11.26.2009

gosto de vocês!

Amanhã, sexta-feira, vou para Londres passar o fim de semana e só volto na terça-feira. Não sei se vou ter acesso fácil à internet mas é provável que não. Se não conseguir actualizar este blogue até lá, aproveito para agradecer a todos os que vão passando por aqui. Gosto de vocês!

conversa 1373

Ela - É muito fácil saber se uma mulher solteira está apaixonada por alguém ou não...
Eu - Como é que se sabe?
Ela - Se ela se pentear regularmente está apaixonada, se não se pentear não está...
Eu - Tu estás penteada... e na verdade acho que tens andado muito bem penteada nos últimos tempos. Estás apaixonada?
Ela - Bruxo. Também estou à espera há três dias que ele me telefone e nada.
Eu - E tu já lhe telefonaste a ele?
Ela - Não. Primeiro queria saber se ele está apaixonado por mim. Por isso é que queria falar contigo.
Eu - Comigo?
Ela - Sim. Se uma mulher andar penteada é sinal de que está apaixonada, qual é o sinal mais evidente nos homens?
Eu - Epá, sei lá... acho que não há nenhum sinal comum aos homens apaixonados. No entanto eu, que ando sempre despenteado, quando me apaixono por uma mulher também tento nunca aparecer-lhe à frente despenteado...
Ela - Porra! O gajo é careca. Vamos mas é abrir o vinho que trouxeste.

conversa 1372

(na sequência da conversa 1371)

Eu - Acho que vou pôr no meu blogue a conversa contigo quando me mandaste ir ao café para veres televisão.
Ela - Põe... mas diz que era para ver a Anatomia de Grey. Todos me vão dar razão.
Eu - Eu nunca vi essa série. Acreditas?
Ela - Acredito. Por isso mesmo é que te considero um bom amigo mas nunca poderia ser tua namorada.

conversa 1371

(na casa dela, toco à campainha, ela abre e enquanto eu subo as escadas ela volta para a sala de estar)

Eu (depois de entrar na sala) - Desculpa o atraso... ainda passei no supermercado para comprar uma garrafa de vinho...
Ela - Está bem... está bem... tens é que me sair da frente para eu poder ver a Anatomia de Grey.
Eu - Mas... não me telefonaste para vir aqui por precisares de falar comigo?
Ela - Sim... mas esqueci-me que dava esta série. Vai ali ao café de baixo e volta daqui a vinte minutos. Pode ser?

pensamentos catatónicos (193)



Acho mais oportuno o bolo de divórcio do que o bolo de casamento. Quando casamos estamos apaixonados e não precisamos de nada para adoçar o momento. Quando nos divorciamos, mesmo que o divórcio seja de comum acordo e o mais pacífico do mundo, há sempre uma dor associada. Dizem que os doces são uma boa terapia para combater a tristeza...

vergonha

Sara Tavares, de 24 anos, foi assassinada à facada pelo marido este ano em Portimão por se ter recusado a passar o dia na casa da sogra. A Sara é apenas uma da lista que o Público publicou com as vítimas de violência doméstica mortais deste ano no nosso país.
Esta lista tem uma vantagem: não se limita a ser quantitativa e dá um rosto às vítimas. É que as vítimas têm sempre um rosto, têm uma vida toda até ao dia em que morrem antecipadamente.
Acho que é óbvio que as mulheres estão cada vez mais sensibilizadas para reagir à violência doméstica quando são vítimas. Ainda bem. O que falta é sentirem protecção do sistema quando o fazem. Quando há uma vítima mortal de violência doméstica temos que pensar que o Estado falhou, ou seja, nós todos falhámos e devíamos ter vergonha disso. Eu tenho... e muitas vezes tenho vergonha deste país.

conversa 1370

Ela - Estou um bocado triste. Eu e o Mário* estamos outra vez separados...
Eu - A sério? Tem calma... mas não se chatearam, pois não?
Ela - Foi só uma pequena discussão. Ele acha que eu sou muito exigente, não sei porquê.
Eu - Pois... as exigências, poucas ou muitas, costumam ser sempre um problema em qualquer relação.
Ela - Caramba! Será pedir muito a um homem que deixe de sair todos os fins de semana com os amigos, que não esteja todas as noites no computador a jogar joguinhos estúpidos, que faça um jantar diferente e não a mesma coisa todas as noites, e que deixe de ir ao Porto ver jogos de futebol?
Eu - Pois... hum... hum... não é assim muito... sei lá... ou talvez seja um bocadinho... não sei...


*nome fictício para protecção dos interlocutores. aliás o nome verdadeiro é Marcelino.

11.25.2009

conversa 1369

(no café, eu a tomar café e ela um café com um copo de água)

Ela - Hoje no supermercado um homem deixou-me passar à frente dele na fila.
Eu - Mas porquê? Pensou que estavas grávida?
Ela (atira a água do copo para cima de mim)

(dois minutos depois)
Eu - Tens que ter mais calma. Era só uma piada...
Ela - Há piadas proibidas para mulheres... devias saber isso.
Eu - Bem... se levaste isso tão a sério é por que achas mesmo que estás...
Ela - Tornas a falar nisso e em vez de atirar água fria atiro-te um café a ferver.

conversa 1368

(na casa dela)

Eu - Epá! Tinhas razão quando dizias que se ouvia bem os teus vizinhos na cama. Isto é uma barulheira...
Ela - Sim, ouve-se tudo. Às vezes acho que eles até fazem de propósito.
Eu - Sim, ela grita mesmo muito.
Ela - Pois... e eu aqui a beber vinho contigo.

coisas que fascinam (91)


Serpa, Novembro 2009

Optei por ir a Serpa neste fim de semana sem pagar portagens porque fiz as contas e cheguei à conclusão que as mesmas iam duplicar o custo da viagem.
Devo dizer que sou um apaixonado pelo Alentejo profundo e penso muitas vezes que se deixasse de viver em Aveiro era para lá que queria ir. Há qualquer coisa nos alentejanos que me fascina e que tem a ver com honestidade. Talvez não haja a simpatia generalizada que existe no norte mas também não existe hipocrisia nem beatice. Com as devidas excepções à regra acho que o Alentejo é a zona mais honesta de Portugal.
No regresso, enquanto percorria aquelas longas rectas de alcatrão que ligam Beja a Évora, Évora a Arraiolos e Arraiolos a Ponte de Sôr, pensei que é assim que quero que a minha vida emocional seja: com rectas longas e sem muitas curvas e contracurvas. Talvez também pelas estradas eu goste tanto do Alentejo... e não só.

11.23.2009

a dormir...

Acabei de apagar, sem querer, vinte e dois comentários deste blogue. Passei a noite numa cansativa viagem de automóvel entre Serpa e Aveiro e agora, em vez de clicar no "publicar" cliquei no "rejeitar". Aos visados peço desculpa e prometo acordar definitivamente depois de tomar o próximo café.

11.20.2009

conversa 1367

(num hipermercado em Aveiro, com ela a guardar tudo o que é catálogo de produtos e promoções)

Eu - Para que é que queres essa papelada toda?
Ela - Oh! O meu marido pôs um autocolante daqueles amarelinhos na caixa de correio e agora ninguém lá põe publicidade.
Eu - Mas... para que é que queres tanta papelada?
Ela - Para ler quando vou à casa de banho.

conversa 1366

Ela - Acho que a mulher, na maior parte dos casos, é que decide se há sexo ou não...
Eu - Porque é que achas isso?
Ela - É que para sexo os homens estão sempre prontos. Basta a mulher dizer que sim...

quatro presépios em quatro cantos do mundo...

Presépio Espanhol
O menino Jesus é substituído pelo Cristiano Ronaldo, os três reis por adeptos desdentados do Real Madrid e o burro e a vaca também são adeptos do Real Madrid.
No meio do estádio Santiago Bernabéu (desculpem lá, isto é mesmo nome de estádio?), Cristiano Ronaldo descansa num fardo de palha com todos os adeptos do Real Madrid a olhar para ele com esperança que ele recupere rapidamente de mais uma lesão. Como se sabe, em Espanha há montes de Josés e de Marias, por isso esses vêem a cena pela tve. Lá em cima brilha a estrela polar.

Presépio Jamaicano
No presépio jamaicano são todos (José, Maria, o burro, a vaca e os três reis) substituídos por rastas. Para quem não sabe, um rasta é um gajo com cabelo seboso e comprido que não toma banho desde criança e que tem os olhos fora das órbitas.
Numa praia paradisíaca, em cujo mar dança o reflexo da Lua, sete rastas fumam marijuana desde manhã. Com uma voz lenta um deles conta uma história que não conhece muito bem mas tem a ver com uma estrela que... estás a ver? Guiou... conduziu uns bacanos... uns gajos fixes até uma gruta, ou então era uma manjedoura, bem... não interessa... epá... e... estás a ver? Lá estava uma criança que era muito especial... porque... porque... o pai não precisava de pinar para fazer filhos... a mãe até era virgem... mas era tudo pessoal muito bacano... estás a ver? Lá em cima brilha a estrela polar.

Presépio Japonês
No presépio japonês José é substituído por um Gormitti, os três reis são substituídos por três Transformers e o burro e a vaca são substituídos por dois cães robôs da Sony.
Todos eles, num pequeno apartamento num edifício com cento e vinte e quatro andares, vêem Maria a jogar Super Mário numa Nintendo Wii. Se ela atingir os mil pontos ganha uma vida. Lá em cima brilha a estrela polar.

Presépio Português
No presépio português José não aparece, já que apesar de Maria estar a dar à luz um filho seu, ele não tem direito ao dia por estar a trabalhar a recibos verdes num restaurante de fastfood num shopping dos subúrbios duma cidade qualquer. Os três reis são substituídos por dois bombeiros (o condutor e o auxiliar)
Uma ambulância parada com as portas de trás abertas, de onde se ouvem os gritos desesperados de Maria, ainda tem o motor a trabalhar enquanto um bombeiro improvisa pela terceira vez na sua vida um parto numa estrada nacional. Uma vaca e um burro que pastavam ali perto olham para a cena sem surpresa, acompanhados pelo bombeiro condutor que aproveita para fumar um cigarrinho. Lá em cima brilha a estrela polar.

11.19.2009

conversa 1365

(no café)

Ela - Desculpa o atraso.
Eu - Não há problema. Na verdade também só cheguei há cinco minutos. Tive que ir tratar duns assuntos...
Ela - Eu admito que hoje me perdi e fiquei quase uma hora a ver-me ao espelho.
Eu (risos) - Fizeste bem. És bonita, por isso ficares ao espelho a olhar para ti não é tempo perdido...
Ela - Não é bem isso. Quando fico muito tempo ao espelho é por estar insegura com o meu corpo. Apetece-me beber uma cerveja já de manhã para esquecer o que acabei de ver...

11.18.2009

se uma mulher for uma cidade

Ainda não percebi se uma data pode ou deve ser importante. O que eu percebi é que, se puder ou dever, o dia de hoje é importante para mim. Faz um ano...

Se uma mulher for uma cidade tenho uma estratégia para ti. Percorrer-te as avenidas, as ruas e os escaninhos numa noite fria até encontrar um bar onde me abrigue do meu amor por ti. Talvez peça um copo de vinho quente com ervas aromáticas, pegue num lápis e no meu bloco e escreva que às vezes me perco na desordem dessa cidade grande e que, aí perdido, me pretendo ficar durante anos até talvez te encontrar. Até talvez me encontrares.

pensamentos catatónicos (192)

Acho que a generalidade das mulheres gosta de, uma vez por outra, provocar alguns ciúmes ao companheiro/namorado/marido através dum esquema que é sempre o mesmo: colocar o nome de outro homem de uma forma abrupta no meio de uma conversa qualquer. Acho também que a generalidade das mulheres não sabe que isso geralmente tem um efeito contraproducente. Mas isso, de facto, sou eu que acho. Posso estar errado.

usadas com garantia



"Paula Hernandez, 40 anos, duas vezes divorciada", é o que diz este cartaz espanhol que promove uma exposição de carros usados da Renault em 2006, que é como quem diz: a Paula está usada mas ainda marcha. Se há publicidade a que se aplica bem a expressão mulher-objecto, é esta. O objecto é um carro que, como se sabe, pode de facto estar em boas condições mas só o compra quem não pode comprar um novo. Não sei se era isso que a Paula estava a pensar quando lhe tiraram esta fotografia. Acho é que não deve ter gostado nada de se ver neste publicidade. Eu, pelo menos, não gosto.

conversa 1364

Ela - Estou numa fase difícil...
Eu - Mas porquê?
Ela - Estou sozinha mas não estou disponível e isto é o pior que pode acontecer a uma mulher.
Eu - Mas se estás sozinha não estás disponível porquê?
Ela - Estou apaixonada por um gajo que não me liga nenhuma, mas como não consigo deixar de pensar nele também não consigo envolver-me com mais ninguém.
Eu - Hum... percebo... mas talvez te fizesse bem envolveres-te com alguém. Às vezes sabe passar uma noite com outra pessoa mesmo que não seja com o amor da nossa vida.
Ela - Vês?! Dizes que percebeste mas não percebeste nada, senão nem dizias isso...
Eu - Percebi, percebi... pensas que isso nunca me aconteceu? Já aconteceu a todos, pá.
Ela - Pois, mas não te deve ter acontecido da mesma maneira, senão não dizias isso...
Eu - Dizia, dizia. Às vezes há pessoas com quem a nossa maior compatibilidade é só sexual, há outras que é mais do que isso mas, caramba, se pudermos passar uma noite entre lençóis com alguém de quem até gostamos, porque não?
Ela - Por que não estamos disponíveis, mas já vi que tu não percebes isso.
Eu - Às vezes falar contigo ou com uma pedra é quase a mesma coisa.
Ela - Contigo também.

11.17.2009

conversa 1363

Ela - Compraste uma camisola nova?
Eu - Comprei... estava em promoção.
Ela - Quanto é que custou?
Eu - Seis euros. Custava quinze...
Ela - É uma porcaria. É toda em acrílico...
Eu - Mas achei-a bonita...
Ela - Mas é uma porcaria. Se andares muito com ela vais começar a cheirar mal e nenhuma mulher se aproxima de ti.
Eu - Não deve ser bem assim...
Ela - Eu, pelo menos, não me aproximo.

11.13.2009

conversa 1362

Ela - É tão bom chegar a sexta-feira e saber que vem aí um fim de semana espectacular...
Eu - Olha... eu cá tenho que trabalhar este fim de semana todo.
Ela - Assim ainda me sabe melhor, sabendo que estou de fim de semana e tu a trabalhar...

três coisas que só as mulheres é que fazem...

1] Só as mulheres é que fumam colocando a mão que tem o cigarro com a palma da mão virada para o céu, enquanto esperam para dar mais uma passa.

2] Só as mulheres é que vestem cães ou gatos com camisolas de lã.

3] Só as mulheres é que mordem o próprio cabelo.

o elevador das bolas



Eu pensava que já tinha visto tudo mas este mundo dos géneros é de facto maravilhoso. Estamos sempre a ser surpreendidos. Agora surgiu o Ball Lifter, um produto para evidenciar o órgão sexual dos homens, ou seja, uma espécie de wonderbra para quem tem a pila pequena ou os tomates já a arrastar pelo chão.
O Ball Lifter é uma forma de contrariar a força da gravidade. Na minha opinião, o único senão do produto é eu acreditar que quem o desenhou nunca levou um pontapé a sério nos ditos cujos. Eu já levei dois ou três e acreditem que nunca mais me esqueci. Levar um pontapé em cheio com esta coisa vestida, acreditem que deve ser mau.E quando digo mau é mesmo mau.
Além disso há sempre a questão do engate. Se um homem levar uma miúda para a cama num engate fortuito, o que é que ela vai pensar quando reparar que andamos com os tomates pendurados como se fossem bolas numa árvore de Natal? Podemos sempre tentar despir a coisa antes da caminha mas, em abono da verdade, não abona muito a favor dum gajo dizer logo na primeira noite, quando as coisas entre ele e ela já estão quentes: "espera só um bocadinho que tenho que ir à casa de banho!".
Hum... eu cá não compro.

11.12.2009

conversa 1361

Ela - Às vezes acho que os homens com quem eu estou só se interessam por mim pelo sexo.
Eu - Não. Não te preocupes com isso. De certeza que não...
Ela - Estás a dizer que eu não sou sensual?
Eu - Não, não... estou a dizer que tens outros focos de interesse para além da sensualidade...
Ela - Ai, estou lixada contigo. Já ando insegura que chegue e tu ainda me vens dizer que eu não tenho interesse fisicamente.
Eu - Eu não disse isso. Acho que és bonita mas, como me parecias preocupada por achares que os homens só te pegam por aí, estou a dizer que na minha opinião não é só por isso.
Ela - Mas achas-me bonita?
Eu - Sim, acho.
Ela - Mas então porque é que nunca te fizeste a mim?
Eu - Sei lá. Não me posso fazer a todas.
Ela - Quer dizer que te fizeste a todas menos a mim...
Eu - Não é isso, não me fiz nada a todas. Mal de mim se me andasse a fazer a todas as mulheres que passam por mim. Estou só a dizer que nunca me fiz a ti mas nem sei porquê. Acho que seres bonita não chega...
Ela -Então é isso. Sou bonita mas é só isso...
Eu - Não é nada.
Ela - Foi o que tu disseste.
Eu - Não foi nada. Por exemplo, nunca fui para a cama contigo e agora estou aqui a beber umas cervejas contigo. Isso é por seres minha amiga, o que já é um interesse para além do interesse sexual, percebes?
Ela - Percebo que me aturas por seres boa pessoa...
Eu - Estás com a autoestima um bocado em baixo, não estás?
Ela - Nota-se muito?

conversa 1360

(num bar)

Eu - Queres mais uma cerveja?
Ela - Eu? Credo! A beber assim ainda saio daqui aos ésses...
Eu - A sério? Ainda só bebemos uma...
Ela - Mas eu não estou habituada...
Eu - O.k. Peço só mais uma para mim, está bem?
Ela - Isso não. Então pede outra para mim também. Não estou habituada mas habituo-me num instante.

conversa 1359

(no café)

Ela (pegando no meu pacote de açúcar) - Ando a fazer colecção de pacotes de açúcar. Como tu nunca pões açúcar no café podes dar-me alguns...
Eu - Claro. Vou ver se me lembro de guardar o pacote de açúcar cada vez que tomar café.
Ela - Obrigado.
Eu - E já tens muitos?
Ela - Não, só tenho este que te tirei agora. Comecei a colecção agora mesmo.

a mulher polvo



Este anúncio de 1965 da Hysil apresentava o seu conjunto de cozinha como essencial, económico, atractivo, eficiente, moderno, prático, agradável e utilíssimo. Por mim tudo bem, acredito que o conjunto fosse tudo isso. O que eu não percebo é aquele "Grande Concurso Hysil" anunciado no canto inferior direito que diz "preencha o postal Hysil com o seu nome e morada e poderá ser contemplada com um dos conjuntos". Contemplada quer dizer que os homens nem sequer podiam concorrer. Fico na dúvida, portanto, se aqueles oito adjectivos se referiam exclusivamente ao produto ou se era mais à mulher polvo do anúncio...

[anúnico tirado deste blogue]

ao murro, ao pontapé e a conversar...



Um chinoca maluco chamado Xiao Lin iniciou um negócio inovador: apanhar de mulheres. O público alvo é composto por mulheres stressadas que, pela módica quantia de quinze dólares, lhe podem bater durante meia hora. Até agora, segundo ele, nenhuma mulher completou os trinta minutos a que tem direito, já que normalmente as suas clientes preferem acabar por conversar.
Fiquei entusiasmado com esta notícia. É que normalmente os negócios iniciados por chineses proliferam rapidamente e acabam por invadir o mundo inteiro. Estou ansioso que em cada esquina de Aveiro comecem a surgir lojinhas para as mulheres poderem bater durante meia-hora num chinês. A mim, pela parte que me toca, cada vez que sentir uma amiga minha a prender a respiração e a preparar-se para se chatear comigo por um motivo que eu nem sequer percebo, dou-lhe logo quinze dólares para ela ir acalmar os nervos numa lojinha dessas. Espero até que haja uma espécie de cartão cliente para as clientes habituais, que assim talvez me saia mais barato. Quanto ao facto de elas gastarem parte do tempo a conversar em vez de bater, parece-me bem, até por que a maior parte das vezes que falo com amigas minhas sinto que é como se estivesse a falar chinês.

[ler no NY Daily News]

11.11.2009

conversa 1358

Ela - Socorro. Vem aí mais um Natal.
Eu - Concordo. Detesto esta obrigação social de comprar prendas...
Ela - Não é isso. Da parte das prendas eu até gosto. O problema é a balança depois do almoço e do jantar de Natal...

11.10.2009

conversa 1357

Ela - Acho que as embalagens de preservativos, em vez daquelas instruções no interior que não servem absolutamente para nada, deviam trazer um lembrete do lado de fora a avisar para retirar imediatamente os preservativos da caixa mal se chegue a casa...
Eu - Porquê?
Ela - Porque alguns homens demoram tanto tempo a conseguir tirar o plástico que envolve a caixa que uma mulher perde a pica toda enquanto tentam...
Eu - Já te aconteceu?
Ela - Já... um intervalo de dois ou três minutos numa queca só para tirar um preservativo da embalagem é mesmo muito tempo...
Eu - E porque é que não tiraste tu o preservativo da caixa? Se ele estava a demorar assim tanto...
Ela - Ele levantou-se e foi à cozinha cortar a embalagem com uma tesoura... eu não ia atrás dele...
Eu - Ena...
Ela - Entretanto fiquei no quarto dele e reparei que ele ainda é mais desarrumado que o meu ex-marido. Tem roupa interior num dos cantos do quarto que já deve estar ali há séculos...
Eu - E ele demorou muito a regressar da cozinha com a caixa dos preservativos aberta?
Ela - Demorou o suficiente... quando regressou e eu lhe disse que ele era muito porquinho, perdemos os dois a pica e acabámos por adormecer...
Eu - Tens razão, acho que as caixas de preservativos deviam trazer esse aviso por fora.
Ela - Pois deviam, pois deviam...

11.08.2009

conversa 1356

Ela - Ando a ver se o meu marido deixa de fumar. Ele fuma tanto...
Eu - Fazes bem... deixar de fumar é mesmo importante para a saúde.
Ela - Eu quero lá saber da saúde dele. Eu quero é que ele pare de encher a casa com beatas e quero que a casa deixe de cheirar a fumo...

conversa 1355

(ao telefone)

Ela - Antes de vires para aqui passas no supermercado e compras maçãs golden royal, por favor?
Eu - Maçãs quê?
Ela - Maçãs vermelhas mas que não sejam escuras.
Eu - Vou...
Ela - Com os homens é preciso ser simplista e eu às vezes esqueço-me disso...

11.06.2009

conversa 1354

(na casa dela)

Ela - Da minha casa ouço os gritos da minha vizinha do lado a fazer amor com o marido. Aquilo é que são gritos...
Eu - É o isolamento sonoro da casa que é mau...
Ela - Ou então é o marido dela que é bom.
Eu - Ou isso...
Ela - E eu aqui a viver sozinha. Às vezes dá-me uma raiva. Já pensei em pôr-me também aos gritos só para ela ver que não é a única.
Eu (risos) - Não és capaz!
Ela - Não fazes ideia do que uma mulher é capaz!

conversa 1353

Eu - Parti os meus óculos...
Ela - Não parecem partidos.
Eu - Colei-os com super cola 3. Espero que se aguentem algum tempo mas já percebi que mais tarde ou mais cedo vou ter que comprar outros...
Ela - Quando comprares outros diz-me, que é para eu ir contigo ajudar-te a escolher.
Eu - Mas eu não preciso de ajuda a escolher. Eu compro sempre, dentro dos que são mais parecidos com estes que tenho, os mais baratos.
Ela - E nunca experimentas outro tipo de óculos?
Eu - Não.
Ela - Realmente, os homens não sabem dar nenhuma piada à vida.

etic

Na ETIC - Escola Técnica de Imagem e Comunicação, no âmbito de um trabalho do módulo Iniciação Prática, foi feito este vídeo com diálogos retirados deste blogue.

branco velho, tinto e jeropiga... com peixe frito

Pronto... a jeropiga produzida no Fundão é boa... mas dá um bocado de dor de cabeça quando bebida depois de vinho tinto...

11.05.2009

conversa 1352

(ao telefone)

Ela - Ainda nem te agradeci. Gostei muito de jantar contigo... e acho que cozinhas bem.
Eu - Obrigado.
Ela - Não agradeças. Cozinhas bem mas cozinhar como os homens fazem é fácil. Não era propriamente um elogio.
Eu - É fácil?
Ela - Sim... cozinhar para uns amigos de vez em quando é fácil. Difícil é pensar na merda do almoço e do jantar, para o marido e para os filhos, todos os santos dias...
Eu - Sim... mas eu...
Ela - Pronto, já estou irritada.

noite fria com música

Hoje é noite de Couscous Prosjekt no Clandestino Bar.

calcanhares assassinos



A Killerheels é uma marca de sapatos para mulheres que se define metaforicamente, mesmo através do próprio nome (calcanhares assassinos), uma marca capaz de matar homens. Eu percebo a ideia embora não seja grande adepto deste cartaz. É que os sapatos de salto alto que as mulheres usam matam mesmo um homem. Pelo menos, no mínimo dos mínimos, matam-lhe a paciência. Matam-lhe a paciência quando ficam presos durante dez minutos num buraco qualquer do passeio, exactamente na manhã em que ele está cheio de pressa para uma reunião de trabalho; matam-lhe a paciência quando no último dia de férias em Veneza eles decidem conhecer a cidade a pé e ela torce a tibio-társica a meio do caminho; matam-lhe a paciência quando, depois de uma noite de copos, ela decide que já não pode caminhar mais com aqueles sapatos de quatrocentos euros porque tem os pés cheios de bolhas. Enfim... a Killerheels é uma marca que sabe do que fala...

conversa 1351

(no café)

Ela - Nem reparaste que eu fui ao cabeleireiro...
Eu - Foste ao cabeleireiro?
Ela - Fui...
Eu - Já não te via há uns quinze dias... é por isso.
Ela - Fui ao cabeleireiro esta manhã. Acho que se repara na mesma... mas pronto.
Eu - És tão bonita que nem reparei no teu cabelo...
Ela - Quer dizer que se te aparecesse careca também não notavas.
Eu - Vem aí o empregado. Queres um café?
Ela - Isso, isso... muda de conversa agora.
Eu - Eu preciso mesmo dum café. Estou meio ensonado. Se calhar foi por isso que não reparei...
Ela - Quanto mais falas mais te enterras.

11.04.2009

não ao referendo

Sou contra o referendo sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Porquê? Porque enquanto cidadão não tenho o direito de opinar sobre as opções ou tendências sexuais dos outros. Se duas pessoas do mesmo sexo decidem casar, isso faz parte apenas da esfera individual de cada um.
Recuso-me é a viver num país onde há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda e, no caso do casamento civil, os homossexuais são considerados pela lei cidadãos de segunda. É preciso por isso que tenham os mesmos direitos dos outros....

11.03.2009

apaixonei-me por ela numa viagem de comboio.

Apaixonei-me por ela numa viagem de comboio. Primeiro vi-a sentada num dos bancos da estação, folheando um livro enquanto arrumava o seu próprio corpo na quantidade exagerada de objectos que a acompanhavam. Uma pequena e coçada mala vermelha cheia como um ovo; uma carteira de tiracolo de onde tinha tirado o livro e que agora esperava como um cão obediente, de boca aberta, que ela o tornasse a arrumar; um casaco comprido adormecido serenamente no seu colo apetecível e, ao seus pés, um saco de plástico de um supermercado qualquer com algumas compras.
Apaixonei-me por ela numa viagem de comboio. Depois vi-a a guardar calmamente o livro na carteira, acordar com doçura o casaco antes de o vestir, pôr a carteira a tiracolo ajustando-a milimetricamente ao seu corpo e, por fim, caminhar para o comboio com o saco de plástico numa mão e a mala vermelha noutra.
Eu já lá estava, observando-a privilegiadamente a partir duma janela, porque tinha corrido para a carruagem com a pressa de todos os outros passageiros. Foi só aí que me expliquei aquela paixão súbita, enquanto ela se instalava num banco à minha frente exactamente como se instalara no cais: com o casaco a adormecer de novo ao seu colo e a carteira de boca aberta ao seu lado. Ela tinha uma velocidade diferente. Era como se todos caminhassem rapidamente para a morte e ela, apesar de ir na mesma direcção, parasse de vez em quando para contemplar a vida.
Apaixonei-me por ela numa viagem de comboio. E se ela contemplava a vida eu contemplava-a a ela, e se ela se perdia num mar de letras eu perdia-me num mar de mulher. Um mar de ondas calmas e espaçadas, às vezes provocadas pelo virar de mais uma página, outras vezes por uma efémera troca de olhares e outras vezes pelo simples acto de respirar.
Apaixonei-me por ela numa viagem de comboio. Depois adormeci... e talvez por o meu sono ser ciumento do sono do seu casaco, fui mergulhando nessas ondas como num sono cada vez mais profundo. Quando acordei ela já não estava. Tinha saído numa estação qualquer. Não faz mal, às vezes apaixonamo-nos por quem não pode viajar connosco.