pensamentos catatónicos (277)
a mulher-objecto
Os objectos são todos estúpidos. A maior parte das vezes não nos apercebemos dessa estupidez latente em tudo o que nos rodeia e não vive, e quando nos apercebemos é demasiado tarde. É o Amor, ou a falta dele, ou a confusão nele, que nos faz sentir a estupidez dos objectos.
O problema é que nós sentimos sempre alguma coisa pelos objectos, nem que seja desprezo, e os objectos nunca sentem nada por nós. Este desequilíbrio da vida começa logo quando ainda somos crianças e decidimos dormir com um objecto qualquer. Adoptamos um urso de peluche, por exemplo, e fazemos tudo por ele durante anos a fio. Aguentamos firmes uma infância inteira, sempre leais, e quando finalmente os nossos pais, já preocupados com a nossa criancice aguda, nos separam à força, somos sempre nós que choramos. Nunca ele.
Hoje sentei-me no estúpido do meu sofá, por exemplo, com as mãos na cabeça e preocupado com a minha vida. Depois levantei os olhos e estavam todos na mesma, os objectos. A minha caixinha de música à espera que lhe desse corda, o televisor desligado e os sapatos amontoados a um canto da sala.
Os objectos fazem-nos perceber a nossa própria insignificância. Estão sempre na mesma, demonstrando que o mundo existe para além de nós, do que sentimos e de quem Amamos ou odiamos. A maior parte das vezes não nos damos conta disso, e quando damos é demasiado tarde. Para nós, não para os objectos.
Acho que é daí que vem a expressão mulher-objecto. Acabei de a ouvir, vinda amargurada da boca dum amigo meu. Dizia ele, enquanto virava as páginas duma revista qualquer com mulheres bonitas, que detesta mulheres-objecto. Eu percebo-o. Mulheres-objecto são aquelas por quem sentimos alguma coisa mas que se estão nas tintas para nós. São objectos, só porque nos fazem perceber a nossa própria estupidez e insignificância.
Os objectos são todos estúpidos. A maior parte das vezes não nos apercebemos dessa estupidez latente em tudo o que nos rodeia e não vive, e quando nos apercebemos é demasiado tarde. É o Amor, ou a falta dele, ou a confusão nele, que nos faz sentir a estupidez dos objectos.
O problema é que nós sentimos sempre alguma coisa pelos objectos, nem que seja desprezo, e os objectos nunca sentem nada por nós. Este desequilíbrio da vida começa logo quando ainda somos crianças e decidimos dormir com um objecto qualquer. Adoptamos um urso de peluche, por exemplo, e fazemos tudo por ele durante anos a fio. Aguentamos firmes uma infância inteira, sempre leais, e quando finalmente os nossos pais, já preocupados com a nossa criancice aguda, nos separam à força, somos sempre nós que choramos. Nunca ele.
Hoje sentei-me no estúpido do meu sofá, por exemplo, com as mãos na cabeça e preocupado com a minha vida. Depois levantei os olhos e estavam todos na mesma, os objectos. A minha caixinha de música à espera que lhe desse corda, o televisor desligado e os sapatos amontoados a um canto da sala.
Os objectos fazem-nos perceber a nossa própria insignificância. Estão sempre na mesma, demonstrando que o mundo existe para além de nós, do que sentimos e de quem Amamos ou odiamos. A maior parte das vezes não nos damos conta disso, e quando damos é demasiado tarde. Para nós, não para os objectos.
Acho que é daí que vem a expressão mulher-objecto. Acabei de a ouvir, vinda amargurada da boca dum amigo meu. Dizia ele, enquanto virava as páginas duma revista qualquer com mulheres bonitas, que detesta mulheres-objecto. Eu percebo-o. Mulheres-objecto são aquelas por quem sentimos alguma coisa mas que se estão nas tintas para nós. São objectos, só porque nos fazem perceber a nossa própria estupidez e insignificância.
6 comentários:
Então e as pelas quais não sentimos "nada"?
Bom post!
Por causa disso tive imensas conversas com um grande amigo que era psiquiatra (digo, era, porque morreu há dois anos) que não me convenceu como em muitos outros temas, daí ele dizer-me que era era a aberração da psiquiatria...dava a volta com uma pinta:)
Ele dizia quase o mesmo que o teu amigo "Mulheres-objecto são aquelas por quem sentimos alguma coisa mas que se estão nas tintas para nós."
e digo aqui o que lhe disse:
- vocês homens podem sentir isso por essas palavras "estão nas tintas para nós" pode dizer muita coisa
ao contrário
de uma mulher sentir-se "objecto" por parte de quem ama...é das piores dores emocionais e as mais difíceis de esquecer...
Gostei num contexto onde empregas metáforas...mas...
fico-me por aqui porque não consigo dizer mais nada...e espero que me entendas. Desculpa!
black sheep, isso nunca me aconteceu. :)
fatyly, compreendo bem o que dizes. claro que este texto é para ser consumido num contexto muito concreto. :)
Eu compreendo o contexto de mulher-objecto aqui abordado... Embora a palavra objecto suscite muita confusão, fala-se de objecto na medida em que essa mulher desperta sentimentos em nós, mas não os tem por nós.
É uma metáfora muito perigosa, mas que dentro da sua zona de segurança ténue, é poderosíssima. Trata pontualmente de um tema que já assolou qualquer homem, a indiferença de alguém que se gostou um dia.
Eu compreendo o amigo do bagaço e o porquê da analogia. Não é dos termos mais brilhantes a utilizar, mas aqui objecto, assentou como uma luva.
Textos do caraças, faz este bagaço, sempre em alto nível e nem com o passar dos anos relaxa.
Força aí "amigo".
Há mulheres e homens com um ego tão inchado que se esquecem das pessoas que estão á volta delas. Acham-se deuses e que todos orbitam à volta deles. E depois ainda há os psicopatas. Estupidez e insignificância é de quem não consegue sentir meu caro. Esta é a minha opinião.
h.santos, obrigado. :)
vincent silver, obrigado. :)
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