1.25.2012

respostas a perguntas inexistentes (194)

sobre a decisão de Amar

O maior equívoco sobre o Amor é acreditar que ele acontece sem mais nem menos. Não acontece. O Amor é sempre uma decisão, tal como o é deixar de pôr açúcar no café, fazer uma viagem à América do Sul ou ficar a dormir num Domingo à tarde. Decidimos aquilo que vai modelar em grande parte os nossos dias, e normalmente as pessoas que andam sempre mal de Amor são aquelas a quem falta a coragem de tomar uma decisão.
O problemas das decisões é que nem sempre estão certas, e isso deve-se à nossa condição humana. Errar é humano, dizem. Pois nesse aspecto eu devo ser o mais humanos de todos. Passei a vida a tomar decisões erradas das quais, no entanto, não me arrependo. Foram decisões que, apesar de tudo, me foram permitindo Amar. É verdade que talvez tenha tomado algumas decisões menos boas porque, em vez da solidão, sempre fui preferindo os Amores possíveis. À falta de melhor era por eles que me decidia. Ainda bem que o fiz, no entanto, pois foi com eles que aprendi isso mesmo: que o Amor é uma decisão.
Sempre que me acreditava apaixonado por alguém, o meu primeiro pensamento era o de ter esse Amor que estava ali à mão de semear. Foi assim toda a vida, e só percebi esse meu grande erro quando me apaixonei pela Raquel. Quero que este Amor me tenha, pensei. Nessa noite ela ensinou-me que o Amor é maior do que eu e tomei a decisão de a Amar.
A diferença entre um Amor que temos, por muito bom que seja, e um Amor que nos tem a nós, tem exactamente a ver com a capacidade de decidir sobre ele. Perdemos o controle sobre tudo o que nos tem a nós e, por isso, também a capacidade de decidir o seu fim. É que o fim de um Amor também é sempre uma decisão.
Percebem?

25 comentários:

MC disse...

Percebo perfeitamente e neste momento compreendo melhor que tudo. :)

MissLilly disse...

Complicado isso. Nao sei ate que ponto decidimos assim tanto. Concordo com o amor nao acontece. Nao. A paixao acontece, o amor nao. O amor cresce com a escolha de nos aproximarmos de alguem por quem estamos apaixonados. O amor vem com o descobrir a outra pessoa, do que gosta, do que nao gosta, das qualidades e dos defeitos.
Se a decisao vem dos primeiros passos quando descobrimos que estamos apaixonados e se queremos regar a planta do amor ou nao, ai concordo que e efectivamente uma escolha.

Olga disse...

Perder o controle é assustador tal como a decisão de amar por isso continua a faltar coragem a tanta gente. Não percebo. :)

Ivar C disse...

mc, suponho que isso é bom sinal. ainda bem. :)

liliana, é uma escolha, sim. não surge do nada, mas é uma escolha. :)

olga, perder o controle é o melhor. não é sobre nós próprios que o perdemos, claro. :)

Ana disse...

Percebo, mas não sei se concordo. Podemos escolher estar ou não com determinada pessoa, podemos escolher viver ou não determinado sentimento, mas não acho que possamos escolher ou decidir quando ou por quem esse sentimento nasce.

Anónimo disse...

Verdade.

Ivar C disse...

ana, por quem nasce não, não podemos. por quem ele continua e cresce, sim podemos. :)

maria, :)

Odele Souza disse...

Não sei se concordo totalmente com sua tese, de qualquer forma é sempre bom ver alguém filosofando sobre o amor. Muita coisa mal feita ou muita coisa ruim que acontece, tem como base principal a falta de amor. Não só esse amor entre um homem e uma mulher, mas o amor entre os seres humanos em geral.

Deixo-te um carinhoso abraço.

Bernardo disse...

ai amor amor :D



http://www.facebook.com/pages/Apontamento/148429151889831

Ivar C disse...

odele souza, também concordo que a violência é a oposição ao Amor. :)

bernardo, :)

AF disse...

mas o fim do amor é sempre a decisão mais díficil! :/

Margarida disse...

Percebo. Muito, muito bem. Costumo dizer isso de outra forma: quando olho para ele não sinto que me pertence, mas que lhe pertenço. É uma sensação de paz e não de posse.

Há muito, muito tempo que não passava por cá, mas confirmo que continua a ser um dos melhores blogues que conheço.
Obrigada BA!

H. Santos disse...

Saber que posso ter capacidade dividir sobre o amor é uma coisa que me deixou perplexo... E aqueles amores que não queremos ter!!? E os que não podemos ter!!? E os amores que nos surpreendem!!!?

Eu já passei por esses e outros amores até atracar no amor que me surpreendeu. Gostaria de perceber melhor a tua ideia de escolha, parece-me bacana, mas não a apanhei bem devido às questões que me apareceram.

Ivar C disse...

af, é bem capaz, sim. o fim é sempre uma tortura, seja para quem decide como para quem é decidido. :)

uma boa parte de mim, obrigado. é mesmo isso. o sentimento de posse é sempre negativo. :)

H. Santos, tenho afinidade com a tua experiência. já me apaixonei por quem nunca gostou de mim, já me afastei de quem se apaixonou por mim, já me apaixonei e desapaixonei várias vezes... Isso acontece-nos, de facto, de forma imprevisível. Após uma paixão, seja ela qual for, no entanto, nós é que temos a capacidade de decidir sobre ela. Se queremos transformá-la em Amor, por exemplo. Era o que eu queria dizer. :)

TM disse...

Lindo.... :)
Porque tudo faz sentido, quando as explicações deixam de ser necessárias...

Ivar C disse...

tm, isso mesmo. obrigado. :)

Anónimo disse...

Então vamos lá à minha singela opinião, dado que também já passei por umas quantas experiências.

Há dois sentimentos que, quanto a mim, deveriam reger o Mundo, mas que, infelizmente, assim não acontece.

São, a saber, a Fé e o Amor.

Mas vamos ao tema que está em cima da mesa, que é o Amor, e o suposto controlo/descontrolo que temos sobre ele.

Concordo contigo que Amar é, sempre, uma decisão, aliás, nós temos controlo de tudo aquilo que depende de nós. Mesmo sobre o descontrolo que é a paixão, cabe-nos sempre a nós, pôr-lhe um ponto final, quando assim se justifica.

Quando ouvimos pessoas sujeitarem-se a maus tratos (e não me refiro só a violência física e gratuita) numa relação, e estas nos dizem: "Mas eu não consigo deixá-l@, eu amo-@" isso é errado, porque conseguem deixar essa pessoa, sim, pois é algo que depende ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE delas. O contrário é um engano, é uma ilusão... isso não é amor, muito pelo contrário, é falta de amor próprio.

Ou seja, eu acredito que devamos ficar com aquela pessoa que nos faça perder o controlo, sim, mas mesmo essa, nunca nos poderá tirar o poder de decisão, pois esse é um direito que nos assiste. E sim, também acredito que possamos achar aquela pessoa que nos faça sentir sempre apaixonados e que, com ela, consolidemos um grande amor, por todas as experiências/vivências que fomos tendo ao longo dos tempos. Não precisamos de ficar-nos por aquela pessoa que apenas irá agradar aos nossos pais e que apresenta um risco diminuto, se é que me entendem. Essa escolha é errada, porque nós não devemos escolher controlar a situação, devemos escolher a pessoa que sabemos que vai fazer com que não nos preocupemos sequer em controlar o que quer que seja, porque, na realidade, não existe essa necessidade.
Em relação ao sentimento de pertença, nunca vi mal nenhum em dizer: "Sou teu." ou em ouvir "Sou tua." não é por me dizerem que são minhas que vou virar Homo Sapiens, nem por dizer que sou delas, que vou virar submisso. Mas que quando seja dito, que seja verdadeiro ;)

Só discordamos de uma coisa, ba, eu não sou adepto dos "amores possíveis" que referes, prefiro a solidão, porque esses sabem a pouco e, no fim, soam a ilusão e a perda de tempo... e até a egoísmo da nossa parte, pois podemos estar a brincar com os sentimentos de alguém. Isto, claro está, segundo o meu entendimento do que deve ser uma relação.

Um abraço,
Citro

CurlyGirl disse...

Percebo, percebo muito bem.

Ivar C disse...

citro, um abraço. obrigado pela tua contribuição. :)

curlygirl, :)

Anónimo disse...

pois poderemos decidir amar alguém, e podemos decidir terminar a relação com alguém

mas dicidir deixar de amar, acho qúe não é assim tão racional...

melhor é decidir fazer com que alguém nos ame e a seguir decidimos nós...

have fun

Ivar C disse...

anónimo, :)

Fatyly disse...

Perceber eu percebi, mas meu amigo o Amor ou tal clik tem que acontecer e depois há que saber tornear os pedregulhos e caminharem na mesma direcção e ambos a olharem em frente. Agora flashes/deslumbramentos é o que eu chamo sexo, por sexo...e sinceramente não vou por aí!

Se não aparece ninguém, vai-se ao supermercado e arranja-se 500grs de amor? Tem que acontecer mesmo e pode acontecer quando menos esperamos.

Percebeste?

mary disse...

não percebi muito bem à primeira... mas reli. na segunda, consegui sair muito bem esclarecida. "perder o controlo" é a melhor definição para o amor que nos tem a nós...

Sourire * disse...

Bagaço era fácil se decidissemos.
O amor não é uma decisão. Então agora dá-me jeito amar este ou aquele que está mais à mão?

Concordo quando dizes que "O maior equívoco sobre o Amor é acreditar que ele acontece sem mais nem menos". Claro que não acontece sem mais nem menos, mas também não é uma decisão. Acontece!!

Ivar C disse...

fatyly, com certeza que sim... concordo contigo, mas depois decide-se. :)

mary, :)

sorriso de menina, acontece e depois decide-se, é o que eu acho... :)