6.24.2015

respostas a perguntas inexistentes (313)

Existe a pessoa que Amamos. Depois existem as pessoas que nos apetece Amar. O que mais distingue uma coisa da outra é sabermos que só podemos Amar uma pessoa de cada vez. O Amor é um espaço onde não cabem três.
É também por aqui que se distingue um primeiro Amor de um segundo. A primeira vez que nos apaixonamos, não acreditamos que vão existir pessoas que nos apetece Amar para além da pessoa que já Amamos. Quando nos apercebemos que afinal não é assim, às vezes ficamos desiludidos com o Amor para não ficarmos desiludidos connosco.
A segunda vez que nos apaixonamos é diferente. Já sabemos que aquela pessoa é uma escolha entre todas as pessoas que nos apetece Amar. É isso que torna o segundo Amor mais consistente do que o primeiro. O primeiro Amor é uma certeza, o segundo é uma escolha. As escolhas costumam ser mais certas do que as certezas.
Não estou a dizer que os segundos Amores não acabam. Claro que podem acabar, até porque as nossas escolhas erram tanto quanto nós próprios. Até um terceiro, um quarto ou um quinto Amor pode acabar. Não interessa. Sabemos que se acaba não foi o Amor que falhou. Fomos nós.
O Amor nunca falha. É por isso que vale sempre a pena tentar.

5 comentários:

açoriana disse...

Interessante essa perspetiva mas não serão as (nossas) escolhas baseadas nas (nossas) certezas...?

Ser disse...

Lindo!!

Ivar C disse...

açoriana, a questão é se as nossas certezas são certas. :)

ser, obrigado. :)

açoriana disse...

Se nós as consideramos certezas é porque no momento em que decidimos elas parecem-nos certas. Depois, o tempo encarrega-se sempre de confirmar se o são ou não! :)

Ivar C disse...

açoriana, pois... é isso mesmo. o tempo pode fazer duma certeza uma incerteza. :)