12.07.2007

respostas a perguntas inexistentes (19)

Às vezes lembra-se dela. Muitas vezes até. Deram um beijo para experimentar se era bom e não, não era. Na verdade não sabia a nada. Nem a um nem a outro, o que era óptimo porque assim, quando crescessem e casassem não iam andar aos beijos por tudo e por nada.
Ela também se lembra dele. Muitas vezes até. Ele soprou-lhe por entre os dedos quando, uma vez, a professora lhe deu cinco reguadas. De vez em quando ainda sente esse vento primaveril acariciar-lhe a palma da mão.
Há dias cruzaram-se na agitação domingueira dum centro comercial. Não se reconheceram.

14 comentários:

Cristina disse...

Longe da vista, longe do coração - lá diz o velho ditado. Agarramos as recordações com doçura, para nos lembrarmos que um dia já fomos miúdos... mas o resto vem depois!

Beijinho

Ivar C disse...

cristina, às vezes é longe da vista mas perto do objecto cardíaco na mesma... :)

Isa disse...

hum.. isso parece-me mais daquelas situações.. em que se passa.. olha-se.. reconhece-se.. mas faz-se de conta.. parar p quê?! falar do quê?!

são situações sempre um pouco estranhas.. sempre mais vale ficar c a boa recordação :)

Ivar C disse...

isa, é a nossa imprevisibilidade que dita os reencontros. :)

Anónimo disse...

Gostei imenso do texto. Lembra o tempo em sonhava acordada, com o menino da carteira em frente à minha. Mas nunca ousei beijá-lo. blhaacccc! :)

http://contoaqui.wordpress.com/

Ivar C disse...

marta, lol... gostei do blhaaaaac! ;)

Anónimo disse...

A vida é estranha...

Ivar C disse...

bia, demasiado, às vezes... :)

Anónimo disse...

cresceram e mudaram os ventos que os acariciava! Que pena!
carla

Ivar C disse...

carla, ou eles é que mudaram... não sei. :)

elisa disse...

Texto bonito de se ler:)

Ivar C disse...

obrigado elisa... :)

Alexandra disse...

Gostei muito... :)

Ivar C disse...

obrigado xana... :)