7.08.2008

da solidão à tentativa de ser normal

Ontem fui ver o filme "Lars e o Verdadeiro Amor", uma história dum homem que apresenta à família e a toda a comunidade uma boneca como sendo sua namorada.
Dado que o homem apresenta nítidos sinais de delírio e extrema solidão, todos decidem aceitar a boneca como tal, contribuindo para a sua felicidade e para a sua vida "normal".
Duma maneira ou doutra, todos fazemos mais ou menos o mesmo: tentamos passar da solidão à normalidade e, se não sabemos o que é ser normal, achamos pelo menos que a normalidade não é solitária.
Estava a ver o filme e pensei várias vezes, entre sorrisos e lágrimas, "que importa a forma como nos tornamos felizes, se realmente o formos?"

24 comentários:

ßrighid disse...

Fui ver esse filme já há umas semanas e também gostei muito. Adoro o Ryan Goslin. E essa personagem é muito intensa, apesar da aparente comicidade. :)

É o preconceito de que nos temos de "integrar" que, na maior parte das vezes, nos faz ser infeliz. Cada um de nós, na sua essência primordial, nunca se integra em lado nenhum. Os que se esforçam conseguem, na melhor das hipóteses, integrar-se em si mesmos.

Paula disse...

concordo contigo...o problema é que quem está à nossa volta nem sempre aceita as escolhas que fazemos para a vida e por vezes vão minando de maneira a que nos tornemos "normais" aos olhos deles.
mas esta é a minha maneira de ver claro...

pe disse...

é um filme belíssimo!
e a confirmação, se dúvidas houvesse, que o sr. Ryan é um dos melhores actores da sua geração. embora a boneca também não tenha estado nada mal : )
saudações

Anónimo disse...

"que importa a forma como nos tornamos felizes, se realmente o formos?"

Importa sim! Importa os meios que usámos para atingir os fins... Se utilizarmos como meio para ser felizes magoar outras pessoas, passar à frente delas e humilhá-las ou fazer seja o que for sem nos importarmos com os sentimentos dos outros e isso nos faz sentir felizes é sinal de que há alguma coisa errado connosco.


E pronto encontrei este blog por acaso e achei-o muito engraçado e até bastante realista e já me faz dar umas boas gargalhadas! Merci! :)

Pax disse...

Eu acho que sim. Ela tem ar de quem está grandemente interessada no combate de boxe a que ele está a assistir e nao vai querer mudar o canal para o da telenovela...
Sao ambos felizes.

nada desta vida disse...

http://www.tofu-magazine.net/newVersion/media/miniload_3.swf

compeltamente fora d contexto mas apeteceu me mandar este link.

espero que gostes* vê em janela pequena, aumentando muito dá cabo da qualidade da imagem*

nada desta vida disse...

ou até estará dentro do contexto. hihihihi. reparo agora que não foi de todo inocente o comentario neste post*

Ivar C disse...

bri, sim... as pessoas não são assim tão integráveis umas nas outras, e ainda bem. a integração tem que perceber isso. :)

paula, sim... a normalidade que depois, gera verdadeiros anormais, às vezes. :)

pe, eu concordo mas preferi mesmo a Bianca. :)

ju, tens razão... mas n era nesse contexto que eu estava a falar. de qualquer maneira tenho dúvidas sobre a felicidade à custa dos outros. :)

pax, ele está a apresentá-la ao irmão mais velho e cunhada. :)

subtilezas, o contexto n é esse mas vou ver com mais atenção. :)

Jorge Bastos disse...

"que importa a forma como nos tornamos felizes, se realmente o formos?"

Ora aí está uma grande verdade.

Sempre simples, mas eficaz na transmissão de mensagens...

Abraço.

Olga disse...

Ainda não vi o filme mas fiquei com vontade de ver.
Pelo que me pareceu ele vive numa ilusão. Mais tarde ou mais cedo a "felicidade" dele acaba.

Red disse...

tenho de ir ver isso... substitui-o pelo panda, agora ja posso ir. (jack black, nao tenho culpa...)

ComoHacerElAmor disse...

a felisidade é o que aceitamos na realidade , ñ pasa de um sonho , só que este ñ acordamos.

Anónimo disse...

Gostei muito.

Maria Arvore disse...

A normalidade é a ditadura da maioria?... ;)

Basicamente se não andamos a fazer guerra e/ou a matar os outros, o direito à felicidade pessoal é mais que legítimo.

O que quero dizer é quem é que tem tantas certezas e nenhuma dúvida para impor o seu modelo de felicidade aos outros como sendo o melhor?... ;)

SP disse...

Paula... E que interessa que os que estão à nossa volta aceitem ou não? A vida é de quem?

É das coisas que eu mais detesto na sociedade é o efeito rebanho...

Desde que não façamos mal a ninguém, que se lixem os outros. Para quem realmente somos importantes, continuamos assim, e do resto ficamos livres.

Ivar C disse...

jorge bastos, simples por fora, complexo por dentro... é esse o meu defeito. abraço. :)

olga, não te vou contar o fim mas sim, se puderes vê... :)

red, o panda tb é cool... :)

comohacerelamor, o problema é que também acordamos. :)

the f word, :)

maria árvore, de acordo em tudo. :)

13, tens razão... mas acho que a opinião da paula acaba por coincidir. :)

Anónimo disse...

Quais são os parâmetros dentro dos quais nos podemos considerar normais? Muito provavelmente, namorar com uma boneca ultrapassará esse limite e fará de nós anormais.
O que representará a boneca no filme de Lars ?

(Será que este comentário parece uma sessão de "20 questions"? Foi sem intenção)
Abraço.

Ivar C disse...

fevereiro, acho que essas são precisamente as perguntas do filme. :)

Unknown disse...

No site da Lusomundo que fala do filme, na parte de «género», classica o mesmo como um «Comédia/Drama». O que não deixa de ser interessante... Vi o trailer e fiquei com vontade... mas vou ter que esperar pelo DVD ou televisão! Mas já lá está a referência, no Café Margoso (a propósito, tudo pronto para a tua viagem a Cabo Verde?)

Ivar C disse...

joão branco, eu vou mandar-te uma encomenda um dia destes. :)

Red disse...

a normalidade e uma questao de estatistica. mas ha muito mais alem dos 34,13%(x2) do centro da curva normal. ;)


(tive exame a metodologia da investigaçao recentemente, ainda estou afectada, desculpem.lol)

Ivar C disse...

red, lol... uma amiga psicóloga disse-me uma vez que duas em cada três pessoas precisam dum psicólogo. agora percebo. :)

Anónimo disse...

Engraçado, como é que eu sei as perguntas do filme e nem sequer cheguei (ainda) a ver o filme? Assim, se calhar, escuso de o ver..já sei a história, e sei que as perguntas ficam sem resposta!

Ivar C disse...

fevereiro, isso tb depende de quem vê. :)