa. É verdade, nós necessitamos permanentemente de gostar de qualquer coisa. Até para manter a chama viva. Ao ‘gostar’ esperamos reciprocidade e aí as coisas vão andando e a ‘aridez’ pode desaparecer, nem que seja por momentos. Quando falamos de afectos, em amar realmente alguém, as coisas complicam-se. Neste momento que estou separado do meu grande amor, por culpa minha, por culpa dela, por culpa da sociedade ou do universo. O que realmente acontece é amar e sentirmo-nos ao mesmo tempo áridos. Então o que fazemos? Passamos a gostar de variadas coisas, até se acha piada á maldita da mosca que voa á nossa volta. Deve ser o nosso instinto de sobrevivência, mas a saudade continua lá.
Um abraço
PC
Gosto do que escreves.
Cheguei ao seu blog por indicação do grande amor da minha vida. Aquela pessoa que podemos dizer que realmente amamos. Tenho vindo regularmente aqui e só hoje me deu a ‘vontade’ de comentar. Concordo totalmente com o que diz e se me permite posso acrescentar uma ou outra coisa. É verdade, nós necessitamos permanentemente de gostar de qualquer coisa. Até para manter a chama viva. Ao ‘gostar’ esperamos reciprocidade e aí as coisas vão andando e a ‘aridez’ pode desaparecer, nem que seja por momentos. Quando falamos de afectos, em amar realmente alguém, as coisas complicam-se. Neste momento que estou separado do meu grande amor, por culpa minha, por culpa dela, por culpa da sociedade ou do universo. O que realmente acontece é amar e sentirmo-nos ao mesmo tempo áridos. Então o que fazemos? Passamos a gostar de variadas coisas, até se acha piada á maldita da mosca que voa á nossa volta. Deve ser o nosso instinto de sobrevivência, mas a saudade continua lá.
Um abraço
PC
a vida nunca é árida, excepto se sentir ódio, mal, e inveja, ou mágoa.
r, trabalho por turnos. lol. :)
rui pi, obrigado. :)
pc, obrigado. concordo, só não costumo utilizar a palavra culpa. prefiro a palavra responsabilidade para estes casos. :)
curlygirl, obrigado. :)
Pois eu não gosto de quase nada.. nem de ninguém, é dificil viver assim, mas acredito que tudo muda, desde que eu tome a iniciativa.
Por isso concordo inteiramente, vive-se mais facilmente limitando-nos apenas a gostar, seja do que for.
:
anónimo, lá está, se não gostarmos de ninguém, portanto. :)
carmo, só acho que gostar não é limitar. é começar. :)
subscrevo, excepto isto que jamais apliquei e detesto que as crianças cresçam ao ouvir:
Gostas mais do pai ou da mãe? Do avô ou da avó?
mas há um dado do qual não abro mão: para gostar do quer que seja é necessário e acho isso primordial: gosto muito de mim (não numa de narcisista)!
e indo na mesma onda...gosto muito de ti por escreveres pérolas que me fazem pensar!
fatyly, também acho essa pergunta algo de hediondo e ridículo simultaneamente. obrigado por seres simpática. :)
bom post
Gostar faz parte da nossa essência.
Mas é importante gostar das coisas certas, saber daquilo que se gosta é ainda mais importante.
E lutar por aquilo que se gosta e quer
Gosto! E não só com o polegar! Vou passar a ler-te nos momentos de aridez.
Auguri!
bom pensamento xD
francisco castelo branco, :)
cherry, :)
tim tim, obrigado. :)
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